quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Palminhas e gente rindo em slow motion.

Se todo dia amanhecesse assim, o mundo seria um lugar melhor.

E se um dia fosse do jeito que eu imagino. Seria todo mundo rindo. Slow motion em todas as cameras. Garrafas geladas. E amor.

Sem essa gente toda que se machuca e não acredita.

Eu vou preferir menos o meu horizonte e um café. Sem açucar.

Melhor do que essa eterna loucura. De coisas que nunca terminam mesmo tendo chegado ao fim.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Sobre o meu aguardar.

Espero.
Seres quem és.
Como somos.
Tão bem guardado.
Do que fomos.
Que esperamos quem eramos.
E somos, espero!
Foi só ser, uma vez.
E espero que sempre sejamos.

Pois ser seu, espero.
Para que nos guardemos:
Aguardo

Guardado na esperança.
Assim.
A esperar.
Somente sendo quem somos.

Seremos quem fomos.
E seremos eternos.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Ah, que bobagem o amor.

A maldade já passou.
E, mais acho que por hoje eu percebi:
Lembra do seu corpo junto do meu? 
Porque voltando da sua "casa" "ontem", reparei que eu tinha ficado lá.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Um dia desses.

Um dia desses ele te conta aquela história. Com final feliz Disney. Aquela com uma dose idiota de impossibilidade. De sorte, destino ou divindade. Um dia desses ela te fala que nunca pensou naquele outro carinha. Que o coração dela é só teu, de verdade verdadeira. E que é o resto é a mais pura da besteira. Um dia desses eles abandonam a falta de respeito. O excesso de ignorância. E o nojo pelo diferente. E caminham com a gente, nessa estrada bonita. Um dia desses o céu fica azul de brigadeiro, sem núvens. O final da tarde vem com o vento gentil. Numa calma de sonho que não existe e nem nunca existiu. Um dia desses a alegria resolve entrar na minha casa. E enxota a saudade como uma vela faz com o breu. E o sol vai bater nas persianas de um outro jeito. Como um mar sem ondas acalma. Um dia desses eu deixo passar o que eu nunca quis mudar. E jogo fora aquelas velhas manias de ser como sou. De falar o que eu digo. De pensar o que eu sinto. E de sentir o que eu não consigo. Um dia desses a gente se cruza de novo, na esquina da rua. Na fila do pão. E tu entende que não ficou pra trás. Só porque eu te segurei pela mão. Esse tempo todo. Um dia desses o mundo gira lento. As pessoas se odeiam menos. As mentiras se escondem. E a verdade vem, meio sem jeito. Dizendo "bom dia" com os olhos apertados. Um dia desses meu corpo cansado dorme. E acorda com o cheiro do café. Com o sorriso tão de verdade que te faz chorar. Que te lembra Deus. Com cheiro de sinceridade. Com abraços simples, apertados e quentes. Um dia desses a tua voz corre meio planeta. Falando palavras de riso honesto. E o resto do mundo acredita na gente. E dança enquanto a gente liga aquelas músicas no som. Com taças de vinho. Pés na grama. E amigos sem restrições. Um dia desses o universo ajuda a gente. E ninguém mais chora de dor. Só de alegria. E a vida se rende ao meu caminho. Dizendo "tá bom, hoje você venceu...".Um dia desses eu te conto aquela história. E tu me diz se era mesmo do jeito que tu esperava. Enquanto a gente mergulha num silêncio cheio de carinho e respeito. Tudo isso, um dia desses.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Essa mania de continuar sendo eu. Ainda me deixa sozinho.

Ia me trair mas não traiu não, trai antes com alguém. Só por precaução.
E todo mundo dentro desse trem sofre de algum tipo de alucinação severa.
Seja eu e a minha loucura insuportávelmente anti-social.
Seja por você e a sua mania de só me olhar de longe, de me encarar com esses olhos claros como o sol.
Seja por eles e suas cabeças tão fechadas quanto as portas de cofres cheios de dinheiro na Paulista.
Alguém deve estar errado. A história diz que sou eu. Eu digo que dessa vez estou certo.
Eles dizem que somos nós. Só que eu não me importo mais com o que eles dizem. A mais de 10 anos.
A vida sorri pra gente. Um sorriso bonito, dizendo que somos jovens. Jovens e capazes.
E você me diz que somos menos do que eramos. Mas só porque já fomos muitos, eu respondo.
Você sorri. Com o cabelo na frente dos olhos. Como se eu não soubesse que ele está exatamente onde você quer. Te digo isso e você me diz que eu estou onde você quer também. E eu abaixo a cabeça triste. Porque não era o que eu queria ouvir.
E eu morri antes por alguém, só por precaução. Por precaução, eu tiro meus pés do chão.
Porque eu tenho medo desse chão. Onde todos pisam. Onde tudo acontece.
Um dia talvez.
Não posso me contentar com isso. Não seria se me contentasse.
Insatisfeito com o universo e seu karma ruim. Eu me deitei e sonhei.

Um dia talvez. E eu fico aqui. Sem te tocar, só por precaução.

Só por isso.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Eu morri antes do café.

- Eu só ia tomar café! - exclamou indignado.
- É, mas morreu fazendo isso. - responder a criatura dentro de um manto negro, com o rosto escondido em um capuz e com uma mão completamente sem carne, só de ossos, segurando uma foice.
- Mas porque??? - questionou indignado.
- Não há resposta pra essa pergunta humano. Não na sua língua... Além disso, não é bem uma escolha que lhe deram, é? Você lembra de entrar na fila pra vir pra esse mundo? Lembra de pedir pra ser como é? Conhecer quem conhece???
- Não... - disse olhando para baixo. Com os olhos fixos no nada.
- Pois é. Se não te pedem para estar aqui, porque te pediriam pra ir embora?
- (Silêncio) - Não sei... É que eu achei que era minha vida... - deixando a voz morrer em um novo silêncio.
- Pois achou errado. Inclusive, é muito chato isso. Desde a idade média, nada mais é como era... Agora vocês se acham "no direito" (fazendo muchocho) de existir. Agora vocês pensam que podem questionar a vida e a morte. Entender o além. PIOR! Explica-lo! Você se acham especialistas, formam idiotas em universidades que dizem compreender a existência humana, ou qualquer outra... Vocês nos fazem rir.
- Desculpa... - ainda olhando para baixo e levantando levemente as sombrancelhas como se não soubesse o que dizer...
- Está desculpado. - respondeu a criatura com calma.
- E agora?
- Agora o que?
- O que eu faço agora? O que acontece?
- Nada!
- Como nada?
- O que você achou que aconteceria?
- Sei lá! Reencontrar meus ancestrais? Conversar com meus ídolos que já morreram!? Um lugar cheio de núvens! Flutuar pelo espaço pela eternidade? Qualquer porra!?!
- Você são engraçados...
- Eu vou ficar aqui?
- Pra onde mais você iria??? - indignada
- Não sei caralho! Eu vou ficar aqui nessa merda? Porque eu morri então? Pra que?
A criatura se aproximou levemente dele e disse:
- Exatamente como na vida não é mesmo?
- (silêncio).
- Aproveite sua pós vida humano... - diz a criatura se virando de costas para ele e dando dois passos quando o humano grita
- MAS EU IA TOMAR CAFÉ!!!!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Sobre amoras, amarras e amores.

Flutuando sobre o rio da vida
Seguimos
Descendo sem sentido

Escoando o espírito
Rumo ao desconhecido
Com tempo perdido, jamais esquecido...

Do relógio da vida, enfurecido
Que nunca desiste de nos
perseguir.

Até a hora de recomeçar a flutuar.
Num novo rio.
De um antigo lugar.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

I Followed Fires - Matthew & the Atlas

Entregue seu coração a estrada. E vai.

Pouca gente se lembra de que a vida tem um fim. E é claro que algo aconteceu pra eu me lembrar também. Vi um amigo desses poucos que chamo de irmão, dizer adeus com suas lagrimas enquanto acenava para alguém importante pra ele.
Foi triste. Triste daquela forma que só se pode assistir. E que qualquer palavra se torna redundância. E que qualquer gesto se torna pequeno. Triste do jeito que só se pode ver. Assistir em silêncio. Se emocionar junto.

E deixar o tempo passar.

 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Eu não levo jeito pra dizer algumas coisas. Mas eu sinto todas elas, o tempo inteiro.

Ela foi lá. Mãos dadas com a dele. E ele a viu lá, segurando a mão dele. Os olhos deles só se encontraram por um segundo. Mas foi um daqueles segundos que não termina nunca. Aquele segundo, ainda está lá. Espesso como fumaça, pairando no ar. Preenchendo todos os espaços.
O olhar do meu pai sorrindo pra mim. Me mandando tentar ser feliz, não importa o que...
Um cachorro que eu vi morrer, piscando cada vez mais devagar enquanto sangrava. Sem pedir ajuda. Sem ficar desesperado. Só aceitando o fim da sua existência com a calma que nunca nenhum Buda teve.
O por do sol que nunca teve fim, mesmo quando a noite chegou.
O inverno em que a gente se abraçou pra se esquentar, mas ficou abraçado por carinho. E a tua cabeça se encaixou um pouco abaixo do meu peito. Porque tu sempre foi pequena demais pra se defender do mundo livre, sozinha. Apesar de sempre dizeres que podias.
Ele voltou pra casa. Foi triste pelo caminho porque aprendeu a ouvir sua própria alma. E agora ele sabe, o quanto dói. Porque seu coração fica lembrando daquele "um segundo". Daquele par de olhos claros que acendem a luz na sua noite. Da boca que sempre o recebeu com sorriso e toda atenção. Do cabelo que escorria por entre os dedos da sua mão como água fugindo pro mar. Da forma como eles dançavam sozinhos, rindo um do outro. Dos dias em que as noites se fundiam as tardes e as eternidades e a novos dias novamente... Do som que existia lá. Da varanda. Em outra época. Em outra vida. Em outro lugar...

