quinta-feira, 31 de março de 2011

No cars go - Arcade Fire e eu.

Eu escrevo poesia débil. Modesta e limitada. Faca de lamina cega. Porta de boca fechada.
Minha vida segue a linha que piso. Trilha na floresta escura. Ouça o que digo.
Mão e coração cansado. Não faço a barba mas corro quase todo dia. Se pudesse, fugiria ?
Acho que não. O caminhar importa mais do que chegar, disse o Little Joy.
A direção vem com o vento. Deixa o vento falar.
Um café e um pequeno cholate. Doce e amargo no ritmo do bumbo. O baixo é o vapor da xícara.
Espero até o ano que vem, que não vem. Mas tudo bem. Espero ela chegar.
Sempre esperando algo existir. Um lugar pra morar, um carro pra dirigir ou alguém pra amar.
Nada faz sentido quando está tudo explicado. Eu quero mais do que machados. Me disse Silvya Plath.
Durmo enquanto vejo o mundo girar. Acordo disposto a tentar.

Os dias que tivermos, serão os nossos dias. Sejam todos ou poucos.

E nos encontraremos todos além do eterno mar do viver. Dispostos a voltar para cá : )

quarta-feira, 30 de março de 2011

A piada de portugues não tem mais graça.

Fui caminhando pro escritório. Não demora muito, uns 20 minutos em média. Sai do meu prédio com o iPod no bolso e só dei play qd sai da minha rua. Random, vamos ver o que a ocasião me sugere.
Beta Band, Weezer, Vampire Weekend e The Cribs...
Fui pro disco do Cribs e retomei a banda aos meus ouvidos. Rock de 2007 com retrogosto anos 1986. O disco todo é muito bom, e eu não sei o nome. Mas é aquele que tem I've tried everything.

Retrogosto.
Vamos cozinhar algo hoje a noite ? Agora são 10h50 da manhã. Mas eu preparia algo para você. Ok, não sou profissional... Longe disso. Mas prometo que vou te fazer rir, ou vou morrer tentando.
Ou vou queimar tentando.
Ou vou perder o ponto da massa, tentando.
Ou vou esquecer algo importante que vai estragar o prato, tentando.

Não importa na realidade, escolhemos um vinho (conheço um portugues que é ótimo) e perdemos a noite conversando sobre a cor do invisível.

Provocação ?
Pode ser que seja. Afinal, aquele menino gordinho o tal do Zangief Kid também foi provocado. E tolerou bastante antes de dar o "K.O." no seu adversário pirralho e magrelo. Pra mim aquela criança que foi arremessada contra o chão como uma posta de carne crua, nunca vai se esquecer do dia que isso aconteceu. Nem deveria.

O silêncio do quarto escuro é rompido pela luz do meu telefone tocando o som "telefone antigo" as 4h30 de hoje. Eu sonhava, meus olhos se arregassaram com pressa e inspirei todo ar que podia ser inspirado no momento. Acordei. Hora de ir pra casa.

José Alencar morreu e todo mundo esqueceu de dizer que ele era foda enquanto estava vivo. Quando foi pro hospital, ele mudou seu status para "Fodinha". No momento da morte mudou de novo para "Fodão". E eu continuo achando um saco, um país que só valoriza o que perde. E as vezes o que perdeu nem era tão bom. Mas fica bom, pq não existe mais.

Muita gente é assim na vida.

Conhece aquela do portugues homosexual que procura um papagaio macho para ser seu homem ?
Te conto depois ; )


terça-feira, 29 de março de 2011

O anti herói da auto flagelação mundial.

Limpe sua bunda.

Exatamente, limpe sua bunda. E permita que o outros limpem as deles.

Limpar a bunda alheia é um costume social muito difundido. Não públicamente é claro. Até porque NINGUÉM gosta de falar de ninguém. Todo mundo quer que todo mundo seja feliz. O mundo é um lugar cheio de leprechauts dançarinos comediantes, donos de uma franquia de stand-ups. Que não visa lucro, somente a filantropia !

Por favor, simplesmente limpe sua própria bunda.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Não há nada lá para descobrir.

