terça-feira, 30 de agosto de 2011

Baby, it's 3 a.m. i must be lonely.

- Que merda né ?
- Verdade. Uma das grandes.
- Amanhã pode ser melhor, ou algo assim.
- É, eu sei. Ou numa dessas, pior.
- Ok. Exatamente agora não podes dizer como eu sou. E talvez nem tu estejas em tua total razão. Mas é uma grande de uma merda. E eu acredito que se tu ficares um pouco mais, vais ver. Amanhã será melhor.
- Tá bom. Eu fico então.
- Obrigado. : )
- Maldito diálogo imaginário. Nada é como se pensa ser. Tudo é tão frívolo.

Você se esquece frequentemente: a imperfeição do Universo é que lhe dá beleza.


A pior coisa do mundo.

É o silêncio que fala mais que a palavra.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Pisei num prego e minha alma escorreu pelo furo.

Credo, que título dramático ! Quem eu quero enganar ? Sou bem dramático, as vezes. Mas a vida é cheia de episódios de novela mexicana. Alguém há de concordar.

Eu realmente pisei num prego. Foi bem dolorido, mas vou sobreBiber ! Como o Justin.
Senti um punzinho desses bem silenciosos escorrendo pela palma do meu pé. Pensei que fosse a pressão de um dia tenso de trabalho. E demorei pra perceber, era minha alma. Ela fugia de mim.

Minha alma saiu inteira pela furo do prego enferrujado e me abandonou.

No oco do viver sem alma, tentei chorar e não consegui. Sabe como é foda chorar sem ter uma alma ? Não desejo isso pro meu melhor inimigo.

Parece que as vezes tudo é feito pra dar certo ou errado. E eu me sinto uma marionete com meus tendões atados a uma presilha de madeira. Na mão de algum artista circense. Como se minhas culpas não fossem só minhas. Nem meus acertos...

Meu barco de papel, feito de jornal flutua pelo tempo como em um oceano cristalino. Vejo o fundo e outros barcos. O do meu pai afundou. Mas ainda está lá, como um velho Titanic a ser lembrado. Eu espero o dia em que possa reencontrar esse meu velho amigo e capitão.

Eu não uso coroa, veja bem. Não sou nenhum rei. Realmente não. O Jogo dos Tronos me ensinou que um homem com uma coroa, esquece que coroas são feitas por homens sem coroas. Pensando sobre isso, eu perdi um sábado inteiro.

Um coração sensível se despedaça a cada minuto no planeta. Mentira, isso acontece com uma frequência muito maior. 10 mil corações se despedaçam por minuto no planeta. Talvez mais. Ainda assim, quebrar o coração é algo tão dolorido, que uma das poucas formas que temos de suportar a dor é a de sentirmos como se fosse única. No começo, quando isso acontecia com ela era terrível. Pensar em ouvir o som de seu pequeno coração de porcelana se despedaçando. Com "cricks" e trincos secos. Como se fosse eterno. Como se fosse definitivo. Triste como um funeral. Ela enterrava seu coração pensando:
"Nunca mais serei feliz."

Mas o barco flutuando sobre o oceano do tempo. A levava a outro lugar. E lá ela começava a ouvir bem baixinho o som de seus batimentos. Até que o coração estava pronto para outro. E outro. E outro. E outro. E outro...

Mas algo mudou depois de tanto tempo tendo seu pequeno coração de porcelana sendo quebrado e colado, tantas vezes. Ele ficou menos duro. Menos exagerado. Menos dramático. E o amor deixou de ser tão bom quanto era. Ela percebeu isso da última vez. Quando seu coração voltou a bater. E tudo que ela pode esperar, foi a próxima vez que ele se quebraria...
"Até o amor é amargo, afinal..." pensou ela enchendo seus olhos de lágrimas.

Até o amor é amargo, afinal. Eu repeti sozinho com um cigarro entre os dedos. Eu não estava sozinho de fato. Estava rodeado da companhia de alguns dos melhores amigos que um homem pode ter. E ainda bem que foi assim.
Sou grato pela amizade que me é dada. De fato sou. E a melhor forma de demonstrar minha gratidão é dando minha amizade em troca.

