sábado, 26 de dezembro de 2009

Phoenix e outras coisas divertidas.

Aaaaah tá bom ! Vou viajar : ) Iupeee!


1901

Phoenix

Composição: Phoenix

Counting all different ideas drifting away
Past and present they don’t matter
Now the future’s sorted out
Watch her moving in elliptical patterns
Think it’s not what you say
What you say is way too complicated
For a minute thought I couldn’t tell how to fall out

It’s twenty seconds till the last call
You’re going hey hey hey hey hey hey
Lie down you know it’s easy
Like we did it over summer long

And I’ll be anything you ask and more
You’re going hey hey hey hey hey hey hey
It’s not a miracle we needed
No I wouldn’t let you think so

Fold it, fold it, fold it, fold it

Girlfriend, oh your girlfriend is drifting away
Past and present 1855 -1901 †
Watch them built up a meteor tower
Think it’s not gonna stay anyway
Think it’s overrated
For a minute thought I couldn’t tell how to fall out

It’s twenty seconds till the last call
You’re going hey hey hey hey hey hey
Lie down you know it’s easy
Like we did it over summer long

And I’ll be anything you ask and more
You’re going hey hey hey hey hey hey hey
It’s not a miracle we needed
No I wouldn’t let you think so

Fold it, fold it, fold it, fold it




domingo, 20 de dezembro de 2009

Sobre as cadelinhas da Casa Branca !

http://pt.shvoong.com/social-sciences/anthropology/1623224-prostitui%C3%A7%C3%A3o-um-pouco-da-hist%C3%B3ria/

É, ruim. Eu sei. Mas tem forças que não controlamos ! Eu sei que você também sabe ! É que eu vejo essa força no que eu penso as vezes... E normalmente eu procuro controla-los ! Mas nem sempre dá.

Eu ainda não saí do continente americano.
Eu ainda não paguei meu apartamento.
Eu ainda não ganho rios de dinheiro.

Mas eu viajo com pessoas legais, que tem sorrisos de verdade. E se interessam por mim, de verdade : )
Mas eu estou pagando pelo meu apartamento.
Mas eu me sustento com meus próprios braços, pernas, sangue, suor e lágrimas.

É, eu sei. Cada um com seu cada qual.
Que assim seja então !

Forte abraço.
Papai Noel.

PS: Som pra baladinha de domingo a noite de férias : )

http://www.youtube.com/watch?v=NK0H3jEwUYc

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Seria esse o último texto do ano ?

Conseguirá o pequeno Leandro, lutar contra todas as probabilidades e continuar escrevendo suas asneiras nesse semi-blog ?

Não aguardem novos capítulos.

Um abraço apertado.
Malba Tahan.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Brigadeiro wireless

Todo mundo corre pra todo lado.
É inacreditável, sites pipocam pop-ups natalinos, nos semáforos papais-noeis distribuem panfletos, chaveiros ou assaltam os carros de acordo com o fluxo e o horário. Nas lojas os sinos tocam sem parar a ponto das vendedoras usarem tampões nas orelhas e sorrisos amarelos nas bocas ! E a luta continua, diz o barbudo na televisão. Um amigo meu volta da Europa e me diz que lá fora todo mundo adora o Lula. Eu penso que deve existir algo de errado com o mundo, realmente. E começa a never no centro da cidade, no verão de dezembro a aproximadamente 40 graus e todos os condicionadores de ar não conseguem aliviar o suor das pessoas. E quem tem dinheiro é mais feliz, meu eu interior que luta do lado negro da força me diz. Calo a boca dele bem rápido com um longo gole da água gelado. Toca meu telefone e eu falo de dinheiro, sento no meu computador e continuo falando de dinheiro, penso em um carro novo e o dinheiro me sobe as têmporas novamente. Quase me rendo, quase...
No meio desse feriado capital-consumista que tanto gosto. Na verdade é meu favorito do ano todo... Até mesmo mais que meu aniversário. No meio desse feriado eu deixo pra lá. Não tem muito o que possamos fazer. O planeta está com muito mais gente do que deveria e nada vai mudar isso. A natureza já está na U.T.I desde o começo dos anos 90 e nada vai mudar isso. A política brasileira continua sendo uma palhaçada e a não ser que alguém rescucite Ulysses Guimarães, vamos continuar dando comida para os necessitados e dizendo que isso é fazer um futuro melhor para o país.  E o Natal vem para que a Globo passe os especiais, os desenhos animados e depois já é hora de mostrar as mulheres nuas no Carnaval carioca.
E é verdade, quem tem dinheiro é mais feliz. O diretor comercial da Globo sabe bem disso.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

C,R e V - entre outras teclas que não funcionam...

PASSA UMA BORBOLETA 
(Alberto Caeiro)

Passa uma borboleta por diante de mim 
E pela primeira vez no Universo eu reparo 
Que as borboletas não têm cor nem movimento, 
Assim como as flores não têm perfume nem cor. 
A cor é que tem cor nas asas da borboleta, 
No movimento da borboleta o movimento é que se move, 
O perfume é que tem perfume no perfume da flor. 
A borboleta é apenas borboleta 
E a flor é apenas flor.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Não leva a mal.

Seeunãoconseguirirdatuapiada.Esemnemperceberqueeraumapiadaeucontinuei,comose
nadafossetudoetudofossenada.
Nãomeleveamalseoexagerofoidesregrado,masnãoseriasenãofosseexagerado.Porfavormeperdoe
pelastantasfalhas,quetantodificultaram.Machucaram.Pontuaram.
Meusdomingosserãosorrisosparcossemlinhasguiasouartefinal.Caminhonatrilhadosdiasprocurando
saídas,semquererencontrar.
Embuscadeum espaço emqueeupossanosguardar.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sim nem mas...

Como a força da esperança que rompe contra o peito aberto. E acreditamos com os olhos fechados que tudo ainda vai dar certo. E se atira a mão amiga para longe da racionalidade. Fingimos alegria e reciprocidade. Quando a fé te tem nos braços, feito mãe carregando o filho. E teus pais te apoiam os passos retirando pedras do caminho. Te lembra:

A dificuldade existe para todo o lugar. Ela pode sair daqui, mas outro caminho vai encontrar. Não sejas tu inocente e crédulo o suficiente. Para ver nos dias passados o futuro de toda a gente.

Pois vem da ignorância cega e das certezas absolutas, tudo que te acerta, derruba e machuca.

Para mim ao menos.

:)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Esperança para a alma.

Torna teu espírito flexível como teu músculo cardíaco deveria ser.


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

"Os dias da impaciência estão aqui..."

