sábado, 25 de abril de 2009

Um sorriso de domingo.

Um sorriso de domingo.
Eu mudo de assunto.
E ele é grosso comigo.
A gente ainda é amigo.
Sempre junto, sobre tudo... pensei eu, mudo !
Tudo bem, não tem problema.
A vida é cheia de distâncias.
Isso é só mais um dilema.
Troca tuas moedas e segue adiante.
Tudo que tu sobra, são lamentações.
São poucas verdades.
Poemas tortos.
E uma grande cidade...
Linhas retas pintadas pela metade.
Um quadro velho.
E tua velhice termina com a tua elasticidade.
Tenho uma foto nossa na gaveta.
E antes que eu me esqueça.
Não lavei a cabeça.
Isso te irrita, não que tu mereça.
Mas a verdade é um pote cheio a beça.
Transbordando significância.
Me encho de silêncio e da tua ignorância.
Prefiro a conversa mole, antes de Kafka.
Mentira lavada.
Eu prefiro a verdade petreficada.
Prefiro a porta aberta e a janela fechada.
Prefiro a certeza.
E o caminho sem fim.
Eu estou errado, mas vou mesmo assim.
Confio na minha espada e em mim.
Sou ruim, mentiroso, torto e manco, pra ti.
Tu me acusa sem saber a verdade.
Como é um fim de tarde.
Esperando a noite chegar.
Enquanto seguro a mão de quem eu quero segurar.
E no meio do vale, me surge um mar.
Longe das fotos de baixa velocidade.
Longe das noites de morte.
Das falas falsas e dos sorrisos vazios.
Eu acredito nisso.
E não me importo em acreditar sozinho.

Solitário,
como um sorriso de domingo.

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