sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Sempre só pra solidão. Sempre sopra solidão.

Pra ti, que não volta mais.

Portas e janelas fechadas
Silêncio inundado
Frestas e cantos
Fotos antigas
Deixo as palavras de lado
Não te espero
Não voltas, eu sei
Café frio e cigarros queimados
Sem o sol de domingo a tarde
Sem canções de alegre alarde
Sem sorrisos e lugares

Pra ti que não volta mais
Desejo uma boa viajem
Mesas de amigos e abraços de verdade
Cartas de amor e sonhos sonhados.
Desejo olhares finos
E camas de linho
Companhias gentis e taças de vinho

Te vi ir embora
Me bastou assistir
Não fico triste, não te preocupa
Podes ir
Tenho minha piscina de silêncio
Meus livros e amigos
Tenho tuas histórias para contar
E tudo que vale a pena lembrar

Guardo aqui um baú antigo
Com um pedaço da gente
Uma foto do nosso sorriso
O baú levo no peito
A foto no coração
O que pulsa não é o batimento
É a lembrança da emoção.














































Saudades do meu pai ; )

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Just (You do it to yourself) - Radiohead

Ouço alguém dizendo: "aqui se faz, aqui se paga...".
Melhor, melhor... alguém cantarolando aquela musiqueta ridícula do Justin Timberlake: "what goes around, comes around...".
Tá bom !
Gente curta essa que não consegue perdoar. Que se mete na vida dos outros, sendo chamada ou não, e acha que virou Sr.(Sra.) da razão. Que engoliu um Rei e quem tem certeza absoluta de que tudo que faz está 154.5% correto. Gente que não consegue enxergar um elefante, nem se ele estiver a um palmo de distancia da face.
A idiotia é uma doença. A ignorância é uma característica.
Conhece aquela: normalmente quem tenta te evangelizar não aceita que tu fales sobre a tua forma de ver a religião ?
Essa frase não é sobre Deus. Definitivamente não.
Essa frase é sobre o estúpido que tu guardas dentro de ti. Aquele imbecil que quer dormir até tarde. Que não quer estudar. Que é rancoroso, pouco interessado e simplista.
Pra algumas pessoas ele fica no calabouço acorrentado a uma bola de ferro que pesa 50 toneladas. Ouvindo CDs de pagode o dia inteiro.
Pra outras ele senta no trono, coloca a coroa e comanda o Reino.
As vezes eles se alternam.
As vezes não.

Uma amiga me disse que, nesse blog, eu falo bastante em errar e acertar. Acho que ela está certa. Mas, não seria a vida uma grande sequencia de erros e acertos ? Acho isso normal.
O importante, na verdade, não é se acertas todas ou erras feio demais pra querer levantar da cama no outro dia. O importante é viver do lado dos teus sabendo que eles vão errar e acertar. Ora, se não for assim, viver vai se tornar uma grande frustação ! Tu não tens como achar alguém que não erre. Podes desistir agora. To falando sério. PARA !
Por mais que conheças o amigo/namorada/chefe/professor/ficante/qualquercoisa perfeito. Uma hora, por mais ou por menos, ele/ela/isso vai errar !
Mas voltando:
"Aqui se faz, aqui se paga..." Pura balela ! A vida não tem sistema de cobrança.
E sabe porque ?

Porque viver não é uma competição !
Você vai sim encontrar pessoas ruins. Que querem teu mal. Pessoas erradas que nem sabem o quanto mal fazem aos outros. Pessoas erradas que tem completa e total noção do mal que fazem. Pessoas que se arrependem ou não. E tanto faz. Porque você não deve se preocupar em culpar o fulano ou o ciclano pelo que aconteceu. Você precisa é entender o que melhorar em ti mesmo. E se todo mundo fizer isso, todos vão melhorar juntos. Ao invés de ficar se apontando como "melhores" ou "piores". Ao invés de ficar dizendo: "Prooooofesssorraaaaaa, olha o Joãzinhooooo.... Ele olhou por baixo da saia da Mariazinhaaaa...."
Crescer é entender. Quem não entende, fica no jardim de infância da vida. Fica desenhando com crayons e fazendo xixi em pinicos. E isso não quer dizer que quem não cresce não ganha grana, não faz sucesso, não se dá bem. Como eu falei, esquece a competição...
Isso quer dizer que quem não cresce, vai ficar achando que a Tia do jardim de infância é a melhor coisa do mundo. E nunca vai poder entrar na faculdade. E nunca vai conhecer o amor da sua vida. E nunca vai ser feliz de verdade.
Chega de ficar se olhando torto.
Chega de se achar infalivel.

Eu realmente to cansado de gente que prefere te entender errado e te julgar. Do que sentar contigo e conversar a respeito.

Eu erro. E não é pouco. Eu sei disso. E pelo menos tento mudar. Eu tento, não quer dizer que eu consiga...
Mas como diz um amigão meu:
"Tentar é muito mais importante que conseguir."