Quando nada te agrada. 
Quando tudo demora à acontecer.
Nada e tudo. Tudo é nada. Nada em tudo. Tudo anda. Duto dana.
Para ser nada novamente.
Horas se arrastam sobre a lama pegajosa e as intermitências são gigantescas. Fazendo com que os segundos demorem mais do que deveriam.
Como que calados observamos o mundo, mesmo que falando ou mudos. Nossos olhos percorrem os corpos alheios e suas bocas cheias de palavras. Nossos olhos se perdem entre mentiras e meias verdades.
Nossas almas se cansam e perdem a cor, como nossos cabelos. Nossos ombros se curvam e os mais jovens nos entregam suas muletas da compaixão.
A política continua suja. 
A ironia continua dura. 
A vida continua. E termina todo dia. Toda hora. Todo tempo.
As frases continuam curtas pois nunca sabemos quando a luz do poste se apagará. Não temos tempo para conversar. E os Deuses nos observam tomando chá.

Rodas giram nos asfaltos e paralelepípidos.
Gritam os porcos com as facas dos homens em seus pescoços. E come-se sua pele frita em óleo e ódio.

E giram as crianças nas praças. Comem os livros as traças. E os desenhos das paredes já falam mais do que deveriam, como o sangue nas camas. 

E o eu te amo é pra quem ama. Ninguém ama.
Não na impaciência. Que converte os fatos em gritos. E as verdades em mitos. E quando tudo é improvável, o mundo se curva aos pés da estátua.

Pois ter fé é acreditar no que não se vê.

E nem sempre eu sou um homem de fé (geralmente quando ela me obriga a me sentir burro, a recuso).

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Buscando...

- Você tem conhaque nos olhos !
- Deve ser porque bebi pouco. O maldito devia estar todo na minha barriga... - respondeu em ironia.
Silêncio. Eu me lembro de como era o banheiro da casa dela. Me lembro do piso da varanda no quarto e da vista que tínhamos de lá. Me lembro de adormecer em seu ombro quente, sentindo o cheiro da pele no espaço entre o pescoço e o queixo. Silêncio. Me lembro das fotos que tirávamos na praia. Sempre a achei tão bonita, tão harmoniosamente agradável. O tom da voz, as opiniões, o jeito de sorrir carinhosamente de volta quando trocávamos olhares. Sempre a achei tão certa em tudo que fazia... Eu me lembro de tanta coisa...
- Você tem conhaque nos olhos ! 
- Tu acabou de dizer isso, e de ficar 3 minutos calada me olhando... E repetir que eu tenho conhaque nos olhos. O que foi ? Nunca bebeu pra esquecer ?
- Acho que não, não lembro. Sempre fui muito certa em tudo que fiz. Se bebia era porque sabia que ias cuidar de mim, que me levarias de volta pro nosso quarto. Que me trarias aspirinas e comida quente no outro dia, sem eu nem precisar pedir. Se saia é porque sabia que estarias lá, segurando minha mão com esse teu jeitão de ogro inveterado. Sempre próximo de mim, nem que só no olhar. Buscando não me abandonar no mar de estranhos que viviam ao nosso redor. Se conhecia um amigo teu sempre fazia questão de causar uma boa impressão, sempre para que eles nunca se virassem contra mim. Não sei, mas acho que jamais pensei tanto em alguém quanto pensava em ti quando estávamos juntos... Você me entende ?
- Porra ! Porque tu és assim ? Mesmo comigo sendo um escroto... Estando bebado na tua frente, tu ainda é delicada. Carinhosa. Ainda me fala as coisas mais foda que alguém já me disse. Fico puto ! 
- Não fica bravo... Não foi só culpa tua...
Os dois olhavam para baixo em silêncio. Daquele que ninguém consegue quebrar, que pra romper é preciso forçar a barra. Ele pensou por dois segundos que esse tipo de silêncio era o que existia antes do "big-bang". Foi a palavra de Deus que o rompeu da última vez e agora... nem fazia sentido um humano saco de merda e vermes tentar repetir o feito.
Esboçou dizer algo a ela. A olhou vagarosamente, cerrando bem de leve as duas pálpebras.
Ela percebeu e olhou de volta. Sabia que seria idiota o que ele ia dizer. 
Com a boca torcida, enquanto mordia os próprios lábios ele disse:
- Acho que eu vou indo.
Ela deixou escorrer uma lágrima bem pequena. Pequena o suficiente para que ele não percebesse... Não disse nenhuma palavra, nem ele... Até chegar na porta e sentir que ia pisar no mundo sem a presença dela.
- Olha, eu realmente sinto muito... - disse ele envergonhado. - É tarde demais ?
- Acho que nunca vai ser tarde demais. Mas agora não dá ! Não consigo te olhar com conhaque nos olhos...
- Isso vai passar.
- Eu não vou mais estar aqui.
- Eu vou.
- Adeus querido.
Silêncio.

- Eu sinto muito...

Na volta pra casa ele ficou na dúvida sobre quem disse o último "eu sinto muito". Pareciam ter dito juntos. Parecia ter ouvido só a voz dela dentro da sua cabeça. Seu carro no asfalto corria rápido enquanto o sol se escondia entre as montanhas. Seu choro era bonito e triste. Não soluçava como uma criança arrependida, chorava com amargura e verdade. Permitia somente que a dor lhe escorresse... Ninguém que o observasse teria pena naquele momento.

Ela ficou olhando para baixo. Por mais tempo do que ele levaria dirigindo. Negava com a cabeça, sem nem saber ao que dizia não. Pra que ? Por que ? Lentamente adormeceu.

Lentamente adormeceram para acordar.

Sonha-se com o eterno. Vive-se o findável.

;)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Podre fruta estragada.

Cheira a fezes.
Gosto de agudo grito.
Piano quebrado no palco.
Não se rende ao aplauso escondido.
Move rápido as pernas pro ar.
Bate as asas voando, sem parar.
É a hora do desespero berrar:
- Cheira a fezes, é bonito. Como gosto do proibido. Rasga pele em corte afinado. Morre um por um.

Lado a lado.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Doces e baratas.

As vezes eu me esqueço de lembrar de respirar. 
E como susto silencioso aos pulmões me falta o ar.
Com lábios negros e olhos verdes cor de já não sei mais.
Eu me jogo contra as tesouras que recortam o aqui jaz.
E meus velhos discos começam a discutir,
com minhas fotos e poesias que escrevi.
Todos querem saber com quem me importo mais.
Não consigo decidir,
não sou bom em olhar para trás.
Verdade.


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

"Bem vindo a America..." - Stratopumas.

Sonho acordado, é verdade.
Eu me vejo mal desenhado em um pedaço de papel velho.
Me cortam a face pra mostrar a verdade.
E prefiro os desenhos do que as palavras.

Eu minto para os meus pés.
"- Não aguentamos mais" - eles suplicam.
"- Só mais um passo... E nada mais" - respondo rindo.
E o caminho não para de girar, feito escada rolante.

Não sinto hoje a dor que me abraça amanhã.
Dor e tempo são difíceis de medir.
Ninguém lembra direito de mim, eu prefiro assim.
Vulto pra foto, mais uma lembrança e palavra perdida na frase.

