terça-feira, 31 de agosto de 2010

Fernando Pessoa.

Nesta vida, em que sou meu sono,
Não sou meu dono,
Quem sou é quem me ignoro e vive
Através desta névoa que sou eu
Todas as vidas que eu outrora tive,
Numa só vida.
Mar sou; baixo marulho ao alto rujo,
Mas minha cor vem do meu alto céu,
E só me encontro quando de mim fujo.


segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Assista: http://www.youtube.com/watch?v=RCNbbGwAguA

"Quem vê, não acha que ele pode ! Mas ele sempre tenta e vai atrás... Negando seu troféu de maior idiota do mundo !"

Não é nada de novo, mas é bom : )
Bom, pelo menos que acho bom ! Acho do caralho, tipo take de olho de peixe bem enquadrado, bem iluminado, num steady bem equilibrado, com um ator que atua bem, num roteiro bem escrito,
Corta.

Existem algumas coisas que não podem ser dissecadas. Se você as explicar, elas perdem a magia e caem por terra. É como se o sentido estivesse no mistério. Se o mistério for perdido, a magia foge para o Mundo da Magia Fugitiva.

Outro dia uma amiga me disse que meu blog parecia um diário. Quase a mandei tomar no cú. Só se fosse um diário de um leprechaun divorciado que jamais voltou de uma viagem ruim de ácido.

Mas eu n disse nada, só sorri de volta. Não valia a pena corrigir. Sabe quando não vale a pena corrigir ou explicar ? Como se pelo fato de eu ter explicado, a magia seria quebrada.

O murro da cara ainda tem magia.

E tudo que eu posso fazer é sorrir de volta :)

Final alternativo:

Abraços não são contratos nem um caso é o retrato fiel
de como fomos alvo fácil pra quem nego chamar de "amor".
Minha garganta treme e faz o que for
preciso pra não permitir.

Isso é sobre eu e você
e o que não faz parte disso
apenas são notas de rodapé.


Dispenso qualquer conselho, aposto mesmo é no improvável e vou
catalogando cada acerto. Comprovando que o norte comum,
que tanto procuramos pode estar
no erro de se entregar.

Isso é sobre eu e você
e o que não faz parte disso
apenas são notas de rodapé.

(Notas de rodapé - Tópaz)


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Só um pouco mais de Sigur Rós.

O café amargo, é mais amargo do que realmente é.
Café preto, desses sem cigarros. Sem nada para adoçá-lo.
Sem xícaras lado a lado. Esse café é solitário.
Sobre a mesa da cozinha, não há torradas, frutas ou esperança.
O café solitário é servido puro, forte e desacompanhado.
A manhã vem como um chamado.
O sol, chama que queima despreocupado.
Meu nariz quase sempre frio, do inverno passado.
Sem chocolates ou sorrisos.
Só o café solitário...
Passa pela janela do apartamento um cavalo alado.
Asas brancas em slow motion bem renderizado.
Seus olhos negros brilham contra o vidro, da janela ao meu lado.
Lá fora o mundo parece um lugar distante.
Avesso ao que é dado, eu rejeito futuro e passado.
Pois do que serve a previsão da árvore,
quando sempre lhe dão o machado ?

Viver é algo que faço calado.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Canetas não escrevem o que eu quero dizer.

Dá pra tentar falar, mas a voz vai se recusar a sair. Como se todas as letras de cada palavra reverberacem através da garganta e se chocassem por maestria do destino. Por pouco não sairiam. Ficariamos com aquela cara de tansos que fazemos quando caimos no chão. Quando achamos que algo é de um jeito, mas é de outro. Como quando tropessamos numa pedra ou escorregamos numa poça de lágrimas. Não é um tombo memorável, é só um deslize. As vezes, ninguém percebe. As vezes teu sobrinho te filma e manda a mini-dv pro Faustão passar em rede estúpida nacional.
De um jeito ou de outro, é essa a expressão do rosto. Como de quem achava que ia, mas acabou não dando pé...
Você engasga e alguém do seu lado pergunta se está tudo bem. Você diz que sim só com a cabeça... Que é pra não parecer estranho demais.
Dá pra tentar escrever, mas seus dedos vão formar um nó de marinheiro em cada mão. No melhor estilo Guilhermo Del Toro. Como se os ossos de cada um deles se dissolvesse no mundo da alegria e só sobrasse a pele, as unhas e os músculos. E eles se trancariam como um truque mágico barato. Você se levantaria empurrando essa cadeira na tua bunda com rapidez, num só golpe a cadeira cairia no chão. E você gritaria balançando suas mãos enquanto corre para lugar nenhum. Quem poderia te ajudar ?
Dá pra tentar pensar o suficiente para que alguém ouça seus pensamentos. Mas ela faria os teus pensamentos se curvarem a vontade deles. Como com vontade própria teus pensamentos se tornariam pesadelos. Demônios descontrolados tem enchendo de medo e ânsia. E tudo parecia turvo e borrado ! E você acordaria num hotel de beira de estrada, sem se lembrar de onde esteve na noite passada...
Definitivamente, o único jeito de dizer isso é apoaveqovjnqscmfdigfawlrqfnkvwva... desisto !