Te deixo com um pouco da sabedoria do Little Joy:
"
E onde a sorte há de te levar
Saiba, o caminho é o fim, mais que chegar
E queira o dia ser gentil
À tua mão aberta pra quem é"

: )



quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Ouvindo: Sky Stars Falling - Doves

Eu sonhei que não era eu. Sonhei que era alguém diferente. Conhecia meus amigos e amigas. Gostávamos igual. Mas era como ser outra pessoa vivendo minha própria vida. Tinha os meus mesmos problemas. Tinha as mesmas roupas. Usava o meu aparelho celular. Dirigia meu carro. Morava no meu apartamento.
Só não era eu.
Enquanto no sonho eu recebi uma ligação da minha mãe. E ela não me chamou pelo nome. Me chamou por outro nome. E eu atendi. E sorri. E ela sorriu. Disse estar com saudades. Disse que queria vir e ficar um pouco comigo, em casa. E o outro eu concordou. Disse que iria pega-la quando ela quisesse. Era só combinarem. Ela mandou o "eu do mundo dos sonhos" se cuidar. Comer. Fechar as portas. Estudar. Perguntou como iam os negócios. Se chovia em Blumenau. Se ele tinha visto meus irmãos. Coisas que mães dizem.
Só não era eu respondendo. Mas ele sabia as respostas. Sabia o que dizer.
Minha mãe mandou um beijo pro ladrão de vidas e desligou.
Ele saiu da minha casa e encontrou meus amigos em um barzinho. Bebeu minha bebida. Fumou meus cigarros. Riu das piadas que era pra eu ouvir.
Maldito seja o outro eu, pensei. Ele tomou meu lugar.
Depois de algum tempo. Ele disse que precisava ir embora. Que trabalhava cedo.
Dormiu na minha cama. Falou como eu falo dormindo. Se mexeu como eu mexo. Sentou-se de madruga e tomou meu copo da água. Olhou pela minha janela e viu o centro da cidade dormindo, como eu gosto de fazer. Ouviu o silêncio que eu gosto de ouvir. Olhou pras estrelas que eu sempre olho. E voltou a dormir. Com a cabeça no meu travesseiro.
De manhã cedo o alarme do celular tocou. E ele acordou.
Quando eu percebi. Eu tinha acordado.
Quando me vi, estava com o meu telefone na mão.
No mundo real. Meu sonho tinha acabado.
- Ainda bem pensei. Terminou aquele sonho... - pensei.
Foi então que vi.
O copo de água estava vazio.
A janela aberta.
As roupas que eu havia usado no sonho largadas na poltrona do quarto.
Meus tenis, chave do carro e carteira. Exatamente no lugar que ele deixou.
Conferi no celular e vi que tinha falado com minha mãe. Em uma chamada as 22h 31min. Entendi que havia estado com meus amigos também.

Mas como era possivel eu não lembrar ?
Como era possivel não me ver daquele jeito ?
Seria eu maluco ? Ou talvez estivesse ficando... ???

O outro eu viveu um dia da minha vida. Não foi um dia ruim. Ele deve ter pensado que é bom ser eu. Talvez ele volte. Talvez ele me diga seu nome. Talvez eu precise de mais tempo pra descobrir essas coisas sozinho.

O outro eu foi embora.
Eu fiquei.

Liguei pra minha mãe do escritório hoje cedo e disse:
- Oi mãe, tudo bem ?
- Oi filho, tá tudo bem ! E contigo ? Aconteceu alguma coisa ?
- Não, não. Só queria ouvir tua voz...
- Leandro, a gente se falou ontem a noite... tá tudo bem ?
- Tá tudo bem mãe. Tu não falasse comigo ontem. Tu falasse com o "eu dos sonhos", ele tava no controle...
- Tá bom meu filho. Tá tudo bem mesmo ?
- Aham ! Beijo mãe !
- Beijo.

O "eu dos sonhos" ainda me paga por esse dia a menos.
Agora é minha vez de roubar um dia dele...
: )





terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

E o Oscar vai para...

"A vida toda pela frente, a bala vem pela costas..."