Mas é como se teus amigos fossem um prato e o amor outro. Não vai adiantar misturar ervas e temperos entre os dois... Eles tem gostos separados.

Meu coração segundo o google, deve pesar pelo menos 300 gramas. Não sou um gigante, mas também não sou pequeno. Meu coração também não é dos menores. Enfio todo mundo que gosto lá dentro. É o lugar mais protegido que tenho no meu mundo.

Ouvi ele me dizendo outro dia:
- Um dia eu vou parar de bater e todo mundo que está aqui dentro vai ter que sair Leandro... Sabes disso, não é ?

Não respondi. Porque alguns corações, simplesmente continuam pulsando além da vida. Ele só não sabe disso ainda ; )



terça-feira, 23 de agosto de 2011

A procura de algo que valha a pena ouvir.

Além de a vida parecer tão mais simples nos anos passados, era tão mais fácil ouvir bandas boas. Eu lembro de quando Nirvana foi novidade pros meus ouvidos. Eu sou o filho mais novo de uma grande ninhada. Minha irmã chorava a morte de Kurt Cobain enquanto meu irmão me incentivava a curtir a primeira em sol menor de Tchaikovsky. Eu tinha 12 anos e mal sabia tudo que a vida me reservaria. Mal sabia não... Eu definitivamente não sabia.
Mas isso me guia a próxima página, que me grita:
"- Um dia vais achar que com 29, não sabias o que a vida te reservava igual, seu tanso !".
Possível.
Um dia eu escrevo esse texto de novo. Mas por hora.
Eu tenho ouvido muito violão e voz. Tem muita coisa boa nesse gênero musical. Entre as melhores para mim: The head and the heart, City & Color e Mumford and Sons. Alguém pode me jogar uma pedra e perguntar aonde eu enterrei Bob Dylan, em lugar nenhum... Ele não sai do meu iPod. Mas depois de quase 15 anos ouvindo suas batidas de violão, resolvi que era hora de ouvir outras gaitas e pessoas que cresceram ouvindo as canções do cara. Bom, essa aventura não tem um fim... Eu espero. As boas surpresas são realmente muito boas. As ruins também... MUITO ruins.

Mas ao lado bom das coisas.

A procura de algo que valha a pena ouvir, eu achei essa frase largada na minha cabeça. Era noite e demorei pra conseguir escrever meu texto. As gaitas de fole do universo conspiram contra minha dor. Canções proibidas, de partituras esquecidas. Deixadas de lado para que nunca mais fossem tocadas, eles disseram. Cavaleiros livres dançando ao redor de fogueiras de eterna brasa. Pra mim eles estão na viagem do Roberto Carlos. Aquele da perna de madeira que pouquíssimas pessoas viram. Pra mim, meu violão é um cara disposto a tentar de novo. E é incrível que todo dia eu escute ele gritar para mim: "Vai lá Lê, mostra pra eles...".
As vezes o som vem de cima ou de dentro do meu armário. As vezes vem do lado da caixa da minha guitarra, delicadamente apoiado. As vezes, vem de baixo da minha cama. Mas sempre vem.
Alguém me dizendo que sim, enquanto o universo diz que não. Quem ouvir ? Um objeto inanimado ou toda uma conspiração cheia de fundamentos ? Bom, se você chegou até aqui já sabe minha resposta.

Viver é tocar sempre outra canção. ;)

(Texto escrito ao som de Sleeping Sickness - 4:08 - City & Colour - Bring Me Your Love - Rock)




segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Ouça o que eu acho.