Me guardo aqui.
Longe de qualquer mão, pé cansado ou olho azul.
Invisível ao importar.
Sem semblante pra expor.
Nada é igual ali.

Mas de novo, prefiro assim.
Sem mais aos outros.
O tudo mais de mim.



terça-feira, 24 de novembro de 2009

Disse Fernando Pessoa:

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

As infindáveis aventuras de Simon e seu unicórnio negro albino.

Se as nuvens fossem feitas de algodão doce as abelhas fariam suas colmeias sobre elas. Existiriam nuvens cor de rosa, azul claro e bege. E os aviões bateriam nelas enquanto sobrevoam o céu, fazem o algodão cair sobre nossas cabeças.

Se o gramado falasse, eles seriam multidões nas praças, campos e canteiros. Ninguém estaria sozinho, ou seria obrigado a fingir que gosta dos amigos que na verdade nem conhece direito. Não. O gramado sempre estaria lá, cheio de opiniões e esclarecimentos sobre as nossas vidas.

Se os prédios pudessem se mover, nós sempre teríamos vizinhos novos e nunca saberíamos aonde nossas casas "estão agora".
"- Alo ? Leandro ?"
"- Oi cara, fala ! Tudo bem ?"
"- Aaaah sim ! Acho que teu prédio tá parado aqui na minha rua..."
"- Bá que legal ! A gente se fala depois então... : )"
Seria bom.

Se o cães pudessem tivessem asas eles seriam muito mais divertidos. Dá pra imaginar os bandos voando e brincando no céu. Tá certo que provavelmente nenhum deles ia ser pirado por bolinhas de borracha... Mas ainda assim seria legal ! Eles voariam direto para os nossos colos, cairiam em cheio dentro das nossas piscinas, subiriam em nossos telhados e uivariam durante a noite. As carrocinhas seriam helicópteros e as casinhas teriam pistas de decolagem e pouso.

Se toda flor fosse comestível, você poderia dar um bouquet de jantar pra sua esposa. Elas não seriam doces ou salgadas. Teriam gosto de flores. 
"- Eu prefiro girassóis, ela prefere rosas !"
"- Recebi violetas deliciosas essa manhã..."

Se todo livro tivesse seu final escrito por quem o lê, ninguém assistiria novelas ou programas escrotos de domingo a tarde... Tá eu sei que ainda assim alguém assistiria ! Mas gosto de pensar que não. Que as pessoas iriam preferir passar a tarde fazendo amor e inventando finais para livros do que assistindo a idiotice que jorra da televisão nesse período.

Se as fotos se movessem você sempre saberia o que veio depois dela. Como pequenos pedaços de filmes antigos seus personagens se moveriam tranquilamente pelo enquadramento. Alguns poderiam falar ou sorrir outros precisariam chorar ou ficar tristes. Assim elas jamais causariam a impressão errada... Ou sempre causariam... A questão é que as suas lembranças sempre estariam alí. Não em um click discreto. Mas nas conversas, piadas e lágrimas que existiram de fato...

Se os pianos cantassem eles seguiriam o ritmo de seus pianistas. Poderiam dar entrevistas dizendo:
"- Eu já cantei para Frank Sinatra !"
ou
"- Eu fui filmado em 1932 por Alfred Hitchcock..."

Se você pudesse se teleportar sempre que o mundo te chateasse, você poderia mudar o lugar onde vive. Desaparecer e voltar. Ver o horizonte morrendo e nascendo aonde desejasse. Quando desejasse. Com quem desejasse. Mas a regra seria brutal: você só poderia se teleportar quando o mundo te chateasse, sem exceções.

Se fosse assim talvez, o mundo e as suas idiotices aparentemente incontroláveis não me cansassem tanto.

Se fosse...





sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Eu e os dias que perdi.

Alguém me disse que a vida adulta não te deixa muitas opções. Concordo, por mais livre que sejamos. A liberdade que vivemos é algo bem pouco verdadeiro. E eu já disse antes: eu gosto do que é de verdade. Do cheiro daquela pele que não sei o nome, mas que fica entre o lábio superior e as narinas. Das bochechas vermelhas de vergonha ou prazer. Do sorriso feliz que vem sem poder ser controlado. E do carinho público.
(texto não terminado)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

No escuro.

Onde ninguém vê o visível.
E o invisível segue nú entrando nos corpos sem pudor.
Perto do segredo escuro guardado no fundo do poço de inigualável odor.
Ao lado do mistério do amor que a mentira adora violar.
Regado com carinho verdadeiro que ninguém consegue negar.
Longe dos tantos pés, mãos, corpos e lábios entrelaçados que constroem a torre do prazer.
Com a luz acesa mas longe do claro e iluminado ver.
Pra onde correm os ratos que fazemos questão de esconder.
Abaixo do que chamamos de tudo mesmo sem quase nada entender.
Interrompido somente pela morte dos vivos, que insiste em se suceder.

Escuro pra caralho.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Amor e traição - Cruz e Sousa

Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,
Ó ser humilde entre os humildes seres.
Embriagado, tonto dos prazeres,
O mundo para ti foi negro e duro.

Atravessaste no silêncio escuro
A vida presa a trágicos deveres
E chegaste ao saber de altos saberes
Tornando-te mais simples e mais puro.

Ninguém te viu o sentimento inquieto,
Magoado, oculto e aterrador, secreto,
Que o coração te apunhalou no mundo.

Mas eu, que sempre te segui os passos,
Sei que cruz infernal prendeu-te os braços,
E o teu suspiro como foi profundo!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Com(texto)