Eu não acredito mais no Oscar. Melhor dizendo: eu duvido do Oscar.
A partir de hoje, até o final da minha vida vou escrever oscar com o "o" minúsculo. Essa vai ser a minha pequena manifestação pessoal. Vai ser minha mini passeata solitária. (não eu não vou aderir a estética do Kanibaru Sinema).
Eu explico porque:
O oscar, existe desde 1929. De lá pra cá, muita coisa mudou. Acho que tudo bem, porque o cinema também mudou bastante. Novas tecnologias, a era digital, os temas antes não explorados, as idéias da platéia, as formas de direção e a internet são só alguns exemplos. Mas tem uma coisa que não é ligada ao cinema que mudou e acabou modificando a industria cinematográfica junto. A publicidade.
A publicidade influenciou o cinema de uma forma devastadora nesses últimos oitenta anos. Anúncios maquiados por roteiros, peças que usam personagens fora das telonas, a forma como se vende os filmes, fitas e discos e principalmente: o lucro dos estúdios.
Mas cinema é negócio, alguém vai dizer !
Eu concordo ! Trabalhar com cinema é uma forma de se ganhar a vida, tanto quanto impermiabilizar prédios, vender roupa ou viajar pra Lua. É sim um negócio. Mas não é um negócio. Existe uma parcela de se trabalhar com cinema que é arte. Ninguém chora ou gargalha impermiabilizando prédios. Ou fica com medo comprando roupa. O cinema toca as pessoas como bons livros e boas poesias. O cinema te transporta além da tua própria imaginação, te envolvendo com atmosferas não palpáveis de uma realidade fantasiosa. Fazendo com que tu te lembres "daquela" trilha ou "dessa" situação. O cinema te faz sentir o impossivel e o rotineiro ao mesmo tempo.
A publicidade deu aos estúdios algo que eles não tinham com tanta facilidade. O dinheiro. E da primeira vez que a Coca-Cola apareceu até o audi do Will Smith em "Eu Robo" foram centenas de centenas de milhões de dolares despejados nas contas da indústria.
Tudo bem vai... Qual a relação disso com o oscar ?
Simples !
De algum tempo pra cá, o oscar entrou junto nessa. A publicidade comprou ele e o encoleirou.
As indicações começaram a ser direcionadas com intenção publicitária. Com a intenção de publicitar filmes específicos. Que recebem artes de capas e de cartazes contendo: "Onze indicações ao oscar" ou "Vencedor do oscar na categoria Melhor filme 2009". E aí você está lá, imerso na sua ignorância sinergética, alugando um DVD e se depara com uma caixinha de filme que diz "Esse filme recebeu o oscar de: melhor filme, melhor diretor, melhor fotografia, melhor roteiro adaptado, melhor trilha, melhor mixagem de audio, melhor ator principal, melhor ator coadjuvante e melhor maquiagem". E pensa:
"- Nossa, esse deve ser o melhor filme da história...."
Afinal de contas, se foram tantos oscars quem é você pra dizer o contrário ?
E o aluga.
E o leva pra casa.
E o assiste.
E o odeia !
O filme é horrivel.
Uma história previsível.
Mal montada.
Cheio de erros de continuação.
Vazio.
Te faz perder 1h30 minutos da tua vida.
Te deixa mais burro.
Te ofende...
E tu foi mais um alvo do oscar. Fosse obrigado a engolir o que eles premiaram, por confiar no discernimento torto de uma academia pouco comprometida com a preservação da cultura. Que desconsidera outros cinquenta longas de ótima qualidade pelo simples fato de que eles não foram feitos na terra do Tio Sam. Filmes estrangeiros, que muito provavelmente, serão copiados por estúdios Norte Americanos, que utilizarão verbas astronomicas, tecnologias de última geração, e atores que parecem ter sido esculpidos em mesas de operação plástica para executa-los. Tirando toda a poesia da imperfeição original. Enlatando, formatando, invadindo e dominando sua cabeça...
Tudo bem, nem tudo que é feito em Holywood é horrivel. Eu não consigo dizer isso de forma sincera. O que me deixa triste é o fato de muita gente só conhecer o que é produzido lá. Culpa de quem ? Da publicidade.
É engraçado se você parar pra pensar que existem filmes feitos em Santa Catarina, em Blumenau, em Palmitos (você sabe onde é Palmitos ? Pergunta pro Peter Baiestorf e descobre...), em Lages e em vários outros lugares, que valem a pena serem vistos. Filmes que falam da nossa realidade, das nossas felicidades e temores. Filmes que retraram a nossa geração da forma como ela se desenvolve. Filmes que não tem contratos de patrocínio com a Coca-cola ou a audi. Mas que são sim engraçados, tristes, divertidos e tudo mais que qualquer filme feito na Floresta Sagrada pode ser.
Eu estou cansado de efeitos especias exagerados. Achei sim Homem-aranha 1 divertido, mas o único motivo pela qual ele terá 6.350 continuações é o dinheiro. São os jogos de PS3 vendidos. Os websites. As lancheiras dadas aos filhos. As fantasias infantis. Os contratos de desenhos animados. De produtos que continuem rendendo, mesmo depois do lançamento.
Eu posso estar sendo drástico sim. Mas estou cansado de premiações com "carros chefes". Filmes que recebem bem mais estatuetas que os outros. E todo pensa: "nossa, esse deve ser um filmão !!!!"
Pode ser, mas não obrigatoriamente é.
Vale a pena tentar fugir do comum. Tentar não ser igual. Tentar conhecer além do que eles querem que você conheça.
Existe decepção nesse outro Universo também. Nem tudo que é filmado e finalizado no Irã é lindo.
Mas pelo menos você vai jantar algo diferente de McDonalds com Coca-cola. Pelo menos você vai experimentar algo novo. Que você pode muito bem não gostar.
Mas sem dúvida não vai esquecer...