Um homem moribundo no frio, sem sapatos. Ele caminhava ouvindo o gralhar dos corvos sobre a sua cabeça. Seus pés negros, consumidos pelo frio, não sentiam mais o pisar. Mas parar não era uma boa opção. Resmungava numa língua a muito esquecida, sobre os dias passados. Sobre os verões antes vividos e as noites de céu claro que havia visto. Seu corpo magro e torto, era a soma de tudo que ele era sem querer ser.
Homem moribundo que caminha, ouça minha súplica:
Volte pra casa. Não há nada para ti aqui. E mesmo que houvesse, tu morrerás antes de encontrar. Sem dúvidas.

E é então que ele me olha e diz:
"- Não vamos todos nós, caro amigo viajante ?" - e dá mais um passo a frente. Rumo ao lugar que chegar. Rumo ao lugar em que seu corpo perder a sustentação e cair ? Indo em direção ao conhecido desconhecido. Ao esquecido conhecido. Ao nunca antes conhecido em breve desconhecido novamente...

Homem moribundo. Flagelo da alma. Espelho de um mundo mudo.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Cigarros não farão o tempo passar mais devagar. Infelizmente.

O que ninguém diz, às vezes precisa ser dito. É engraçado como as vezes a vida se parece com um carro sem controle indo em direção a uma curva que termina em um penhasco. Essa frase é como deveria ser ? Não sei se existem tantos recuos possíveis no planeta do control+z. E eu, obviamente, não me importo com a estética do que escrevo.
Mas se nada for dito sobre o carro descontrolado. Sem que nenhuma marcha seja reduzida. Ou nenhum freio acionado. Bom, aí a vida vai se parecer com a morte. Na grande verdade, pintando um quadro maior. E sabendo que eu insisto nesse ponto: a vida se parece com a morte. Morremos de amor. Morremos de tédio. Morremos de dor. Morremos de rir. Morremos todo o dia, não só nas expressões arcaicas. Morremos literalmente de fato. Viver é morrer, digo. Quando comemoramos um aniversário a mais, também comemoramos um ano a menos nesse planeta. Eu sei, existem as vitórias, as paixões, os dias vividos e tudo mais. Viver isso tudo, por si só, já é motivo para se comemorar. Já é razão para sorrir. Mas ainda assim, meu ponto não é perdermos a paixão pela vida. E sem o ódio pela morte.
Lembre-se viajante, o que ninguém diz as vezes precisa ser dito. Mesmo que isso não seja uma frase seguida de um sorriso cheio de dentes. Ou de veneno destilado e guardado para a hora oportuna.
Todo dia o sol vem, mas nem todo dia realmente nasce. Eu pensei que não fosse assim. Pensei que o gosto de jiló não fosse tão amargo. Pensei que Dó sustenido bemol com a sétima em si fosse um acorde fácil. Mas nada é. Nem o acorde, nem nossos dias.
Todo passado persegue. Porque é isso que os passados fazem, eles perseguem. O futuro é tipo uma linda mulher egocêntrica. Chega a te enjoar de ficar olhando. Você tem seus objetivos, alcança alguns agora, outros depois. Mas o futuro sempre permanecerá lá, te colocando metas que não tens como atingir. Que sofres pra tentar esquecer. Até que um dia você morre e o futuro debocha de ti dizendo:
"- Falei que não ias conseguir..."
O presente é uma rotina que as vezes despiroca. Deixa eu falar sobre despirocar.
Despirocar é tipo, sair do normal. Ficar alterado. O presente é algo bom. É o pássaro na mão. O futuro seriam os dois pássaros voando. O presente é uma dádiva que mesmo que você não queira, precisa aceitar. As vezes.
E o passado ? O passado é um pentelho impertinente. Cheio de meleca de nariz pra fora das narinas. Com ramela nos dois olhos. Gripado. De ressaca. Mas que é um cara legal, que você não quer mais por perto. Mas e as boas lembranças ? Eu sei, eu sei. Boas lembranças todos temos. Mas se o teu passado é tão melhor que o teu presente... Pensa bem em comprar um DeLorean e voltar atrás. Não é nenhum final do mundo, o que te importa é ser feliz. Você sabe disso. Pense a respeito. Pense sobre voltar no tempo, você chegará lá.