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Epitáfio.

Aqui jaz a solidão do solitário. A tristeza do improvável. A agonia do sem destino. E o medo do que teme.

Em vida, nada fez, além de mais um ser que foi. Existiu como todos os tantos que existem para somente morrer depois. Igual ao antigo, igual ao igual. Comum como tudo que há de similar e formatado.

Mas ainda assim, foi o único a viver seus dias. O único a viver seus amores. O único a viver suas mentiras.

E o único a sentir suas dores.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Meu coração e o vento.

Um sopra

o outro

uiva.

http://www.youtube.com/watch?v=RCNbbGwAguA

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Amargo.

Ao olvidar os dias, cicatrizo a cortina e me acalento.
Ditos próximos e intímos se evaporam agilmente em um momento.
Resta o amargo da lembrança e a triste esperança...
De que dor e pesar que comigo carrego.
Fujam para a névoa do jamais recorrer.
O mais intangivel dos pesos que tenho, é o medo.
Não por incomensurável tamanho.
Mas por as vezes ser um menino desatento,
e noutras um copioso ser truculento.
E lutam por minha atenção os sabores que me permeiam.
Numa valsa mórbida além do tempo.
Como se o viver fosse sempre embora.
Passam os dias,
estações, lágrimas
e as horas.
Só não passa o passar.
O escorrer das areias.
O morrer do viver.
E o nunca mais voltar !

Pois existir é eternamente morrer por se apaixonar.


terça-feira, 10 de agosto de 2010

Segura na mão de Deus e vai.