Ali parado, ele se esforçava para não olhar.
Mas seus olhos eram dragados aos dela como um farol que guia navios na tempestade.
E por mais que lute, acaba por desistindo. Acaba se entregando. E é levado pelas ondas desse mar. Imaginando que do mar ninguém chegou ao fim. Mas o que seria o fim de qualquer coisa, se não um novo começo para outra. Enquanto esses pensamentos passavam por sua cabeça, o mundo girava rapido demais. Um timelapse da vida real, onde todos os rostos estão borrados. Menos o dela. Menos, o dela. 


Ela foi embora. E levou um pedaço dele. Um naco da sua existência. Tão gigantesco, que alguns do que estavam lá ouviram o som que fez quando ele quebrou.

Em casa ele escreveu: "Devolve o que você tirou de mim... Me desculpa e devolve."

Ela respondeu:

"Ontem eu chorei, mas ontem passou. Hoje é a tua vez, hoje vai ser ontem um dia. Amanhã quem sabe nenhum dos dois chore. Amanhã quem sabe, seja outro dia..."



Mas amanhã não foi. 


E ele ficou sentado, fumando um cigarro na chuva. Enquanto o amanhã não vem.

Enquanto ainda é hoje...

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Da caverna ao tablet holografico :)

As pessoas dão muita atenção para o que as cabeças dizem. E muito pouco para o que o resto do corpo grita. E não se engane dizendo que isso é papo de gente alternativa, que viaja ou imagina coisas demais. Não. Nossos próprios corpos falam. Basta que um interlocutor saiba le-los com propriedade conjuntural. 
Somos criaturas emocionais, que conseguem controlar seus instintos através de uma série de regras e premissas impostas pelos canais sociais de comunicação. Regras que nos impedem de pular de nossos carros como macacos depois de um motoqueiro ter arrancado um de nossos retrovisores. Premissas que não nos deixam matar aqueles que nos fazem algum mal (do mais suave ao mais sórdido), em um momento de explosão. É como se toda a nosso sociedade estivesse em um transe coletivo. Distante (ou quase) dos instintos que a natureza nos deu para chegarmos até aqui. De alguma forma, através desses canais de comunicação, evoluimos campos científicos e técnológicos de uma forma sem precedentes e acabamos nos prendendo ainda mais a essa cela gelada. E ficamos a cada geração mais longe do que fomos originalmente. 
Ainda assim, esse é um processo descontrolado. Não há mais como realmente para-lo. É como se o estado natural do ser humano fosse a alteração. Diferente de muitos outros seres vivos nesse planeta. Talvez único. Somos o extrato dessa eterna necessidade de auto reinvenção.
O caso é que com o evoluir desse processo, nos distânciamos do que antes era nossa prioridade: permanecermos vivos a qualquer custo. 
Nosso atual estado de comunicação, permite que pessoas de todo (ou quase todo) globo compartilhem experiências das mais variadas. Das mais complexas até as mais bizarras. Falamos sobre qualquer coisa e podemos "ouvir" os outros falarem também. Isso a primeira vista é bom, porque se comunicar além de uma necessidade humana é um processo natural. Mas aqui entra a regra de ouro para a humanidade: existe um limite para tudo.
Nossa comunicação começa a extrapolar os limites aceitáveis do convívio social. Obviamente, nossas relações tendem a se daptar a essas novas regras e premissas. E assim evoluir para algo diferente do atual. Talvez Eric Arthur Blair tenha previsto corretamente em seu romance chamado 1984. E o "Big Brother" esteja cada vez mais presente em nossas vidas e relações. Espreitando, esperando, procurando, classificando e finalmente concluindo. 
Eu consigo afirmar, que nenhum ser humano é definitivo. Nosso corpo, nossa psique e o resultado dessa equação está é constante evolução. Em constante alteração. Assim, como tudo é uma fase a ser ultrapassada. Talvez o que vivemos hoje seja só um momento a ser superado. Uma arrebentação social antes da calmaria que nos aguarda. Talvez estejamos a beira de uma nova era, onde as pessoas mintam menos, se machuquem menos e principalmente sejam menos perversas em suas relações externas e internas.
Tomara :)

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Você se perde por entre as suas novas lembranças.

Falei pra alguém que nossa mente cria mecanismos que nos permitem manter a sanidade nesse mundo caótico.

Não queremos que ninguém que amamos/conhecemos/gostamos morra em sofrimento. Ainda assim, não nos importamos com o que acontece com nossos vizinhos.
 

Não desejamos que haja sofrimento o suficiente em nossa vida, a ponto de que transpareçamos esse sofrimento para terceiros, quartos e quintos (principalmente atráves das redes sociais?).
Mas somos impermeáveis ao sofrimento alheio. A lágrima que escorre do olho que não é o nosso. E ao coração que se parta sem que seja alto o suficiente para nos fazer sofrer também.


Não desejamos realmente o mal alheio. Mesmo daqueles que o merecem. Mesmo daqueles que nos fazem mal repetidamente de forma premeditada.
Mas existe uma especie de prazer sórdido em descobrir que alguém que fez algo ruim na nossa perspectiva, se deu mal de alguma maneira. As pessoas negam, mas é agradável descobrir que a vida que te confronta também foi confrontada por ferramentas similares.


Adoramos limitar os outros:
"- O Fulano é assim mesmo..."
"- A Beltrana já faz isso a um tempão..."
"- No lugar do Ciclano eu teria outra atitude, mas não posso falar por ele né? ..."
E nos irritamos com os limites impostos pelos outros para nós.

Somos peritos em esquecer.
Em nos entupir com novas lembranças para substituir as antigas.
Em negar nossos instintos.
Em calar nossos sonhos.
Em retalhar nossa própria liberdade, até que ela se torne algo "franksteiniano". Meio zumbi, meio criança, meio bebado, meio paria. E aí olhamos para nossa realidade cambaleante e reclamamos dela.

"- Porque a minha vida é muito dificil."

"- Falar é facil, dificil é ser eu."
"- Não sei o que fiz para merecer isso."

Acho graça disso tudo.
Tenho pena de quem existe assim.

A vida é curta demais para não sermos felizes o tempo inteiro.

O resto é só um monte de bocas falando sem saber o que querem direito...

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Local natives, vinho e uma janela aberta.

Quem sabe se a sua vida está prestes a mudar? E quem se importa? Me perguntam os Nativos Locais. É incrível o que vive acontecendo. Em algum lugar da minha cabeça eu penso que sei do que isso se trata.

Something only God knows. Você percebeu, eu não posso ficar.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

About today: the day we walked away.

"- Eu me surpreendo contigo." - ele disse olhando pra ela.
"- Eu faço isso com as pessoas. Acho."
"- A fato de tu não ser uma pessoa, pode ajudar... Tu sabes...!"
"- É. Talvez. Além do que tudo que poderia ter sido é sempre melhor do que é..."
"- Não vai entrar na minha casa proferindo frases de banheiro público."
"- Desculpa. É a vida!"
"- Desculpa também. Mas não vou conseguir..."
"- Sabe, que quando eu comecei a andar por esse planeta, eu tinha a mesma sensação. Pensava constantemente que não ia conseguir. Pensava sobre ir embora de novo. Em tentar outra galáxia... Sabia que existem lugares maravilhosos a menos de 50 anos de viagem daqui?"
"- Se eu fosse pra lá agora, chegaria com 81 anos de idade. Eu viveria mais tempo viajando do que dentro dessa atmosfera"
"- Verdade. Mas não compreendo qual é o receio que vcs tem..."
"- É facil falar. Tu é a vida!"
"- Tu é idiota."
"- Vai te foder!"
"- Vai tu!"
(silêncio)
Ela recomeça:
"- Eu preciso ser mais compreensiva, eu sei."
"- Tu é uma vadia as vezes..."
"- Olha, não vai adiantar nada tu ficar todo crespinho pra cima de mim..."
"- Eu sei."
"- Tu precisas aprender a tratar bem a vida..."
"- EU SEI!"
"- Nada de muito bem vem dessa tua irritação."
"- Chega Vida, de boa. Eu sei...."
"- Ok."
"- Ok. :)"
"- Eu acho esse teu sarcasmo insuportável, sabia?"
"- Entendi. Um ser humano que vive cento e poucos aninhos, olha pra mim, uma entendidade cósmica, inter galática, suprema e semi divina pra dizer que acha meu "sarcasmo" insuportável!?"
"- É isso mesmo, algum problema?"
"- hahahahahahaha..."
"- Me deixa aqui ouvindo isso."
"- Sorte sua eu gostar tanto de ti. Sorte tua eu conhecer tanta gente importante e gostar tanto de ti... Tu me deve isso."
"- Blá blá blá... Você não é de nada. É só de marmelada."
"- Tu precisas de tratamento." 
 

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Se pelo menos eu pudesse te mostrar o caminho, me disse a vida, você veria que não há caminho errado.

As vezes eu penso que a jornada é muito longa. Outro dia, eu pensei nisso. Que a vida é uma jornada longa demais. E só não é mais cansativa porque a gente não se lembra de tudo que viveu. Se todos nós nos lembrassemos de absolutamente tudo que vivemos até hoje, cada hora, cada conversa, cada por do sol, cada dor de cada tipo... Já teriamos muito provavelmente nos entediado de uma forma brutal dessa existência. Eu vejo que as vezes, as pessoas mais velhas passam por isso. Elas ficam entediadas com a existência. Pra mim, é como se a gente soubesse que além dessa vida, existe um universo de infinitas possibilidades alinhadas além da distância física e temporal que conhecemos. É como se nossos espíritos se cansassem de viver aqui. Se lembrassem que a vida é muito além desse corpo cheio de vísceras que usamos para caminhar por esse planeta.

Isso explica porque alguns de nós vão embora. 


E na profundeza da nossa ignorância, a gente se entrelaça ao imediato e chora. Porque nós nunca mais vamos ve-los! Porque nós nunca mais vamos conversar com eles. Porque nós temos certeza de que a vida deles terminou...

