segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Todos são um.

Esse monstro que se alimenta da tristeza alheia é um grandessíssimo filho de uma rameira. Odeio-o profundamente. Gentinha curta essa que habita esse planetinha de meia tigela. Gente cheia de nove, quatorze, trinta e três dedos. Cheia de pensamentinhos de antigamente, de quem não tem mais o que pensar. Coisa de alma perturbada por vidas anteriores cheias de culpa e insatisfação. É a única explicação, não é possível. E vamos concordar nisso: se você põe a culpa dos seus dias tenebrosos no ontem, é porque alguma coisa muito séria saiu errado. Quem nunca ouviu o som de uma espada saindo da bainha ? Um perdedor ! Porque ? Porque ele foge antes, com medo e profunda tristeza no coração. Esses dias eu me vi pensando em uma coisa, depois vou dizer o que é. Nesse exato momento, estou escrevendo esse texto em um estúdio fotográfico, enquanto nove pessoas correm insanamente ao redor de roupas e modelos. É 19h:33 de uma segunda feira e eu venho trabalhando sem parar desde a última segunda feira. Me sinto como ? Muito bem, preciso dizer. E depois de le-lo decidi sacrificar a norma da língua portuguesa que nos obriga a fazer novos parágrafos. Novos parágrafos pra que ? Eu pergunto. Novos parágrafos, para que ? A vida é um longo texto sem novos parágrafos e longas viradas de páginas. Que um dia, enquanto você está escrevendo uma bela frase, simplesmente acaba a tinta da caneta. E ? E nada amigo. E você fecha seus olhos em profundo desagrado para acordar ao mundo dos não vivos. Você está sempre caindo. Você está sempre se movendo. Você está sempre fazendo algo novo. Até que faz sempre a mesma coisa, todo santo dia, instrui a sua própria mente a pensar que é feliz. Porque ser feliz nessa merda, é muito fácil. O que precisa ? Ter toda saúde que suas células puderem gerar. Todo dinheiro que a sua bunda gorda puder engordar. Todo sexo que sua genital suportar. E defecar muito. Isso é o que você considera felicidade.
No final, se tudo der errado e eu estiver certo. Você vai entender que estava enganado


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Eu gosto assim.

Eu acho graça quando as pessoas se acham superiores.

Acho graça quando não conseguem rir diversas vezes das mesmas piadas. Chorando sem parar, as eternas e repetidas, lástimas passadas.

Queres me ver ao chão, com a boca cheia de terra ?

Podes tentar. Isso é tudo que podes fazer.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Nosso veneno.

Dizem que o corpo humano é composto por 70% de água. Eu digo que vivemos todos afogados em nós mesmos. Que nossas ansias, frustações e tristezas, juntam toda essa água. E as vezes, quando não conseguimos mais segurar, os furinhos do lado dos nossos olhos escorrem algumas gotas para que possamos continuar.

Lutei muitas batalhas sobre o teu estandarte. Batalhas demais talvez ? É, talvez. Mas lutei. Não me arrependo de nenhum golpe. Não me arrependo daqueles que matei ou salvei em teu nome. Nem dos dias que não dormi, ou das horas a mais que precisei cavalgar até alcançar o flanco inimigo. Não, nem teria como, mesmo que quisesse. O cérebro que esse elmo protege pensa mais no futuro do que no passado. Talvez seja só um mecanismo evolutivo qualquer para me fazer continuar a caminhar, continuar a querer, continuar a respirar e sonhar. Talvez não. O fato é que mesmo que eu tivesse que me arrepender, não poderia. Tudo que fiz, me fez. E aqui estou eu, feito de pedra, merda e água. E não pretendo ir embora. Digo, pretendo, ir para frente. Continuar, indo para frente. Continuar lutando minhas batalhas. Perdendo ou vencendo. Aquele que me enfrenta com sabedoria sabe: me dar por vencido é ter perdido. Não porque eu vença sempre. Ninguém o faz. Mas porque eu tentarei de novo e de novo, e novamente de novo. Até que o mundo me tenha como sou em meu coração. Nem mais, nem menos.