Diz a lenda, que existe um grande Rio entre o mundo dos vivos e o mundo dos não vivos. Dizem também que o Rio foi feito com o dedo indicador de Deus, abrindo uma vala e a preenchendo com as lágrimas da humanidade. Mas Deus sabia que nem todas lágrimas eram verdadeiras, que por trás de algumas existiam pensamentos avesos a tristeza. Pois que as misturou sem titubear, dizendo a si mesmo:
"- Cada qual verá somente lágrimas semelhantes as que derramou..."
Quando visto da margem dos vivos o Rio é revolto e cheio de pedras ponteagudas. Nem nas margens ele se acalma, arrasta pequenos animais que ficam para trás. E nem a grama alí cresce... deixando a terra vermelha aberta. Como uma ferida molhada. O som da água lembra, as vezes, trovões de verão. Pois o Rio enche piscinas represadas por grandes pedras e quando estas transbordam, a violência da água é implacável.
Quando visto da margem dos não vivos, o Rio é calmo e limpo. A água é transparente e corre suavemente rumo as curvas do desconhecido. Gordos peixes dourados pulam comendo mosquitos e insetos que o sobrevoam. A luz do sol atravessa sua superfície o deixando brilhante como uma lampada. Do lado dos não vivos, flores de todas as cores crescem nas margens. E os mais belos pássaros cantam as mais lindas canções.
Dizem que na hora de nossa morte, nossa alma é levada até a margem do Rio. E vemos então as lagrimas que derramamos, pois a mais ninguém elas importam. Não importa se você chorou sozinho sofrendo ou se fingiu que sentia dor. Não importa se chorou preocupado com alguém ou se traiu a confiança de seu melhor amigo. Alí, de pé. Na beira do Rio, tu verás todas tuas lágrimas. De fato, ele será composto por elas. Pois como disse o poeta: viver é derramar um rio de lágrimas. E pobre de quem pensa que as lágrimas só saem dos olhos. Pobre de quem vê o mundo como o que o mundo se mostra. Pobre e coitado (no sentido etimológico da palavra, se referindo a extensão carnal de coitar).
Não amigos e amigas, alí não existe maquiagem ou desculpa. De pé na margem do Rio, com as solas dos pés tocando a terra vermelha e molhada. Nus como viemos a este mundo, é como devemos deixa-los. E não bastará fechar os olhos, pois como eu disse, pobre de quem acha que são eles que vertem as lágrimas. Não. Mesmo os cegos verão e os surdos ouvirão. E como num beco fechado, sem saídas. Confrontaremos nosso viver.
Todos erramos, nossa natureza é falha. Existem os que não admitem errar, e particularmente são os que mais me enojam.
Continuam as lendas, falando sobre um balseiro. Ele foi posto alí por um motivo. Antes do princípio das eras conhecidas, o Criador pensou:
"- Se tudo que vive morre, preciso permitir que os que quiserem voltem a mim. Para o recomeço do fim."
E deu ao balseiro sua balsa de boa madeira trançada com cordas brancas de linho, uma túnica grossa e um longo remo de sândalo. E lhe disse:
"- A ti, eu dou a tarefa de cobrar o que cada alma fez em vida. E munido disso, trarás a mim aqueles que puderem vir..."
O balseiro nada decide. Ele vem lentamente em nossa direção, arrastando o longo remo no lodo do rio revolto, subindo e descendo as águas atormentadas dos nossos dias. Mas parecendo fazer isso sem se esforçar. Ele para na margem e pergunta:
"- O que fizeste enquanto estava deste lado ?"
E nossas bocas falarão mesmo sem nossa vontade. Mesmo que tenhamos morrido mudos ou com nossas línguas arrancadas por lâminas enferrujadas e nossos dentes por sussetivos socos e pontapés. Ainda assim, ouviremos nossa própria voz dizer:
"- Eu fui bom..."
"- Eu fui ruim..."
"- Matei cinco inocentes e roubei treze carros..."
"- Abandonei minha família..."
"- Eu roubei tudo que pude de todos que consegui..."
"- Eu tentei meu melhor..."
"- Menti, traí e fugi..."
"- Não ajudei ninguém que não pudesse me ajudar..."
"- Roubei do povo o que eles não tinham..."
O balseiro já ouviu de tudo. Nada mais o impressiona. Ninguém vê seu rosto, nunca. Mas na verdade ele sorri por baixo do manto. Sorri, enquanto escuta nossos atos. Acha graça dos que roubam e matam. Acha graça dos bons e acha graça dos ruins. Pois nada lhe importa de verdade. A vida é um instante efêmero. Um momento que pode ser transformado em uma boa coisa ou em uma piada ruim. É como pensa ele.
Quando terminamos, ele pede que demos a ele o que mais fizemos com nossas vidas. Os que mais roubaram, sem se arrepender, tentam tomar-lhe o remo a força. Os que mais mentiram, tentam prometer-lhe algo. Os que mais mataram, tentam afoga-lo nas próprias lágrimas. Mas somente os que não foram de todo maus e ardilosos. Somente os que não tiveram raiva do viver, inveja ou maldade podre no coração lhe estendem a mão. E sobem na balsa.
Esses o balseiro carrega a outra margem, onde são recebidos por seus pais e avós. E pelos avós de seus pais, ao lado dos avós dos avós deles. Todos alí estão. Sorrindo em paz e satisfação em receberem mais um dos seus. E juntos, na eternidade dos grandes salões, a morte continua em seu mistério eterno. Deixando para além do véu da vida os segredos do terra e do firmamento.
Aos que tentam ludibriar o balseiro, pagar-lhe o dinheiro roubado durante a vida. Matar-lhe cruelmente ou enganar-lhe em mentiras eternas e pegajosas, a esses... O balseiro nega a passagem. E não há eternidade para eles. Haverá, numa próxima vida, vivida em pagamento a anterior. Outra chance. Mas antes, eles deverão viver algum tempo somente ao lado de seus iguais. Sendo enganados e mortos e roubados. Dia após dia. Até realmente se arrependerem do que fizerem e fizeram.