Eu acredito que o ser humano tem uma capacidade de adaptação assustadora. É estranho como aceitamos aquilo que achávamos o final do mundo conhecido. Nossa sociedade responde a mesma altura. Nos dá mecanismos para incorporar nossas próprias ânsias. As vezes de forma correta, as vezes não. Mas a sociedade não é uma resposta singular. É uma resposta coletiva. É um conglomerado de opiniões, das quais o extrato público se considera a média aceitável. Tome como exemplo o homosexualismo. Até algumas décadas era demonizado. Hoje em dia ainda é, mas pelo menos os homosexuais podem tentar lutar contra seus inquisidores. É uma vitória. Pequena, mas é uma mudança.
De volta, nos adaptamos muito bem. Nos adaptamos a pobreza da rua. As pessoas morrendo de fome pelo planeta. Nos adaptamos a discórdia. A ignorância. A falta de amor próprio. Somos uma super raça de adaptadores anarquistas.

Vai ver que é por isso, que se vemos os carros de nossas vidas indo em direção a um penhasco. Nos adaptamos aos bancos e ficamos a observar o horizonte. Lembrando das coisas boas da nossa vida.

Deve ser assim...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Vamos fingir que não existimos ?

Severa é a palavra que cala. Palavras mansas saem das bocas dançando músicas lindas e cheias de duendes verdes amigos de criancinhas loiras com os olhos azuis. As palavras severas são caladas no porão da língua. Entre o berro que nunca foi gritado e o choro engolido a seco. E as pessoas dos nossos dias se esquecem que acumular muitas dessas coisas não é algo bom. Elogiamos a calma dos Fulanos, a paciência das Beltranas e aquele que grita feito um louco desvairado as verdades do mundo a gente chama de inconveniente ! De desregrado ! Até de coração de pedra já vi chamarem, vê se pode ? Pode ? Pode ! E te fode ! Isso mesmo que tu ouviu seu filho de uma puta: TE FODE ! E se eu for menina Lê ? SE FODE JUNTO ! A pena é algo muito triste pra se sentir. Tem quem sente de si mesmo, tem quem sente dos outros. Tem quem escuta e nada diz ou pensa. Quem escuta e pensa falando. Quem escuta e pensa, mas não fala. E é desses que eu tenho medo. Foda-se o trato social, profunda e colossalmente FODA-SE ! Eu prefiro cortinas de baixa opacidade sacudindo em uma noite fresca de verão. Prefiro pés que se buscam no inverno. E se isso incomoda alguém... Faz um favor pra mim ? Diz que eu mandei essa pessoa se foder ? Mas assim, não é se foder bonitinha ou bonitinho. É se fuder REI ! Se fuder bem fodido pra não esquecer.
As palavras mortas serão deixadas de lado. Todos que escondem palavras sob a língua devem ser enforcados. Tudo que for dito, deve ser verdade. Tudo que for sentido, deve ser verdade. Tudo que for visto, deve ser verdade. A mentira é proibida sob pena de morte. Que seja feita a minha vontade. Que se cumpra a minha ordem e que se fodam os que preferirem as margens da lei do que minha sociopatia descontrolada !

Minha ingenuidade as vezes toma meu controle. Eu só deixo que ela faça isso quando escrevo aqui. E quando estou dando murros na cara de alguém. Com sorte, a próxima pode ser a tua.

Cheers !

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O relógio da destruição.

Poesias não vão curar
o que nossos corações fizeram.

Sorrisos alheios vão ser vazios.
E gelados como a neve.

Os abraços até nos acalentarão,
mas por pouco tempo.

O beijo é seco e desconcertado.
O carícia é muito rápida, ou muito lenta. Errada.

Nossa pele sente a falta das unhas.
Nosso calor da saliva.

Não vimos tudo na vida.
Mas o que vimos não será esquecido.

Dias e mais dias, em pilhas.
Como antigas cartas e velhos livros.

O inverno severo chega ao fim.
E o verão novamente é amargo.