A verdade ? É que eu tentei escrever um texto sobre o amor.
E adivinha ? Ficou uma merda !
E daí ? Daí que eu percebi que é muito egocentrico da minha parte (e de qualquer outra) falar sobre o amor e o amar.
Ok, então ? Então eu preferi deixar registrado que amar é oque ninguém tem certeza se sabe fazer, mas que todo mundo quer tentar.
Amar é um monte de coisa de fato, mas no final, deveria ser só o que vc espera que seja.

Porque amar o vazio, deve ser algo muito angustiante...

Com amor.
Eu : )

quinta-feira, 24 de março de 2011

Não te esqueças do que deves se esquecido.

Eu penso em poesia quando não devo. E quando sento para escrever algo que satisfaça minha vontade, me esqueço. Como uma piada sem muita graça, a providência divina me dá pensamentos e me obriga a não utiliza-los. Aquela mesma merda de sempre.
Gostaria de poder provar pro planeta que minhas palavras carregam verdade. Mas às vezes, muitas vezes, é impossível. Porque provar o que se pensa não é uma escolha. Porque para provar algo, é preciso que alguém acredite. E não ser que vc controle o pensamento alheio com facilidade, isso é uma grande dificuldade.
Mario Quintana disse que "aquela coisa dentro de nós, que pergunta se existe uma alma é a alma...". Acreditar no invisível aos olhos. Acreditar no que não é facilmente compreensível. Isso é poesia.

Por muito tempo eu tive meus pés presos a quadrados de cimento.

Por muito tempo minha rédea não me permitiu ver o céu.

Por muito tempo, caminhei esta estrada só.

Mas não mais.
Eu acredito que não mais. Principalmente porque aquela voz dentro de mim perguntando se existe uma alma, também me pergunta:
"- O que mais queres fazer, além do que já fizeste ?"

Vamos descobrir isso juntos. : )

segunda-feira, 21 de março de 2011

Qualquer coisa assim sobre você, que explique a minha paz.

Em algum lugar do Universo. Atrás de alguma constelação esquecida pelo Criador. Dentro do núcleo de algum planeta maldito. Inerte como a rocha fria, mas quente como lava.

Esperando. Ouvindo. Pronto como um músculo que se contrái antes do movimento.

Paciente mas determinado.
Calmo mas preparado.
Fora da percepção coletiva, mas perfeitamente lúcido.

Alí, naquele rincão deixado de lado pelo existir deve haver algo que me explique o porque meu coração é assim.
Porque minha calma custa tão caro. E porque caralhos demoro tanto pra encontrar um porque pra tudo.

Se me custa pouco. Se vem de graça. Se é fácil. Desconheço.
Eu me lembro é do que me faz sangrar ! Me lembro é do que perdi no mar.
Me lembro é do vento que castiga meu rosto em silêncio como a tua falsidade faz. Mas verdadeiro como tu jamais será.

Tenho dito.


As 7 estações. Ou eram 5 ???

O dia amanheceu comigo dirigindo. Foi bem legal. O contexto todo foi muito legal... Era um domingo e o sol de domingo é sempre legal de ver nascer. Acho inclusive que ele devia nascer mais de uma vez por dia... Sol de domingo é sempre aquela coisa.
Meu relógio parou de funcionar as 5h58 da manhã. Me lembro que tocava "the head and the heart" no meu carro. Eu tinha fumado um cigarro fazia pouco tempo e tinha parado num posto de gasolina, onde comprei um café.
Me disseram que o verão acabou, mas o verão não importa de fato.
"- Importa o que não verão !" - me diz o rapaz enquanto bota gasolina no meu carro.
É, isso importa. Não sei porque, mas deve importar.

Importa o que não verão.
Eu gosto do outono. O inverno é meu amigo. E apesar de ultimamente eu ver menos sorrisos e mais rosnados, ainda acho que tudo vai dar certo. A Beta Band não pode estar errada, no final das contas.

E depois de tudo que já passamos, o mundo ainda é um lugar legal. Esquilos ainda são ratos bonitinhos. E se você leu até aqui, eu devo lhe dizer:
Obrigado.




sexta-feira, 18 de março de 2011

Fernando Pessoa e um dia de verão.

