sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Aquele homem velho e a sua bengala.

A rua não para
Deslizam carros
Motos
Bicicletas apressadas.
E ali, naquela esquina
Ficam o homem e sua bengala.
Suas pernas cansadas
A vida apoiada
Na madeira morta
Da árvore cortada.
O sol escaldante
Sem vento
Ou olhar infante
Daquilo que não
vai adiante
Porque caminhar
lhe dói.
O caminhar 
lhe foi...
A bengala
lhe deu oi.
E aquilo que era
o tudo, mudou
Não no dia 
que passou.

Bem antes!

Mas sempre assim,
lento como o
ponteiro do
relógio corre.
Astuto tempo
Vil, sem perceber
Que da bengala do 
velho escorre, 
vento e vida
até ele morrer...

E por fim,
solitária a bengala
apoiada atrás da 
porta fechada.
No quarto 
do antigo dono,
chora ela,
desesperada,
pois sem mãos velhas,
não há bengala
pra ser...