terça-feira, 29 de julho de 2014

E o "te falei"?

O melhor lugar pra ser
É assim
Mesmo sem nunca ver
O aqui
Imaginando, um mundo
inteiro
Querendo um segundo
Antes do primeiro
Eu vi que sim
Sempre há lugar para
Sentir
Meu barco navega nuvens
Vejo daqui
A beleza do chegar
Na vontade do partir.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Sempre sopra nessa direção.

Silêncio. Ausência de qualquer ruído.

Ruído. Qualquer forma de som indistinto.
Indistinto. Que não possui definição.
Definição. Enunciação dos atributos e qualidades próprias a um ser ou coisa.
Coisa. Tudo o que existe. Todo ser animado, inanimado, real ou aparente.
Real. Que tem existência real e não imaginária.
Imaginário. Que só existe na imaginação. Quimérico.
Quimérico. Que mescla a fantasia com a realidade.

Silêncio.
Ausência de ruído. Real, imaginário ou quimérico.

Agora eu quero ver tu calar os teus pensamentos.


sexta-feira, 18 de julho de 2014

A vida segue a nos enganar.

Dos amores que eram para sempre, e acharam seu fim.
Aos que seriam amigos, e não foram.
Os sorrisos de antes se partiram.
Sonhos vendidos. Almas caladas.
Gritos e gemidos, no parto da próxima pessoa que vai morrer.

Eles dizem: a vida é bela.
Deve ser por isso que choramos a falta dela.


 

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Pen(sou)

Você já percebeu que amor é roma ao contrário?
Quem tem boca, vaia o amoR.
Quem tem boca,  vai  a Roma.

Pen(sou)

O melhor lugar para colocarmos a hipocrisia alheia, é bem ao lado da nossa.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Sem/Cem heróis

Torcer para o futebol do Neymar estar afiado.
Admirar a Giselle Bündchen porque ela é bonita.
Gostar da Ana Maria Braga porque ela e o Louro José são simpáticos e divertidos.
Do Silvio Santos porque ele pergunta "Quem qué dinheeerôôôô?".

Do galã da novela da ultima semana, porque ele é charmoso e romântico e gosta taaaaanto da fulana de tal (preencha fulana de tal como quiser...)
Ou da Anitta, porque ela faz qualquer ser vivo ao seu redor "... achando que vai me ter...".
Admirar o Roberto Carlos com seus especiais de final de ano de "tantas emoções".
A Ana Paula Padrão por ser tão certinha e boa profissional.
A Dilma, o Lula, o FHC, o Collor ou o Getúlio porque algum deles, sem dúvida tu achas que queria o teu bem...
O Tiririca, porque tu também és um "abeeeestaaaadô"!
O Luciano Huck porque ele forma o casal mais bonito do mundo com a Angélica "Vou de taxi, se sabe..." e também porque ele realmente ajuda as pessoas com seu caldeirão de bruxarias televisivas. Sem nem ligar para os patrocinadores... Ou seria o contrário?
Melhor continuar.
Deixar teus filhos curtindo um "xou" da Xuxa-xa-xa. Baixiiiinhos, não assistam "estranho amor". Ok, assistam, é genial!
Acreditar no Fantástico. No Jornal Nacional. No jornal impresso. Na Veja. Na Caras. Na Fuxico (essa revista existe?). Na Capricho. Isto é. Ou também se não for, na ultima notícia mais importante do mundo da ultima hora.


Nosso país é feito por pessoas que levantam cedo, pegam 62 conduções até empregos onde são castigados por serem pobres, iletrados e ignorantes (perceba que isso são três coisas completamente diferentes e sem nenhuma ligação).
Nossos Zés, Marias e Joãos são nossos heróis. Mas eles não sabem disso. Eles acham que os heróis são aqueles que aparecem na televisão. São as Opras norte americanas. São os Michael Jacksons. Os galãs dos filmes, com seus ternos de risca e seus chapéus panamás.

Nós somos a nação que torce para outras nações. Achamos os estados unidos bem melhores que a gente. A Europa bem mais culta. A Asia mais evoluida. E pelo menos vencemos a Africa. Porque lá eles precisam da nossa ajuda...

Agradecemos por nunca termos tido guerras, desastres de proporções nacionais como tufões, maremotos, terremotos, etc...
Somos abençoados.
Mesmo vivendo na merda. Chafurdando a lama. E comendo lixo.


Nós somos o país em que o primeiro "whatsapp" da história, mandado por um português muito maroto, disse:

"Aqui tudo o que se planta, dá!"

Ora pois ó gajo, deu!

terça-feira, 8 de julho de 2014

Ver ter ser

Sem ver.
Sem ter.
Sem ser.

Verter-se:

e vemos
e temos
e somos

sem vírgula
sem ponto

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Deixa assim.