"Ele pensava ser invisível. Foi preso andando nu na rua XV."

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Todo carnaval tem seu fim.

Daqui não dá pra ouvir a bateria. Mas eu sei que eles tocam alto.
Sei que tem um monte de gente fantasiada dançando ao redor dos carros de som. Também não dá pra ver eles. Mas eles estão lá. Tem o pessoal dos pandeiros, das cuícas e dos apitos. Tem o pessoal com pouca roupa e muita coragem, tentando não cair do alto dos carros alegóricos. Tem o pessoal da pista, que dança coreografias com cinquenta quilos hipotéticos nas costas. Daqui não dá pra ver eles, mas eu sei que todos suam cachoeiras apoteóticas de euforia. Tem a plateia. O pessoal da arquibancada que lutou muito pra estar alí. Cabeça atrás de cabeça, com os olhos atentos a tudo que acontece. Tem o pessoal que está nos camarotes. Que fica acima de todo mundo. Como em uma analogia a pirâmide social. Tem o pessoal que empurra os carros. Eles fazem uma força danada pra tudo dar certo.
E isso se repete.
Grupo após grupo. A multidão vai e outra multidão vem. Só que fantasias diferentes. Letras de músicas diferentes. Ritmos, temas, formas de dança, tudo diferente.
No final de tudo. Passa o pessoal da limpeza. Varrendo os restos da festa. Retirando as células mortas que foram arremessadas ao chão pela multidão, junto com latinhas de alumínio, papeis amassados, entre outras coisas que merecem agora estar no lixo.
Depois que todos aqueles pés passam. O pessoal das emissoras de televisão retira os cabos. A organização retira as placas do patrocinadores e desmonta os camarotes. Aquela gente toda que estava na arquibancada, vai embora.
E quando todo mundo termina. Fica vazio e silencioso. Quando todo mundo vai embora. A festa acaba. A pista fica solitária. Sem o som dos tambores, dos apitos e dos pandeiros. A arquibancada fica sozinha. Sem aquela gente curiosa que ocupa tanto espaço e faz tanto peso.
Mas esse final, tem uma parte importante no ciclo carnavalesco. Esse final lembra a todos que é hora de recolocarmos nossas máscaras e voltarmos a luta diária pela sobrevivência.
Bom, não me lembra porque eu não estava lá. A temática do carnaval não me atrai. Sempre foi assim.
Desde quando minha mãe, tentava de todas as formas possíveis e imagináveis, convencer a um de seus três filhos que o carnaval era legal. Falhando em todas tentativas. Ela desistiu de conseguir. Nos desistimos de tentar gostar.
O tempo passou e o abismo que existe entre nossa simpatia e a apoteose cresceu (em largura e profundidade). Até os dias atuais. Onde ninguém mais comenta a possibilidade de nos envolvermos com a comemoração (seja lá o que for comemorado).
Meu carnaval me rendeu assistir ao "Ensaio sobre a cegueira", "Alien - o oitavo passageiro", "Little Miss Sunshine" e ao documentário "Ponto de Encontro". Nenhum desses filmes tinha dança ou baterias.
O que foi ótimo.
Acho que no final, pesando os prós e contras eu consigo entender porque ficamos cegos. Porque nos tornamos uma multidão de cegos que vêem e cegos que, vendo, não vêem. E eu vou enviar essa informação para o Saramago. Talvez lhe seja útil.
O que não consigo compreender... é porque ainda continuamos surdos...




sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Ouvindo: Indefinitely, Last Train, Flowers in the Window, entre outras...

"O que eu faço pode ser uma gota no meio de um oceano, mas sem ela o oceano será menor."
Minha irmã me deu bom dia por email assim hoje. Achei legal : )

Ele abre vagarosamente os olhos. O sol já havia entrado. O quarto estava claro. As cortinas abertas e suas roupas de ontem, jogadas no chão. Antes de pensar em levantar, ele enche os pulmões de ar. Quando termina, percebe que junto com todos os litros de oxigênio aspirados ele trouxe pra dentro de si um odor diferente. Vira a cabeça pro lado enquanto sente o ar sair por suas narinas.
- O cabelo dela é tão bonito. - ele pensa sorrindo.
O tempo para por um instante. As cortinas parecem se mover mais lentamente contra a força do vento. Os carros lá em baixo fazem menos barulho. O sol manda alguns raios que lembram um final de tarde despreocupado em um domingo. Ele sente a própria respiração. Em movimentos suaves. O mundo parece um lugar melhor daqui.
- Bom dia - ela diz.
Ele sorri e responde:
- Bom dia... - e deita a cabeça sobre o ombro dela.