Minha cidade é bonita. É serio ! É um bom lugar para viver. As pessoas criam raízes aqui... Vem de longe às vezes, trazendo suas famílias. Procurando o "algo melhor" que todo e qualquer ser humano sem doenças mentais, deseja. 
Temos orgulho de viver aqui. De fazermos parte do que é ser desse lugar. Muitos de nós ajudaram a reconstruir a cidade depois dos vários incidentes naturais que se passaram. Resistimos as enchentes, a doenças, a crises políticas e fomos adiante. Evoluímos muito nos últimos anos. A Oktoberfest mudou seu público e volta pouco a pouco a ter aquele ar bonito, quase lúdico. As reuniões de grupos de amigos que acontecem semanalmente também não deixam por merecer. As coisas vão bem, de fato... Em vários sentidos.
Pois bem, hoje eu voltava do banco até meu carro que estava estacionado em uma das principais ruas do centro, a Rua XV de Novembro, quando vi algo que me incomodou. A rua XV foi revitalizada e não são todos os que lembram como ela era antes. Tinha paralelepipidos antigos e irregulares por toda sua extensão. Não tinha uma calçada uniforme com faixas de segurança e vagas para veículos bem definidas. Não era arborizada, nem tinha lixeiros. Não era iluminada como é hoje ou tinha cameras de segurança que funcionam de forma duvidosa. Era outra rua, mais feia. Menos apresentável. Depois da revitalização, se tornou um lugar melhor, como o município vem se tornando. Mais limpo, mais bonito, mais seguro.
Pois bem, ia eu em direção ao meu carro recebendo o sol que atravessava as folhas das árvores com felicidade. Quando vi um pedaço de um dos canteiros absolutamente pisoteado. Mas tão pisoteado que já havia só barro. Vermelho como sangue que jorra de um ferimento.
É só grama, alguém dirá !
É verdade, é só grama. Mas ao mesmo tempo não é. Ao mesmo tempo, aquele pedaço de gramado com pouco mais de um metro quadrado, totalmente destruído, sendo pisoteado pelos pés apressados de quem não tem tempo a perder. É também um pouco dessa terra sofrendo. É um pouco de nós não se importando. É um pouco da antiga rua XV saindo do caixão como um zumbi do Thriller. Com a mão putrefata suja de terra cerrando os dedos e avisando que retornará a caminhar pelo mundo das "ruas vivas" caso alguém não lhe abata. Parei e perdi 2 minutos vendo quantas pessoas pisavam ali, sem nem perceber talvez. Não foram poucas, infelizmente.
Minha cidade aprendeu através das décadas que a força da natureza não é comparável a mísera existência humana. Recentemente perdemos uma Figueira que era mantida majestosa em frente a nossa Prefeitura. Ela não caiu, mas morreu. Os jornais publicaram a notícia, as rádios gritaram aos ouvidos, as televisões tocaram músicas de despedida e nosso Prefeito declarou sábia e solenemente:
"- Se depender de mim, não corto a figueira..."
Claro, quem gostaria de carregar o título de "usurpador de símbolos municipais" ? Ninguém que tenha alguma orientação publicitária, eu digo. Depois de um tempo descobriu-se que o motivo da morte da grande árvore fora a poda irregular que por sua vez, era/é responsabilidade da administração pública. Vergonhoso, eu sei. Mas a vida continuou e a natureza estendeu novamente sua mão em nossa direção... Um broto da antiga figueira nasceu em meio as suas raízes. Como uma promessa de que devemos continuar nosso caminho, aprendendo com os erros e repetindo os acertos.
O gramado pisoteado é algo trivial. Pouco importante eu admito. O que me incomoda são os passos sobre a grama. São as pessoas não se importando com o fato de estarem destruindo um pouco do que lutamos para construir. Exatamente como a grande Figueira morta na praça. 
Meu pensamento trilha um caminho débil, mas pode ser o fim desse ciclo: A figueira morreu por falta de cuidado e o gramado foi expulso do seu lugar pela pressa daqueles que não tem mais aonde pisar. Mas ainda assim, ainda com nossa negligência e falta de respeito a natureza nos devolve a vida. Nos dá uma nova árvore para a praça, basta que cuidemos dela. E mais grama para o canteiro, basta que paremos de pisoteá-lo.


quarta-feira, 11 de novembro de 2009

E de sorrir (pra não chorar).

Se passou por aqui, 
só o perfume senti.
Parado vi o carnaval passar.
Sobraram os confetes e 
as risadas.
Sempre sobram. 
Ou choram.
E de passo em passo
carregando o peso.
Descubro escrito o que sempre esqueço:
O fim do mundo é o 
recomeço.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Censurado

Morro, se corro.
Se fico, choro em coro.
E algo mudou ?
Lágrimas me fogem dos olhos à correr.
A vida me escorre dos dias à morrer.
Deposito aos jarros meu amar.
Conservado no pensar.
Mas não como coisa largada ao deixar.
Nem as teias do passar.
Deixo perto das fotos que vivi,
para alguém além de mim.
Que carregue aos bolsos o sorrir.
E nos lábios do existir tenha a força pra ver.
A palavra a dizer.
A gentileza do carinho ao caminho do merecer.
E o suave esquecer.
Que me rende o rompante, 
no peito guardado.
Me força a ficar parado.
Gritando aos pulmões, 
ainda que calado.
O título censurado.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Simples até demais.

Ele se matou durante o inverno. Sumiu sob o álibi de pegar um casaco, disse estar com frio. Todos estavam, todos acreditaram. Tomou todo o pote de anti-depressivos. Não conseguia engolir remédios grandes, nunca conseguiu.
"- Mas se eu engasgar morro do mesmo jeito..." - pensou com tom ironico.
Esperou pacientemente sem saber o que pensar. Pensou sobre o que as pessoas pensam quando se matam. Não conseguiu ficar feliz, mas também não se arrependeu. Pensou ter certeza.

Se sentiu tonto e com os dois braços dormentes.

Abriu a porta do banheiro quando percebeu que não poderia voltar atrás.
"- Assim ninguém precisará arromba-la quando sentirem minha falta..." - foi prático.

Ninguém sentiu sua falta.

Morreu, assim.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Caro amigo...

Corra sempre que possível. O horizonte nem é tão longe assim e teus pés dão conta de te levar até lá.

Não se confunda, a amizade é uma das coisas mais bonitas que existem sobre a face do planeta... Mas é natural que todo ser humano queira a companhia dos seus. Assim, na ânsia de não estar só ele pode tropeçar.

Blinde seu coração. Mas não de forma dura e insensível. Aprenda que seu coração vai se machucar e que é preciso continuar mesmo não conseguindo.

Entenda a vida além dos seu corpo. O mundo é um lugar incrível, basta que você se permita enxerga-lo.

Toque um instrumento ou pinte um quadro ou faça ginástica na praça ao lado de desconhecidos. Pessoas desconhecidas lhe impressionarão se tiverem uma chance real.

Fale e silencie com a mesma frequência. Saber ouvir e responder educadamente as perguntas que lhe são feitas são as chaves para qualquer porta que encontrares.

Tire fotos suas e de sua família. Com o tempo essas lembranças se tornarão muito mais valiosas que as jóias de sua tataravó.

Sorria a estranhos na rua. Cumprimente-as sem medo. Segure as portas para os outros, permita que alguém além de você passe... Dê sua vez nas filas.

Respire suavemente sempre que possível. Mesmo nas grandes cidades é possível encontrar um bom lugar para respirar.

Durma quando estiver dormindo. Acorde quando estiver acordado. Desligue-se do mundo com seus celulares, telefones, pagers e conexões de alta velocidade. Respeite os limites do seu cansaço ou você não se respeitará...

Acredite. Em Deus, nos olhos de sua namorada, nos conselhos de sua família, nas verdade de seus amigos, nos seus professores, acredite no seu instrutor de academia, no padre, no paderio, no médico ou no seu mecânico... Não importa no que ! Acredite em alguma coisa. Viver sem acreditar é como comprar vários cadernos e não escrever nenhuma linha deles...

