sexta-feira, 29 de junho de 2012

Rivers and roads...

rivers and roads...
rivers
'till i reach you !

segunda-feira, 25 de junho de 2012

A baboseira sem fim.

De dia vivia.
A noite dormia.
No resto do tempo, sentia.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Todas as quintas feiras da sua vida.

Me disseram que eu não devia escrever mais aqui. Encolhi a cabeça entre os ombros e esperei a pedrada costumeira.


Me disseram que eu devia escrever em um livro e publica-lo.


Apesar de achar o elogio lindo, duvido que fosse funcionar. Além do que, se alguém pagar para ler essas asneiras, que essa pessoa procure ajuda profissional.


Se o Jimmy comeu o mundo. Ele cagou a via lactea.


Eu nunca agradeci a quem le isso.
Na verdade, eu já agradeci, de um jeito escroto e ácido. Que pode ser facilmente confundido com uma brincadeira dessas sem graça.


Nunca agradeci de verdade. Nunca, até agora:


De verdade, pra você que leu uma vez, pra você que lê de vez em quando e pra você que lê sempre.


Muitíssimo obrigado :)

terça-feira, 19 de junho de 2012

The end is not near - Band of Horses

Por mil anos ouvimos falar sobre as terras além das Montanhas Altas. É bem possível que se elas se chamassem Montanhas Baixas, nós tivéssemos tentado atravessa-las. Mas não tentamos. Não, nós realmente não tentamos. 
Aqui em nossa terra, faz um frio bastante perverso. A neve as vezes soa como uma espécie de música macabra. Contamos histórias aos nossos netos e aos netos deles, sobre criaturas de sangue frio, finas como folhas de papel e grandes como grandes Olmos primaveris. Lhes contamos como tais criaturas tocam músicas ancestrais em suas flautas de pedra para chamar a neve e a morte. Dizemos que o frio é como um prelúdio do fim. Como uma aviso para que não deixemos nossos bebes sozinhos, para que fiquemos juntos e armados, para que não saiamos de nossos tetos. Para que esperemos.
Por mil anos tem sido assim. Até agora, quando todos estamos juntos ao redor da grande fogueira sobre a laje de pedra, no centro da vila. Na tutela do regente e do ancião. Que nunca são do mesmo sangue. Para que a vila sempre receba a melhor orientação possível... Para que a vila sempre sobreviva ao próximo inverno.


Aqui. Hoje. Agora, enquanto comíamos e conversávamos, um batedor da Borda soprou o corno e avisou da presença dele. Um estranho com cabelos claros e barba curta... O rosto queimado pela neve. Magro e aparentemente, sem dormir por dias. Ofegante e de pé com muito medo nos olhos... Ele chorou, e as lágrimas que correram por sua face foram vagarosas e assustadoras. Tentou falar em uma língua desconhecida. Tentou de novo em outra. Novamente em outra língua...
Até que o ancião respondeu. E os dois falaram por instantes breves.
Quando pararam, o estrangeirou caiu sobre seus próprios joelhos e adormeceu. As mulheres e dois caçadores o tomaram pelos membros e o levaram. Vão ajuda-lo, sem dúvida.
Todos olhamos para o ancião, que encarava o fogo. Semblante sério. Nenhuma sombra de reação.
Ele disse algo em uma língua que ninguém entendeu. Parou. Ergueu os olhos, movendo a cabeça suavemente entre todos nós... E disse:
"- Chegou a hora de irmos embora."

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Escrevo cantando.

Tanto faz, que nunca me lembra do mais. Sempre passo e volto atrás. Vejo dias de nobre ver. Perco tempo lembrando em me conter. Grito alto pra sorrir. Choro junto sempre aqui. Porque se for pra ser que seja de uma vez. E não como os outros te mandam fazer. Ou como o mundo te obriga a ser. Claro, todo mundo se veste de árvore as vezes. Parado no campo com os braços retesados. Isso acontece. O vento passou, lá do lado de cá. E cantou uma música me dizendo que era hora de chegar. Foi muito vento, mas pouco tempo.

Passa tudo nesse mundo, menos alguns momentos.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

1 minuto a +

Ter que perder.
Ter que vencer.
Tanto faz.

Ter que viver.
Ter que morrer.
Até nunca mais.


terça-feira, 12 de junho de 2012

Desenhei um boneco invisível.

E alguém me grita um grito inaudível. O cheiro de fumaça invadiu meu dirigível. Balança mais não cai era uma novela dos anos em que eu era pequeno. Mas me achava gigante. Mesmo não sendo. Meu tamanho mudou de prumo no rumo da história sem rumo. Dessa fruta eu gosto até do caroço, mas odeio o sumo.


O cheiro de urina nesse blog hoje me fez vomitar.


Vomitei sangue, coco e um pouco de "deixa pra lá".


Deixa pra lá !

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Mudo em mim. Gritando à ti (atchim).