Para o cosmos, nós somos crianças brincando com facas em chamas. Já disse a quem está ao meu redor: lá do outro lado, além do véu dessa existência, eles estão todos sentados com suas taças de vinhos em cadeiras com almofadas rindo das nossas mazelas.
Dizendo:

"- Olha só pra eles chorando hahahaha..."
"- Eles acham que isso ali é um problema de verdade!"
"- Não, ele não vai acreditar que isso é assim mesmo... VAI???? AAAAAAAHAHAHAHAHA"

Quando eu penso que a jornada é muito longa. Fico cansado de existir. Mas até hoje, nunca houvesse um dia que esse sentimento não fosse acompanhado de um grito da minha alma dizendo:


"Não existe distância seu cabeçudo da porra! Não existe chateação! A tua mala está sempre vazia enquanto tu não preenchê-la com amor e compaixão. A vida é feita de um sonho que realmente acontece, todo dia. E tudo que podes fazer nesse planeta, é o melhor que puderes em tudo que fizeres. Só assim, tu para de vir pra cá. Só assim tu consegue ficar lá sentado, tomando vinho com eles e discutindo se esses malditos pensadores Russos eram mais tristes ou mais bebâdos... Até que seja a hora de outra coisa acontecer, algo que tu não sabe e eu nem vou te falar. Seu grandessíssimo tanso!"

Ai eu acalmo meus olhos, meu coração e dou outro passo.


Quase sempre com um pé na frente do outro. Quase :)

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Úúúúúúúúúúúúúú owowowowowowow :)

Local natives e uma taça de vinho.

Que seja assim o resto da minha vida. Com um coral gritando as caixas do meu som. E que ninguém me diga que não será. Nem aquela vozinha (aquela pequena voz) escrota no fundo da minha cabeça. Who knows, who careeeeeeeees? Foda-se.
Eu fugi do sol e me escondi entre a troca de astros. E fiquei seguindo o planeta por um crepusculo de 24 horas. 24 horas mágicas.

Ai eu mandei um email pra vida. E ela respondeu. E pronto.


Agora eu vejo um mundo branco cheio de nuvens que se entrelaçam na dança da reprodução das nuvens. Tornando o mundo cada vez mais claro.

Cada vez menos o mundo que você conhecia.

E agora sim, eu escrevi isso.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Um nação de insanos.

Quando eu paro para pensar, me desespero... 

Não é por nada não. Nem por esse ou aquele motivo. A razão do meu desespero é muito mais visceral do que palpável. É como se as vezes, nem houvesse realmente um motivo a ser visto pelos outros. Como se parte desse desespero estivesse em não poder mostra-lo. Em não poder demonstra-lo a terceiros. E assim, vivo eu, imerso nessa piscina de desespero e alheio ao mundo que não o vê. Ou se o vê, prefere ouvir sertanejo universtiário dentro de seus iPods. Preferem as relações simples as que realmente valem a pena. Preferem viver presos a segurança dos penhascos do que a queda livre que é o outro viver...

Nossa civilização é uma comédia para o cosmos. Sobrou pouca coisa errada a fazer, todo o resto já foi feito. Nos matamos e continuamos nos matando. Nos machucamos de toda forma e maneira possível. Nos abandonamos e aos nossos iguais. Nos cortamos para que pedaços de plástico sejam colocados dentro de nós. Arrancamos nossos pelos, dentes e orgãos. Morremos de fome e de inveja em proporções identicas. Nos esquecemos de como nos tratar.
E a vida parece seguir seu rumo, da mesma forma. Se arrastando por entre o desfiladeiro da rotina no piloto automático. Como no meu sonho, em que acordo com 78 anos de idade sem me lembrar de um dia antes do agora. 

E assim, do nada, tudo bem.
"Disse a flor ao príncipe: é preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer borboletas."

Muito obrigado :) Antoine de Saint-Exupéry

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

This is the end, my lonely friend. The end.

Nos traga a cabeça da morte em uma bandeja, eles me disseram.
Ouça o som do vento. Caminhe contra o tempo. Se erga contra o céu. Derrube-o eles me disseram. Derrube-o e o faça chorar. O leste é o melhor, é sempre melhor no leste. Eu me recusei a cavalgar a cobra. Fui longe no deserto, em busca de uma porta aberta. Caminhei até meus pés sangrarem. E meus olhos escorrerem pus com lagrimas brancas como leite. Que crianças microscópicas bebiam sentadas nos meus cilios. Um cão impertigado com um besouro gigante preso nas costas se aproximou de mim dizendo:
"- Mate-me por favor. Por favor..."
Não pude.
Não posso.
Não quero.
Não vou.

Corri para perto de lá. Nunca cheguei perto. Mas me aproximei o suficiente.
Quem não pode desistir, que resista. Eles disseram. O mercado e a vida se auto regulam. Em uma balança que nunca termina de se mover. Com elefantes que dançam polca ao seu redor. Pesando cranios humanos nas bandejas que pegam fogo enquanto a vida se desdobra no maior urigami do universo.

Cheio de caminhos tortos.
De sonhos impossíveis.
E de corpos que caminham,

mortos.

 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Ouvindo Breezeblocks - alt-j

Acordei.
Porque não dormi.
Como o sonho que não tive.
Ou o amor que se existe:
Ainda não me conhece.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Aceite meu convite para a vida. E desista.

A vida aconteceu rapido demais. É como uma onda que se atreve além da areia e recua para o mar escorrendo fina como uma lâmina de vidro maleável e frágil. Você se perde das suas próprias metas nos corredores do achismo e da dor. Credo, de onde veio isso? Sei lá. Foda-se :) Veio. E passou. Como palavras ditas com a boca quente de raiva. Ou com o coração partido. Eu acredito que todos nós deviamos perder a capacidade de falar enquanto estivéssemos com raiva ou dor emocional. Acho que eu estaria calado a quase 14 anos se assim fosse. Meu silêncio faria bem para mim e para os outros. O mundo seria um lugar melhor se eu não pudesse falar.

Apaguei todo o resto.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Quer saber do caminho? É pra frente!

A vida é ir e vir. Cheia de se reencontrar.
O que não perdemos de vista, é a vontade de sempre voltar.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

É sobre um piano que pega fogo durante o show. Mas não queima até o final.

De vez em quando é sobre esse piano. De vez em quando ele vai queimar enquanto o coral canta "Who Knows Who Cares"  dos Nativos Locais. E tudo parece seguir como planejado para platéia que assiste ao show com seus olhos abertos e fixos nas luzes. Como mosquitos atraídos por um neon.
Eu não os como. Nem vou comer. 

Mas é assim que algumas pessoas são com os shows de suas vidas.
E é bizarro tu te levantar durante a apresentação e perceber que aquela luz nem te chama tanto a atenção... E ver um monte de gente de boca aberta.

Dois coelhos e eu penso que vivo reaprendendo a amar. Um dia me vi na frente de um amigo que sabia tudo sobre o amor. Ele tinha até um diploma sobre o sentimento. E foi então que o cara me disse:
"- O amor não é um sentimento. É uma sensação. Como colocar 5 colheres de sopa de sal na boca. Sem gosto. Você só sente aquilo e mesmo depois que o cospe continua sentindo. E mesmo depois de bastante tempo, você ainda lembra de como era. E vai sempre lembrar..."
Eu discordei. Mas não disse que discordei porque pra mim o amor pode ser o que cada um quiser fazer dele.
Os dias voaram sobre as nossas cabeças. A terra girou. As estações se alternam. Civilizações nascem e morrem enquanto a CNN diz que os EUA está sempre certo. E ninguém se lembra do que devemos fazer. De porque estamos aqui. E aí perdemos tempo dançando músicas erradas. E a Tiê que vive me dizendo que só sabe dançar comigo. 


Depois de amanhã é o último dia da vida de alguém. E você não se importa, porque você provavelmente não conhece essa pessoa. Mas alguém conhece. Ela é filha e filho de alguém. É amante de alguém. É amigo e amiga de alguéns. É uma pessoa como eu e você. Como seu pai e a minha mãe. Que pode ter um cachorro, um gato, um pássaro ou até mesmo um jabuti. Ela caminhou pela primeira vez na casa da avó. Falou pela primeira vez em um almoço de sábado. Ela abraçava sua família com frequência. Gostava de correr quando era pequena. Beijou pela primeira vez escondida e cheia de ansiedade. Foi para o colégio e tinha boas notas (não as melhores, só boas). Ela escolheu uma universidade e precisou de dois vestibulares para entrar. Ela fez novas amizades, teve novos amores, viajou, trabalhou, chorou, sorriu e dançou em porções diferentes.

Até que depois de amanhã, ela morreu.

Mas só os que estavam ao seu redor choraram. Porque ninguém lhe conhecia como eles.

E porque nós não amamos uns aos outros como deveríamos.
Nós odiamos uns aos outros como nunca deveríamos.

E é isso.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

The Nacional venceu meu concurso.

E eu fui carregado por um monte de abelhas. E eu nunca me casei, mas Ohio não se lembra de mim.

A vida é engraçada. Como tudo se inverte num carrossel insano cheio de palhaços macabros e de crianças que parecem fantasiadas de personagens inoscentes mas são cheias de histórias e terror. E você aí lendo isso com toda a propriedade do mundo, sabendo exatamente o que vai fazer. Pra onde vai ir. Com quem vai falar. Como vai se comportar. E exatamente a forma como a sua vida vai estar no momento que morrer.
Ninguém se imagina em uma maca no fundo de um hospital sujo. Largado por todos aqueles que amou. Desejando partir, mais do que consegue colocar em palavras. Olhando de forma estática para o chão. Onde um azuleijo quebrado, parece representar toda uma vida de sofrimentos e tristezas incomensuráveis.
Não.

A vida não vai te dar esse prazer. 