Tome sorvete nos dia quentes. Comer é um dos bons prazeres de viver. Cuide do seu corpo, mas não se negue eternamente. É normal que a idade lhe pese os ombros e lhe alcance os calcanhares em algum momento. Aceite seus fios de cabelos brancos e as rugas dos olhos. Envelhecer é um privilegio que nem todo ser humano tem. Desfrute-o.

Diga que ama. Ame seu cachorro, gato, jabuti e papagaio. Ame a sua saúde. Ame a sua vontade. Aprenda a não odiar o que você vê no espelho. E se em algum momento a coisa ficar feia. Use essa força como motor para melhorar. 

Leia. Blogs, sites, revistas e se sobrar tempo livros. Leia com respeito e com vontade de entender. Seja intenso quando ler. 

Não fume. Resista. Caso você odeie cigarros, faça força para que seus amigos e familiares deixem o hábito. Não insista até o limite, por muitas vezes uma pequeno comentário tem mais força que um "murro na cara".

Respeite-se. Seu corpo, sua vida e suas vontades. 

Seja feliz. Acredite, isso é uma escolha. Não espere que a vida lhe jogue um pote de ouro no colo e um príncipe ou princesa no caminho. Escolha ser feliz e você jamais reclamará dos seus problemas tolos.

Não seja fúnebre o tempo todo. Seja idiota as vezes, bem como Jabor disse, permita-se voltar a ser criança. Ao lado dos seus filhos principalmente, eles irão adorar.

Não faça da morte um fim... Viva para sempre. Como todo o resto das coisas da vida, é possível. Esforce-se e você verá.

Boa sorte.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Sopra essa flauta porra !

Som agudo estridente ! Daqueles que fazem as mãos colarem nas orelhas. Te fecha os olhos, mas não completamente... Cerra só até aonde é preciso pra suportar. Em estado de alerta. Mas não te engana com a metáfora, porque não precisa ser si de flauta. Pode ser risada, acorde de guitarra ou batida de carro. É uma porrada ! Vem do nada e desaparece.

Pois para mim:

Me joga pedras.
Fecha as portas.
Fica atrás das cortinas, 
eu sei que gostas.
Tu sobe o muro e conta piadas.
Eu fico no chão e ouso as risadas.
É feito navalha com pouco fio.
Um dia longo demais pra terminar.
Arde os músculos só de lembrar.
E a noite a dentro ouve-se o choro.
Engana o padre, o médico e o touro.
É a verdade perseguindo a vida.
Corre estradas e dobra esquinas.
Uma hora cansas de correr e paras.
Me dá tuas mentiras.
Te ofereço meus murros as tuas caras.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Me diz só uma coisa.

Entre tudo que você é. Existe algo que não pode ser dividido ? Existe algo que caso você perca, deixa junto parte da sua essência ? 
O ser humano tem a chata mania de se considerar indivisível. É verdade. Consideramos nossa vida algo inquebrável. Já partimos do ponto da cultura ocidental recusar o pós vida. Aqui, ninguém gosta de sentar pra conversar sobre o espírito e suas mazelas. A gente quer falar de maquiagem, de cinema, de coisas que queremos comprar e vender e como é legal ser legal. Ninguém que falar sobre morte. 
Eu até entendo. Até.
Dentro de um ciclo curto é complicado inserir o assunto. Te imagina falando com alguém que você conheceu a pouco tempo:
"- E me diz,  como tu achas que vais morrer ?"
A pessoa vai ficar no mínimo constrangida. Uma mente criativa pode pensar que estás querendo ajuda-la na tarefa... Não é o caminho. Mas acho engraçado (em parte ao menos) as pessoas quererem esconder o medo da morte pra si. É estranho até quando temos medo de morrer e vergonha desse sentimento. Como não querer pular de parapente e maquiar esse sentimento com um recém adquirido medo de altura que sempre tive... (???). 
Ter medo de deixar de existir. Se render a própria imaginação viajando pelos tubos que nos levam a vislumbrar nossa inexistência. 
Kafka, por quem eu nutro um grande gostar, fala sobre o existencialismo em sua obra. Ele descreve em uma série de contos formas como poderia morrer... Em alguns o autor é simples e direto como descrevendo o conteúdo de sua caixa craniana sendo exposto ao sol de verão europeu... Em outros é particularmente estranho, como se enforcando nos fios de um varal ou caindo com o rosto apontado para o chão do alto de uma casa, enquanto sorri.
O fato é que nessas passagens Kafka confronta nosso sentimento de jamais deixar de existir. Jamais encontrar o fim do nosso próprio e valiosíssimo existir. E expondo sua ignorância quanto ao que vem depois da vida ele nos força a confrontar nossa própria. Essa é a magia. Percebermos a falta de informação em um medo tão ancestral e nos confrontarmos com a falta de racionalidade em mante-lo flamulando nos mastros de nossas idéias mesmo assim. Quase como que crianças mimadas. Desistimos do resto da conversa por costume. Entregamos os pontos a ridicularização do assunto com comentários que tornam esse tópico um tabu. 
E me ocorre agora, em quantos outros momentos e com quantos outros assuntos tomamos a mesma atitude. Como que criando um campo de proteção aos assuntos proibidos, jamais ultrapassando tal linha. E demonizando os que se arriscarem além da fronteira. Isso é muito importante, demonizar aqueles que ultrapassam os limites impostos pelo nosso contrato social. Eles devem pagar o preço por se arriscarem tão longe. Devem aprender que mesmo entre amigos, amores e família existem assuntos que jamais devem ser abordados. Não por serem grosseiros ou inadequados de fato. Simplesmente, por não termos boas respostas prontas. Simplesmente por não podermos discuti-los com a usual certeza que carregamos em nossos peitos, línguas e cérebros.

Não me espanta, realmente, que cada vez mais as crianças descubram o sexo (e quando eu digo crianças, não falo das de 18 anos... falo das de 10, 11 e 12...). Não me espanta que cada vez mais os números ligados a venda de drogas químicas cresça e que a intolerância esteja tão na moda.

E não acho justo ninguém se espantar.

Porque enquanto mentimos para nossos filhos e amigos. Eles aprendem que mentir é o jeito de jamais encontrar o fim das coisas. Que a mentira prolonga o nosso existir.

Pois que no fim desse texto eu percebo, que a mentira contada nunca engana só os que a escutam. Normalmente ela fascina igualmente aquele que a profere...

"- Ah" disse o rato, "o mundo torna-se cada vez mais estreito. A princípio era tão vasto que as vezes me dava medo. Eu continuava correndo e me sentia feliz com o fato de que finalmente via a distância, a direita e a esquerda e as paredes... Mas essas longas paredes convergem tão depressa uma para a outra. Que já estou no último quarto e lá naquele canto eu vejo a ratoeira que me prenderá..."
"Você só precisa mudar a direção."  disse o gato e devorou-o.




sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Gosto de chá de palhaço.

Do mesmo  jeito.

Que o sonho encontra o fim.
Tu derrama a lágrima no meu oceano.

