sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Quadrilha - Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos,Teresa foi para o convento, 
Raimundo morreu de desastre e Maria ficou para tia.
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Nada pode parar a repetição !

De novo:

As distâncias daremos o título de meras formalidades. Porque no tempo e no espaço nada é impossível. Como também existem mais mistérios entre o céu e a terra do que o seu dinheiro pode comprar. É triste eu sei, mas nem tudo pode ser pago com moedas e notas de papel. 
Toca o piano porque lá vem lágrima:
Corre o boato de que o rosto é a janela pra alma. Por isso ela frequenta blogs de maquiagem, ele corre mais de 6km na esteira, todo dia. Por isso não se come açucar, frituras, evita-se o alcool e a balbúrdia ! E no fim, aaah o fim ! Sim, ele vem como um trem sem freios. Como a chuva que não pergunta se pode cair. Ele entra pela porta como um visitante inoportuno que possui a chave do teu coração e desliga a chave central.
As máquinas param devagar. Fazendo aquele ruído terminal (uuuuuuuuuôh...). E você grita:
"-Por favor, me deixa ficar aqui um pouco mais..."
Enquanto seu corpo é arrastado pra fora da casa.
E não adianta chorar.
Espernear.
Gritar.
Brigar.
Fugir.
Se revoltar e dizer que vc foi enganado(a), traído(a) e é um pobre coitado(a) sem culpa de nada no karma do Universo.

Não.

O fim te cospe feito um pedaço de carne preso entre os dentes.
E vai embora.

Sem finais felizes.
Ou romance hollywodiano !

E é por isso que eu gosto tanto dos fins...
: )


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Títulos repetidos me perseguem.

Pra todo beijo que se rende, existe um olhar que repreende. Distante ou próximo, até porque isso é relativo. Tão relativo quanto qualquer outro aspecto que citarei. Com raiva ou felicidade. Em silêncio secreto ou balbúrdia alardeada. Em mentira ou verdade. Voando ou no chão. Sabendo o que está fazendo ou perdido entre as veredas do sol e da lua.
E não tem sentido não ser assim. Porque até o sentido de ser assim é questionável. 
Tudo que era mentira e virou verdade. Como dito em "Peixe Grande" que de tão repetido acreditamos. Como as coisas da vida que se escondem por entre as colunas que já passamos. Paranhos e pó. Ecos do que foi e não consegue mais ser, porque não deu pé. Morreu. Ou simplesmente desistiu de tentar.
Eu de novo, no novo dia. Do novo sol que nasceu enquanto a lua morria. Me vejo escrevendo um título repetido. Novamente. Mais uma vez. Mais de uma vez.
Pois ser só o que se é, é só o que se pode ser.
Demora só, pra se conseguir ser.

;)

Lembrando: toda eternidade nasce da vontade de Deus.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Fenix -1903

Eu sonhei com um mundo torto
sem linhas retas e testas franzidas.
Só com sonhos e vidas.
Com chegadas e nenhuma partida.

Sonhei com um mundo novo
com rosto velho e peito aberto.
Com a boca cheia de revolta
cuspindo forte contra tua cabeça virada.

Sonhei com um mundo bonito
onde o feio era lindo.
Sem chaves em baús antigos
e com portas abertas a meus amigos.

Sonhei com o diferente
cheio de luz, música e gente.
Iluminado e contente.
Brilhando em ouro, diamante e tempo.

Sonhei com dias sem fim
noites de verão sem tristeza ou choro.
Com palavras de veludo onde nos deitamos.
Sem ouvir os gritos dos outros.

Sonhei com um lugar sem ruas
onde carros corriam sobre patas.
Latindo e brincando como vira-latas.
E toda casa, era de cachorro.

Sonhei com cores,
com cheiros e dores.
Vários céus brilhando no ar.
Com o caminho para se pisar.

Sonhei com plantas que falam
e animais que cantam.
Sonhei com beijos perfeitos
e mortos que se levantam.

Sonhei com círculos quadrados
e olhares redondos.
Com o ar da vitória sobre nossos ombros.
Cabelos curtos e cabelos longos.

Sonhei com o fim da guerra, da fome e das tristezas.
Onde distâncias seriam meras delicadezas
que vencemos com o piscar.

Acordei sonhando, meio deitado, meio em pé.
Falando tão alto, quanto o silêncio é.

