quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Foi assim.
Sem despedidas
ou acenos.
Como vai o pó.
Levado no vento.
Em silêncio.
Pararam os ponteiros.
E o dia adormeceu
sozinho.
Foi sem demoras.
Dizia das coisas da vida.
Dos compromissos.
Que para vagar,
não haviam mais horas.
Se me acordasse,
nesse momento.
Pensaria que era sonho.
Mas, e agora ?
Sem a voz dela.
Ou suas gentilezas...
Para que remo ?

Estar perdido, é meu jeito.
De encontra-la.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Só assim.

Sempre são desse jeito.
Sempre, igualmente o mesmo.
Como carinho que vira beijo.
Frase certa em linha errada.

Só assim:
tendo isso fora de mim.
Como grito de quem era calado.
Como voo de pássaro cansado.

Posso, enfim, ser feliz.
Pois viver sem ser.
Respirar sem ter.
E olhar sem ver.

Não é pra mim.
Viver a vida em sonho.
É triste fim,
pro só assim !


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Café enrolado na colher.

Dificil dizer.
Mas o mundo é uma cortina, cheio de figuras. Sombras e trecos pendurados.

Dificil dizer, eu sei.
Mas as pessoas, podem ser pesadas como pedras imóveis. Ou finas como recortes de papel. As vezes tão finas que dá até pra ver através delas. Ou queima-las com um isqueiro ! Ou rasga-las sem querer querendo, Chaves.

É complicado.
Mas tem dia que noite não dá. Diria um velho conhecido. Ainda bem que choro de rir com meus amigos. As vezes chorando mais, as vezes rindo mais. Ainda bem que meu cachorro de pelo cortado parece um morcego sem asas. É estranho.

Estranho é uma cachoira que sobe as pedras ao invés de descer.
Estranho é chuva de suco de uva.
Estranho é um cigarro infinito, que é fumado através das gerações de uma família.

Estranho é meu pé direito falar. Ou talvez seja o esquerdo nunca ter dito nenhuma palavra.
Tá isso não é estranho... Isso já assim a quase trinta anos. É tempo o suficiente pra ser considerado normal.

Ok, isso é normal.



quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Poesia pra não ficar. Nem ir.

Pra quem não pode ir.
Nem ficar.
Que viver seja o caminhar,
de sol a sol.
Onde eternamente,
morremos por nos apaixonar.
E reviver em luz ou escuridão.
Depende de como o vento bater.
De como o coração, pulsar.
Pra onde o olho, olhar.
Sendo o fim do recomeçar.
Sendo o começo que
todo resto vai findar.
Sem nunca.
Sem sempre.
Sem talvez, ou
eternamentes.

Enquanto sigo sem ir.
E fico sem estar.
Aqui.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

E se nada mudar com o passar dos anos ?

Nem me pergunte, o que será do nosso amor ! Laraiá, laraiá...

A única pessoa que lê esta bosta, não gosta. Putz, com direito a essa rima de quarta série. Isso é bem compreensível.
O mundo continua sendo um lugar estranho, cheio de pés e olhos. Pra mim, o mundo é um cientista que vira monstro. Sem botões de pause, ou raps sobre a busca da felicidade. Só um volante sendo segurado por duas mãos. A 140 km por hora numa estrada de chão batido. A noite. Com um pneu furado. Sem cinto de segurança. Com uma garrafa de uisque aberta do lado e um chapéu de cowboy na cabeça. Pronto pra virar um monstro.

Pronto pra virar um monstro.

O cara da tv me diz que a culpa do crime no Brasil, é de quem não paga o imposto de renda em dia. É de quem toma multa de transito e joga papel no chão da rua. Deve ser. Porque de quem importa, de quem era pra fazer alguma coisa. De quem está no comando. Definitivamente não pode ser. To meio cansado dessa mesma história. A palhaçada contra o Collor, em 93, foi um cabelo da peruca. Nada mais. A gente teve coisa muito pior depois, e dai ? Ninguém foi bater panela na rua, ninguém foi reclamar na praça central... Ninguém fez porra nenhuma !
Aaaah, vc está sendo drástico ! Muita gente reclama, e faz sua parte. Verdade. Tem gente que reclama e faz muito mais do que eu inclusive. E quer saber ? No final, isso é igual a nada. Ficou puto com isso. Fico puto com nadar e morrer na praia.

Tipo esse texto. Que nadou e morreu na praia.
Maldita sejas tu, ó dislexia funcional...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Minto:

Sem verdade.
Me vem a fala,
assim como chove na chuva.
Cresce de dentro pra fora.
Admiravelmente incessante.
Nos limites entre sol e lua.
Como navalha na carne.
Que sangra, crua.
E brota verme.
Alojado no desabrigo.
Aquele que mora em mim.
Contigo.
Todo o tempo mentindo.

Pois é nosso o limbo.
E que arda no inferno,
o coração inimigo.