Ao longe, ao luar,
No rio uma vela,
Serena a passar,
Que é que me revela ?
Não sei, mas meu ser
Tornou-se-me estranho,
E eu sonho sem ver
Os sonhos que tenho.

Que angústia me enlaça ?
Que amor não se explica ?
É a vela que passa
Na noite que fica.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Era tudo mentira.

Acordei com gosto de ontem.
A chuva secou.
E o verão acabou.

A espera do Sol,
acima das núvens.

Poeirando poesia.

Me enjoo dos homens.
De suas mentiras e meios amores.
Esqueço meu corpo e me torno pó.
Viajo invisivelmente só.
Silencioso como o amar.
É como aprendi a caminhar.
Prefiro manhãs com cheiro de café.
Do que noites sem cabeça
nem pés.
E que as mãos dadas nunca se
encontrem.
Que o amanhã, nunca olhe pro
ontem.

E que a poesia possa sempre
morrer em paz.


terça-feira, 15 de março de 2011

Dona Laura (2).

Mas não era implicante com as meninas que trabalhavam em sua casa. Por vezes era excessivamente rígida, mas tinha seus dias. As aconselhava sobre seus namorados. Nenhum deles nunca era bom o suficiente.
"- Porque o Cerqueira sempre me tratou como uma Rainha..." - dizia cheia de orgulho do próprio casamento. Apesar de suas ouvintes trocarem olhares de dúvida quanto a essa colocação. Nenhuma delas a contradizia. Não valeria a pena, no final das contas...

Gostava dos velhos boleros. Sua vitrola, presente da mãe, era sempre limpa e posta para girar o prato de discos na mais alta rotação. Para que as engrenagens não enferrujassem por desuso.
Nas manhãs de segunda feira, quando ficava sozinha em casa. Dona Laura, cantarolava alto os clássicos que ninguém mais conhece... De Carlos Gardel a Arturo de Navara. Ela conhecia todas boas músicas e as cantava com gosto de quem sabe o que está pronunciando. Mesmo sem nunca ter deixado o Brasil.

Dona Laura sempre teve aquele ar cheio de si. Um pouco arrogante, um pouco meticuloso. Dificil de decifrar. Pouca gente a conheceu de verdade. Talvez nem seu marido teve esse prazer por completo. A relação dos dois acabou se tornando cada vez mais fornal com o passar dos anos. Até se tornar quase uma inimizade hierárquica. Respeitosa e limitada. Cheia de paranhos e pó, como um antigo troféu que foi comemorado por tempo demais. E agora estava obsoleto e desimportante.

As aparencias da vida de Dona Laura, jamais poderiam ser substituidas por sinceridade. Ela se tornaria outra pessoa se tentasse tal feito. Jamais arriscou se despir dos próprios preceitos. Todas as manhãs, quando levantava, aproveitava aqueles minutos entre a noite e o sol nascendo para ouvir o som do silêncio. Ainda de cabelos soltos, sem seu costumeiro coque medieval, era alí. Deitada ao lado do corpo frio e magro de seu quase nada companheiro marido, que ela se sentia mulher. As vezes se tocava em segredo. Silênciosa para que nem ele,
"o" Cerqueira, a ouvisse. Ou a sentisse mover os quadris. Fechava os olhos fortemente e mordia os lábios. E enquanto ardia de prazer, ainda alí, ficava preocupada. Jamais se entregára completamente. Afinal, o que pensaria o Cerqueira ?
"- Que eu sou uma desclassificada ? Uma meretriz ??? Minha mãe me criou para ser alguém de bem !".

Como se gozar, a fizesse ser alguém má.
Suja como a Geni do Porto.

Não... Dona Laura sabia muito bem até onde ir. Além disso:
"- A vida não é só a carne !" - não cansava de pensar em silêncio quando seu desejo incontido se libertava como o excesso de água de uma represa.

(continua e termina)

segunda-feira, 14 de março de 2011

Dona Laura.