Mas isso, provavelmente, não passa de uma lenda idiota...

Hoje é um bom dia pra ouvir isso (COPIE E COLE):

http://www.youtube.com/watch?v=nOuKdeZ2x-M


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

http://www.youtube.com/watch?v=ttum1g_-5PM

Lobos, lobos, corram os lobos chegaram !

Gente pra todo lado, sombras correm nas florestas. Som de portas se trancando, janelas batendo e gritos de nomes:
"- Manwë !!! Maaaanwë !"
"- Ramha ! RAAAAAAMHAAA !"

E os guerreiros tiram suas espadas e machados das bainhas e erguem suas tochas. O longo som da trombeta vindo da torre acusa que algo foi avistado. São dois silvos.
Mais gritos e mais gente correndo. As ruas de barro e grama pisada estão praticamente vazias. Os cavalos foram presos nos estábulos, mas um deles passa com a sela solta. Trotando sozinho na escuridão com os olhos arregalados, sentindo a presença deles. Turin o ilumina com a tocha e aperta sua mão direita ao cabo da espada. O animal relincha mas não para... O guerreiro sabe que seu dono não teve tempo de prende-lo, provavelmente percebeu alguma movimentação suspeita próxima a sua casa e preferiu não arriscar. O cavalo está agora sozinho e provavelmente não verá o próximo sol nascer.
Turin nasceu nessa vila e não é a primeira vez que os lobos vem. Eles sempre atacam no começo do inverno. A luz de uma tocha surge na escuridão. As pernas de Turin param de caminhar em uma poça de lama... Ele firma o apoio e cerra os olhos por baixo do elmo. Espada em punho e a mão da tocha tem um broquel comprado no Porto do Rio. O povo da floresta negocia madeira com os elfos, os broqueis de lá aguentam algumas mordidas de lobos antes de racharem ou mesmo lascarem sua superfície. Mas lobos não carregam tochas, assim, ele aguarda.
Som de passos apressados. Turin não o reconhece e nem ele ao guerreiro. Mas os dois param. O homem faz um sinal circular com a tocha... Turin responde e traz a chama até o próprio rosto.
"- Turin, sou eu, Mëklar !" - fala alto, provavelmente revelando a posição deles.
Turin o manda ficar em silêncio e ele obedece enquanto se aproximam lentamente.
Entre eles a uma bifurcação a esquerda, a loja da esquina é de Ghontar a curandeira. Ghontar raramente fica em casa, seu filho vende as ervas que mãe traz da floresta. Turin e Mëklar ouvem o som de algo respirando. Como se estivesse correndo... Não e humano, isto sem dúvidas. Parado de pé, sem tocha ou lamparina. Com uma espada em punho, apesar da guarda estar baixa. Ele respira.
Os soldados ficam estáticos.
"- Em três luas, todos que ficarem para trás serão mortos. Levem todos embora... É tudo que posso fazer por esse lugar..."
Nem Turin, nem Mëklar o reconhecem. Nunca o viram antes... Seja quem for, ele vira de costas e caminha para longe deles. Mëklar grita:
"- Quem és tu ???" - de forma agressiva.
Ele para. Respira ofegante ainda, como se estivesse correndo... Um lobo uiva não muito distante... Hoje a noite vai chover, os trovões não perdoam o céu.
Turin olha para Mëklar assustado, e os dois olham ao seu redor percebendo que estão cercados por vultos. Os telhados das casas estão cheios de homens armados, sem escudos ou gibões. Só com lanças e tinta azul na pele. Eles tem ossos presos a pele, com amuletos e adereços. Parecem selvagens, e são bem diferentes deste que lhes falou no chão. Não fazem questão de se esconder ou se proteger, são mais de vinte. Talvez mais de trinta, agachados, próximos uns dos outros como cães. Como uma matilha. Os encarando, prontos para atacar.
Aquele na rua de costas se vira e responde:
"- Em três luas, os que aqui ficarem, vão descobrir..." - enquanto os lobos uivam...
Turin e Mëklar ouvem os pulos deles. Nenhum se aproxima dos soldados, eles correm por cima dos telhados. Alguns correm pelo chão mais a frente.
Todos desaparecem na escuridão. A sensação de que eles poderiam ter sido mortos a qualquer momento é extramente desconfortável e frustrante. Mas nenhum dos dois duvida do aviso... Como também não duvidam e Ghoas, o regente, não vai deixar a vila.
"- Em três luas, sangue será derramado..." - diz Mëklar ao amigo.
Turin sorri assustado.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