Sonhei acordado, e dormi de olhos fechados.
Entendi meio tonto, 
que esse mundo é só meu.

Sem rimas ou poesias.


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A rainha da 1a vez.

Tudo é novo. Nada já aconteceu antes. Pela primeira vez ela pisava fora de casa, era tão diferente. Durante as noites passadas, o destino havia sido tão grosseiro e abrupto. Mas não mais... Esse era o fim das coisas como ela conhecia, e pela primeira vez, se sentia confortável com a situação.
Dias longos viriam diante seus pés, pedras aos caminhos, tempestades intermináveis... Tudo a mais pura verdade e pela primeira e única vez. Não importava o quanto se caminhasse, a linha do horizonte era mais rápida. Aparentemente impossível de ser alcançada. 
"- O que posso fazer ? É culpa minha ?" - Claro que não, afinal, você nunca fez isso antes. Lhe respondia o narrador. A relatividade das histórias está dentro dos ouvidos que a ouvem.
"- E você não é o dono do que escuta ! Lembre-se disso". E continuava a caminhar em direção a lugar nenhuma... Para longe daqui, e rumo a porra alguma !
Palavrões, chega deles. Sejamos bem educados, por favor.
Tudo bem, textos escritos em forma de diálogo me confundem mesmo, eu estava prestes a ter um ataque de nervos e surtar. Por favor, de novo não ! Não há motivo para isso. A ironia do existir está em mentir, me cospe a filosofia.

A ironia do existir está em mentir.

Mas eu não minto, tudo é a mais pura verdade... Eu menti antes, um par de vezes, talvez um pouco mais... Mas foi isso ! Acabou, você precisa acreditar ! Eu já enganei um par de pessoas, talvez mais... Fiz um punhado de merdas que todo mundo faz, talvez mais... Eu já dormi sozinho e acordei acompanhada e vice e versa, talvez mais... Enfim, você entendeu: acredite !
Ter fé no invisível é tão irritante quanto acreditar que ganharei na loteria, jamais se concretiza. Mas dá pra viver uma vida toda só no momento: E SE...
E se, você ganhar... ? Isso vira história pros teus netos hein ? 
E se, eu estiver certo... ? A gente pode dar certo e tudo vai ser lindo !
E se, o sertão virar mar... ? Bom, aí o mar pode virar sertão também e vice versa, talvez mais...

Engraçado, é a primeira vez que escrevem isso sobre mim. Claro, já escreveram outras coisas, mas nada assim, isso é a primeira vez. Eu vivo na tua imaginação ? Sim, talvez mais... É a resposta certa. Mas eu desconfio que erro de propósito, algo que Freud explicaria com calma olhando por cima dos óculos e cheio de perguntas intrigantes sobre o meu próprio existir. Mas não há explicação agora. Eu não escuto nada ao menos, escuto só Sigur Rós, uma das minha faixas favoritas. Mas não vou dizer qual é... Gosto de algumas das músicas dele, umas 3... Talvez mais !

Para com isso, é irritante. É mesmo ! É a primeira vez que alguém me diz isso hoje ! Pensei em escrever diz com "s". Pensei em fazer uma viagem para a Europa. Pensei em comprar uma cave para guardar meus vinhos. Pensei em comprar camisetas em sites legais e remontar minha banda. Procurar um por um, como um espírito de Natal e dar conselhos decisivos sobre a vida. Mas ultimamente não tenho dado bons conselhos. Tudo que eu digo é meio certo e meio errado. Até quando eu choro acho que estou mentindo. Minto para tudo. Pro espelho e pra patente. Mas eu sei que a verdade vai dentro de mim, gritando aos seus três pulmões que a vida é algo bom de ser vivido e que todos teremos medo da velhice um dia. 

Fica tranquilo, a velhice vai te alcançar, com sorte antes da morte. Existe uma corrida de espectros atrás do teu calcanhar. Corre você na frente e atrás vem o dia da tua morte, os anos da tua velhice (esses vão te alcançando um por um... e te fazendo ficar mais lento a cada alcançada...), teu passado, teus medos, teus dias negros e as tuas primeiras vezes.

As primeiras vezes te alcançam uma só vez, é por isso que são chamadas de primeiras vezes. Você não pula de paraquedas pela primeira vez, duas vezes. Você não vê seu avo ser enterrado pela primeira vez, três vezes. Você não ama, pela primeira vez, quatro vezes. 
Isso não faz que o segundo salto de paraquedas seja pior. Ou que a morte do seu pai seja mais fácil de engolir. Ou que você jamais amará alguém de novo...

