sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Reino Das Coisas Que Se Acabam.

Eu escuto a tua voz na minha cabeça.
Vejo sombras me perseguindo na rua.
O amarelo antigamente é menos amarelo e mais antigamente.
O céu azul brigadeiro é um pouco menos doce aqui.
Uma gaivota fez coco no meu ombro e eu consegui sorrir, olha só que evolução !
Molde-me como madeira e me guarde como uma jóia. Não como uma ferramenta enferrujada e torta.
O negro da noite nem parece tão escuro aqui de cima.
O mundo é um balde sem fundo. Ninguém consegue carrega-lo. E tem uma torneira na base.
Pensamos na vida como se a eternidade fosse uma opção. Como se morrer fosse um pesadelo. E nem tudo é ruim.

Meus pulsos doem.
Minha cabeça gira.
Minhas costas estalam.

Eu perco meu tempo, pensando na gente. Pelo menos eu perco meu tempo fazendo algo bom.
Sem recados.
Sem cartas escritas a mão.
Só marionetes dançando no palco do teatro ao som de Bach.

Enquanto nosso diretor fuma longos cigarros na janela, vendo a banda passar.

Só isso.


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