quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Palminhas e gente rindo em slow motion.

Se todo dia amanhecesse assim, o mundo seria um lugar melhor.

E se um dia fosse do jeito que eu imagino. Seria todo mundo rindo. Slow motion em todas as cameras. Garrafas geladas. E amor.

Sem essa gente toda que se machuca e não acredita.

Eu vou preferir menos o meu horizonte e um café. Sem açucar.

Melhor do que essa eterna loucura. De coisas que nunca terminam mesmo tendo chegado ao fim.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Sobre o meu aguardar.

Espero.
Seres quem és.
Como somos.
Tão bem guardado.
Do que fomos.
Que esperamos quem eramos.
E somos, espero!
Foi só ser, uma vez.
E espero que sempre sejamos.

Pois ser seu, espero.
Para que nos guardemos:
Aguardo

Guardado na esperança.
Assim.
A esperar.
Somente sendo quem somos.

Seremos quem fomos.
E seremos eternos.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Ah, que bobagem o amor.

A maldade já passou.
E, mais acho que por hoje eu percebi:
Lembra do seu corpo junto do meu? 
Porque voltando da sua "casa" "ontem", reparei que eu tinha ficado lá.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Um dia desses.

Um dia desses ele te conta aquela história. Com final feliz Disney. Aquela com uma dose idiota de impossibilidade. De sorte, destino ou divindade. Um dia desses ela te fala que nunca pensou naquele outro carinha. Que o coração dela é só teu, de verdade verdadeira. E que é o resto é a mais pura da besteira. Um dia desses eles abandonam a falta de respeito. O excesso de ignorância. E o nojo pelo diferente. E caminham com a gente, nessa estrada bonita. Um dia desses o céu fica azul de brigadeiro, sem núvens. O final da tarde vem com o vento gentil. Numa calma de sonho que não existe e nem nunca existiu. Um dia desses a alegria resolve entrar na minha casa. E enxota a saudade como uma vela faz com o breu. E o sol vai bater nas persianas de um outro jeito. Como um mar sem ondas acalma. Um dia desses eu deixo passar o que eu nunca quis mudar. E jogo fora aquelas velhas manias de ser como sou. De falar o que eu digo. De pensar o que eu sinto. E de sentir o que eu não consigo. Um dia desses a gente se cruza de novo, na esquina da rua. Na fila do pão. E tu entende que não ficou pra trás. Só porque eu te segurei pela mão. Esse tempo todo. Um dia desses o mundo gira lento. As pessoas se odeiam menos. As mentiras se escondem. E a verdade vem, meio sem jeito. Dizendo "bom dia" com os olhos apertados. Um dia desses meu corpo cansado dorme. E acorda com o cheiro do café. Com o sorriso tão de verdade que te faz chorar. Que te lembra Deus. Com cheiro de sinceridade. Com abraços simples, apertados e quentes. Um dia desses a tua voz corre meio planeta. Falando palavras de riso honesto. E o resto do mundo acredita na gente. E dança enquanto a gente liga aquelas músicas no som. Com taças de vinho. Pés na grama. E amigos sem restrições. Um dia desses o universo ajuda a gente. E ninguém mais chora de dor. Só de alegria. E a vida se rende ao meu caminho. Dizendo "tá bom, hoje você venceu...".Um dia desses eu te conto aquela história. E tu me diz se era mesmo do jeito que tu esperava. Enquanto a gente mergulha num silêncio cheio de carinho e respeito. Tudo isso, um dia desses.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Essa mania de continuar sendo eu. Ainda me deixa sozinho.

Ia me trair mas não traiu não, trai antes com alguém. Só por precaução.
E todo mundo dentro desse trem sofre de algum tipo de alucinação severa.
Seja eu e a minha loucura insuportávelmente anti-social.
Seja por você e a sua mania de só me olhar de longe, de me encarar com esses olhos claros como o sol.
Seja por eles e suas cabeças tão fechadas quanto as portas de cofres cheios de dinheiro na Paulista.
Alguém deve estar errado. A história diz que sou eu. Eu digo que dessa vez estou certo.
Eles dizem que somos nós. Só que eu não me importo mais com o que eles dizem. A mais de 10 anos.
A vida sorri pra gente. Um sorriso bonito, dizendo que somos jovens. Jovens e capazes.
E você me diz que somos menos do que eramos. Mas só porque já fomos muitos, eu respondo.
Você sorri. Com o cabelo na frente dos olhos. Como se eu não soubesse que ele está exatamente onde você quer. Te digo isso e você me diz que eu estou onde você quer também. E eu abaixo a cabeça triste. Porque não era o que eu queria ouvir.
E eu morri antes por alguém, só por precaução. Por precaução, eu tiro meus pés do chão.
Porque eu tenho medo desse chão. Onde todos pisam. Onde tudo acontece.
Um dia talvez.
Não posso me contentar com isso. Não seria se me contentasse.
Insatisfeito com o universo e seu karma ruim. Eu me deitei e sonhei.

Um dia talvez. E eu fico aqui. Sem te tocar, só por precaução.

Só por isso.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Eu morri antes do café.

