segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Abraço meus abraços além dos meus braços.

Quantos tipos de abraços existem?
Abraços de parabéns, de alegria, abraços de ajuda e de despedida. Abraços de mãe e pai, de avós, abraços de amigos novos e de amigos antigos. Abraços com lágrimas, abraços com sorrisos. Abraços apertados, sufocantes. Abraços de lado, distantes. Abraços largos, frouxos e até decepcionantes.
Existem abraços diurnos. Para a noite. Abraços para as madrugadas não dormidas. Abraços de boa tarde e bom dia. Abraços longos e curtos. Abraços afobados e nulos. Abraços colados, suados, beijados e distantes. Existem abraços coletivos, solitários, abraços de lembrança. De saudade. De "adeus". E de "até logo, te vejo mais tarde...".

Existem abraços para dias nublados. Para dias com sol. Abraços para a chuva. Para o calor e para o frio. Existem abraços vestidos de sentimentos escondidos. Abraços despidos de sentimentos verdadeiros. Abraços iniciais para todo tipo de coisa. E abraços derradeiros.
Existem abraços quentes, mornos e gelados. Abraços lindos e estranhos. Abraços exibidos. Envergonhados. Abraços lembrados e esquecidos. 
Talvez, meu abraço favorito seja o desesperado. Mas não com pressa, ou agonia. Não.
O abraço desesperado, é silencioso. Demorado. É um abraço que usa os braços, como todo abraço. Mas abraça a essência. Abraça o invisível. Abraça o inabraçável. O impossível de ser visto, dito ou até sentido. Abraça o pai e a mãe que se foram e os que ainda estão aqui, abraça o avô e a avó que só te seguraram quando eras um bebe de colo. Abraça a incerteza da vida e da morte, e todos os seus mistérios sem nenhuma exceção...
É aquele abraço em que se abraçam os casais sabendo que mesmo que haja amor entre eles e que por mais que se apertem peito contra peito. Coração contra coração. Um dia, talvez distante, talvez não, será preciso se separar. E voltar para o lugar de onde se veio. Voltar para longe de onde se está agora.

É um abraço que abraça o universo. Que abraça e existência do tudo que há. Sem tempo, sem medo, sem fim ou começo. Um abraço impossível de se forjar igual.
Um abraço como o vento, incontrolável, efêmero e eterno.
Um abraço sentido. Não dito.
Um abraço além dos braços e dos abraços.