Em algum lugar do planeta, alguém da play em um iPod na música Safe - Travis.
Essa pessoa que mora em um continente diferente do que eles estão e não sabe, mas acabou de adicionar uma trilha sonora a esse filme.

Uma camera pelo lado de fora do quarto, precisaria estar em uma grua com pelo menos 20 metros de braço para conseguir cumprir o movimento que o roteiro pede. Ela enquadra a janela com as cortinas abertas e o casal dormindo abraçado. O operador move o anel do foco um pouquinho pra trás. Ele sorri ao perceber que o quadro está como deveria estar, no viewfinder preto e branco a cena parece perfeita.
- Podemos rodar ? - grita o diretor de fotografia ?
O operador faz um sinal de positivo com o polegar.
O diretor de fotografia verifica mais uma vez o monitor e dá o seu "ok" ao diretor, que está sentado em outra barraquinha, tomando um chá gelado de pessego e fumando um cigarro.
A camera começa a se movimentar sobre a grua. Suavemente. Ela faz um movimento lateral se afastando do quarto...
Alguém grita aos figurantes que eles podem começar a andar.
Todas as pessoas na rua começam a caminhar, cada um com um destino diferente. Carros, crianças, uma senhora levando seu cachorro para passear de manhã cedo.
A camera desce com maestria entre um grupo de figurantes que foram previamente instruidos para tal. E para. Fica nessa posição por alguns instantes.
Os carros levantam fumaça.
As pessoas desviam suas rotas para evitar choques involuntários.
Um homem, que está fora do quadro, solta alguns passarinhos para que atravessem a visão da lente.
É perfeito.
O diretor observa tudo em seu monitor, com seu cigarro, seu chá gelado e cercado de assistentes e investidores.
Ele sorri ao perceber que conseguiu.
Fecha seus olhos rapidamente e pensa quando era jovem. E sempre queria a chance de dirigir seu próprio longa. Por que dirigir um filme é como contar a sua perspectiva da história. É mostrar um pedaço de você pro mundo.
Alguém diz por cima de seu ombro direito:
- Parabéns, ótimo trabalho. Vai ficar muito bom.
Ele agradece com um sorriso. Se vira pro monitor e grita:
- CORTA !



quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Antes que seja tarde - Pato Fu

Voltei a ouvir Pato Fu, acho que já tinha me esquecido do quanto acho eles legais.

Dei uma volta com meu cachorro ontem. Estávamos um pouco afastados nesses últimos dias. Com o recomeço da faculdade (e a minha frequência vergonhosa nas cadeiras universitárias), com o ano comercial começando a aquecer (a proximidade do FINAL do Carnaval faz isso com os brasileiros), os dias de chuva que tivemos (dois ou três ? no máximo ??? pura desculpa !!!), com minhas atividades sociais ligadas ao projeto de expansão do meu networking (que coisa engraçada...) e com as obrigações normais ligadas a minha rotina (da qual antigamente ele fazia parte...), acho que acabei negligênciando nosso relacionamento.
O cachorro que eu tenho em casa se chama Gregory. Ele é um york que completa nove anos de idade em outubro desse ano. A verdade é que Gregy não é só um cachorro, mas provavelmente isso só vai ser verdadeiramente compreendido pelos membros da minha família (como todos outros cachorros do planeta, que tem donos que se importam...) O fato é que o resultado dos mais recentes acontecimentos da minha vida, me deixaram morando sozinho em casa. Eu e ele.
Acho que sempre nos gostamos, mas agora tenho obrigações ligadas a rotina dele. Trocar água, colocar ração e trocar os jornais do banheiro dele são algumas delas.
Mas eu não me importo realmente.
Tendo dito isso, o que mais acho interessante nesse relacionamento é a forma como nos comportamos mutuamente. E isso vale pra todos relacionamentos (de amigos a casais completando Bodas de Ouro).
O Gregory me conhece. Ele sabe quem eu sou. Sabe que as vezes eu vou entrar em casa sem querer falar com ele. Sabe que as vezes tudo que vou precisar é ele encostado na minha perna enquanto assisto Deuche Welle
, mesmo sem entender praticamente nada em alemão. Sabe que as vezes EU preciso deitar com ele no chão da sala e brincar com seus bonequinhos. Sabe quando pode me pedir biscoitos e bananas.
Da mesma forma, eu conheço o Gregory. Sei quando ele quer correr pelo apartamento. Quando quer passear ou quando quer ficar só sentadinho do meu lado com a lingua balançando pra fora da boca. Sei que as vezes posso encher mais o saco dele. E que as vezes isso vai irrita-lo...

