quinta-feira, 27 de maio de 2010

Passo a passo.

Desculpa pro tempo, é vento.
Brisa é fala gentil.
Correndo suave.
Como água escorrendo,
em riacho solitário.
Fim de tarde no inverno.
Abraço em verdade.
Tudo assim...
Já ventania de chuva é grito.
Como lágrima caída em pingo.
Núvens de rostos feios, franzidos.
Trovoada triste de adeus.
Voa a roupa do varal.
Feche a janela.
Capeando os carinhos
e amores.
Molhando as letras das cartas.
Fazendo que o coração
se parta.
Em silêncio macota.
E lá dos altos.
Longe de se ver.
Trincha o céu, raio de sol.
Como boa nova de batalha vencida.
Milagre de boa vinda a nascer.
Vindo como última esperança vencida.
Entregue ao bem querer.
Mostrando que o dia do dia é o amanhã.
E que o futuro vive, sem nunca morrer...

terça-feira, 25 de maio de 2010

Texto 2.

Uma cidade em preto e branco. Fundo desfocado. Chão molhado pelas gotas da chuva, mas céu aberto como um sábado ensolarado de verão. Concreto exposto, como areia colada. Grão a grão por um artesão. E um grafite dizendo: "rima não".
Transito tão parado, mas tão parado que a maioria das pessoas já abandonou os carros. Alguns ainda resistem buzinando tristemente, enquanto outros passam por cima dos seus câpos sorrindo e se abraçando. É tempo de reconciliação, de gente que não se importa em pedir desculpas e de desculpar os erros alheios. Use a estação ao seu favor, alguém me diz. Como ? No inverno, faça como os "invernianos". Eu sou um "inverniano", definitivamente.
Poças e cubos de guitarra. Todo mundo corre pra ver o ensaio da banda. Como um palco onde não existe platéia... Onde a humanidade está no palco.
E esse era pra ser um texto sério, todo cheio de referências e opiniões concretas.
Mas me perdi num solo de piano e tirei uma foto do meu cortex frontal.
Olha só...
Uma cidade em preto e branco ao melhor estilo Doves. Ao melhor estilo, ninguém é daqui e ninguém é de lugar nenhum e nada existe. E tudo é passageiro.

Mudança de ventos e tudo continua igual.
Sem subjetividades prepotentes ou recados escondidos, por sinal esse blog nunca foi sobre isso.
Sem segredinhos suprimidos entre as amizades que duram tanto tempo. Afinal ninguém precisa saber.

Sem mistério. Estou feliz : )

quinta-feira, 20 de maio de 2010

terça-feira, 18 de maio de 2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Caminhos cruzados.

Li um poema podre.
Era todo rimado e florido.
Com muitas palavras e nenhum sentido.
Dava nojo ao ler.
E raiva
e agonia.
Virei a página e continuava.
Por linha após linha.
Não achei seu fim,
desisti.
Me perdi vendo um desenho.
Imaginei a cor do vento.
O gosto do amor.
O cheiro do beijo.
Romance de domingo ensolarado.
Daquele sentimento bom:
frio abraçado.
Gentileza aconchegante.
Feito foto antiga.
Como carta vinda do distante.
Pra virar página da vida.
E essa rima barata que me persegue.
Como um o orvalho que sempre reaparece, amargo.
Me esqueço do passo.
Rendo o sorriso ao tempo.
E vejo a nova linha no horizonte.
Penso comigo:
"- Feliz por um momento".
Nada além disso tenho.
Quem precisa ?
Quem consegue ?
Cheguei a última linha, antes do ponto.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Pra depois.

Faz favor:
O que virá,
deixa pra depois.
Passam largas horas
só, sem sol...
Em mãos de sorte
e azar.
Sendo fardo, até...
Ah se o dia pudesse
a noite encontrar.
O que fui do que virá.
Veríamos de novo em novo céu.
Cair o véu de se apaixonar.
Em cartas e poemas de amor.
Sobre aquilo tudo que era o
sem voltar.
Pra esperar o depois que se foi...
Me sinto foto antiga a espiar,
o mundo girando sem me olhar.
Faz favor,
deixa pra depois...

