quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Embaralhe-me.

Pessoas que contam piadas por linguagem escrita compreendem que o texto realmente é uma forma imperfeita de reproduzir os sons que a língua humana é capaz de descrever.
Para algumas idéias, é necessário utilizar outras sensações. Como sons. Que de alguma forma também podem ser entendidos pela forma como você lê emoticons por exemplo. Ou uma alteração repentina da fonte em um texto perdido de um blog além da terra do nunca. Eu sou daqueles que são ligados a tudo que considera novo, pela pontes da internet e da tv. 
Isso me fez lembrar aquele cara que disse que comunicação era uma das formas que a natureza teve para nos fazer olhar para frente. 
"- É como se talvez, tudo que compõe a existência física fosse feito de energia lá no nível micromolecular. E a energia antes de se dissipar sempre dá show... O fogo é um exemplo disso. Um raio é outro. E o sol também descreve bem a idéia..."
Vai ver que eu sempre achei ele um cara bem doidão. Apesar de ele ter sido criado por mim mesmo. Como se alguém fosse entender que isso é um diálogo com uma acentuação diferente da que você aprendeu no colégio. Eu sei quem tu és! Quem, eu? Isso, tu! Tu és aquela voz que queria me convencer a uns 30 anos atrás há não me levantar. Que engatinhar tava legal. Vai ver que tu precisas de ajuda médica? Vai ver que não!
Porra, e tu és quem? É, tu és quem?? Penso que eu sou a pessoa que concorda com os dois. Tudo bem? Não! Ok. Não está ok! TCHAU (eu só escrevi assim maior pra dar mais ênfase). Boa, mas eu tenho certeza que alguém não vai perceber e vai achar uma merda. Mas é uma merda. Ok, olha isso que legal.

Todos Vocês São uns babacas por respeitarem as regras!
 

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Você não sabe nada Jon Snow.

Grita a ave nos meus umbrais, digo:
"- É só um corvo, Edgar Allan Poe, nada mais."
Que confusão você fez, eu escrevi.
A verdade é que a verdade pouco sorri.
Em um desfile carnavalesco vem Os Outros marchando.
Ao lado deles tem Frodo, Harry e até um vampiro metrosexual cantando.
White Walkers é como eles lhes chamam.

"- Duvido que sejam de fato" - me disse o corvo - "continue olhando!"
Loucura, o sul está protegido.
A terra das mentiras e dos jogos, onde são todos amigos.

"- Não existe o triste, nada é desolação"
No sul se bebe vinho da Árvore enquanto ruge o leão.
O mundo não percebe o que nos sobra de fato.
Mais pesado que as rochas é o nosso fardo.
 "-  Asas negras. Palavras negras".
 PLIM!
Recebi um email.
Era a ajuda do Norte que nunca veio.
O mundo despenca rapidamente.
Vai tudo caindo.
Sorria protagonista:

"- O inverno está vindo".





Cróóck!

domingo, 10 de agosto de 2014

Para os seus ouvidos.

Seres humanos são engraçados de um jeito triste.
Eles partem os corações uns dos outros, algumas vezes sem nem pensar duas vezes. Outras vezes, eles partem os próprios corações. E ainda choram por isso depois.
Enquanto ele escreve, ela corta morangos com a meticulosidade de uma cirurgiã. 
Seres humanos fazem arte e terror com a mesma maestria. Somos tão bons em ser bons quanto em ser ruins. Apesar de ninguém nunca conseguir determinar exatamente o que é ruim e bom sem usar como parâmetro a perspectiva.
Ela passa a mão pelas costas dele. Suave e delicada, enquanto cheira seu pescoço.
Juramos amor eterno. As vezes, mais de uma vez. E somos péssimos em lembrar que já fizemos isso antes. Mas somos ótimos em nos permitir fazer de novo. Em dizer:
"- Só se vive uma vez, não é?"
A vida tem fim. Só que ninguém gosta de olhar para ele. Nem de perto e nem de longe.
Ele gosta de ouvir Sigur rós enquanto cria. Mas odeia ser chamado de criativo.
Ela gosta de trabalhar, com toda atenção do mundo. Do contrário acha que está mal feito.

A noite escorre por cima das núvens. O céu se pinta de roxo, amarelo e vermelho.
Alguns seres humanos olham para cima.
Outros não se importam com nada disso.