Minha água falou comigo. A senti escorrendo e formando uma poça e ela falou:
"- Porque choras pote ?"
"- Pote ??? Que pote ?"
"- Tu és meu pote ! Tu és onde eu descanso até que seja chegada a hora..."
"- Que hora ???"
"- A hora de que nenhum de vocês potes, consegue fugir... A hora de devolver as águas aos oceanos da vida. Porque choras pote ?"
"- Não sei. Medo do futuro. Confusão. Sinto tanto meu cansaço que me dói estar vivo."
"- Viver, como você escolheu viver, é dolorido mesmo pote. A vida de verdade, é algo verdadeiramente dolorido... Eu diria, uma das maiores dores do universo. Mas tu há de ser recompensado..."
"- História da carochinha... Maldito elemental da água, só me dá conselhos oblíquos e meias respostas. Volta pra onde tu vieste, volta."
"- Longos são os dias do viver, e viver nunca significará somente sorrir. Não te esqueças pote, viver somente sorrindo é tão ruim ou pior que viver somente chorando..."
"- Parabéns pela asneira. Dispenso igualmente, com todas as outras."
"- Não, não dispensa. Entendes que viver na ilusão é pior que viver a dura realidade. E não te entregas, porque não poderias. Mesmo que desejasses desejar. Não conseguirias. Tua natureza é mudar o que tu percebes de errado. E nesse exato momento, o que é errado, é o teu sofrer. Tua vida vai, como as outras, junto as águas do rio. E lá na frente, há de desembocar na eterna queda da água. Como todas outras. Segue teu rumo pote. Te encontrarás a diante novamente. Em um dia de menos lágrimas e mais sorrisos."

Do nosso veneno, nada quero. Nem a cura.
:)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Faz me (r)ir.

Não importa o que me digas
Teus olhos sempre vão ao contrário
Como frases de um livro
Que não sai do imaginário
Teu futuro, não existe
Tanto quanto, qualquer outro
O passado que te assombra
Escorre, num presente solto
Minhas lástimas
Minhas vidas
Minhas dores e partidas
Nada disso me arrepende
Nada disso é saída
Do negrume que eu ergo
Ao fechar esta cortina
A única dor que não tenho,
vem da tua pusilanimidade sentida.



sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Pra que ?

Pra onde olhamos, existirá a maldade. Um coração partido, ou vários. Lágrimas de arrependimento, ou várias. Tristes dias negros de céu azul, fotos jogadas aos baús. E nada, nada no planeta te faz ver esse estrela. Nem uma super ultra luneta power ranger conseguirá. Teus olhos não alcançam esse sistema. É numa gíria anos 90, tais fora do esquema. Me sinto um avô a falar pro netos: "não subam nessa árvore". Meu avô sempre dizia pra subir, mas tudo bem.
Um castelo com pilares de areia. É isso que a vida vai te dar. A impressão de poder, de liberdade, de prazer e de estar fazendo a coisa certa. Vai te erguer ao alto só pra desatar o nó e dizer:
"Ops ! Caiu..."
E te ver descer vertiginosamente até o finito da atmosefera. E se estatelar, em uma massa de ossos, sangue e fatias de carne rasgadas. Pronto, foi pra isso que você viveu. Pra alguma entidade desimportante soprar tua vida novamente ao vácuo. E o tudo, que era tudo, se tornar nada.

Cuidado com as tuas palavras. As escritas e as faladas. Algumas delas te seguem até a eternidade.

Outras, além.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

verborréia

o teu triste embaraço do caminho
é o ato que laço sozinho
e sigo na rosa dos espinhos
deslocando horizontes
feito ave sem ninho

do gosto que senti
guardo só agosto
sem sal ou mel
sem rosto

pois a minha chama queima
e por muito ainda
deverá arder
sou feito de nervos, ossos e vontades
não de plástico e aço

minha alma se lava na lama
e ri das que vão pra água cristalina
não por demérito ou agonia,
nem contradição
mas porque suja e sofrida,
minha alma se lembra
que não há história de vida
que viva só de ilusão.


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Quem iria preferir morrer a sorrir ?
O morrer.
Porque ?

Para existir.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Só(m) de caminhar.

Caminho sozinho.
Passos largos ou não.
O que muda um destino ?
Eu, caminho !

O céu de teto a um par,
passo apertado do sol pro luar.
Como clave de sí pra chorar.
Caminho sozinho,
conheço o caminho.

Me esqueço pra lembrar.
Que mesmo quando encontro
outros pés.
Sempre a caminhar, solitários ou em par.
Não me poupam suas teias.
E logo me desfaço pra voltar... pro caminho.

Todo começo tem um fim.
Todo caminho é um ninho.
Todo passo também.
E mesmo o que começa no junto.
Encontra a solidão no mundo.

E entende: que é somente sozinho,
que se encontra o fim do caminho.