Aceitar teus amigos da forma como eles são, é as vezes uma dificuldade. Mas esse negócio de só ter quem concorda contigo do teu lado é coisa de Presidente da República que gosta de ser "o último a saber sempre".
Lógico, existem os limites. Mas essa diversidade é oque nos faz tão únicos. Chega de gente igual. Que pensa igual. Come igual. Dança igual. E é vazia igual...
Aprender a saber em quem confiar é muito mais dificil do que aprender a confiar em alguém.
O Gregory já me mordeu. Sim ! Uma vez, quando ele precisava tomar Luftal, pq tinha comido demais. Ele estava cheio de gases e o veterinário nos pediu para dar um pouco a ele. Acho que não existe cachorro que goste de tomar remédio. Ele ficou assustado. E me mordeu na mão. Não doeu, ele é mto pequeno e fraco. E eu não briguei com ele.
Eu entendi !

Aprender é dar Luftal para as pessoas é uma exercício interessante. Metaforicamente claro.
Você vai ser mordido. É inevitavel. Tente entender. Tente se colocar no lugar daquele que precisa tomar o remédio.
Não é nada fácil.
Mas no final, você vai ter vários Gregorys ao seu lado.
E talvez quando você chegar em casa, seja a vez deles de te ajudar...






quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Ouvindo: Pomp and Circumstances - Smashing Punpkins

Já disse antes e repito: todo dia amanhece.

É muito provavel que isso seja um fato imutável. Vamos viver nossos dias sobre as cidades desse planeta e quando nossos caminhos chegarem ao fim. As pessoas ao nosso redor vão chorar nossa falta. E depois o Sol dirá:
"- Então tá. Tchau... te vejo depois !" - e com um largo sorriso ele se esconderá atrás da linha do horizonte.
Acho que é por isso que a Terra gira. Pro Sol poder se despedir de todo mundo que deixa o planeta. O Sol é um cara muito atarefado. Tem muita gente indo embora todo dia...

Ir embora, voltar. Ficar um pouco mais e ir embora de novo. Nossas vidas são cheias de regras. Mas não poderia ser diferente. Use um calçado pra andar na rua. Não saia de casa nu. Pare quando a luz vermelha do semáforo acender. Ande quando for verde. Não diga coisas absurdas para desconhecidos, afinal, o que eles vão pensar de você ? Não engorde muito. Não emagreça demais. Informe-se. Aprenda a usar o computador. Trabalhe, seja um membro produtivo da sociedade. Tenha dinheiro, ninguém é realmente livre sem ele. Case-se e tenha um par de filhos, seus pais vão ficar muito orgulhosos. Obrigue-se. Esforçe-se. Seja bom. Obedeça ou você vai preso rapaz.... Estamos de lhe observando.

Algumas regras são realmente necessárias.
Outras não tanto.
Outras ainda, definitivamente não deveriam existir.
Mas isso é algo que cada um deve decidir.
É algo que cada um deve aprender sozinho, em casa, na rua, com os amigos ou sem... desde que seja adestrado. Como meus cachorros foram !

Pompa e circunstância. Acho que quanto mais envelhecemos, mais nossas vidas dependem disso. E por mais que você ligue o London Calling no último volume e use camisetas dizendo: "Do it yourself". Ainda assim, você vai sempre ser escravo de alguém ou de algo.
Mas tudo bem eu acho. De verdade.
Depende de quem você é escravo, e o quanto você se considera livre.

"Escravo não é uma palavra forte ?" Me pergunta a Camila.
Acho que não ;)

Os teus dias não estão contados. E por mais que a Monique me diga:
"Lê, não tá tudo bem contigo. Deu pra ver quando eu li o Murro na Cara..."
Acho que tá sim Monique. Na verdade, acho que fazia tempo que não tava tudo tão bem.

Fato:
Pensar sobre a forma como vivemos. As falhas que cometemos e nossos acertos, ajudam de alguma maneira a se auto conhecer um pouco mais. E as vezes, ninguém pode te ajudar nesse caminho.
As vezes, precisa ser você e a estrada. Você chuta uma pedra aqui, da uma topada alí. Costura sua unha de volta no dedão e continua a caminhar.
Continuar a caminhar, isso sim é forte.
Rocky disse (e eu sempre repito): "Não importa o quão forte você bate. Importa o quanto você aguenta levar porrada e continua a caminhar..."
Isso é bem interessante, porque ilustra um dos meus pensamentos mais frequentes durante os últimos dias.

A verdade, na minha opinião (lógico que se isso é um blog é minha opinião, enfim...), é que acertando ou errando, dando ou tomando socos, caindo e entrando em coma ou ouvindo a contagem do juiz (1, 2, 3, 4...) e conseguindo levantar, vamos conseguir.

Post confuso o de hoje.
Momentos de Labirinto do Fauno. De O iluminado.
Momentos de reCitando Blumenau e de Juno. Um pouco de Benjamin Button e duas pitadas de Snatch - Porcos e diamantes.

Post confuso sim. Mas tão fragmentado quanto fotojornalismo. E quanto a nossa sociedade.
Quanto os recortes da nossa vida. Quanto, como eu disse, nossos acertos e erros. Que compõe o que somos. O que queremos ser e o que precisamos esquecer que já fomos um dia.