Sentado nessa pedra, na beira da estrada.
Eu me esqueço de tudo que já esqueci.

Esperando que o futuro
não se esqueça de mim.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Minhas unhas curtas.

Chove aqui. Quase sempre chove, aqui. Enquanto chove, eu leio:

Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…
Assim também o eterno amor que prometeste,
- Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.

Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, –
Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…

Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste…
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste…

(Manuel Bandeira)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Ouça: City And Colour - The Girl

Você ainda não sabe. Mas a sua vida será surpreendente. Pessoas normalmente classificam a vida como algo perigoso e muitas vezes assustador. Bom, eu acho que a vida pode ser isso também. Mas nada vai além da nossa perspectiva.
Você vai chorar. Adoecer algumas vezes. Vai rir de um cachorro que ri pra você. Vai conhecer o mundo, e o mundo que você conhecer será o seu mundo. E apesar de viver dizendo para as pessoas ao seu redor que precisa ir para a muralha da China, vai gostar exatamente de onde estiver. Você vai se apaixonar e quebrar seu coração, mas nem vale a pena falar sobre isso. Porque isso acontece de um jeito diferente com cada ser humano no planeta.

Eu não consigo dizer tudo que vai te acontecer. E olha que quando eu comecei a digitar, esperei que atingiria um ponto latente que funcionasse. Eu sei que não atingi.

Mesmo assim: você ainda não sabe. Mas a sua vida será surpreendente (:


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Jambo Size.

Frases idiotas me deixam envergonhado. Tem gente que fala cada coisa...
Seria eu um desses zumbis fast food que dançam de forma idêntica, também ? Tomara que não. A morte não cura essa doença. A enfadonha sub cultura corrompida pela vontade de ganhar dinheiro não possui vacina. Infelizmente. Mesmo que eu desse um jeito da banda Calypso deixar de existir. Outra viria no seu lugar... Provavelmente com um discurso escrotal como: "Nosso primeiro DVD é uma homenagem a Joelma !". Tomara que Joelma não se escreva assim. Eu já fiquei com nojo de mim mesmo por saber que calypso se escreve com "y". Me pergunto porque, mas não me interesso pela resposta.

De volta ao sub lixo sub cultural da sub massa subvertida em sub população:

Comida frita, sertanejo universitário, axé e calypso nas praias inchadas de um verão qualquer. Podem pensar o que quiserem, não me arrependo de escrever isso: eu tenho nojo de toda essa merda.
Tenho nojo de carros que fazem o som reverberar pela atmosfera como se desejassem serem vistos da Lua. Eu tenho nojo das comandas de 8.000 reais em noites de aparência e cocaína no banheiro. Tenho nojo das mentiras, das meias verdades, das falsidades, das intrigas, das traições e do regozijo de quem vive esse mundo. Do enorme obeso oleoso falso e criminoso regozijo de quem vive isso.

Eu prefiro diferente.

De preferência num pacote pequeno. A meia luz. Com Beatles tocando. E o magnífico cheiro de pescoços que se gostam mais que qualquer coisa, pelo menos naquele momento.

Eu prefiro quando há menos teatro e mais verdade.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Um murro pra você.

Caro amigo, desconhecido. Não me importo com a sua identidade realmente. Na verdade, o quanto mais estranho fores, melhor. Tem pouca coisa na vida que realmente importa. E a gente passa uma existência inteira pensando em coisas que fazem a existência literalmente chorar de rir. Isso pra não falar das nossas mazelas, que nem cócegas fazem na eternidade. Na realidade, a eternidade não entende o porque de chorarmos quando choramos. Na maioria das vezes, ela se perturba por não entender. Desconfiada de quem a nossa ignorância seja tão retumbante que é impossível controlar nossa razão.

