quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Antes que seja tarde - Pato Fu

Voltei a ouvir Pato Fu, acho que já tinha me esquecido do quanto acho eles legais.

Dei uma volta com meu cachorro ontem. Estávamos um pouco afastados nesses últimos dias. Com o recomeço da faculdade (e a minha frequência vergonhosa nas cadeiras universitárias), com o ano comercial começando a aquecer (a proximidade do FINAL do Carnaval faz isso com os brasileiros), os dias de chuva que tivemos (dois ou três ? no máximo ??? pura desculpa !!!), com minhas atividades sociais ligadas ao projeto de expansão do meu networking (que coisa engraçada...) e com as obrigações normais ligadas a minha rotina (da qual antigamente ele fazia parte...), acho que acabei negligênciando nosso relacionamento.
O cachorro que eu tenho em casa se chama Gregory. Ele é um york que completa nove anos de idade em outubro desse ano. A verdade é que Gregy não é só um cachorro, mas provavelmente isso só vai ser verdadeiramente compreendido pelos membros da minha família (como todos outros cachorros do planeta, que tem donos que se importam...) O fato é que o resultado dos mais recentes acontecimentos da minha vida, me deixaram morando sozinho em casa. Eu e ele.
Acho que sempre nos gostamos, mas agora tenho obrigações ligadas a rotina dele. Trocar água, colocar ração e trocar os jornais do banheiro dele são algumas delas.
Mas eu não me importo realmente.
Tendo dito isso, o que mais acho interessante nesse relacionamento é a forma como nos comportamos mutuamente. E isso vale pra todos relacionamentos (de amigos a casais completando Bodas de Ouro).
O Gregory me conhece. Ele sabe quem eu sou. Sabe que as vezes eu vou entrar em casa sem querer falar com ele. Sabe que as vezes tudo que vou precisar é ele encostado na minha perna enquanto assisto Deuche Welle
, mesmo sem entender praticamente nada em alemão. Sabe que as vezes EU preciso deitar com ele no chão da sala e brincar com seus bonequinhos. Sabe quando pode me pedir biscoitos e bananas.
Da mesma forma, eu conheço o Gregory. Sei quando ele quer correr pelo apartamento. Quando quer passear ou quando quer ficar só sentadinho do meu lado com a lingua balançando pra fora da boca. Sei que as vezes posso encher mais o saco dele. E que as vezes isso vai irrita-lo...

Aceitar teus amigos da forma como eles são, é as vezes uma dificuldade. Mas esse negócio de só ter quem concorda contigo do teu lado é coisa de Presidente da República que gosta de ser "o último a saber sempre".
Lógico, existem os limites. Mas essa diversidade é oque nos faz tão únicos. Chega de gente igual. Que pensa igual. Come igual. Dança igual. E é vazia igual...
Aprender a saber em quem confiar é muito mais dificil do que aprender a confiar em alguém.
O Gregory já me mordeu. Sim ! Uma vez, quando ele precisava tomar Luftal, pq tinha comido demais. Ele estava cheio de gases e o veterinário nos pediu para dar um pouco a ele. Acho que não existe cachorro que goste de tomar remédio. Ele ficou assustado. E me mordeu na mão. Não doeu, ele é mto pequeno e fraco. E eu não briguei com ele.
Eu entendi !

Aprender é dar Luftal para as pessoas é uma exercício interessante. Metaforicamente claro.
Você vai ser mordido. É inevitavel. Tente entender. Tente se colocar no lugar daquele que precisa tomar o remédio.
Não é nada fácil.
Mas no final, você vai ter vários Gregorys ao seu lado.
E talvez quando você chegar em casa, seja a vez deles de te ajudar...






2 comentários:

  1. Gregorys e Ottos nos fazem enxergar o mundo de uma forma mais leve... A amizade se constroi lentamente, mesmo que não pareça.

    Lembre-se no que pensou quando viu seus amigos pela primeira vez... muito diferente do que você pensa hoje?

    Acho que sim!!!

    beijos Le e vê se aparece ...nosso grupo está desfalcado!

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  2. concordo com a monique.
    adorei o texto.

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