No final, é só abanar e dizer:
"- Tchaaaau Sol. Legal te conhecer..."
: )


terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Cat Power me atormenta.

Ontem parei em uma sinaleira. E um rapaz veio pedindo moedas de janelas em janelas. Observar as reações das pessoas pra quem ele pedia, é algo perturbador. Algumas pessoas não olham para o lado nem para dizer que não querem dar dinheiro. Um senhor deu notas e teve uma conversa trivial com o pedinte. Eu imagino que algo como:
"- Você acredita em Deus ?"
"- Sim senhor !" - com os dois olhos sobre as notas na mão do proprietário do veículo.
"- Fica com Ele então..." - entregando o dinheiro ao rapaz.
"- Obrigado tio..." e provavelmente pensou (ou deveria) "e você fica com seus carros, seus apartamentos e tudo mais..."
Será que se ele não acreditasse em Deus, aquele senhor iria lhe negar o dinheiro ? De que Deus será que aquele senhor estava falando ?
Na realidade, eu não vejo problema nas pessoas que não querem ou não podem ajudar pelo motivo que for. Só acho que negar a ajuda é bem mais polido do que ignorar o ser humano que cola no vidro do teu carro pedindo alguma coisa.
Como em tudo que acontece no Brasil, até os pedintes acabam nos enganando. Tem aqueles que pedem dinheiro pra comprar remédios ou passagens de onibus, mas você sempre vai encontra-los dizendo as mesmas coisas... Sei de um que a quase um ano tenta juntar R$17,00 pra comprar uma passagem de volta pra sua casa. E tem também aqueles que vem cambaleando e nem se preocupam em esconder a evidente embriaguez. Esses, muitas vezes, nem falam nada. Você sabe que eles querem alguma coisa pela simples presença da pessoa do teu lado. Tem também aquelas que trazem crianças no colo.
Esses me partem o coração.
Uma amiga me falou a pouco tempo que, quando abordados pela polícia, eles raramente podem comprovar que são pais dos pequenos. E isso ocorre muitas vezes, porque eles não são. São filhos de vizinhos, de "amigos" e similares. "Emprestados", "alugados" e "arrendados" para tal função.
Meu irmão me disse uma vez: "A esmola só faz bem para quem a dá."
Acho que ele está certo. Acho que todos damos esmola em algum momento para nos livrarmos do peso de imaginar as dificuldades de um morador de rua. Para conseguirmos acreditar que "as coisas vão melhorar" pra eles. Acho que isso faz parte do nosso processo de maquiagem social. Onde preferimos não ver os doentes, miseráveis, moribundos, dementes e incapazes. Do que conviver com uma realidade desagradável. Do que sermos obrigados a visualizar o indesejável.
Eu não sei resolver esse problema. Exatamente agora eu pensei que faço parte de uma camada social que sabe apontar erros, mas não corrigi-los. E isso é realmente muito ruim.
Culpar o governo ?
O capitalismo ??
A crise mundial ???
Acho que não. Talvez tudo isso junto... e mais algumas coisas.
Seria a hipocrisia uma das causadoras da ruína iminente ? Provavelmente !
Dá proxima vez que você sair de carro, não esqueça suas moedas...

"Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me."
Matheus 19:21

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Eu e meus botões...

Os botões de Benjamin Button me fizeram pensar. E tudo bem, eu acho. Porque mesmo que o filme tenha um final previsível ou que seja produto de uma indústria pouco atenta ao registro cultural de uma geração... ele ainda tem seu valor.
Mas não foi nisso que Benjamin me fez pensar. Apesar de constantemente me perceber raciocinando sobre essa "eterna busca pelo novo desconhecido".
Benjamin Button me fez pensar sobre começos e finais. Sobre seu testamento conter: "... tudo que possuo é minha história...". Muitas vezes na vida, não percebemos as mudanças que acontecem em nosso próprio universo. Nem sempre é possivel definir a data exata de quando realmente nos tornamos amigos de nossos amigos. Ou quando realmente nos apaixonamos por alguém. Ou mesmo, o dia e a hora em que paramos de almejar esse ou aquele sonho.
Meu ponto é que a vida é cheia de degradês e em sua maioria eles unem tinta invisivel a tinta impalpável. Nossas escolhas vão dizer pra que lado nossos pincéis pintarão !
"- Todos estamos destinados a perder aqueles que amamos. Se não fosse assim, como saberiamos o quanto importante essas pessoas são ?"
Não saberiamos, possivelmente.
Pode ser um dos últimos resquísios da minha adolêscencia... Mas eu continuo achando, que perder alguém pra saber o quanto você gosta dela é algo brutal. Benjamin Button me faz pensar sobre perder a vida para compreender o quão valiosa ela é. Não, eu não estou tendo impulsos suicídas (ainda...).
Não posso reclamar, até aqui pelo menos. Pintei alguns quadros que precisaram ser queimados e outros que pude pendurar ao lado do Amarante na Neue
Galerie New York. Mas mesmo que quisessemos reclamar, não adiantaria muito ! Infelizmente a vida não tem uma Central de Relacionamentos com Clientes. Onde você liga pra parabenizar pelo bom serviço ou para soltar os cachorros em cima de quem não quer cancelar teu contrato de fidelidade que irremediavelmente não funciona.
Não.
Viver é comprar um produto que não pode ser devolvido. Que você não tem certeza pra que o quer. Que é frágil e de dificil manutenção. Que não vem com nenhum opcional de série. Ser obrigado a negociar com um vendedor pegajoso. E se ver, mesmo querendo pagar a vista, a fazer um financiamento que pode durar até 131 anos (idade do ser humano que viveu mais tempo em registro oficial). E quer saber ? No final você compraria de novo... Pra falar a verdade, no final você compraria tantos quantos pudesse... Você venderia aquilo que não tem, pra comprar mais... e mais. E mais. E mais.
Benjamin Button me deu um botão. Eu costurei o botão que ele me deu na minha camiseta. E agora, toda vez que digo: "estava aqui pensando com meus botões...".
Tenho entre eles um do Benjamin. :)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O final não tem fim. (The end has no end - The Strokes)