Bom, cada um tem a vida que quer. Se for a vontade de ter, você também a terá. O fato é que nesse exato momento, tuas ações incomodam um pouco a minha existência. Deixe as fotos do passado para trás. Guarde seus sentimentos (bonitos ou perturbados, eu não me importo) só para sua pouco importante existência. Viva com todo calor, paixão e vontade que conseguir encontrar dentro de si. Tente ao máximo rir do que dá errado. Vanglorie-se de suas vitórias, existe uma forte possibilidade de que elas sejam muito importantes num futuro próximo. E ame. Escolha o que amar. Mas ame algo. Ame o sexo pervertido em orgias sem fim. Ame uma única pessoa na cama. Ame seu trabalho. Ame seu ócio. Ame tudo que puder, ou uma única coisa. Mas ame algo.

Só não deixe o seu amor atrapalhar o que não lhe pertence mais. O que faz outra alma, provavelmente não tão diferente da sua, ficar mal. Porque se tem uma coisa que incomoda a eternidade, é a vontade de fazer o mal pela vontade de fazer o mal.

Perceba, caro amigo desconhecido: todos fazemos o mal. A diferença está em deseja-lo como ação ou não. Tenho certeza que todos temos motivos para nossas ações. De Hitler a um poeta de bar. Mas se lembre de que a vida sem o amor puro, é um dia que nunca amanheceu.

Lhe desejo toda sorte do mundo. Bom, não toda. Mas lhe desejo sim uma boa sorte.

Att.
Meu punho direito.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A alma que me habitava, partiu.
Evaporada por uma fresta.
Sobra o oco dentro de mim.
Unico que a viu.
Sibila ao sul o amargo passado.
Gosto de trem atrasado.
Imaginando a redenção dancei
essa musica.
Sozinho.
O perdão é solitário. Quase nunca coletivo.
Meu gosto pelo estranho.
Pelo chegar depois do horário.
Por não ser convidado.
Me força calado.
Ao grito que só dentro de mim, guardo.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Clica no "mudo" e vai.

Pensei em escrever uma poesia. Mas como todas as poesias que eu escrevo são uma bosta. Desisti.

Não escrevo poesias por acharem que elas são boas ou ruins. Escrevo por escreve-las. Por pensar no que escrevo. Por gostar de registrar o que sinto, pra que possa me entender melhor depois... Pra que possa celebrar ou odiar o que vejo. Os lugares e pessoas por onde passo. Porque, sim ! Nós passamos por lugares e pessoas. Alguns lugares vão contigo, outros não. Algumas pessoas também, outras não. E eu imagino a vida como um corredor cheio de escadas, portas e acessos a lugares fantásticos, além da minha imaginação. E cabe a ti abrir as maçanetas. Subir as escadas. E sentir teus dedões na grama verde com um céu azul de brigadeiro sobre a tua cabeça. Isso, não cabe a ninguém mais. Nem poderia.
Eu escrevo pra isso. Pra decolar voo na tempestade. Pra pousar gentilmente no teu aeroporto. Pra derrubar esta porra de avião em cima de um estádio cheio de crianças orfãs. Pra lembrar de esquecer. Eu escrevo, não porque acho que isso fará alguma diferença pro planeta. Tenho certeza que não faz. Eu escrevo pra fazer diferente o que já fiz antes. Ou igual. Ou de novo. Ou nunca mais.
Escrevo pra explodir e deixar as fezes que vivem dentro do meu intestino voar pro ventilador. Deixar meu sangue borrar as camisas brancas. Atrapalhar o transito. Pra ninguém nem ouvir que explodi. Ou pra gritar:
"- PORRAAAA !" - enquanto aperto o botão do detonador e ouvir a bomba falhar.
Pra não explodir.

Minha cabeça é grande. Minhas mãos são redondas, e só ficam bem se fechadas como murros. Meus pés são horriveis e tortos. Minhas pernas também são tortas. Na verdade, até o joelho eu pareço um pinguim... Ainda assim eu sempre adorei correr. Vivo pensando em voltar a malhar. Quero perder peso, tenho a impressão que passei os ultimos 10 anos querendo perder peso. Meu cabelo é um desastre. Minha barba é um ultraje a qualquer profissional da estética. Eu falo rápido. Sou impulsivo, praticamente todas as vezes que perco o controle. O que as vezes é bom e as vezes não.