Suave como os dias formam o ano.
E o vento a beijar meu rosto.
De solitário gosto.

Me lembro de mim,
pra ter paz.
Penso que te vi sorrir.
Pois era assim que gostava de ti.

Feliz.
Longe dos problemas mundanos.
Eu me curvo as décadas que vem.
Presto reverencia e digo tudo bem.
Eu sei que não.

Você também.
Como o amargo do doce.
E o suave do rude.
Eu me faço gentil ao que me ilude.
Maquiando o palhaço que faz chás.
Escrevo carta de amor.

Faço música sem dó.
Fotografo o meu pior.
Pinto o quadro.
Então que das linhas sem fim,
desenho traços.
E nas noites de lua, eu me entrego...
aos (des)abraços.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Dizem por aí.

Me peguei piscando em silêncio. 
Pouca coisa boa sai da boca de gente ruim. Foda é classificar quem é ruim. Quem é ruim ?
Hitler !
Muito engraçado.
Sério, Hitler foi um merda.
Muito engraçado.
Bom, foi o que eu aprendi no colégio... Hitler mal. Abraham Lincoln foi bom.
Muito engraçado.
Para de falar muito engraçado, eu to te falando uma coisa séria... FUI EDUCADO POR IGNORANTES ! EU DEVO SER UM TAMBÉM ! DEVO TER MUITAS CERTEZAS, DEVO ESTAR MAIS ERRADO DO QUE CERTO SEMPRE... DEVO SER DAQUELE TIPO IRRITANTE DE PESSOA QUE VIVE DENTRO DO PRÓPRIO UMBIGO ACHANDO O MUNDO TODO UM LUGAR SEM MAGIA, CRENTE DE QUE SOU CONHECEDOR DE TODOS OS FATOS DO PLANETA E DAS VERDADES MUNDANAS E QUE JAMAIS TEM CONVERSAS SÉRIAS COM NINGUÉM E QUE PENSA QUE TODOS SÃO RUINS E POR ISSO FICO TENTANDO ME ESQUIVAR DO PLANETA O TEMPO TODO E NÃO AGRADO NINGUÉM E AINDA POR CIMA FALO SEM PONTOS OU VIRGULAS DIFICULTANDO E FICANDO AINDA MAIS DESESPERADO ! PORRA !

Muito engraçado.



terça-feira, 27 de outubro de 2009

E a gente vai saber, se alguém depois sorrir em paz...

Posso ouvir o vento passar,
assistir à onda bater,
mas o estrago que faz
a vida é curta pra ver...
Eu pensei..
Que quando eu morrer
vou acordar para o tempo
e para o tempo parar:
Um século, um mês,
três vidas e mais
um passo pra trás?
Por que será?
... Vou pensar.

- Como pode alguém sonhar
o que é impossível saber?
- Não te dizer o que eu penso
já é pensar em dizer
e isso, eu vi,
o vento leva!
- Não sei mais
sinto que é como sonhar
que o esforço pra lembrar
é a vontade de esquecer...
E isso por que?
Diz mais!
Uh... Se a gente já não sabe mais
rir um do outro meu bem então
o que resta é chorar e talvez,
se tem que durar,
vem renascido o amor
bento de lágrimas.
Um século, três,
se as vidas atrás
são parte de nós.
E como será?
O vento vai dizer
lento o que virá,
e se chover demais,
a gente vai saber,
claro de um trovão,
se alguém depois
sorrir em paz.
Só de encontrar... Ah!!!


O vento - Los Hermanos.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Se fosse só poesia ninguém se importaria !

Como balança a bandeira pro vento do mar.
Se move a poesia dentro do falar.
E não é vento que derruba máscara 
ou o fim da história que dá seu fim.
Ainda não é assim.
Pois de palavra em palavra se faz escudo.
E é do silêncio da boca que se mede a força do murro.
Depois me dizem que sou verme doente. 
Pequeno e desimportante.
Me julgam errado.
Me chutam pro lado.
Oferecendo as minhas costas seus cortes de faca.
Não me espanto é verdade.
Cansado, nem dó consigo sentir.
Travo minha língua entre os dentes e me boto a sorrir.
Pois é isso que queres pra tua vida:
Gente medíocre de pouca verdade e bocas cheias de mentira.
Eu prefiro o barro do chão. Já te disse e não canso de repetir.
Que morro velho, verme e teimoso.
Antes de me render a ti.

Pois então, vejamos juntos nosso ponto final...
Me alivia conhecer teu horizonte.
Pois ao contrário do que eu quero em minha vida,
o teu é limitado por dois montes.


sábado, 24 de outubro de 2009

A E I O U

msg publicada.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Estrada de barro.

" E toda vez que vier, felicidade vai trazer a cada vez que quiser. Basta a gente querer, ser desta vez a melhor..."

Saindo do asfalto quente, bem sinalizado, mal utilizado e normalmente mediocremente civilizado eu acho minha estrada de barro. Caminho suave bastante esburacado e nada formatado. Guardando uma surpresa por curva, um sorriso dentro de cada gota de chuva e poesia nua. E vejo a paisagem deixando morta de inveja a cidade. Sem o concreto do prédio que só ela tem. Sem o calor das fumaças e a sujeira das praças. Longe daqueles barulhos que deixam qualquer um mudo. Dos bateres dos batentes. E sem os passos apressados, daqueles que correm pra todo lado sem parar de olhar só pra frente.
Não.
Aqui a gente vê as folhas e o gramado. Flores e o silêncio dormindo preguiçoso na varanda ensolarada. O copo de suco gelado e a taça de vinho bem acompanhada. E sorrimos ao ver o tempo flutuando junto ao vento enquanto dançam e se beijam. E tem a água que corre. Sim, ela corre como quem deixa de viver mas não morre. Porque é o rio que vê a água a passar. Eterno por alguns instantes, antes de se dissolver transformando o tudo em nada e em tudo de novo. Provando que todas as leis da física estão certas, mas perdem sua importância quando são vistas pelas nossas janelas. E quem se importa com a porta aberta ?
Tiro uma foto sua vendo o céu. E guardo pra lembrar, do céu.
E é o cheiro do café que me diz a hora de acordar.


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Mímica temporal.