Talvez você ame, talvez não !

Você precisa ficar vivo para descobrir...

Nossa, é a primeira vez que alguém me diz isso ! Então guarda bem esse momento, não te esquece dele... Pode ser útil no futuro !


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Juntando peças !

Eu montei um quebra-cabeças. 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

The riot squad e eu !

Eles não chegaram de supetão. Não invadiram a cidade como romanos enfurecidos pelas palavras de um César qualquer. Carregando seus estandartes e estupros pelas ruas centrais... Não, não foi assim.
A verdade é que eles formavam uma massa de insatisfeitos a muito tempo. Descontentes com suas realidades, mas não por falta de educação, saúde e segurança como todo o resto do país. Eles sofriam com a falta desses serviços, como todos os outros. Mas não foi isso que os motivou. Estavam cansados de ranger seus dentes em silêncio. De afiar suas facas  e depois  guarda-las. Estavam cansados de se sentirem tão iguais a todo mundo. Comendo, trabalhando e dormindo como todo mundo. E por mais que os que eram ricos, viajassem e comprassem novos apartamentos gigantescos de frente para vistas maravilhosas, no fim... Era tão vazio quanto se nem tivessem existido. Como se o silêncio de suas almas calasse todo grito de felicidade que qualquer bem material pudesse comprar. Ou, por mais que os pobres queimassem pedras com suas piteiras de lata nos guetos sujos e becos escuros... Eles sempre acordavam com o gosto amargo da culpa. E da vontade de algo além do sono entorpecido e dos pesadelos negros.  E sozinhos, deitados nas valas e vielas ou nas grandes camas brancas e quentes, eles ficavam. Olhando para cima ou para baixo. Sentindo o sol ou o cheiro do lixo. Ouvindo Bach ou o trânsito. Eles partilhavam da vontade. 
E quando essa vontade foi cuspida pelas suas bocas, o grito se formou. Uníssono, amargo e causando nojo até aos mais controlados. Como um punhado de merda atirado ao rosto de uma modelo que de boca aberta, vomitava o próprio almoço recém ingerido. Essa mistura, do vomito de Barcelona com as fezes das vielas se misturando dentro da cavidade bocal da menina. E a causando mais vomito e mais raiva. E as lágrimas que lhe escorriam a face. E a vontade de ver a própria mãe e fugir do mundo. Somado a expresão e a sensação que a menina teve... Isso nos dá 1/10 da idéia do que representou o grito. Quase um urro !
No começo foram alguns apedrejamentos de veículos nas ruas. Houveram um ou outro tumultos, nada fora do normal. Depois vieram os pequenos grupos com cartazes e porretes, espancando desconhecidos, crianças e idosos nas praças. Sem avisos ou chance de fuga. Pontapés nas costelas e murros nas caras ! Surgiram os primeiros cortes de laminas. Pele rasgada como pano ! Nervos brancos fatiados como barbantes e os gritos... Como eram assustadores. Pouca coisa é tão assustadora quanto um ser humano gritando pela própria vida. Dizem que as mães largam até seus filhos dos braços nos últimos momentos de vida. Quando percebem aquela sensação gelada na parte de trás da barriga. Não as julgo... As pessoas começaram a se trancar dentro das casas e apartamentos. Os homens carregavam as armas e as mulheres levavam facas nas bolsas ! Tudo acontecia muito rápido, muito mais rápido do que a polícia podia evitar. Muitos policiais voltaram para suas casas, abandonando seus postos. Vários eram requisitados pelas suas próprias famílias. Mulheres que tiveram as filhas assassinadas, garotos que viram as mães correrem com facas presas entre as costelas, ainda sangrando... 
Ninguém tinha certeza de quem se revoltaria em seguida. Os pobres primeiro ? Os que não tem quase nada a perder ? Certamente... Mas foram seguidos pelos que tinham algo a perder ! Que incendiavam seus próprios carros nos semáforos. Que os batiam de propósito contra os pontos de onibus cheios nos horários de pico. Alguns começaram a se suicidar, corpos se atirando dos prédios. Hospitais lotados. Presídios e delegacias de portas trancadas. Ninguém mais atendia telefonemas ou campainhas. Todos tinham medo e nada mais.
Quando se passavam dias sem incidentes, alguém arriscava abrir uma janela durante a tarde. Sentar-se numa varanda para fumar um cigarro. Ou até mesmo ir até o jardim sentir a grama sob as palmas dos pés. Ledo engano ! Eles surgiam como formigas sobre um doce, avassaladores na própria raiva. Logo ninguém mais arriscaria ! As pessoas foram desistindo de existir. Todo ser humano da cidade estava preso dentro de seu próprio domínio. As televisões e rádios foram invadidas e absolutamente destruídas. A luz havia sido cortada. Não havia água. Não havia vento. O alimento era escasso. Os dias duros, as noites curtas e aterrorizadoras.
Sem mais.
Era assim que era agora...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Anselmo - Luiza mandou um beijo.