Ela prefere assim.
E tudo bem :)

Já disse isso antes e repito sempre: não é sobre acumular tudo o que você quer e ter papéis que mostram que coisas de ferro e concreto pertencem ao nome que você usa agora.


Não é definitivamente.

É sobre outra coisa. Uma coisa mais leve. Mais engraçada. Mais verdadeira. Mais clara a meia luz com sombras. É sobre o cheiro do inverno. Da chuva no domingo preguiçoso. É sobre o sorriso da tua mãe (ou daquela que você considera sua mãe) ao te ver entrar pela porta. É sobre a pele quando as mãos de vocês se tocam. Sobre os finais de semana que vocês passaram nús dando risada do teto e das falhas que a vida nos obriga a viver. É sobre os cheiros que você sente. Sobre aquela trilha sonora que mudou a tua vida. Sobre aquele filme que te jogou os butías dos bolsos no chão. Sobre, quando a gente era pequeno e achava que o mundo era um lugar realmente mágico.

É sobre isso. E muito além. Antes de ser sobre qualquer outra coisa idiota que apodrece, desaparece e perde a importância no momento da tua morte.


As pessoas dizem que daqui não se leva nada. E isso é mentira. No vácuo que é o paraiso, estão todos flutuando suavemente em suas forma etéreas, com suas lembranças e seus amores. Preenchendo o vazio do universo. Alheios a misantropia que preenche nossos corações.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Someday you will.

Death Cab For a Cutie - Plans

O caminho não tem fim. Minha cabeça diz pra mim. Eu sei que sim. Sei não. Eu espero que sim. Mas não faz tanta diferença esperar esse tipo de coisa. Algumas pessoas se super incomodam com o que vai acontecer. Isso é tipo "e se chover na praia?". Que chato, choveu. Ou foda-se, choveu. Depende de quem pensa. Essa é uma das merdas da humanidade. O depende que quem pensa. Penso, logo existo. Tá errado. Devia ser penso, logo azucrino. Pensamos demais. Sentimos de menos. Eu realmente acho isso. Outro dia por exemplo, entre uma taça de vinho e um charuto imaginário eu ouvi:
"- Cara, acho que tu estás pegando algo legal e colocando palavras demais nisso..."
Falar menos, minha resolução de todo ano novo daqui pra frente? Não sei se será. Sentir mais deve provavelmente tomar o lugar dela. Sentir mais. Mais demais. Mais demais e mais de mais ainda! Eu pensei que havia aprendido a sentir. Mas a minha mente joga mais contra meu time do que a favor. E não, eu acho que sentir não se aprende com pensamentos. Sentir é tipo dar o próximo passo depois do final do caminho. O caminho te levou até ali. E acabou. Como uma parede. Mas sem parede. Como uma divisão entre uma estrada de tijolos dourados e o começo de um gramado. O que existe além do gramado? Depende.

Depende de quem sobe a colina.


E como dizem os carinhas do Kings of Convenience: "Nothing you can say, is gonna chance the way i feel...". Yey!



sábado, 28 de setembro de 2013

Chovia. Mas era segredo.

Chovia quando eu escrevi isso. E é por isso que chamei o texto em seu título de "Chovia". Eu penso em quantos de vocês conseguem iniciar a frase "e é por isso que eu chamei o texto com esse título de "chovia", pensando no momento em que a palavra "chovia" vai entrar no campo de visão.
Será que alguém, se quer compreende o que eu quis dizer? Não pela complexidade da frase, que é inclusive bem simplória, mas no sentimento que é perceber isso? Eu gosto de pensar que sim. Que no mundo existem mais pessoas que se esforçam pra conseguir do que aqueles que engolem o pronto. Me engano, eu sei. Mas não é solução se conformar. E pelo menos desse jeito (acreditando no mundo) eu posso cobra-lo ser melhor. E não perder tempo sendo... sei lá. Voltei e escrevi isso, pq eu queria mesmo era isso, desde o começo:

No intervalo do playlist do "Silva" que toca no youtube na outra aba enquanto eu escrevo, entra um anúncio com a Mãe Diná. E ela diz: "video clipes, vocês vieram para ver vídeo clipes". E eu dou um "pular anúncio" no movimento mais rápido da minha vida. Tentando entender porque amo tanto a publicidade e a comunicação mas a odeio profundamente ao mesmo tempo. Na verdade, eu acho que a comunicação tem sido bastante ingrata comigo por todos esses anos. Não de uma forma rancorosa. Realmente não. Mas de certa forma injusta.
Eu trato a comunicação com carinho. Na verdade, praticamente a carrego em meu bolso como um bibelô de porcelana. Minha gentileza ao falar dela é sempre percebida pelos meus amigos e amigas. Minha família inclusive já me disse repetidamente que só aceita a comunicação na minha vida porque eu a amo de verdade. E que por isso ser tão perceptível, eles me deixam em paz nesse relacionamento de altos e baixos. E eu aceito essa condição. Preciso dizer: comunicação, eu te amo. Passou pela minha cabeça escrever:

"- Comunicação, sua vadia, eu te amo.".
Mas seria um pouco indelicado e impróprio. Que são sinônimos mas são diferentes. Como parentes distantes.

Comunicação.
Minha vida seria bem melhor e pior sem você. Primeiro eu precisaria arranjar outra forma de dizer o que sinto. E é claro que se você está no blog deste babaca, você sabe que ele possui a necessidade de se expressar.
Eu acabei de me referir a mim mesmo, em terceira pessoa. Vergonhozo, sim com "z". Porque vergonhozo de verdade é escrito errado. Fim.


Penso que um dia a comunicação se torne mais calma na minha vida. Ou represente mais calma. Ou se acalme de alguma maneira que eu ainda não conheço. Enquanto escrevo esse texto, tenho a aba do facebook aberta e um telefone com whatsapp ao lado do notebook. O ser precisa falar. E é idiota quem pensa que falar só faz com a lingua. Tudo fala na realidade. Dos olhos, a forma como você sorri. E muitas vezes, existem mais palavra aí do que nas que saem das bocas. E muita vezes são mais sinceras também. E muitas vezes não precisam e nem tem como serem ditas de outra forma...


Como descrevem os "Silva" no pé das minhas orelhas:

"Nem toda sombra reflete a afeição.
Deixo os detalhes pra imaginação.
Preste atenção no que a noite produz.

Eu te prefiro nessa pouca luz.
Hoje anoiteceu mais cedo.
E aqui já não tem segredo.

 





sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Estranho ser assim.

Aquele beijo perdeu o sentido.
Como a amizade de dois, que só tinha um amigo.

Clique para ouvir o mesmo que eu :)

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

E de graça, quando não tem graça. Mas custa caro, quando é verdadeiramente raro.

Toda vez que alguém comenta no murro, eu não consigo caber na minha própria felicidade. Digo isso, porque a felicidade fica maior que eu. E não é por ter orgulho do que escrevi não... Na verdade, eu tenho muita vergonha de reler o que já escrevi. Acho tudo meio idiota, meio simples demais, meio vaidoso, meio infantil, meio idiota de novo e meio ruim. Perceba, meio um monte de coisa. Inteiro, nada. Isso porque escrever pra mim é libertação. É não ter nada pronto. É continuar pensando pensamentos que não terminaram. Que como pessoas vivas, passam por lugares, dizem coisas, tem sensações e se vão. Pra talvez um dia voltar. Ou nunca mais. Escrever não pode ser definitivo. Pouca coisa da vida pode. Quase nada. Ser definitivo é bem chato. Bem "tenho certeza disso". Nã (não é não. é nã), eu não tenho certeza de nada. A dúvida, segundo a vida de Pi é um ótimo motor. Nisso eu concordo comigo mesmo. E com ele. E com o roteirista. E com a pessoa que aprovou o roteiro. A dúvida é um motor. Pessoas que tem certezas demais, ficam paradas. Quem tem dúvida, segue adiante.
E agora eu fico na dúvida porque eu escrevi isso. Isso é esse texto. Porque a humidade realmente precisava dele? Provavelmente não. Posso inclusive, retirar a palavra provavelmente da frase. E deixar só o não.
 

Só o não. E um pensamento que não terminou e por isso, vai embora por hora.
 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Quem é maior?

Deixa o moço bater, que eu cansei da nossa fuga. Já não vejo motivos, pra um amor de tantas rugas. Não ter o seu lugar.

Um violão folk e uma taça de vinho de ferro.

Podia ser de outro jeito. Tudo podia. É engraçado como ninguém acredita em destino plenamente. O cidadão não perde alguém importante e diz sorrindo:
"- Era o destino...".
Nós curtimos acreditar que temos o controle, mas quando a vida nos lembra de quem a puxada de tapete é a regra. E de que somos frágeis como crianças de 5 anos de idade, sozinhas na selva de concreto, em uma noite sem luar. Nós não sabemos o que fazer direito. Recuamos. Engasgamos. Nos encolhemos em nossas camas, abaixo dos nossos edredons...
É. Enfim. A vida poderia ser diferente. Mas se todos estivessemos no controle de tudo, o tempo todo, muita gente não conseguiria o que quer. Ou precisariamos de mais planetas terras pra fazer todas essas vontades e egos coexistirem. É foda pensar nisso. Alguém pode dizer: "não é foda!". Ok, eu acho que é. Percebe que isso já seria duas pessoas (eu e essa outra) em planetas completamente diferentes? Existiria o planeta Sertanejo? O hipster, super diferente de todo o resto!? O planeta grana! O planeta amor melancólico? O planeta sexo? E as interseções entre os planetas? 

"- Eu moro no amor, sexo, rock'n'roll, amigos sinceros, bmx. E você?".
Existiriam comunidades no facebook sobre os planetas mais legais. E um jornal, chamado de "interplanetário", circulando pelas altas rodas de todos os planetas.

É.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O mundo é um berço. E todos nós estamos dormindo.