Vem das larvas o canto que eu escuto. É baixo e por vezes sem sentido. Ajuda se você se esforçar pra ouvir. Fecha os olhos e a boca. Abre bem teus ouvidos e aproveita pra tentar abrir junto um buraco do tamanho do meu punho, na tua testa !
Dá pra entender:

Beijo suave e um abraço quente.
Dizer tchau é sempre uma merda, adeus então ! É quase insuportável.
Tão difícil que as vezes você prefere falar sem se ouvir. Que é pra nem lembrar que falou. E protela.
Espera.
Deixa pra depois.
Sofro menos, pensas.
Outra hora penso nisso.
Mas não tens como sair da fila, sair da fila é pra perdedores. Você fica alí, como que com os pés enfiados na areia esperando a onda se chocar contra teus pensamentos.
Dizendo: eu preciso fazer força. Preciso conseguir.
E dá pra conseguir.
A onda aumenta de tamanho e o dia passa.
O sol desce e sobe e o vento passa.
As nuvens correm pra longe e as de longe vem pra perto.
Um pássaro voa diante dos teus olhos em camera lenta. E tu deseja ter asas.
E a onda continua vindo.
Vai ser uma porrada daquelas.
Sentes as primeiras gotas geladas no teu rosto e peito. Sentes o sal na língua e é chegada a hora de fazer uma careta. Daqueles que a gente faz quando pari crianças, levanta pesos absurdos ou acha amargo o gosto de alguma coisa.
Teus braços se tencionam pra frente. Teu tronco pende pra frente. Tua cabeça vai um pouco pra frente. Tudo é a tua frente.
O pássaro desapareceu, a água preenche todo teu campo de visão. Teu pés estão totalmente enfiados dentro da areia grossa, até o meio dos tornozelos.

Explosão.

Faz parte da diversão abrir os olhos na hora. Ver.
O cheiro da água que veio do outro lado do planeta é impagável.
E eu gosto do que não pode ser pago. Tu não, tu gosta do que podes comprar. Ter. Trazer. Usar. 
Eu ainda prefiro o sentir.
A água desce teu corpo feito um pano. Volta pro mar estendida como um lençol.
E é hora de sorrir.
Onda ? Lá vem outra.
Eu aproveito os estouros pra chorar sem o mundo ver. E tenho menos de meio segundo pra correr todas as lágrimas que preciso.
Não sou borboleta de ninguém e sempre me vi verme do existir. Cuspo de nojo ao lembrar que deixei tudo inclusive o sentir. Mas o passado é uma bigorna que nunca existiu e fazemos questão de carregar. Pra alguns é invisível e pra outros é super fácil de levar. 
Exatamente, como a próxima onda que veio no meu mar.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O tempo passa bem, obrigado ! :)

Seu avô gostava de pescar. Usava chapéu enquanto se perdia nas ondas do mar.
Sua mãe adora pintar paisagens e cozinhar almoços de domingo com a família inteira dentro das panelas.
Seus cachorros observam o mundo a 20 cm de altura do chão. Ele lhes convenceu de que todos os seres humanos são gigantes e os cães são as criaturas de tamanho normal...
Tem um livro que traduz qualquer língua para Russo. Ainda não achou uma utilidade real para ele, mas acredita que ganhará muito dinheiro com apresentações etinerantes pelo globo.
Tem um irmão que é desenho animado e uma irmã que se transformou em borboleta aos 12 anos de idade. Ele mora dentro de um televisor velho, ela no jardim em cima do prédio.
O longe é amigo de sua família. São visitados frequentemente por ele e adoram.
Acorda todo dia com uma tatuagem diferente na testa.
Gosta de caminhar pensando em seus sonhos.
Descobriu recentemente que o paraíso é um lugar logo ali.
Aprendeu a gostar de quem não conhece e para estranhos quase sempre sorrir.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Espera-se

Espera-se céu azul e sorrisos claros.
Estrelas no céu e passos sem calos.
Chuva na madrugada ao acordar.
Suaves gentilezas para recordar.
Abraços de amigos em noites de sol.
Tardes de domingo e gritos de gol.
Amor em cartas e no que mais existir.
Sinfonias eternas e o teu sorrir.

Espera-se não se arrepender e nem desistir.
Vitórias lutadas e pouco de graça.
Não morrer de pena ou do que sempre passa...
Acertar os caminhos até errando a direção.
Nada de mentiras e quadros mal pintados.
Uma vida tranquila a passos largos.
O eterno existir na memória de alguém.
E no fim uma lápide de "boa noite, meu bem..."

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O pote de ouro no final do arco íris.

Tá, eu sei. Vivemos na era dos resumos. Tudo rápido, de comida a comunicação. Msn pra isso. Myspace pra aquilo, celular sempre junto e todo mundo carrega o google no bolso. Amigos na webcam, reuniões sobre as reuniões que precisamos marcar, dormir é para os perdedores, o pé direito acelera ao máximo enquanto os olhos se fecham contra o vento.
Resumo de dias.
Resumo de livros.
Resumo de palavras e vc sempre ker entender o pq de td !
Resumo de resumos, porque o tempo não perdoa ninguém.
Resumi-se até a vida. Tem que morre ainda no útero sem nunca sentir o sol na pele e a doce sensação de um gentil beijo no pescoço. Tem que morre com um tiro no peito atrás de cocaína no morro. E finalmente tem quem morre sentado, se esquecendo que viver é um exercício diário. Do bom dia ao boa noite meu amor.
E no meio dessa correria, tu achas as antigas poesias que escrevias. Textos medíocres, textos ruins e lá no meio. Largada no melhor estilo agulha no palheiro, tem uma boazinha. 
Mas o relógio grita teu nome. 
O celular toca Rage Against the Machine. 
Teu msn pula feito um sapo no cio. 
E tu descobre que não tens tempo para terminar de ler o que tu mesmo escreveu a alguns anos...

Seria isso uma metáfora do destino dizendo que o passado já foi hoje, mas agora ele é ontem ?

Largas o papel esperando ter tempo pra resumir isso depois.

Porque agora, não dá.


quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Tão vivo quanto se pode estar...

Se sentia frustado por não conhecer os mistérios que existem entre o céu e a terra. Paulo levava a vida como um Jonas dentro da barriga da baleia. Acostumado a ouvir as mentiras que lhe contavam, tão acostumado que nem se importava mais... 
Caminhava durante o dia. Dormia durante a noite. Dizia "olá, tudo bem ?" com um sorriso duro estampado nos olhos e lábios. Nem mesmo tinha certeza do que gostava ou odiava.
A única coisa que fazia Paulo ainda sentir seu coração pulsar e o sangue ser exprimido dentro de suas veias e artérias eram as lágrimas alheias. O choro dos outros representava um pouco mais de existência para ele. Esse pensamento na realidade o perturbava profundamente, como um pecado mortal aos que vivem com medo do inferno. Paulo, dividido pelo prazer de sair do fosso de incompetência e a culpa de desejar as lágrimas para os outros olhos, se calava perante tudo que surgisse a frente da sua cabeça...
O mundo é uma vitrine e Paulo um pária sem coragem de entrar na loja. Tudo que podia realmente fazer era assistir. Ouvir os comentários que lhe cuspiam nas ruas e catar as moedas que caiam dos bolsos daqueles que pagam para fingir que ele não existe. Daqueles que botam os olhos para correr quando fitam a peste. E assim olham para o céu, para o trânsito, falam da rotina da vida e atravessam as faixas de segurança como se aquele corpo estirado no asfalto não fosse real. Como se ele não sangrasse.
Paulo morreu em um belo dia ensolarado de verão. Avesso a toda energia jovem que existe na estação, fazia mais de duas décadas que ele não pisava na praia.  Na verdade não gostava de se sentir entre as pessoas bonitas. Preferia sua casa, mais precisamente sua varanda. De onde podia ver o mundo (como quem vê uma vitrine) escolhendo suas opiniões como em uma loja de chocolates. Lia muito ali. Gostava dos chatos pronfundos e verdadeiros autores clássicos. As vezes fumava o velho cachimbo do seu avo, morto por uma turba infurecida na década de 40. Por molestar a própria sobrinha.
Paulo foi encontrado pela proprietária do pequeno apartamento que alugava em um bairro pobre da cidade.
Nunca ficou rico.
Nunca teve uma linda família.
Jamais amou alguém, de fato.