Anselmo, faça cinema, por favor!
Planos cortados e beijos em PB
Tente filmar o que você sente!
Não enquadre a cena, focalize o fundo, quebre a narrativa
e distorça o mundo
No negativo pinte traços de cores em tons pastéis
Peça ajuda ao Gláuber e convide a Lygia
para almoçar numa terça-feira e lhe contar os seus lamúrios
de burguesa
Jean-Luc Godard desfez o mar e Buñuel também foi Deus !

Smufly, o brigadeiro branco !

Nada de vento. Nenhuma folha se movia. Tirando das árvores mais altas. E as médias. E de algumas das baixas também. Na verdade tinha vento sim... Mas Smufly não o sentiu porque jamais sentia o vento ! Qual brigadeiro sente ? Nenhum ! 
Tudo bem, mas Smufly não era um brigadeiro ordinário. Já começando pelo fato de ele ser branco. Todos seus pequenos irmãos eram negros com chocolate granulado. Ele não. Ele tinha coco ao invés de chocolate. E era branco como neve mijada por um grande cavalo. Meio amarelado na realidade...
A dois dias "Smuf" como lhe chamavam seus amigos, caminhava por essas campinas atrás de "Great Good" o vil. Eles sempre foram inimigos, mas raramente se desafiavam realmente. A dois dias atrás, Smuf tomava um copo de orvalho na famosa Taverna Lata de Leite Condensado, quando Great Good foi avistado na região. Quando soube, o brigadeiro branco saltou do seu banco e rolou até a porta rapidamente, subindo em sua barata alada e voando até os campos do Leste.
Great Good era bom em muita coisa, mas não em apagar os próprios rastros. O que fazer ? Segui-lo ?
Rastrea-lo ?
Ignora-lo ?
JAMAIS !
Smuf tinha um plano e estava pronto para executa-lo !
Usando suas habilidades de materio, ele logo achou as pegadas que Great Good havia deixado. E as seguiu...

Esperando encontra-lo.
- Dessa vez você não escapa Great... Temos contas a acertar....

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Enquanto isso na liga da justiça:

- Culpado. - e bateu o martelo sobre o pequeno círculo de madeira repetidas vezes.
"TUN, TUN, TUN, TUN...".
- Você não pode fazer isso ! - Afirmou Fogo com os olhos e punhos cerrados. - eu fui injustiçado !
- Injustiçado ? EU, fui injustiçado ! Tu és uma piada ! - Contra disse o Cavaleiro das Trevas.
- Essa liga reconhece as palavras de Bruce Wayne tanto como as suas Fogo, por favor amigos não se exaltem ! - disse o homem borracha ! 
- Ahhh maldito sejam... Isso não é um julgamento ! É um circo !!! E EU SOU O PALHAÇO ! - se exaltou Fogo, se incendiando !
- Como manda o costume, vamos as contra evidências ! Fogo, você tem a alternativas de apelar ! Junte suas provas e nos procure novamente, esse tribunal sempre estará pronto para a verdade !
- Humpf... - desdenhou o herói.
- Ele não é mais o mesmo - disse o Sr. Destino.
- Faz muito tempo que algo de errado está acontecendo aqui, e eu vou descobrir o que é... - respondeu o Capitão Marvel.
- Calma rapazes, deixem que os fatos mostrem sua própria verdade -  disse o Bezouro Azul - Não vamos nos precipitar...

- Tarde demais, inseto - Respondia o Cavaleiro das Trevas deixando o salão oblíquo pelas sombras... - tarde demais...