Ainda assim, eu gosto de quem sou. Gosto do que tenho. E pra onde eu vou não parece um lugar nada ruim.

Porque talvez, isso seja um bom significado para aquilo que chamamos de viver: aceitar e tentar ser melhor em qualquer aspecto que não prejudique outra alma.

Te vejo lá.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A lágrima que traiu o olho.

Se fosse uma traição, não doeria tanto. A dor de quem é traído, normalmente afoga a tristeza em sentimentos como ira, raiva e o meu favorito: emputecimento. Quem é traído e tem um mínimo de amor próprio, chora pouco. Afinal, o fim de um namoro ou amizade (ou qualquer outro relacionamento, onde a confiança importa mais do que duas azeitonas com caroço) por causas naturais é mais triste do que uma traição. O fim por causas naturais, pode ser o término do caminhar de um coração cansado. Pode ser a decepção de não ser quem a pessoa amada quer que sejamos ou que ela não é quem nós queremos. O fim natural, pode se tornar uma amizade distante e ainda assim bonita. Não íntima como era antes, mas real no sentido de querer bem a alma com quem nos relacionávamos.
Já o fim pela traição é normalmente sujo. É como uma longa agulha que nos penetra a carne abaixo das unhas, vagarosamente. De forma perversa e calculada. O traidor, normalmente alega que não teve tempo para pensar. Que viu seu discernimento confuso. Mas isso, dificilmente é verdade. É raro não termos tempo para pensar no que faremos. Mesmo quem se encontra em situações de reação imediata, toma decisões baseado no que precisa para aquele momento. Dizer que agimos sem pensar, é assumir a própria ignorância em vários níveis. Praticamente todos, eu diria.
Pois bem, eu sei que vivemos em um mundo cruel. Que nossas vontades são ao mesmo tempo um objetivo constante e um segredo profundo. Que diversas pessoas vivem tristes em suas próprias cavernas de concreto. Que o amor é vendido e comprado como peças baratas de roupas. E que todos mentem. Na verdade, especialistas dizem que mentimos muito mais do que falamos a verdade. Diversas vezes ao dia. Duvida ? Consulte o link abaixo:

http://www.lingcorporal.com.br/artigos/64-por-que-mentimos

Mas ainda assim. Há de existir verdade em nossas vidas. Como já disse antes, não sou mais uma criança. Mas ainda estou a 31 anos de ser considerado um homem velho. Assim sendo, é possível que minhas palavras sejam motivo de auto-chacota em 31 anos. Mas eu acredito que há de existir verdade na vida. No amor. Na amizade. No sexo. Nas gentilezas. Em algum lugar, ela precisa estar.

Comecei esse texto dizendo que se fosse uma traição não doeria tanto. Sabe o que é ? A vida deve ser mesmo uma piada de algum tipo de entidade onipresente. A vida te dá esperança, como quem vende um carro. Te dá alegria como quem assiste a um show. Te de prazer como um parceiro íntimo na cama. Te dá carinho como uma mãe que acalenta um filho. E te faz pensar que viver é bom. Que viver é melhor que bom, que é excepcional !!!

E realmente é. Até que você descobre a verdade e sente saudade de quando era um ignorante com um sorriso tolo no rosto.

A lágrima traiu o olho. E fugiu.
E foi assim que ele chorou.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Pra hoje ;)

What would you think if I sang out of tune?
Would you stand up and walk out on me?
Lend me your ears and I'll sing you a song,
And I'll try not to sing out of key.

Oh, I get by with a little help from my friends,
Mm, I get high with a little help from my friends,
Mm, Gonna try with a little help from my friends.
What do I do when my love is away?
(does it worry you to be alone?)
How do I feel by the end of the day?
(are you sad because you're on your own?)

No, I get by with a little help from my friends,
Mm, I get high with a little help from my friends,
Mm, Gonna try with a little help from my friends