A mulher entrou no apartamento com a chave mestra do prédio para cobrar o aluguel de dois meses atrasado.
Gritou ao encontrar o corpo frio daquele homem negro sentado em sua cadeira, com a boca e olhos abertos. Um livro caido no chão e um copo quebrado ao lado. Chamou uma ambulância e o médico disse que ele devia estar morto a pelo menos 2 dias, senão mais... Perguntaram se ele tinha parentes e a dona do apartamento não soube responder.
Seu corpo foi reclamado no necrotério quase no limite da data que foi estipulada para enterra-lo como indigente. O homem que o identificou disse ser um amigo de anos passados.
Paulo foi enterrado em um caixão de madeira barato. O padre não o conheceu, nem queria... Leu um trecho da Bíblia, fez a benção e se retirou. Quatro pessoas estavam presentes. Uma delas não tinha certeza se estava enterrando a pessoa certa.

A lápide de Paulo é tudo que sobrou da sua vida. 
Ela diz: "Paulo Covarde 1968 - 2011"


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Passado, presente e futuro.

Se parar o bicho pega, se correr o bicho come.

: )

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Anoitece, amanhece e entardece.

Passa o tempo, sempre vai passar.
Como gira o cata-ventos que não cansa de girar.
Sopra a nuvem e vai...
Sol, vai lua e vai até o mar.
Gira tudo, desce e sobe e não para de mudar.
E quando ninguém mais entende o que pode se falar.
Vem o tempo em passos mansos e te ensina o passar.
Erra o tiro.
Errra o pulo.
Errrra a fala e a direção.
Vento bom ensina ao tempo que sim e não
são escolhas solitárias de quem não tem só solidão.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Um Piano, dois biscoitos e barulho perigoso.

Pensei em um tema sério pra escrever. Sério demais ? Talvez !
Isso faz da minha opinião (aqui) uma piada ?
Não sei se é pra tanto, mas certamente não pretendo ser levado a sério de forma extrema ! E acho que a maioria das coisas levadas a sério demais se tornam meio pentelhas... 

Usar calças jeans verde limão está na moda !
E a moda é um saco.

Era massa quando a moda era ter uma barriguinha no melhor estilo Tarzan 1966 !
Agora não é mais moda e eu preciso controlar tudo que como e correr preferencialmente todo dia.
Tudo bem, não vou reclamar... 

Mas calças jeans verde limão eu não vou usar.



quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Sobre o gostar.

É dó teu cheiro.
Podia ser sol para mi.
Se fosse mi eu iria nem que de ré !
Corria até teus pés.
Beijaria tuas mãos de noite.
Enquanto termina o filme.
Vendo vilão e herói lerem seus fins.
Como gota de chuva pra oceano viver.
Como linha de história pra escritor ser.
Como gostar do amor de me descobrir em você.
Para me calar.
Pois calado consigo te cheirar.
E é dó teu cheiro.

Um corvo branco e a crônica do Tempo sobre o tempo.

Era um dia cinzento. Daqueles que não se tem muito pra ver no céu...
Parecia que a tarde estava prestes a chover. A qualquer momento. Mas era um instante gigantesco, que não se dissolvia com o tempo. Que não se movia com o vento.

E se via a luz entre as folhas fazer sombra. 
E os rostos felizes a sorrir ao lado das lágrimas tristes do chorar.

Um dia desses que não se vê sempre. Até porque dias como aquele, não se consegue simplesmente ver. É preciso ouvir, cheirar e sentir na pele arrepiada pelo calafrio vindo do desaviso. 

Não tenho certeza de quanto tempo isso faz, pode ter sido hoje de manhã ou a 5 anos atrás. Mas lembro bem de não sentir as palmas dos meus pés. Palma do pé é a analogia do espírito humano. Não se sente o tempo todo, precisamos procura-la(o). Buscar prova da sua existência como um pena de corvo branco ou um acidente em que você não deveria ter sobrevivido e o médico fala:
"- O fato de você estar vivo, me lembra de existência de Deus..."
E eu pergunto se essa sensação, de achar que Deus pode sim existir, mas sem a certeza absoluta que comprove sua matéria (se é que ele possui alguma...) não é a resposta ? Eu acredito que seja. Pra muitas perguntas ao menos...

Quando a dúvida te invade, cheia de pratos quebrados e gritos de ciúme. Ou quando a dor bate a tua porta com o pé e entra na tua casa sem receber convite formal. E quem convida a dor ? Quando tu paras e pensas que nada é nada e que tudo pode ser transformar em tudo... Alí. Diante do questionamento, seja ele qual for...

Coça a sola do teu pé com uma pena ou o que tiveres na mão.

E continua a caminhar sobre o tempo. : )

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Música de antigamente.

Foi assim:
No meio de um desfile cheio de bandas alemãs eu encontrei um cd antigo. 
Arranhado. 
Com meus desenhos de antes de ontem sobre a parte de cima. Não deu pra salvar muita coisa dele, o tempo levou quase tudo embora. Acho que isso é o que tempo faz, leva embora. Como um pedágio a ser pago...

Tentei disk recover, data rescue, e vários outros blá-blá-blás. Tentei sites com dicas pra recuperar dados. Time machine, blogs e revistas especializadas em trecos de computador.

Nada funcionou.
Insisti.

Deu certo pra uma faixa ao menos: Madeixas - Pilares. 
Música do meu antigamente.
Dá época que a distância até a casa do meus amigos era medida em pedaladas e não em lombadas eletronicas ou sinaleiros.

E depois de tudo ainda me sobra a Móveis Coloniais de Acajú dizendo:

"Quando eu vivo esse encontro,
Eu digo adeus
Refaço os meus planos
Pra rimar com os seus

Abandono o que é pronto
E digo adeus
Eu trago os meus sonhos
Pra somar aos seus

E toda vez que vier
Felicidade vai trazer
A cada vez que quiser
Basta a gente querer
Ser desta vez a melhor

E toda vez que vier
Felicidade a mais
A cada vez que quiser
Basta a gente dizer
Só uma vez
Uma só voz"

Só uma vez, uma só voz.