;)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Pata de elefante -Um olho no fósforo e outro na agulha. ou Owen - good friends, bad habits

Sério, esse som do Pata de elefante é MUITO legal ! Paguei pau e fiquei esperando o vocal numa rima infeliz, que adivinha só ? Nunca veio : )
Coisa boa.
Mas um bom domingo tem um amigo meu gritando embaixo do meu prédio. Uma garrafa de vinho terminada com louvor. Uma ótima partida de video game. Um pedaço de um bom documentário assistido. Uma boa idéia (que não é uma caninha 51, piada infame). Um almoço de dia das mães em família, mas sem minha mãe. Meu cachorro me mostrando um negócio que ele não conseguia entender o que era... (Era um bicho de pelúcia nunca visto, por ele, antes). Um abraço apertado. Sorrisos do começo ao fim. E esperança.

Acho que tudo isso só é possível por causa da esperança. Sabe que eu pensei que a vida sem esperança é pior que a vida sem felicidade. Eu continuo numa fase "emo 17 anos". Sem ofensa aos emos de 17 anos. Tudo bem que eu não acredito que nenhum deles lê isso. Mesmo ? Mesmo ! : )

O dia nasceu cansado e atrasado, porque já era de tarde quando tirei meu corpo da cama. E terminou tarde, porque já era depois da meia noite. Mas depois de um domingo desses, me vem uma segunda feira cheia de frio, cafés e gente apressada.
Exatamente como TODA segunda feira deveria ser.

Caralho como eu vou ficar envergonhado de postar esse texto.

Primeiro que ele não tem nem pé, nem cabeça.
Segundo que como diz uma amiga, isso é texto pra diário de menina triste.
Terceiro porque eu sei que vou ter e pronto.

Ok, cambio desligo. (O texto piora a cada linha.) :D

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Não, eu não me rendo.

Eu me recuso a ler "O Doce Veneno do Escorpião". Porque ? Por ser escrito por uma ex-prostituta ?

Não, não por isso.

Mas por ter nojo de enlatados que se tornam "rupturas" entre aspas dentro da literatura/cinema/televisão brasileira. Claro, isso é só a minha opinião. E ele só importa para mim.

"Eu preciso andar, um caminho só... Vou buscar alguém, que eu nem sei quem sou..." grita Amarante no meu fone de ouvido. Eu concordo cara...

Mudamos de lado durante a guerra. Muita gente corre pra todo lado. Você para, se ajoelha, mira e atira. Quando a bala percorre os 44 metros necessários para atravessar de trincheira a trincheira a pessoa que está lá já é outra. E quem você mirou está ao seu lado.

Eu não fui alfabetizado. Não sei escrever. Me convenci disso.
Eu falo e ninguém escuta.
Eu escrevo e ninguém lê.
Eu tento e não consigo. E continuo a tentar, sem conseguir.

Eu me sinto de saco cheio de caras feias. De "mentirinhas" contadas. De administrar egos inflados e tão certos de si. Eu estou completamente cheio.

E foda-se. É hora de mudar mais e falar/escrever menos...


quinta-feira, 6 de maio de 2010

Eu me rendo.