Dona Laura era uma mulher daquelas. Tinha 42 anos bem vividos, 24 deles ao lado de seu marido. Cujo a importância do nome sempre foi questionada. Os filhos do casal, sempre foram chamados pelos vizinhos e amigos de "Filho da Dona Laura...".
Sempre que entravam na casa de um amiguinho do colégio. Com suas roupas bem engomadas, cabelos melados de gel e penteados melimetricamente para a esquerda e sapatos que refletiam tanto quanto espelhos. As mães presentes o apresentavam:
"- Você conhece esse garoto ? É filho da Dona Laura."
Seguido por um
"- Aaaaah, olá, como vai vc ?"
"- Boa tarde, vou bem e a Senhora ?" - respondiam parecendo pequenos andróides programados para te matar enquanto dormes.
"- Mas são muuuito educados esses filhos da Dona Laura..." - diziam elas com aquele tom de satisfeitas que as mães as vezes tem...

Dona Laura nunca trabalhou fora de casa. Ajudára seu pai na venda de secos e molhados que tinha. Mas somente no caixa. O velho era rígido com as filhas e não permitia que essas falassem com estranhos, nem que fossem clientes de sua venda.
Dona Laura cresceu assim. Imaculada. Pura. Contendo toda selvageria que podia, como um apitite voraz barrado por uma dieta.
Aprendeu desde pequena a sorrir sempre. Não chorava nem em velórios. Lá se limitava a desfazer o sorriso, cambiando-o por lábios vermelhos e sérios. A mulher realmente sabia como se portar.
Sempre com as duas mãos limpas sobre o ventre, e os cotovelos levemente contraídos. Adorava vestidos floridos e de bolinhas duas cores. Em casa, irremediavelmente usava um avental branco sobre o vestido. Mantinha uma pequena toalha de mão presa a tira traseira do avental, para as aventualidades.

Cozinhava como poucas mulheres cozinharam. Sempre teve o dom de conhecer o alimento com os olhos. Escolhia as melhores cebolas e batatas, apalpando-as com a ponta dos dedos. Perguntava sempre de forma polida ao vendedor da feira:
"- Com licença, o Sr. me permitiria experimentar um uva ? É para saber se estão doces e maduras.... !"
"- Claro Dona Laura, fique a vontade..." - respondiam todos os vendedores que já a conheciam de longa data. Tentando parecer educados também...
Ela sinalizava dobrando levemente os dois joelhos e arqueando o pescoço para frente. Usava dois dedos em formato de pinça. Arrancava a uva com um movimento brusco e único. A examinava com um olho fechado contra a luz. Procurando feridas ou manchas na casca. Só então, a colocava na boca. Procurava pelos sabores que queria. E assim escolhia qual cacho seria comprado.
Dona Laura passou quase 25 anos da sua vida ao lado do marido. Nunca teve certeza do que ele fazia profisionalmente. Dizia que o Cerqueira (sobrenome do seu marido) estava ocupado no escritório. Sem nunca lhe perguntar o que era esse tal escritório.
Sempre que terminava o jantar, ela rapidamente se levantava e ajudava a empregada a retirar os pratos e trocar pela louça da sobremesa. Tudo muito cheio de rituais. Sua família e amigos já conheciam os procedimentos. Almoço de domingo farto. Com dois tipos de carne, saladas e guarnições. De sobremesa compotas e tortas tão complexas quanto podiam ser. Sorvetes feitos a mão. E um cafézinho preto no final.
Seu marido nem precisava pedir. Dona Laura lhe servia o café e colocava ao lado um pequeno prato de prata com um cigarro e seu isqueiro. Ele mal a olhava. Ela sorria o tempo todo.
"- O Cerqueira sabe como me agradar..." - repetia ela sem que ele lhe demonstrasse nenhum gesto de carinho. Dona Laura não falava sem sorrir. Simplesmente não conseguia.

Casa limpa, sempre testada pela luva branca dela. As empregadas a odiavam na verdade. Mas em silêncio. Dona Laura tinha pulso firme. Aquela que não a obedecesse cegamente, era calmamente demitida no final da tarde. Com direito as mãos limpando o avental ao término da conversa. Como quem dissesse:
"- Fiz o que pude...".