Minha sobrinha aprendeu a falar.
Eu me esqueci de como desenhar. Mal e mal consigo escrever.
Um cachorro cruzou a rua sobre a faixa de segurança e ninguém nunca soube se isso foi proposital ou só a simultaneidade do universo em curso.
Pensamos juntos nas coisas que acontecem ao mesmo tempo por todo o globo.
Quantos cigarros são acesos e apagados ao mesmo tempo.

Quantos "alôs" são dados em telefones.
Quantos pessoas piscam, sorriem e falam as mesmas coisas em instantes idênticos.
A vida é inautêntica. Não se engane. Alguém lhe dirá: 
"- Isso é uma visão pessimista."
E não será verdade.
A vida é inautêntica. E a beleza dela não está na completa autênticidade. 
A beleza da vida está na sua pouca verdade.

"Into the wild" me ensinou que Thoreau disse:

“Rather than love, than money, than faith, than fame, than fairness… give me truth”

Ao invés de uma vida, me dê vida.


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Do futuro para o agora.

Seja verdadeiro, se possível seja visceral. Não importa o quanto você perceba o mundo confuso ao seu redor. Mantenha seus olhos sobre quem você realmente é. Isso será, de diversas maneiras, uma das coisas mais difíceis que a vida irá lhe perguntar:
"- Tá tudo muito bem, tá tudo muito bom... Mas, quem é você mesmo??" - ela irá lhe dizer como quem pergunta as horas a um estranho na rua...
Será como se um unico holofote se acendesse sobre você. E toda a platéia da tua vida estivesse te encarando. Sentados, te olhando. Te medindo. Cochichando. Alguns pequenos risos do pessoal no fundo. As lágrimas de emoção daqueles que te amam na primeira fileira, confiando em ti mais do que tu mesmo... Nas cadeiras centrais um silêncio frio. Questionador. De quem só pagou para entrar porque achou que seria interessante. Sem nunca ter te conhecido.

Tu vais ouvir alguém tossindo... E vais te sentir despreparado. Com aquele texto decorado na ponta da língua. Suando. Exausto. Mas se estiveres no lugar certo. Se for para ser assim. É naquele momento que vais desdobrar a coluna, se deixando ficar ereto. Firme. Com a cabeça erguida. E passado o silêncio estranho e sem explicação. Vais pensar:
"- É isso!".
E vai ser a hora.
Sem mais ensaios.
Sem mais leituras.
Só tu contra ti mesmo. Com uma multidão de conhecidos e desconhecidos assistindo a tua luta contra o teu outro tu. Desejando sucesso ou insucesso. Não fará diferença, tu vais perceber. A vontade deles só muda algo, quando tu permites que mude...
E pode ser lindo. Eu acredito que possa ser. Se estiveres sendo tu mesmo. Se tiveres sido tu mesmo. E se não pretenderes ser ninguém além de ti.
Por baixo de toda essa roupa. Atrás dos teus olhos. No fundo mais profundo do teu coração. Ali, aonde a alma e o amor se tornam numa coisa só. Uma coisa sem nome. Sem peso. Sem tamanho. Sem futuro e sem passado. Naquela uma única célula do teu corpo que compreende o que eu digo. Ou que acha que compreende sem ter certeza absoluta do que pode ser. É de onde vem a tua resposta.

E ela não grita ao sete ventos de todos os pulmões uma certeza. Não, meu caro(a). Ela murmura. Ela insita sutilmente com o corpo, os olhos, o tom da voz e o sorriso.
Aí, antes que percebas, tu escutas aquele som. Quem nem um som é. Que nem tem nome. Que não faz barulho, mas muda tuas falas. Que não pode ser lido, mas altera todo teu jeito de pensar. Que não consegue existir fisicamente. Mas de algum jeito, todo ser vivo que te vê, percebe.

E tu começas aquilo que nunca parasses de fazer.
Aquilo que sempre foi mais tu do que o teu próprio corpo, teu rosto e teu jeito.
O que te traduz para o universo.
O motivo pelo qual a tua energia se comprimiu toda dentro desses núcleos celulares, orgãos e sistemas orgânicos.
A razão pela qual estás aqui.


E de alguma forma, agora, por algum motivo, resolveu que deveria ser exposta.

E assim, tu percebe que o mundo é só o palco de um espetáculo que nunca teve um começo e que jamais terá só um final.