segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Marcelo Camelo, Natal, minha unha roxa. E a doce solidão.

Na minha teoria, as vezes minha boca se torna meu orifício anal e tudo que eu falo são fezes disfarçadas de palavras.

"Eu ando em frente por sentir saudade...." canta meu iTunes. E eu feito um pateta canto junto...

Duvido que alguém queira ouvir o que tenho para dizer sobre o coco. Mas eu preciso. As cortinas da eternidade me escondem muitos dias de sol e sinceras taças de vinho honesto.
Um dia, o mundo vai ser um lugar cheio de abraços. E o papai noel não será proibido em cidadezinhas alemãs que não tem mais com o que se preocupar... Mas até lá, até lá somos o que somos. E o futuro nunca está errado dizia Machado Assis fumando seu cachimbo.

O futuro nunca está errado e há quem diga, que o primeiro amor nasce pela necessidade de amar.

Coisa linda hein ?
O sempre só para solidão. Sempre sopra solidão, nessa direção. Ficou feio.
Ok, Machado de Assis me deu uma surra literaria. Mas quem aqui não à tomaria com um sorriso no rosto ?

Uma gaivota não faz verão. Mas meu verão não tem gaivotas. Na verdade, tinha uma que morreu de velha... Fernão Capelo Gaivota. "O cara". Chega de novos parágrafos.
Feliz Natal e um próspeto ano novo.
E o futuro nunca está errado :)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Mais escuro que a escuridão.

Vivemos para morrer no silêncio.
Morremos para viver no esquecimento.
Tudo ao mesmo tempo.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Local Natives, Vinícius de Moraes e uma noite de pouco sono.

Fumei demais.
Eu sei que fumei demais quando minha boca amanhece com gosto aspero e azedo "ontem a noite". Quem já sentiu o gosto de "ontem a noite" sabe como é. Foto de começo de balada, todo mundo abraçado sorrindo. Corte para foto de pessoas dançando de olhos fechados, recortadas pela meia luz. Corte para dia amanhecendo e pessoas sorrindo conversando sobre os pés dos ouvidos alheios.
Corte para olhos se abrindo e expressão de sabor "ontem a noite".

Dificil decidir.
Sempre é. Nunca é.

Como ser julgado pelo teu passado pode te ajudar a ser melhor no futuro ? Bem simples não ? É errando que se aprende e aquele blá blá blá todo... A vida é curta demais para semáforos fechados ! Ninguém pode corrigir o que já viveu ! Caminhar é mais importante que chegar ! Nunca olhe para trás. Nunca diga nunca.

Quem poderá dizer por onde anda Vinícius de Moraes ?
Com certeza você pode.

E continua chovendo sobre mim, exatamente como o Travis disse que seria. : /

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A menina de flores no cabelo.

Quanto mais perto menor fica.
Se te olha os olhos, viras pedra.
Poesia sem vírgulas ou pontos ?
Conheço bem, meu escrever sempre foi torto.
E a rima que me dá tanto nojo.
Continua nessa trilha.
O caminho é o que chamo de vida.
Nunca paramos e nem poderemos parar.
Vivos caminham para se ver.
Mortos para se encontrar.
Tudo se move no Reino da Alegria.
Só a tristeza, essa velha amiga,
sentada sozinha.
Numa sala vazia.
Em companhia da solidão.
Que não faz companhia alguma.
E todas as coisas se tornam só uma:
A menina de flores no cabelo.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Um café de bom dia.

Numa daquelas conversas hipotéticas onde o tudo pode ser qualquer coisa, ouvi minha xícara de café falando que eu sou um tanso ! Ela borbulhava o expresso dizendo que tudo que eu fazia era sandice e não acreditava mais em solução pra mim.
"- Estou cansado das tuas sandices ! Que merda ! Depois vem me abraçar os lábios correndo lágrimas salgadas pra dentro do café... Porra !"
Ela tá certa.
Uma xícara de café de bom dia e eu entendo o significado da vida ! Que Buda que nada ! Deixa que eu abro o caminho do meio sozinho.
Se eu me preocupo com o que há por vir ? Claro, e muito ! Mas que escolha temos, além de estar lá ? Fugir ? Cagar no pau ? Dar uma de franguinho e correr pra barra da saia do pai ? Só se eu for abraçar um defunto ! Se liga, dá pra fazer melhor que isso !
Minha xícara pode estar certa e quase sempre ela está. Minhas sandices são realmente bem irritantes... Mas não sou só sandices e desatinos desenfreados. Esse caldo engrossa um pouco mais ainda :)
Claro que engrossa !
Aprendi a perder na marra. Porque perdi muito mais do que venci ! Mas isso me ensinou mais do que perder. Perder muito, te ensina a insistir. Te ensina a se atirar do abismo, mesmo sem ter certeza de que o paraquedas vai funcionar. De que lá embaixo é acolchoado e tranquilo. Não, seria fácil demais assim. Ganhar a vida vendendo ouro e viajando o mundo é ridiculo demais. Eu espero mais de mim e de você.
Por isso converso com a minha xícara. Os conselhos vindos do café são indispensáveis. Lógico, você sempre poderá se casar com alguém rico para viver a vida que sempre sonhou. Ou matar uma velhinha indefesa em busca de tudo que ela puder te dar morta... Você sempre poderá trair a confiança de quem te ama e prevalecer tua vontade sobre a tua palavra. Você sempre terá a opção de se auto proclamar "fiel"... Mas tem algumas coisas que não tem como fazer. Sabe aquele velho ditado ? Você pode enganar muita gente por muito tempo ! Mas você não pode enganar todo mundo por todo o tempo... Inclua nesse "todo mundo", você mesmo.