terça-feira, 4 de maio de 2010

A STITCH IN TIME - Smashing Pumpkins

Ter o pé afundado na lama dificulta tudo. Mas tem pouca coisa tão dolorida quanto uma apunhalada nas costas.
Vamos encarar a realidade, alguém me diz. Pensa bem em qual realidade vc quer focar. Isso, gira o anel do foco até encontrar algo além do que todo mundo vê. O comum irrita só de pensar nele. Só de imaginar toda aquela gente dizendo que "você anda meio diferente"! Claro, devemos mesmo andar. Afinal nós somos diferentes. Todo mundo é diferente ! Ou tu te achas muito normal? Em todo lugar que eu vou, eu vejo o mesmo papel de parede ! E toda minha vontade está em colocar a construção em ruínas. Tijolo após tijolo. Partindo prego por prego.
Acordamos, dormimos, acordamos e dormimos de novo.
Acabam-se as amizades.
Vem o fim das relações complexas e cheias de "e se" e "poréns".
Nasce um sol só pra morrer de novo.
E passa a lua sobre um mar de estrelas infinitamente mais bonito que dá noite anterior.
E na rua todos caminham apressados.
Giram as rodas dos carros.
Mia a gata que vive no meu apartamento tentando entrar no meu quarto. E meu cachorro rosna achando que me protege.
A água séca.
As roupas se rasgam.
A comida se estraga em nossos intestinos.
Mulheres tiram e colocam maquiagem, dia após dia.
Flutuam as penas soltas das aves.
Alguém aperta minha mão. De novo. De novo. De novo. De novo.
Um sorriso passa por mim no rosto de uma moça bonita na rua.
Prendo meu pé num buraco e deixo o tenis lá.
Janelas são abertas e fechadas, luzes acendem e apagam.
Cigarros e cafés. John Mayer canta "Waiting on the world to change" no meu ipod enquanto eu corro em uma esteira. De novo. De novo. De novo. Mais uma vez.
E o mundo lá fora não muda. Em nada.
Lá vem o Natal, passou. Lá vem o carnaval, passou. Lá vem meu aniversário, passou. Olha o Natal de novo. Adinvinha ?
Passou.
Estou cansado. Animado. Rindo com quem me faz rir. Chorando de rir com quem me faz chorar de rir. Sorrindo ao lado de quem não me agrada. De novo. De novo. Alguém me faz chorar, sem rir.
Estou cansado de novo.
Eu adormeço vendo televisão. De novo, de novo, de novo. De novo. Mais uma vez.
Assisto Simpsons. Um filme bom, três ruins. Assisto Simpsons de novo e penso que prefiro Família da Pesada, mas que continuo preferindo ver Simpsons. Assisto Simpsons de novo, pensando em Família da Pesada.
Fumo um cigarro e me prometo jamais fumar de novo. Até amanhã.
Mais um café muito leite. Mais um café, pouco leite. Mais um café, perfeito. Mais um café, muito leite.
Vejo um pássaro. Desejo voar. Me sinto voando por 3 segundos. Me esqueço disso e vejo só o céu. Penso que gostaria de ver um pássaro. Não vejo nenhum pássaro.
Penso em algo super legal para escrever no meu blog.
Me esqueço e escrevo qualquer coisa. Odeio o que escrevi. De novo, mais uma vez, de novo e de novo e de novo.
Escrevo um poema num papel velho e perco o papel pensando que seria legal alguém um dia encontra-lo.
Toco violão.
Jogo video game.
Tomo uma taça de um vinho bom. Penso que esse vinho é bom. Penso que poderia ser um vinho bom pelo que paguei na garrafa. Penso que fui enganado e o vinho é uma merda. E a vinícula é um lugar sinistro, gerenciado por Lúcifer. Tomo mais um gole e penso que o vinho não é assim tão ruim.
Faço um desenho ruim, o guardo.
Faço um desenho medíocre e o guardo.
Faço um desenho que gosto e o guardo junto. Na pilha de "desenhos".
Ouço Death Cab for a Cute e penso que já gostei mais deles. Penso que me tornei aquilo que eu não queria: uma daquelas pessoas que gosta do que poucas pessoas conhecem. De coisas que não tocam na MTV ou passam na televisão.
Penso em me mudar pra longe. Pra um outro continente.
Me sinto cansado e feliz.
Vamos encarar a realidade... ?