( ; ; )

Não se faz poesia sóbrio.
Pensando em cálculos ou angulos.
Poesia é como espirro desavisado.
É susto de pulo e grito.
Chega sem por favor ou com licença.
Entra de assalto e te rouba
a vida presa entre os dentes.
Vento que leva a areia da mão.
Dito que perturba a direção.
Noite que escurece sem permissão.

Não se escreve poesia de alma limpa.
De alma lapidada.
Poesia é resultado de rachaduras,
sorrisos e lágrimas.
Como água antes represada.
Ou luz acesa de repente.
Que agrada uns e acorda outros.

Não se faz poesia de mãos dadas.
Poesia é paixão viva, dolorida.
Não carinho de tia.
Ou "olá" de vizinha.
Poesia é tapa forte na cara.
É a vergonha do tapa.

Poesia é o amor e o ódio do nada.
Sem indiferença ao cadáver no chão.

Poesia é o vento, o barco e a direção.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Todas as vozes fora da minha cabeça.

Título rebuscado. Violão folk, frio e chuva. Dia corrido no reino das cadeiras com rodinhas e muita gente querendo ouvir um: "alô !"
Não reclamo, na verdade eu gosto ! Aplausos, sites e botões pressionados !

Será que se algum grande poeta clássico escreveria sobre os botões que temos para apertar todo dia, se fosse vivo ? Sim, porque a gente aperta botão pra caralho, já percebeu ? Do elevador, ao código do prédio, no carro, no celular e no caixa eletronico, no computador trabalhando então ? Pufff... Na academia, do código da catraca até a esteira e se você resolver conversar pela internet então... Pronto ! Você já apertou botões demais...
Conversar pela internet ? Não né ? Linguagem escrita é bem diferente da falada ! Claro, tem gente que só toma coragem de dizer as coisas pela internet ! E da-lhe email, msn e os malditos sites de "relacionamento". Que relacionamento ? Ok a idéia era boa, mas se perdeu... Como tantas, por exemplo essa minha. Desisto. Minha idéia também se perdeu.

Sinto falta de ar. Ta frio pra caramba e enquanto os pássaros devoram a ração do meu cachorro eu penso que vou sentir falta do frio. Já, já.

Eu havia pensado em escrever sobre as vozes que orbitam ao redor das minhas grandes e supersônicas orelhas. É eu tenho orelhas supersônicas, manja de Thundercats ?
"Espada justiceira me dê visão além do alcance !!?!"
Eu tenho audição além do alcance, é uma desculpa pra mãe natureza ter me feito orelhudo. Not true : (

Vozes fora da minha cabeça. Pablo Neruda uma vez disse que toda beleza da humanidade existe em deixar de existir. Claro, nada do que é eterno é mensurável ! E a gente adora viver sentimentos para sempre !
"Seremos amigos eternamente"
"Nos amaremos até no pós vida"
"Nada vai nos separar"
"Nunca vamos parar de fazer isso"
"Sempre, nunca, eternamente"

Como se alguém controlasse alguma coisa ? Claro, a gente controla um monte de coisas. Diz um treinador de futebol em entrevista coletiva:
"O futebol é parecido com a vida: se você deixar a vida vai sozinha e algumas decisões demoram pra mostrar se foram certas ou erradas. Mas se você batalhar pelo que quer, consegue o resultado na hora."
Eu digo que Platão se virou no túmulo em agonia. Talvez agora ela esteja posicionado corretamente, de tanto que já se virou pra cima e pra baixo...

De eterno eu sei bem. Eu sei que não sei porra nenhuma.

Eternidade é um conceito filosófico que se refere no sentido comum ao tempo infinito; ou ainda algo que não pode ser medido pelo tempo, porquanto transcende o tempo. Se entendermos o tempo como duração com alterações, sucessão de momentos, a Eternidade é uma duração sem alterações ou sucessões.

Segundo Boécio, Eternidade é "a posse total, simultânea e perfeita de uma vida interminável".

E assim será.