Eu não perdi a luz crepuscular. Mesmo quando errado, levo meu coração para o bonito. Porque é nele que eu encontro o avesso que dá certo. E se você algum dia vier me dizer que não há e que não é e que não dá e que não vamos conseguir, eu vou sorrir :) Oh vidinha engraçada nesse planeta. Todos dormimos o sono dos sonhos. E é sempre assim que termina esse filme. A mais ou menos 60 bilhões de anos (data essa que encontrei dentro de uma gaveta na minha cachola). Enfim, nós somos a promessa das nossas promessas. Confuso, mas é verdade. Nossas promessas definem nossa existência, a beleza disso é que uma vez que você promete algo, isso lhe acompanha até o caixão. Tipo, resto da vida inteira. E pode ser que funcione como deveria ou pode ser que não. É dificil dizer... Eu te diria para não prometer. Mas prometer é desejar que estejamos certos. Ninguém promete desejando o mal alheio. Se o faz, nem deveria existir. Mas enfim, aos que prometem corretamente: fique calmo, abra seus olhos e coração, pense duas vezes e de o primeiro passo.

Acorde.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Do oceano sem fim, nem gota eu sou.

Silva me salvou. Salvo o trocadilho e te silvo uma piada ruim.

Faria letra de música se fosse.
Mas não fui. E ficou assim.
Teria sido poesia.
Primeira luz do dia.
Sol do céu azul.
Te faria se perder em mim.
Mas não foi. E deixamos assim.
Teria sido gentileza.
Amor servido a mesa.
Carinho e delicadeza.
Verdade simples.
Mas não deu. E se perdeu.
Juntos teria sido arte.
Alma e baluarte.
E sábado matinal.
Teria café com fumaça.
Lábio na boca.
E teu cheiro com o meu gosto.
Rindo da vida.
Sem mês pra acabar.
Sem hora pra começar.
Assistindo, o sol e a lua a dançar.




O avesso as vezes da certo.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A semiótica da vida que nunca existiu.

Repetindo a tentação. O tempo de nós dois, pra quem conseguir reparar, vai além das palavras. Little Joy já cansou de me avisar, que o caminho é mais importante que chegar. E eu entendi gente. Numa boa mesmo. Mas é que a vida sabe ser tão rica na sua perversão, que as vezes é normal ficar cansado. Ficar meio pra baixote (que é a minha nova forma de dizer para baixo). Fica meio rebinbôlom (se você não entende, pare de ler agora. Por favor). Um tecladinho começa a tocar e eu já uso o moletom do SILVA. Só porque eu acho eles caras legais demais para essa nossa sociedade cheia de pentelhos na boca. Cheia de ranso. E de nojo de si próprio. E do impróprio. E os navios dizem: recomeço. Só me falta começar para recomeçar de novo. E me lembrar de que estou tentando esquecer, tudo aquilo. Não vou me abandonar. Não assim. Não sem lutar comigo. E vencer de mim. Eu deixei teu nome na minha pele. E agora, só a podridão da morte pode derrotar essa batalha. Essa foi uma das batalhas que eu venci. Uma das poucas. Mas é minha.

Por outro lado pai, te perder foi uma das que perdi. E de novo, essa vitória da morte ninguém pode retirar.

Talvez eu encontre um jeito, no dia que encontra-la também. E antes de mata-la eu poderia dizer: "- Essa é pelo meu pai, sua vaca!".
Seria bem cinematográfico. O que eu acho, ser bom :)

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Before i go tooooo, sleep.

É assim que eu gosto. Esse é o gosto que eu quero nos ouvidos. Gritaram que eu ouço mal e que isso é ruim. Isso é verdade. Não vou negar. Mas é ao mesmo tempo uma adaptação que me faz esquecer que não é pra ser ouvido.
Se não vale nada, vale o que o nada representa. Isso é um tipo de maldição. Sim, é a sim. E esse tipo de malfeitoria atormenta. O espírito e a alma dividem a casa, mas não se casaram na igreja. Porque casar na igreja é tão 1976...

E toda vez que eu penso neles, me vem na cabeça aquela sensação de que meu ranso pela humanidade é ilimitado. Mas que no final, o que importa é o que sinto... não na cabeça e sim nos pés.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Sem ti, minto.

Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada. Toda bossa é nova e você não liga se ela é usada.

Alguns sentimentos simplesmente não podem ser limitados por palavras. Algumas pessoas não entendem isso. Os cães entendem. Todos eles. Eles sabem que amar é mais do que o "eu te amo" que ela te dizia. Eles entendem que o amor é algo muito além do que uma palavra pode limitar. E que provavelmente, muito "eu te amo" dito no mundo foi mentira. Olha que eu arrisco que a maioria. Que a maior iria. Que o mal diria. E o que o mal diria? Não diria, eu acho. Não sei. Sem ti, minto. Foi como chamei esse texto. Posso pensar que ele é fora de contexto. Ou pensar nele e com o texto do contexto e finalmente terminar de jogar as palavras na tela do meu computador portátil e dobrável.
É estranho caminhar na contra mão dos anos. Eu não espero muito. Espero que sinta. Espero que sorria. Espero que faça sorrir. Espero ser de verdade, acima de praticamente tudo. Acima de praticamente todas as coisas. O que seriam as coisas? Além de coisas colocadas lado a lado. Uma em cima da outra. Como caixas com memórias antigas e sentimentos inutilizados. E dias longos de noite com a lua vermelha. Esperando que o fim da tarde me traga um pouco de paz. E mais.

Desinteressante.

Mas honesto. E assim eu sigo. Mas sem ti, minto.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Carta à minha dor.

Querida dor, sei bem que nos ultimos dias estivemos bem próximos. Tua visita tem sido como de uma amante indesejada. E é tão dificil te fazer partir. Na verdade, estou eu me partindo antes de conseguir te partir. Existe em mim, a esperança de que tu escorras por essas rachaduras e partas enfim. Ainda assim, talvez minha vontade seja só minha vontade. E isso não vá acontecer.
Nos ultimos anos, entendi que a vida adulta é baseada na auto superação. Ninguém que deseja se tornar algo realmente relevante (sem discutir o "relevante") consegue sem derrotar a si mesmo. Mas como os Wonkavisions disseram: "Vencer a batalha de mim mesmo pra que? Se eu não posso vencer sem eu mesmo perder...". O verdadeiro ânimo dessa história, querida dor, está na vitória. E não na derrota. 

Essa é a lição que aprendi. Apesar de não usa-la todo o tempo.
Não tenho mágoas suas, dor. Realmente não tenho. Aprendi mais do que sofri, sem dúvida. E perceber isso me causa grande alívio. Não consigo me acostumar com pessoas que festejam a vida sem tentar aprender com ela. Dessas pessoas, eu tenho pena e repulsa. E tendo sempre me afastar. De ti dor, não consigo deixar. Realmente não conseguiria. Tu és o motor que gera a essa humanidade um tico de motivação verdadeira. Na tua forma física já és extremamente chata. Mas quando tu partes da parte emocional e aí terminas na parte física, essa é provavelmente tua forma mais poderosa. Avassaladora, descontrolada e linda.
Mas hoje dor, eu preciso de um tempo para mim. Sabe, segunda feira é um dia como qualquer outro. Com todas as 24 horas que o dia tem. Com um sol que nasce e se põe. Com pessoas que nos perguntam coisas. Com nossos pés no chão. Com nossas bocas em movimento. Hoje o mundo vai girar, como tem feito no decorrer de toda sua história. Ainda assim, querida, hoje eu preciso estar longe de ti. Não posso aceitar tua presença. A casa que abriga meu coração está partida. Minha alma, está irritada. Meus olhos se cansaram de se fechar para não ver. Meu sono está confuso. Minha vida está mudando, eu sei. E amanhã, talvez tudo já seja diferente. Melhor ou pior, depende de quem pergunta. E tu sabes que não tenho como expulsa-la. Não... tu voltarás. O que peço é uma pequena e momentânea trégua para a vida. Para que eu possa inspirar e expirar sem sentir tua mão gelada na minha nuca. Sem sentir teus olhos cor de leite me acompanhando enquanto caminho pela madrugada. Na eterna busca da tua ausência.
Assim, dor, minha querida. Quando chegar em casa hoje, não estarás lá. Como de costume, durante a noite vais te arrastar por baixo do meu edredon e terminar roçando teu corpo ao meu... Ainda assim, peço essa trégua. Não pelo mal que um dia alguém achou que tu me fez. Não pela tua sensação presente e vociferantemente bem pronunciada. Não dor. Eu clamo por essa trégua, por mim. Somente por mim...

Amanhã, sinta-se em casa.
At.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Aos que nunca mais voltarem, eu digo: te vejo lá.

O gosto do vento. A cor do teu cheiro. Dias confusos que vamos vivendo. Sem voltar para trás, voltamos ainda mais. E eu te ofereço o tempo. Uma taça gelada dele. Cheia de gostos lentos. De um azedo viciante. Dos dias mais irritantes. É contigo agora, eu digo. Passei por mais estradas do que meus pés podem caminhar. Corri alguns trechos. Parei, as vezes. Mas aqui estou, na curva que me leva a outro lugar. Antes daquele lugar. Depois daquele outro. Não sei fazer o caminho contrário. Me perdi e larguei o novelo de lã. O mundo gira tão rápido que pra mim, o tempo todo é amanhã. Mesmo quando durmo e sonho contigo. Acordo e me vejo sozinho. Longe dos olhos. Das bocas. Dos dias. Das roupas. Das fotos antigas.  E de repente, nem me lembro mais quem sou. Vivo rodeado por estranhos que são familiares. Animais que falam. Quadros que me observam. E eu esqueci de tomar meu remédio. Corri pra longe, e longe nem era tão longe assim.

Corri pra longe e no final, fui pra longe de mim.

E o mundo girou demais, agora é dificil ficar parado.

Eu sento aqui na beira da estrada. E imagino, que tu estás do meu lado.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Mesmo quando o mundo nos diz que não.