Quanto tempo passa, até o tempo acabar?
Escorre o vento pela janela.
E eu fico aqui imaginando pra onde o vento sempre vai, tão apressado. Voando para todos os lados.
O sol sobe e desce brincando de esconde-esconde com a lua enquanto a terra dorme no mais profundo coma. Sonhando com a humanidade.
Ninguém consegue nos ouvir. Nós tentamos falar, mas parece que todo o mundo está completamente surdo.
Conheço um bosque onde sempre chove. E só chove dentro dele. Mesmo quando o dia do lado de fora é um sábado de sol com céu azul de brigadeiro. Lá dentro chove.
Sombras no caminho. Todo mundo vê a luz no final do tunel. Pouca gente olha para as sombras. Nelas nós jogamos nosso lixo. Nossos medos. Nossos sustos. Nossos erros.
As sombras são mais nossas amigas que a luz, me diz um alguém.
Porque, perguntei.

Porque elas aceitam nosso pior. Sem nem perguntar porque.
Verdade, pensei.
Mentira, tentei.

Tanto faz, entreguei.
A vida tem dessas. De Reis e Zés. De gente feliz que anda a pé. E o mundo se abre. Seus horizontes se desfazem. Nossas histórias se entrelaçam e se separam. Se enroscam e se soldam. Como duas tripas de massinha de modelar, uma branca e outra preta. Que de tanto girar na mesa, viram uma cinza. E quando as dividimos, elas são de outra cor. São de uma cor diferente do que eram antes. E continuam assim, até que o infinito termine.
Uma vez eu conversei com uma raposa, ela me disse que uma borboleta lhe contou que o mundo tinha dia pra acabar.
Terminou que não.
Terminei que sim.

O fim não termina.
Ser fim é, na maior parte do tempo, um outro nome pra um novo começo.
E quem quiser que lute contra isso.

 

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Impressão minha?

O frio do planeta vem do coração humano.
Temos braços e pernas quentes. Temos fogueiras e aquecedores. Construimos muros e telhados. Construimos famílias e chuveiros a gás. Cantamos dizendo que quem canta os males espanta. "We are the world" nós costumávamos cantar em coro na televisão, pra todo mundo ver. Viajamos para longe de onde nascemos para vivermos experiências que nos fazem imaginar que a vida é mais do que podemos ver. Trabalhamos em nossos trabalhos, porque somos trabalhadores. Formigas, não cigarras. Seguimos a linha. Do céu, da calçada, do elevador, da escada, da vida, da estrada, do dia e da noite também. Nascemos, crescemos e aprendemos a ter nossos próprios bebes. Assim nos multiplicamos, as centenas, milhares e milhões. Todos do mesmo jeito, com diferentes roupas e esperanças. Com diferentes rostos e tira gostos. Com histórias e amigos. Juntos e sozinhos. Corremos para todo lado do globo. Ocupamos aquelas campinas, as montanhas do lado, fizemos cidades de concreto e pontes. Acima da gente, só o céu estrelado. Mas queremos mais, subimos ao espaço. Naves do futuro. Astronautas e motores turbo. Tudo flutua na nossa existência. Menos o que afunda. O que afunda nós filmamos e passamos na televisão. "A vida das criaturas na escuridão do oceano profundo" ou algo assim. Descemos nossas luzes e cameras que rodam no escuro. Vimos seus rostos, eles viram os nossos. Como um Big Brother do mundo bizarro. Com monstros terríveis. Como o outro.
Cortamos o céu, de novo. Tubos de aço com asas. Flutuamos silenciosos. Subindo e descendo das nuvens. Cruzando o mundo conhecido como uma folha de papel riscada pela caneta. Sem olhar para trás. A vida é rapido, eles nos ensinaram. Logo os primeiros morrerão. Seus avós, tudo bem, eles eram velhos. Depois seus pais, é mais dificil, você lembra deles jovens. Um dia você. Quem te viu morrer? Alguém que te achava velho provavelmente. Enterramos os mortos em caixões. Todo morto é igual, ou quase. Somos criaturas de padrões. Gostamos de formatações. De viver a vida como nos ensinaram. Como sonhamos. Comprando, sorrindo, dormindo e digerindo. Digerimos muito. Comida também. Sentimentos. E a nós mesmos. Digerimos nossa própria existência no estomago da humanidade. Corroendo pouco a pouco através do suco gástrico e das contrações mecânicas que nos espremem por entre as paredes do que chamamos de existir.
Até que a humanidade nos caga.
Em um grande bolo fecal marrom e pegajoso.
Que desce pela descarga do universo. Até esfriar.
Esfriar tanto que vira pedra, mas não cai.
Fica flutuando.
Esperando a vida começar de novo.
Como se todo planeta, fosse um único ovo.


Ou também pode ser só impressão minha.

terça-feira, 1 de julho de 2014

(De)Formadores de opinião.

Quem formou a sua opinião?
Sempre achei a expressão "formadores de opinião" uma grande babaquice. Eu prefiro ouvir Novos Baianos. E corroer meus próprios pensamentos na caverna da minha cabeça (ou ouvir os gritos do meu coração).

Opinião, como peido, é coisa individual. Que as vezes outras pessoas percebem.

Sempre que começo a escrever algo assim, penso em desistir. Mas foda-se, não vou. Não hoje. Hoje um pensamento William Wallace me grita "libeeerdaaaaaadeeeeeeee" enquanto uma multidão de outros pensamentos assiste a sua execução em praça pública.

Ok. Volta.
Volta novamente.
Pleonasmo.
Retorno?
Não, revolta!