(continua).


sexta-feira, 11 de março de 2011

Além de todas as coisas, havéra todas outras coisas !

Tomado por um espírito sereno e cheio de amor, é que escrevo neste momento.

Vi um cara que fumava, e a fumaça saia pela testa dele.
Na realidade ele tragava pouca fumaça e soltava quase tudo pela boca. A fumaça deslizava pela face do sujeito, passando quase despercebida pelos olhos dele. Até entrar nos cabelos e sair por entre os fios.
Essa é a explicação chata do que aconteceu.
A minha versão é diferente. Na minha versão ele possui furos na testa. Os furos são na verdade janelas para que o Zigprufils possam pilotar sua espaço-nave pela nosso planeta.

"- Bicho, ta vendo aquele cara... ?" - apontei com leveza.
"- Aquele com uma camisa de Darth Vader ?" - perguntou meu amigo.
"- Não. O do lado... O com fumaça saindo da cabeça... Ta vendo ?"
"- Hahaha to Leandro..."
"- Ele é um extraterrestre !"
"- Não cara, tu é !"

Vi um café que falava.
Ninguém achava que ele falava, as pessoas não acreditam em cafés. Ainda mais nos falantes.
Ele era um café bem solitário, pra falar a verdade. Um homem mais velho, sentou-se na frente dele. Pediu desculpas. E o bebeu até a ultima gota.
Na realidade, fui tomar um café com outro amigo. E enquanto ele foi ao banheiro (ou salvar alguém, sei lá... ele pode mto bem ser um super herói disfarçado !), um Senhor sentado diante do seu café começou a chorar. Ele reclamava sozinho, entre tantas coisas da sua própria solidão. Dos dias cinzentos. Do amor que partiu. Da falta que os amigos falecidos fazem. Das noites que terminam muito rápido ou das que jamais amanheceram.
Quando acabou, ele se retomou em racionalidade. Arrumou a gravata e desamarrotou o paletó do terno. Passou as mãos pelos cabelos e enxugou os olhos. Olhou em volta, sem me perceber. Tomou seu café rapidamente e partiu para o Mundo Do Nunca Mais Vou Te Ver. Conheço um monte de gente que foi pra lá.

É por aí : )

segunda-feira, 7 de março de 2011

Eu não gosto de bacalhau.

Por um momento, uma boa idéia me passa à cabeça.

Boas idéias escapam como os dias ao mês.

Noites em claro, uma ou duas talvez...

Se o beijo me sobra. O guardo envolto em carinho.

Para os dias mais longos
ou as noites sozinho.

quinta-feira, 3 de março de 2011

.

Mesmo assim
Nada é.

Sol atrás de sol.
Poesia.

Só me resta
nada ouvir.

Nada esperar.

E feliz da lágrima chorada.
Que viveu sem se derramar...

quarta-feira, 2 de março de 2011

O chá é das cinco. Mas eu prefiro o café.

Se fosse um filme, poderia começar com uma camera no travelling. Recuando lentamente num corredor de hospital. Tudo muito azulado, luzes brancas estouradas nas paredes. Um piano débil no sentido positivo. Lento e marcado. Sem pressa.
A locutor de voz rouca e bem pontuada diria:
"Espero que vc encontre o que procura.


Para muitos de nós, a vida é uma eterna busca. Mas não uma busca material palpável ! Nem uma busca infantilmente sentimental. Não.
Viver é buscar a vida. É procurar oque ninguém sabe se pode ser encontrado. E quando acha que encontra, não consegue ter certeza.
Porque não há uma única forma de viver a vida. Existem muitas. TODAS, eu diria. E ninguém vai passar pelos dias que tiver, certo ou errado. Vamos chorar e rir. Vamos nos conhecer e nos esquecer. Vamos nascer e morrer. E todos estaremos certos e errados.
Há quem aponte o dedo para cima e diga: "ó, o grande mistério da vida !"
Não há mistério.
Bom, na verdade ele existe. Mas fique tranquilo... Você só vai resolve-lo quando já estiver morto.

E pelo que ouvi falar, vai rir bastante quando descobrir a resposta..."





Eu disse: Se, fosse um filme :)