Se importar com a resposta do mundo pode ser um problema. Um problema sério. Eu realmente acredito que a mente humana se sustenta em absurdos. Gostamos de pensar no incomum. Afinal se não fosse assim, provavelmente não teriamos saido das cavernas e colocado aquele apetitoso pedaço do brontossauro na brasa... Eca me dirá um cacho de uvas de amigos vegetarianos. Mas é. Frequentemente a humanidade se opõe a sua própria existência através de alguns individuos. Nós já fizemos todo tipo de coisas com eles, já os queimamos, pregamos em cruzes, decaptamos, prendemos, banimos e até colocamos coroas em suas cabeças. Não existe regra. Existe a exceção. Existe a inexistência.

E nós somos o resultado disso. Mesmo quando o mundo diz que não. Mesmo assim...

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

The sun set too soon tonight.

Por um dia melhor:

Eu imagino um lugar cheio de assobios e palminhas ritimadas. Gente que dança balançando os ombros enquanto sorri. E um cachorro sentado que abana o rabo.


Enquanto o sol se põe muito cedo, hoje a noite :)

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O culto ao infinito, tem sim um fim.

Um café na mão e um nó de idéias na cabeça. Glauber Rocha que se exploda, eu prefiro HD. Prefiro iluminação em leds. Uma steadycam, um drone e um slide bem moderninho com a minha Scarlet em cima. Eu não espero filmar a obra da minha vida. E não acho que nenhum de vocês espera. Acho que a gente se junta em um tipo de coma azedo que nos obriga a viver o sonho coletivo de que ser livre é infinito. De que ser autêntico é preciso. E de que a vida flutua por esse rio como a gente desejar, com Deus ou sem ele. Foda-se essa idéia ruminada de que é preciso ser diferente. É preciso ser melhor. De que é preciso ser mais. De que é preciso precisar de uma monte de bosta guardado dentro de uma sala na casa que você diz que é sua. Mas que na verdade tu só usa até o dia em que teu coração parar de bater e aí outra pessoa, com outros tantos metros de intestino vai chamar de "minha". Como tantas outras pessoas depois dela. Pessoas que dormem, comem e cagam em porções diferentes, mas que chamam os intervalos entre dormir, comer e cagar de vida.


Aaaaah tu tá sendo drástico.


Foda-se tua ignorância relativa. Eu não me importo com ela também. A vida é cheia de dias bons e ruins. E se hoje é um dia ruim, que se deixe virar o pote de vomito guardado para tal ocasião. Longe desse mundo cheio de plástico, de traições maiores que as minhas, onde o dinheiro é o que manda no sol e na lua. E eu escuto:

"- sorrisos custam dinheiro!"
Não os de verdade.

E se for pra ser assim, se for pra sorrir por dinheiro. Eu prefiro que custurem minha boca com a pele de um cordeiro virgem e me joguem do penhasco da solidão.

Se é pra viver do lixo e da merda que o lixo tem dentro de si. Eu me escondo dentro do meu próprio peito e me mudo pra outra galáxia. Longe dessa dor intermitente. Longe desses dias de céu branco e olhos cor leite.


Eu vou pra perto daqueles que tem sangue de verdade nas veias, nos corações e nas idéias. E fodam-se!

terça-feira, 27 de agosto de 2013

A chave para a fechadura.

A fechadura é desperadamente fechada. Feita assim. Forasteira da abertura. Carrasca da passagem. Trancada as sete chaves. Escondendo seu coração mecânico do firmamento. A espera da chave para ela. 

A espera da chave que a pare.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

E nada como um dia após o outro? Nada até ser! :)

Quem sete vezes cai levanta oito? Oi, to!

É estranho como é estranho tudo parecer uma piada. Tá vai, uma vírgula que parece uma piada... Não a vírgula, mas a pausa que ela dá para gente respirar. É engraçado escrever para. Eu prefiro pra. Pra escrever. Para pra que? Para se entender? Pra se entender, é menos pior. Pra começar cantou o Tiago Iorc no meus sovidos. Ouvidos ok. E a vida vai gostar de volta em dobro.

E do chão realmente ninguém vai passar.

Eu quero mais espírito e menos papel no mundo. É serio. O mundo é um lugar incrívelmente "papelizado". A gente devia conseguir ser menos burocrático com a alma. Evitamos as conversas que não entendemos, essa é a verdade. Gostamos muito de nos queixar (que eu não faço a mínima idéia de como se escreve e não vou usar o acesso ao google pra fazer parecer que sei, ufa...).

O tempo dirá. Verdade. Mas a frase nada como um dia após o outro, me remete exclusivamente a alguém que está nadando. Como um barco no mar tipo Tim Maia. Tipo Tim Maia? Não sei. Enfim.

Pessoas certinhas me chateiam a peruca. Esse negócio de eu nunca errar, e estar sempre com razão é muito sacolóide.

Eu prefiro quem falha. Quem falha conhece mais da vida, do que não se arriscar a entende-la. Nem que seja só um tiquinho...

The fim.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Vi

Voava dormindo. Ou acordava ao dormir. Não tem como saber o que era real ou fantasia. Os outros diziam: isso é impossível. Era impossível, mas acontecia. Aconteceu em uma noite de lua morna. Eu voava e o vento voava junto comigo. Existia ar entre meu corpo e o chão da terra. Mas esse ar me empurrava enquanto o vento soprava. Foi assim que vimos o outro lado do distante reino das coisas distantes. E voei para lá. Flutuando entre as lufadas do tempo. Como uma orquestra de sinos desconcertados. Sem ritmo certo. Sem nunca estar errado. Lá do alto, eu ouvi o mar. Vi pássaros passarem por baixo de mim. Piando e cantando como pássaros se põe a cantar. De olhos cerrados contra as nuvens eu entrei. Soltando seus nós como se fossem algodões doces suspensos no ar. Girando em meu próprio eixo eu me perdi. E por aquele instante pude imaginar que o céu é o espaço e a terra um sonho. Um sonho de mais de uma pessoa. Que por sonharem tão longe e com tanta força. Criam um lugar onde todas nossas almas são presas. Como uma conserva da existência. Como uma compota de frutas em calda. Uma baleia me viu passar. Jorrou água para cima. Isso era o mar. E uma praia com pessoas felizes a sorrir. Depois uma rua com casas em quadras e mais casas depois delas. Morros com mata. E mais mata, até ter mais casas e mais prédios e mais ruas. Me senti enjoado. E desejei flutuar para o espaço para fugir. Usei meus braços para subir. E comecei a subir. Em direção ao negro do espaço. Ao destino de todo pó. Ao eterno infinito desconhecido. O vento pareceu se arrepender e não veio comigo. Flutuei até onde conseguia, até a noite vazia. Até as estrelas que brilham de dia. E me larguei por lá.

É, eu me larguei por lá. Girando sem céu, sem terra e sem mar. E foi então que percebi. Que no espaço não é lugar para se respirar. Me imaginei falando com Neruda em um café antigo. Depois no famoso gramado da vida, cheio de amigos. Depois nas luzes de um rincão distante do planeta. Perto do carinho. Perto do amor. Junto e sozinho. Comigo sem mim. Até que adormeci.


E foi assim, que detestei existir. E me perdi dentro da caverna que vive em mim. Em ti. Em nós.

Bem ali.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Sobre monstros e homens e "eus" em: conversinhas

You're gone, gone, gone away
I watched you disappear
All that's left is a ghost of you
Now we're torn, torn, torn apart, there's nothing we can do
Just let me go, we'll meet again soon
Now wait, wait, wait for me
Please hang around
I'll see you when I fall asleep


Não cuspa pro céu, eles me disseram.
Não caminhe descalço na rua.
Não deixe as janelas abertas.
Não disperdice o amor.

Não caminhe sozinho por muito tempo, você vai se acostumar demais consigo mesmo.
Mantenha-se limpo.
Seja justo.
Ajude a todos aqueles que puderes.
Sente com as costas mais retas que puder.
Pense antes de falar.
Coma seus vegetais. Beba água.
Corra.
Cante.
Sorria.


Não olhe muito para trás. Nem muito para frente. A vida pode ser facilmente confundida com uma ilusão.






quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Não dá mais pra ser. Assim.

Acha alguma coisa nova na tv. E que não pode ter.



Eu acabo por achar graça de quem pede arrego. É sério. Pedir arrego é uma das situações mais humilhantes que o ser humano pode passar. Algo do tipo "pra mim fudeu, ajuda aí?".
Diz que é homem feito, sei não! A faça-me o favor.


Mas não confunda pedir ajuda com pedir arrego. Quem pede ajuda é humilde o suficiente pra isso. O cara que pede arrego é aquele que desistiu. Que largou mão. Que não aguentou. O famoso: pipoqueiro.



Na minha teoria, esse planeta é o reduto de todas fezes de todas civilizações de todo universo. O que existe de ser humano que parece ter engolido um Deus é algo inacreditável. Nós somos peritos em pensar merda. Todo tipo dela. Das mais abomináveis e pouco imaginaveis até as mais tansas e infantis. O ser humano é Rei em fazer merda. E alguém vai ler isso e pensar:

"- Eeeeeeu não!"

É provável cara criatura do 1.99 do universo "Marceliano Masaguês" que tu sejas o mais coco do galaxia. Com a tua língua bifurcada por trás dos outros. Com teus olhos de lagarto. Se esgueirando pelos cantos das salas. Rastejando por baixo das mesas e das opiniões. Arrotando esse teu hálito de verme. Com esse teu corpo gelado e esse teu coração de sangue frio. Sim. Tu ainda provas pra ti mesmo que o teu fim não é como um filme bonitinho cheio de duendes que dançam e fazem graça da vida.

Tu ainda provas que teu final é sujo e melado como uma fossa sanitária entupida.
Tu ainda provas pro mundo que não vales nada. 


Eu sei disso ;) 


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Isso é uma cobra com um elefante na barriga. Não um chapéu.

A vida é assim,
dá voltas.
De voltas em voltas,
lhe escapam almas.
Descuida dos caminhos.
E ficamos sozinhos.