Pensamos na linha reta que é a vida. Vão engano amador. A vida não é linha reta. A vida é torta e cheia de deformidades. Linha reta é a morte. Linha reta não é nem a verdade... Pode ser que muito seja descrito desse jeito. Como muralhas eternas em tamanho. Como vilões perversos e sem respeito. Muda muito pouco. Todos somos roteiros com um só final. É bem triste, mas o que muda é o miolo. Vem um de lá. Muitos de poucos. Me canso tão fácil de certas coisas: Michel Teló, gente pra trás, comida enlatada, água sem gás. Eu quero é grito de dor de um parto sem filho. Quero sangue que voa da jugular de nossas bocas em palavras e sentimentos guturais. Quero vida após a morte não por medo do inferno. Ou acreditar em algo, não por terror do invisível. Quero dias nublados em um país de desconhecidos. "Sois" nascendo ao contrário e luas discutindo comigo. Quero do tudo o nada e o tudo ao mesmo tempo, num compasso sem ritmo que muda todo momento. Que o facebook e seus duendes queimem no fogo da justiça. Quero mais do que lágrimas. Mais do que premissas. Eu vivo em um contorno do que foi sem poder ter sido. Do que aconteceu sem ter pedido. Da víscera suja de sangue seco do amor antigo. E do meio dessa merda toda, emerge um amigo. Que é tão inimigo como pode ser, na verdade dos fatos corrompidos. E pintamos um quadro em preto e branco colorido. Como uma orquestra interpreta a Flauta Mágica de Mozart só tocando guizos. Sou o rato que se escondeu na fresta e agora salta como diabólica besta sobre a platéia de fingidos. Desejo a morte dos que vencem e a solidão dos inimigos. Eu quero mais.


Muito mais do que isso.


Temo no dia em que eu mudar de rumo.


E me tornar triste, por não poder mais viver tudo e nada disso...

quarta-feira, 6 de junho de 2012

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Está mesmo na hora do mundo acabar.

Com tanta gente sofrendo. Sem comida, sem casa, sem vontade de continuar. Acho mesmo que é hora do mundo fechar a cortina do palco e ir pro backstage do universo. Chega. Já deu. Sofremos com ventos, com as águas, com a terra e com nós mesmos. O mundo não aprendeu a viver junto. Odiamos coisas demais, dos vizinhos de porta até coisas que ficam do outro lado do planeta. Estamos cheios de nós mesmos. O planeta é um lugar bonito, pra alguns é lindo. E não é do tamanho da rua onde você cresceu, mas também não é grande demais. Era pra todo mundo caber. Sendo caber, ter algum lugar para chamar de seu. Algum lugar para ser zona de conforto de cada um de nós. Isso pode ser utópico. Pode ser virgula, é. Mas se pensarmos bem, quando digo que não cabemos mais aqui, não me refiro ao tamanho físico. Fisicamente, era pra Terra ir bem. Mas não vai. E agora, vivemos uma era de achar culpados. A culpa é de quem come carne. A culpa é de quem votou no Fulano. A culpa é de quem acredita em Maomé. A culpa é deles, não é minha. Perceba cara leitor imaginário, já fizemos isso antes. Na verdade, historicamente estamos perseguindo aquilo que desejamos guardar somente para nós mesmos, matar ou comer. Ou também, uma combinação desses três. Sejam bois pré históricos, princesas com cintos de castidade, bruxas que precisam ser queimadas ou ouro (em todas suas formas). E mais ultimamente ainda, temos fortalecido a um grupo de pessoas que pode ser realmente muito perigoso: aqueles que tem "direito de". As pessoas que tem "direito de" podem fazer o que quiserem. Desde que estejam na via de ação do "direito de". Podem recriminar os outros. Podem furar filas. Podem ofender. Podem falar. Podem se calar. Podem virtualmente, tudo. Porque eles tem direito. Pra mim, tem sido cada vez mais difícil tentar e conseguir compreender. Os caminhos e descaminhos parecem se confundir. E no final, ninguém parece saber se é sim ou não. Preto ou branco. Bom ou ruim. E ainda conheço pessoas que dizem que assim é melhor. Eu vejo um mundo cinza. Com gente que não sabe quando está feliz ou triste. Com pessoas que não acreditam em absolutamente nada. Ou acham que não acreditam. E não falo de religião, falo de amizade, família, de ajudar os desconhecidos. 

Talvez o mundo sempre tenha tido tudo isso. Mas essas coisas eram guardadas em um quartinho da bagunça. A família cresceu e a casa não acompanhou. Tivemos que abrir o quartinho da bagunça para fazer mais um quarto. E a bagunça agora ficou espalhada pela casa...

Tem dias em que eu realmente preferia quando todos sabíamos onde guarda-la. Pra mim ao menos, era melhor do que quando ninguém mais saber que dia da semana é.