- Eu só ia tomar café! - exclamou indignado.
- É, mas morreu fazendo isso. - responder a criatura dentro de um manto negro, com o rosto escondido em um capuz e com uma mão completamente sem carne, só de ossos, segurando uma foice.
- Mas porque??? - questionou indignado.
- Não há resposta pra essa pergunta humano. Não na sua língua... Além disso, não é bem uma escolha que lhe deram, é? Você lembra de entrar na fila pra vir pra esse mundo? Lembra de pedir pra ser como é? Conhecer quem conhece???
- Não... - disse olhando para baixo. Com os olhos fixos no nada.
- Pois é. Se não te pedem para estar aqui, porque te pediriam pra ir embora?
- (Silêncio) - Não sei... É que eu achei que era minha vida... - deixando a voz morrer em um novo silêncio.
- Pois achou errado. Inclusive, é muito chato isso. Desde a idade média, nada mais é como era... Agora vocês se acham "no direito" (fazendo muchocho) de existir. Agora vocês pensam que podem questionar a vida e a morte. Entender o além. PIOR! Explica-lo! Você se acham especialistas, formam idiotas em universidades que dizem compreender a existência humana, ou qualquer outra... Vocês nos fazem rir.
- Desculpa... - ainda olhando para baixo e levantando levemente as sombrancelhas como se não soubesse o que dizer...
- Está desculpado. - respondeu a criatura com calma.
- E agora?
- Agora o que?
- O que eu faço agora? O que acontece?
- Nada!
- Como nada?
- O que você achou que aconteceria?
- Sei lá! Reencontrar meus ancestrais? Conversar com meus ídolos que já morreram!? Um lugar cheio de núvens! Flutuar pelo espaço pela eternidade? Qualquer porra!?!
- Você são engraçados...
- Eu vou ficar aqui?
- Pra onde mais você iria??? - indignada
- Não sei caralho! Eu vou ficar aqui nessa merda? Porque eu morri então? Pra que?
A criatura se aproximou levemente dele e disse:
- Exatamente como na vida não é mesmo?
- (silêncio).
- Aproveite sua pós vida humano... - diz a criatura se virando de costas para ele e dando dois passos quando o humano grita
- MAS EU IA TOMAR CAFÉ!!!!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Sobre amoras, amarras e amores.

Flutuando sobre o rio da vida
Seguimos
Descendo sem sentido

Escoando o espírito
Rumo ao desconhecido
Com tempo perdido, jamais esquecido...

Do relógio da vida, enfurecido
Que nunca desiste de nos
perseguir.

Até a hora de recomeçar a flutuar.
Num novo rio.
De um antigo lugar.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

I Followed Fires - Matthew & the Atlas

Entregue seu coração a estrada. E vai.

Pouca gente se lembra de que a vida tem um fim. E é claro que algo aconteceu pra eu me lembrar também. Vi um amigo desses poucos que chamo de irmão, dizer adeus com suas lagrimas enquanto acenava para alguém importante pra ele.
Foi triste. Triste daquela forma que só se pode assistir. E que qualquer palavra se torna redundância. E que qualquer gesto se torna pequeno. Triste do jeito que só se pode ver. Assistir em silêncio. Se emocionar junto.

E deixar o tempo passar.

 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Eu não levo jeito pra dizer algumas coisas. Mas eu sinto todas elas, o tempo inteiro.

Ela foi lá. Mãos dadas com a dele. E ele a viu lá, segurando a mão dele. Os olhos deles só se encontraram por um segundo. Mas foi um daqueles segundos que não termina nunca. Aquele segundo, ainda está lá. Espesso como fumaça, pairando no ar. Preenchendo todos os espaços.
O olhar do meu pai sorrindo pra mim. Me mandando tentar ser feliz, não importa o que...
Um cachorro que eu vi morrer, piscando cada vez mais devagar enquanto sangrava. Sem pedir ajuda. Sem ficar desesperado. Só aceitando o fim da sua existência com a calma que nunca nenhum Buda teve.
O por do sol que nunca teve fim, mesmo quando a noite chegou.
O inverno em que a gente se abraçou pra se esquentar, mas ficou abraçado por carinho. E a tua cabeça se encaixou um pouco abaixo do meu peito. Porque tu sempre foi pequena demais pra se defender do mundo livre, sozinha. Apesar de sempre dizeres que podias.
Ele voltou pra casa. Foi triste pelo caminho porque aprendeu a ouvir sua própria alma. E agora ele sabe, o quanto dói. Porque seu coração fica lembrando daquele "um segundo". Daquele par de olhos claros que acendem a luz na sua noite. Da boca que sempre o recebeu com sorriso e toda atenção. Do cabelo que escorria por entre os dedos da sua mão como água fugindo pro mar. Da forma como eles dançavam sozinhos, rindo um do outro. Dos dias em que as noites se fundiam as tardes e as eternidades e a novos dias novamente... Do som que existia lá. Da varanda. Em outra época. Em outra vida. Em outro lugar...

Ali parado, ele se esforçava para não olhar.
Mas seus olhos eram dragados aos dela como um farol que guia navios na tempestade.
E por mais que lute, acaba por desistindo. Acaba se entregando. E é levado pelas ondas desse mar. Imaginando que do mar ninguém chegou ao fim. Mas o que seria o fim de qualquer coisa, se não um novo começo para outra. Enquanto esses pensamentos passavam por sua cabeça, o mundo girava rapido demais. Um timelapse da vida real, onde todos os rostos estão borrados. Menos o dela. Menos, o dela. 


Ela foi embora. E levou um pedaço dele. Um naco da sua existência. Tão gigantesco, que alguns do que estavam lá ouviram o som que fez quando ele quebrou.

Em casa ele escreveu: "Devolve o que você tirou de mim... Me desculpa e devolve."

Ela respondeu:

"Ontem eu chorei, mas ontem passou. Hoje é a tua vez, hoje vai ser ontem um dia. Amanhã quem sabe nenhum dos dois chore. Amanhã quem sabe, seja outro dia..."



Mas amanhã não foi. 


E ele ficou sentado, fumando um cigarro na chuva. Enquanto o amanhã não vem.

Enquanto ainda é hoje...