Na fila que a vida
chama de viver.
Na busca do nascer.
E desvanecer.


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

We fall.

*Clique aqui e ouça até o final.

O tempo flutua entre dias,

barco em água parada
dor imóvel e
lembrança estilhaçada.
 

Foge longe.
Quer distância d'alma e do corpo.

Sem ver, que a tempos é sonho.

Que há tempos que não tem.

Que a tempos é assim.
Sem tempo para nós.
Sem tempo de mim.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O rio fica lá, a água é que vai embora.

Só Beirut pra me tirar Little Joy da cabeça.

E eu até me esqueci do que ia escrever. O que pode ser algo, perfeitamente bom.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Por trás das palavras.

Solidãããão, foge que eu te encontro. Eu já tenho asas.

O vento da ventânia.

A minha monotonia sangra.
Como um céu que se rasga ao nascer do sol.
E se preciso for, eu vou até.
Encontramos nós mesmos nos carinhos dos dedos.
Pelos cabelos do tempo.
Em respeito ao vento é que escrevo.
Porque algo em mim sempre vive dizendo.

Que não é o vento, que faz o vento soprar.



segunda-feira, 29 de julho de 2013

Honra além dos olhos.

- Eu não aguento mais um dia nessa merda de estrada! - disse o homem armado enfiando o pé até o tornozelo em uma poça de água e lama formada no barro.
- Perfeito soldado. Faz um grande favor a todos nós e se mata... Ninguém aqui precisa de ti despinafrando a cada 10 passos... - respondeu o homem que caminhava atrás dele.
O silêncio entre a discussão havia aumentado consideravelmente nos últimos dois dias. Göen sabia que em pouco tempo seus homens estariam decidindo essas pequenas disputas em duelos armados. E depois disso, o grupo racharia. Talvez em duas facções diferentes. Se atacando mutuamente como se a culpa de toda campanha estar atrasada, da chuva não parar de cair a duas dezenas e da comida estar acabando fosse do outro grupo. Göen já viu isso acontecer antes.
- Meu lorde...
Göen olhou para o homem que caminhava ao lado de seu cavalo, e por um instante ficou assustado pelo semblante dele. A três dezenas quando eles deixaram a fortaleza da Montanha Alta, os soldados se reuniam todas as noites para beber e comer ao redor das fogueiras. Eram 67 homens no total. 12 montados em mangas largas de batalha, 41 soldados a pé, 10 arqueiros com cães de caça, Lorde Glöen TorreNegra e seus 4 cavaleiros da guarda pessoal. Agora, 2 arqueiros desapareceram nos bosques a alguns dias enquanto caçavam, um cavalo quebrou a pata enquanto corria pela estrada lamaçenta e precisou ter o pescoço cortado, o cavaleiro que o montava não conseguia mais caminhar e por isso foi levado de volta por outro cavaleiro, e um soldado não parava de resmungar a dias. Os homens começavam a espirrar e enxugar os narizes. E aquele homem que caminhava ao seu lado puxando o cavalo com medo de que o animal também tropeçasse em alguma pedra não vista, parecia desesperadamente precisar de fogo para lhe aquecer e algo quente para engolir.
- O que é? - respondeu sem lhe olhar nos olhos.
- O soldado que reclama, o da ponta da fila Senhor... Seu nome é Ambruv... Senhor....
Glöen sabia o que seu cavaleiro estava lhe dizendo. Ele sentiu a voz do homem tremendo enquanto falava. Era preciso dar um fim a essa situação. Ou essa companhia jamais chegaria ao Ermo Sul.
Com os dois pés ele atiçou o cavalo a avançar. O animal reclamou, empinou a cabeça, mas Glöen lhe esporeou novamente, com mais força. O sangue jorrou em suas botas e o palafrém obedeceu trotando para frente. Enquanto ele caminhava o som das peças de metal se chocando umas as outras chamou a atenção dos homens que abriam espaço. Um dos cavaleiros, chamado de Nordhär avançou junto. Gritando:

- Abram caminho! Abram caminho agora!
Lorde Glöen foi até a ponta da fila. Onde outros dois cavaleiros o esperavam segurando seus cavalos o quanto era possível. Um deles carregava o estandarte da torre negra no alto de uma montanha. 
- Soldado! - gritou.
Os três homens que estavam na ponta da fila se viraram e olharam para baixo mostrando receio. Glöen olhou para um deles dizendo:
- Tu és Ambruv. O que eu chamo.
O outros dois homens se afastaram respeitosamento em silêncio. Cada um para um lado. Os cavaleiros sacaram suas espadas e o circurdaram pelas costas.
- Senhor! Se o Senhor assim quiser, sou Senhor...
Glöen olhou para a companhia. Toda parada olhando o que se passava. Alguém espirrou. O cavalo do Lorde girou uma, duas vezes. O animal estava ofegante.
- Escute homem, se eu ouvir de ti mais uma palavra. Rasgo tua língua e mando cozinha-la para os cães. Consegues inferir o que digo?
O homem concordou com a cabeça após um instante. Em completo silêncio.
Glöen girou sobre o cavalo mais uma vez, enquanto dizia ao cavaleiro que não portava o estandarte:
- Se nosso amigo Ambruv reclamar mais uma vez, corte sua língua e deixe-o ao lado da estrada. Eu te ordeno cavaleiro.
- Sim meu Lorde! Será feito senhor...- respondeu o homem sobre o cavalo a sua frente.
 

Glöen esporeou seu palafrém novamente. O animal novamente resistiu. E por um instante o Lorde do Forte Montanha Alta ouviu o eco de seu mestre cavaleiriço dizendo:
"- Comande o animal garoto! Todo aquele que não for comandado, lhe comandará!"

- Eu estou no comando... - Göen resmungou por baixo da barba.

E nada mais foi dito naquele dia.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Eu contei.

Um leitor desavisado pode se machucar lendo essas palavras. Ainda assim, é preciso contar a história que escrevo.
Dos dias de inverno vividos nas terras do Rei Oughta'r pouco ainda é contado nos dias de hoje. Mas houveram outras estações. Estações de ventos mais quentes e de menos neve nas estradas.
Hoje eu escrevo de dentro do quarto, que mais serve de cárcere do que de casa. Ainda assim, é a única maneira que encontrei de enviar minha mensagem além dos dias da minha vida.
Por isso, nobre leitor, lhe imploro com o pouco de energia que ainda existe em meu velho corpo cansado: carregue minhas palavras para tão longe quanto qualquer homem puder. Existem aqueles que o dirão que estas palavras mentem. Que o passado foi diferente. Eu não posso lhe fazer acreditar em nada. Seria como todos eles, se o tentasse. Ainda assim, existem maneiras de descobrir a verdade. Pois os usurpadores de Oughta'r agiram com rapidez, mas não de forma permptória.

Comece se perguntando porque eles são tão violentos. Passando aço nas gargantas e umbigos de todos aqueles que se opõe as vontades do novo trono.

O meu Rei. O Rei por direito de todas as terras ao sul da Montanha Vermelha, jamais julgou um cidadão a morte sem que ele mesmo lhe desse o golpe funesto. Sem que ele mesmo olhasse a criatura nos olhos antes de mata-la.

Essa era uma das leis da sua Coroa. Leis essas que a nova coroa paliou ao silêncio dos antigos livros e das antigas línguas.

Rezo ao antigos e aos novos Deuses que minhas mãos não sangrem em vão. E que antes do fim dos meus dias possa ver o filho do meu único Lorde, Rei das Terras do Sul, Senhor da Guerra e da Paz, Inimigo da peste e Combatente de todo mal nortenho, Kraykle FILIUS Oughta'r sentar em seu trono por direito. E de lá, reinar.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Sprawl II (Mountains Beyond Mountains)


They heard me singing and they told me to stop
Quit these pretentious things and just punch the clock
These days my life I feel it has no purpose
When late at night the feelings swim to the surface

'Cause on the surface the city lights shine
They're calling at me, come and find your kind
Sometimes I wonder if the world's so small
That we can never get away from the sprawl
Living in the sprawl
Dead shopping malls rise
Like mountains beyond mountains
And there's no end in sight
I need the darkness, someone please cut the lights

We ride our bikes to the nearest park
Sat under the swings and kissed in the dark
We shield our eyes from the falling stars
We run away, but we don't know why

Like a mirror the city lights shine
They're screaming at us, we don't need your kind
Sometimes I wonder if the world's so small
That we can never get away from the sprawl
Living in the sprawl
Dead shopping malls rise
Like mountains beyond mountains
And there's no end in sight
I need the darkness, someone please cut the lights

They heard me singing and they told me stop
Quit these pretentious things and just punch the clock
Sometimes I wonder if the world's so small
Can we ever get away from the sprawl?
Living in the sprawl
Dead shopping malls rise
Like mountains beyond mountains
And there's no end in sight
I need the darkness, someone please cut the lights
I need the darkness, someone please cut the lights

terça-feira, 23 de julho de 2013

Abri a janela de casa e o inverno me disse: - eu te pergunto o que será do nosso amor?

Uma sentelha de mim espera que eu seja melhor do que fui. Todas as vezes. E eu achando aqui que não me conheço. A parte boa de não se conhecer é passar bastante tempo só contigo mesmo. Olhando pra dentro e procurando uma vela acesa nessa caverna. A caverna.

Um dia o sol vai ir embora. E viveremos no eterno inverno da humanidade. Até lá, trilhos e folhas secas são melhores do que agulhas e lágrimas. Lembrar-se de que a vida é pra ser dividida. E eu entendo que isso é a coisa certa a se fazer.

Pode parecer lorota mas escrever acalma minha mente. Existe algo entre as palavras e a minha cachola que a tranquiliza meu espírito. Por esse motivo inclusive, não me perturbo tanto quando leio os autores do oitavo dan da história da literatura desse sistema solar. As vezes as palavras são só palavras que precisavam ser ditas. E não, não são mentiras. São verdades sim. Verdades escritas e registradas para a eternidade como algo que precisou existir. E existiu naquele sopro de instante. Como o sopro de um vento de inverno com uma borboleta flutuando em suas asas no céu no exato instante em que o sol nasce por entre as árvores.