Como em um labirinto, sem o fio de seda de Teseu.
Assim começa minha sexta-feira.
Eu sei que tem um Minotauro escondido aqui dentro. Espreitando meus passos de forma furtiva. Buscando meus rastros. Em silêncio. Esperando o momento perfeito para investir contra mim.
Aguardando um momento de descuido, de falta de atenção. Me analisando. E capaz de concluir seu objetivo.
Dá até um pouco de medo.
Pra Thomas Hobbes: "O homem é o lobo do homem."
Mas eu tenho um plano. Um plano, uma poção e uma espada mágica...
E ele não sabe disso ! :)

Adendo:
Isso não passa de uma analogia metafórica ruim.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O amor é filme e Deus um espectador.

Ontem, enquanto conversava com alguns amigos em um restaurante. Comecei a observar um casal sentado a duas mesas da gente. Eles haviam discutido sobre algo recentemente. Essa pelo menos foi minha impressão. Ele olhava pra esquerda, ela pra direita. Eles não se tocavam. Não conversavam. E aquilo parecia evidentemente não estar funcionando como deveria.
Cheguei a achar triste. Pensei que era uma pena... Depois, deixei meus pensamentos flutuarem sobre essa superfície imaginária da minha criação e achei que era melhor mesmo eles discutirem, porque se não estava funcionando era importante saber o porque. Em um terceiro pensamento eu continuei com pena ! Achei triste.
De repente. Do nada. Como se tudo estivesse bem na vida amorosa de Jonas e Arleide (eu dei nomes fictícios pra eles...), as mãos deles se encontraram. Elas sairam cada uma de um lado da mesa. A dele percorreu a Avenida dos Pratos sujos, dobrou a direita no Copo Semi-cheio e parou na Praça do Cinzeiro. A dela saiu de casa atrasada, veio pela rua da Toalha Amassada, pegou um pequeno engarrafamento na descida dos Talheres e viu ele lá, sentado na Praça. Sozinho, fumando um cigarro.
As duas mãos se aproximaram vagarosamente, e bem de leve tocaram-se. Indicador com indicador. A mão dele deslizou suavemente sobre a dela. E enquanto ele tomava todo o cuidado possível para não machuca-la ou assusta-la, e tentava ser compreendido por aquele gesto.
Ela sorriu.
Não foi uma gargalhada espalhafatosa (daquelas que eu normalmente desacredito). Ela não mostrou dentes. Só sorriu um sorriso simples em seus lábios vermelhos.
Ele demorou pra ver o sorriso dela, mas quando percebeu também sorriu.
A cabeça dela deitou no ombro dele e eles ficaram ali, de mãos dadas. Sorrindo. No meio de uma multidão de desconhecidos. Que se quer sabiam o que havia acabado de acontecer.
Eu também sorri. Achei, aquele caos controlado bonito. Acho que o Jonas e a Arleide combinam.
Eles deveriam ficar juntos, comprar uma casa na praia. Ter dois filhos e um labrador.
O amor é filme e Deus é um espectador...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Murro na cara !

Sobre o que se escreve um blog ?
Cotidiano ? Devaneios ? Livros lidos e filmes assistidos ? Política ? Escreve-se sobre oque se escreve em blogs ?

Hoje eu vou usar esse espaço como um divã.
Duvido muito que eu seja o primeiro e o último a dizer isso.
Hoje vou sentar no meu divã e vou ficar olhando pra cara do meu Freud virtual.
Em uma auto análise sobre as confusões da minha vida que é tão igual a de todo mundo.
Hoje vai ser assim, amanhã eu volto... :)