Diria o velho pensador, aprendiz de Schopenhauer:
"Torna-te o que és..."

Tudo isso já foi feito antes. As dúvidas, os medos, as mentiras e os sorrisos incertos. A humanidade não tem 3 anos de idade ! Não se considere maior do que é maior que você. Não desista diante de grandes desafios. Não traia seu coração. No final, longe de casa e com um corpo velho como abrigo. Seu coração é tudo que restará.

Ouça a xícara ! ;)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A sinfonia dos lobos.

Alta noite, ninguém os desafia.
Sempre haverá quem admire a alcateia cantando seus odes a Lua.

Sempre haverá a Lua à ouvi-la.

Nem sempre haverá uma alcateia :)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Reino Das Coisas Que Se Acabam.

Eu escuto a tua voz na minha cabeça.
Vejo sombras me perseguindo na rua.
O amarelo antigamente é menos amarelo e mais antigamente.
O céu azul brigadeiro é um pouco menos doce aqui.
Uma gaivota fez coco no meu ombro e eu consegui sorrir, olha só que evolução !
Molde-me como madeira e me guarde como uma jóia. Não como uma ferramenta enferrujada e torta.
O negro da noite nem parece tão escuro aqui de cima.
O mundo é um balde sem fundo. Ninguém consegue carrega-lo. E tem uma torneira na base.
Pensamos na vida como se a eternidade fosse uma opção. Como se morrer fosse um pesadelo. E nem tudo é ruim.

Meus pulsos doem.
Minha cabeça gira.
Minhas costas estalam.

Eu perco meu tempo, pensando na gente. Pelo menos eu perco meu tempo fazendo algo bom.
Sem recados.
Sem cartas escritas a mão.
Só marionetes dançando no palco do teatro ao som de Bach.

Enquanto nosso diretor fuma longos cigarros na janela, vendo a banda passar.

Só isso.


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Me encolhi ao levar o tapa.

Levanta a cabeça e vai, diz a canção evangélica enquanto eu dirigo meu carro passando na frente de uma igreja. Toda aquela gente, balançando o corpo bem de leve... Esquerda e direita, esquerda e direita, esquerda e direita... Suave. Parecem zumbis.
Minha janela mostra o mundo que eu não quero ver. A cidade é linda e nojenta ao mesmo tempo. Muitos postes, muitas casas abandonadas. Muitos muros pichados, muita sarjeta suja. As árvores bonitas e as pessoas estranhas brigando na frente dos bares. Flores e as rodas dos carros.
É foda, eu sei. Tudo que termina é uma merda. É sempre uma merda, é verdade.
Eu só queria estar aí contigo, é o que disse.
Nada do que você quer, é o que quero, foi o que eu ouvi.
Uma merda mesmo.
Me sinto um adolescente de 16 anos ouvindo Yellow do coldplay, dá pra sentir ? Foda né ? Parece que o mundo é um pinico e Deus está segurando sua sagrada pica sobre nossas cabeças. E urinando o mijo dos céus, literalmente. Tudo se preenche com aquele cheiro nauseante de dejeto humano. É uma merda ser humano.
Algumas vezes eu desejo ser algo diferente.
Conversando com um amigo ouço:
"A recompensa dos mortos é nunca mais morrer..."
Respeitável essa frase. A vida é aquilo que fazemos enquanto não estamos dormindo.
Malditos questionamentos infindáveis. Me sobe a cachola a escola Sofista, mais uma vez. E Platão era só mais um maluco barbudo drogado. Que tudo que sabe é que nada sabe. To meio cansado desses becos fantasiados de restaurantes chiques. Você olha por fora e parece ser do caralho, um belo deck, boa iluminação, gente bonita, vinho e o caralho.
Você entra e te avisam que só tem mesa nos fundos.
Lá é um beco lamaçento com cheiro de urina canina e sexo obrigado.

Nã!

Eu prefiro o amor das camas de cetim.
Prefiro as flores da primavera.
Uvas nas taças.
E sorrisos nos lábios.

Eu prefiro isso, me desculpe por isso !
É o que eu digo antes de ir embora.