Você pode voltar lá outro dia e ver outro sol nascer. E vai ser bonito. Mas aquele instante, aquele UM instante. É praticamente impossível repeti-lo.

Exatamente como as palavras :)


quinta-feira, 18 de julho de 2013

Ocasionando-me solidão.

Longos anos passaram por nós
Dia após dia, e novamente após.
Perdendo mais do que foi desejado
Achando o que foi procurado.
E partindo o céu em dois.


Hoje vivemos menos com mais.

Dos dias que voaram sobre os meus,

guardo os sóis.
Os que giram. Os que viram. Que virão.

E irão.

Sol assim, sem não.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Ouça Marble Sounds

http://www.youtube.com/watch?v=jEUrVuP4D_g

Eu sou daquele tipo de pessoa que quando ouve uma boa banda nova, acredita mais na humanidade. Nem sempre, mas muitas vezes. Talvez nem muitas vezes. Mas as vezes. Acho que as vezes é melhor. É.

As vezes. As fezes.


Caminhando pela rua, o sol me encontrou. E me proibiu de escrever em metáforas. 

Eu odeio o sol. Não de verdade. Só agora. Só aqui.

Já vi tudo, esse é mais um daqueles textos sem começo e sem fim. Um daqueles que não termina quase nunca. Ou mesmo, nunca. E que fica girando no "parárápá! paráráá..." cíclico do coral em BG. Enquanto a camera corre no travelling contra os atores vestidos como ciganos em cima do palco que sorriem em camera lente olhando para a lente. Algumas vezes, o diretor me pede para que o movimento seja contrário só para não estabelecer uma linguagem engessada sobre algo que pode ser compreendido errado. Ou não compreendido. E em algum momento, no ápice da trilha sonora "pianesca" explodem os confetes no palco. E entram correndo 30 e poucas pessoas, tudo em algum slow tipo 1.000 FPS, closes dos pés batendo nas tábuas do chão e levantando coroas de pó. Como toda coroa que alguém já usou na cabeça, de pó. De pé. Em pó, o pé virou. Para. Volta pra locação.
O roteiro não tem final, como o texto. Tem, porque acaba. Mas o final não é o final, sempre. As vezes. As fezes, são.

Me perdi.

Não dá pra voltar.

Pelo menos hoje temos Marble Sounds pra ouvir. Amanhã eu acho outra coisa. Pra ouvir. Pra escrever. E pra te dizer.

Talvez um rolo de filme 8mm e uma camera de mão de alguém que não se importa com o que é filmado seja mais valioso, after all.

We don't know tomorrow, but i will do whats seems right. After all.







segunda-feira, 15 de julho de 2013

A vida e os ossos se calcificam.

Irritação

Pensei que devia escrever. Voltei a formula dos mestres do oitavo dan e escrevi uma palavra sobre minhas próprias palavras.

Ignorando o aviso de cuidado eu continuei. E perdi completamente o senso do ridiculo publicamente. Li a seguinte frase: "pessoas com boa vontade, encontram coisas boas até mesmo nos piores momentos de suas vidas". Pouca gente sabe quando passou por um dos piores momentos da vida. Porque a vida não tem placas de informação (mesmo?). Alguns acham que os piores momentos são ficar desempregado, perder os pais, errar algo que não poderia ser errado. Pra outros, o pior é mais palpável. É físico. Além do imaginário. Porque o imaginário é ilusório. E nunca vai ser real. E assim nunca vai poder tocar o físico.
E eu aqui imaginando o que o mundo vai achar de mim! É, talvez eu tenha sido uma perda de carbono e eletrecidade. Um verdadeiro desperdício de vida, oxigênio, água e morte. Me pareceu pouco verdadeiro imaginar que o mundo todo seja um lugar só. Outro dia encontrei um dado que era algo mais ou menos assim: se a existência do planeta terra fosse um ano. Um único ano! A humanidade estaria aqui a menos de 4 horas. E ainda assim, já consumimios mais de 70% dos recursos naturais do planeta.


Enquanto escrevo, ouço Florence and the Machine, no playlist do youtube.

E imagino se há alguma racionalidade na ordem como essas músicas são distribuidas. Se existe algum tipo de relação com o que eu já ouvi antes, ou é pura sorte/azar.

Acho que somos bons em rever as coisas. Destruimos o planeta achando que tudo ficará bem. Vivemos desgraças acreditando que seremos felizes.

E o youtube decide que eu devo ouvir "Never let me go".

So never let me go.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Olho e não vejo nada. Eu só penso: se você me quer?

Por favor, não leve a mal.

Eu existo em mais de um de mim. E ando desligado. Puxei o tampão da vida e escorri pelo ralo que tinha meu cheiro. Mas não leve a mal. Eu não vou tampar esse ralo. Sei bem que o cheiro é meu. Só eu o uso. Ninguém mais. E depois do beijo que eu já sonhei, por favor, não leve a mal.


Desitir de tentar não é o mesmo que se render. Eu tenho uma catapulta apontada pro teu país. Acredite em mim, eu puxo a corda se for preciso. E foda-se o telhado de vidro e o dialogo entre esse e aquele personagem. Eu escolho o super-homem e volto no tempo o quanto eu quiser. E foda-se. Sim, e foda-se.




Tropecei num disco dos mutantes. E prendi meus dedos em uma porta de vidro que se quebrou. Mas se a rua que tu me destes fosse de vidro eu mandava ladrilhar só pra ver a banda mais bonita da cidade desaparecer depois de uma matéria do Fantástico. Junto com todo o resto do mundo.

Solos de guitarras lisérgicos são hipnotizantes. Mas não são reais. Eu prefiro festas de são joão com gente alada. Porque nunca ninguém vai me dizer que o céu é o limite de alguma coisa. Isso é papo de quem tem papo e não tem mais nada pra fazer.


E eu tenho o que fazer. Por sinal, tenho é muitcho.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O violão é folk, o back vocal é "uuuuuuuuuuuuuh..." e tem um pandeiro batendo um 2 por 1 bem certinho. Enquanto as nossas vidas se transformam em uma sequencia de polaroids.

Achei um post it na minha tela dizendo: "nem tudo que vai, deve ser". Acordei em um banheiro sujo. Com lajotas quebradas e sangue pelo chão. Acho que fiquei uns 10 segundos olhando pro nada antes de ver. A porta estava entre aberta. Me levantei num suspiro e meti a mão na maçaneta. Foi um daqueles momentos em que a luz do lado de fora foi tão forte que deixou tudo branco. Que estourou tudo que eu poderia ter visto, por alguns micro instantes. E foi com a mão na frente dos olhos que eu cruzei a soleira de madeira na parede do banheiro. E senti meus pés descalços tocando grama. Pra poder ver:
um gramado eterno. um bosque ancestral. um céu no final de tarde amarelo-roxo-azul-noite. e cachorros que voavam em circulos ao nosso redor. Sim, você estava lá.

- Eu me recusei a fazer o que a televisão mandou - disse a voz atrás de mim.
Me virei e nada havia. Nem porta do banheiro. Nem pessoa. E foi aí que ouvi de novo:

- O perfume da vida é o nosso sorriso. Tem dias que usamos muito e dias que não usamos.
Me virei de novo e nada. Um dos cães voadores pousou na minha frente e ficou balançando a língua e o rabo.
- O que caralhos está acontecendo?
Nada.
- Você está na terra dos pensamentos disperços. Onde tudo que é, podia ser diferente. E tudo que não é, podia ter acontecido. - me respondeu o cachorro com uma voz estranhamente pontuada.
- Isso é muito estranho. Eu preciso dizer. - eu disse.
- Não, não precisava dizer. Mas você disse mesmo assim. - respondeu o cachorro.

- Como é teu nome?
- Eu, como todas as outras coisas do mundo, não tenho um nome.
- Eu tenho!
O cachorro sorrio e correu alguns metros para a frente, decolando voo. Foi muito difícil imaginar o que estava acontecendo. Mas decidi que havia morrido e ido para algum tipo de HD externo de almas do firmamento. Me sentei e percebi que o céu era um quadro pintado a óleo.
Me peguei imaginando como eu achava que sabia disso. E falei sem perceber:
-  Táqueo pariu!
Adormeci ali, eu não sei bem como. Mas adormeci. E quando acordei estava no mesmo lugar. Pensei que poderia acordar no banheiro de novo e que isso seria alguma espécie de roteiro cíclico. Mas não foi.

Foi um roteiro de final abrupto. E só.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Take on me. Take me on.

A felicidade não é a presença de nada. Felicidade é ausência. As pessoas confundem o que é com o que não é. Na verdade, eu acredito que as pessoas entendem e confudem o que querem. É mais simples desse jeito. Ou daquele jeito. Tanto faz no final.

Li que a poesia não é fruto de quem a escreve. A poesia se derrama como água e preenche os espaços com um líquido tão cristalino que se pode pensar que nada existe lá. Nada além de oxigênio e poesia.

O vento sopra nessa direção. Qual vento? Todo ele. Todos eles. E nenhum que importe mais que o outro.


Me peguei pensando em um mundo sem documentos, assinaturas e óculos escuros. Um mundo onde ninguém precisa. Onde ninguém necessita. Onde ninguém se esconde de sim mesmo, dentro do próprio corpo.


Esse mundo, eu não sei se existe ou não. Mas como se diz, a sabedoria não é a paz. Não. A sabedoria está mais para algo efervecente que borbulha nosso copo e nos empurra além do limite da sua própria boca. Nos fazendo perceber que o existe um copo maior a ser preenchido com outra dose. E que provavelmente, copos maiores sempre existirão.

Não se engane. Isso não o fará mais feliz. Não. Isso só o tornará mais sábio. E como eu disse: a sabedoria não tem nada haver com a felicidade.