sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Título:

Meus pés se renderam, e eles tem essa mania...

Mas acho que já posso me sentar um pouco.

Redigir:
Vou aguardar o sertão virar mar... 

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Se a infelicidade é tão incerta,
quanto a certeza de se morrer.
Que se abata sobre a luz o chicote do anoitecer.
Pois de passo em passo, passa o tempo.
Voltando para o vento em pó.
Obrigando a cada batimento,
o coração ficar mais só...
E com os dias escorrendo, pelos meses que se vão.
Passa a vida desfilando, em alegrias que não são.
No reflexo do espelho, que mostra tudo que se vê.
Grita aos olhos o invisível, recusando a aparecer.
Como fantasma translúcido que assombra aquele casarão.
Espreita nosso destino, a qualquer decisão.
Sem saber pra qual lado, tu escolhe um.
Achando ser verdade, que és ave livre do sertão.
Pois tu não viste, nobre Mestre, o que acabou de acontecer ?
O destino te pregou peça e não te deixou escolher.
E agora na varanda, esperas o destino morrer...

Suspiros solitários em élfico.

Suspiros solitários em élfico...

Esse é o título, o começo e o fim.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Se vem, vai longe. Suficientemente longe.


Não consegui ouvir o novo disco do Skank. Será que pra mim eles sempre vão ser a banda dona do "hit" Garota Nacional. Devo estar ficando velho... Devo não, estou ficando. A ironia é dupla, eu sei. Primeiro que Garota Nacional nem é a música mais famosa do Skank. Segundo que eu digo isso ouvindo "Assim sem fim" do último discos dos caras.
É, eu não consegui ouvir tudo, primeiro comecei a ouvir várias faixas, indo e vindo. Atrás de algum sino que tocasse na minha cabeça. Pouco ouvi além de teclados em chamas, gotas de Beattles, Televisions e Birds e a cruel voz de Samuel Rosa. Doeu. Verdade, doeu, mas não tanto quanto a poesia entubada que as letras tem. Uma espécie de viagem urbana por um bairro sujo e pouco interessante. Que ensaia a cada esquina ter toda a beleza de uma das maravilhas do mundo, mas nunca alcança o tom.
Depois parei em "Assim sem fim" e fiquei aportado na chuva. Sozinho e com uma garrafa de rum. Cantando pra que Netuno não me deixasse morrer. O Sol nasceu, a música acabou e eu sobrevivi. Não sei ao certo se Netuno teve algo a ver com isso, ou foi pura sorte ! Pensei que deixaria esse mundo sobre o carro em chamas dirigido por Samuca e os três semi-beatles ! 
Ufa, não foi dessa vez !

E meu iTunes me cospe Los Hermanos na cara ! Como uma garrafa boa  de vinho aberta ! "Plúpt" faz a rolha e me brota o sorriso aos lábios.

"Mas porra, Looooos Hermaaaaaanos ?" - vc dirá !
"Vá catar coquinhos no asfalto por favor !" - te responderei !

"É, pode ser que a maré não vire.
Pode ser do vento vir contra o cais..."

Um brinde a quem não vive a vida achando que a vitória já foi vencida.
Um brinde a quem tem medo da esquina, 
e a dobra com humilde cautela e respeito.
Um brinde a quem não julga pelo cheiro da merda. Ou pelo gosto do suor.

E a cada dia que passa eu fico mais certo de que a graça do jogo é também perder.

Também, perder.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Tem tempo...

Tempo pra que ?
Vento arrasta areia sem ver quem o vê.
Então, sê !
Não recolhe a mão que cala.
Nem rende a carne à vala.
Pois quem morre não é o tempo...
é o morrer.


sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A última vez... - Keane.

Descobri tomando café da manhã com meu irmão: o Lula reduz nosso país a um picadeiro de circo. Concordamos nisso. Mas discordamos quanto aos papeis que cada um tem. Para ele somos a platéia, comendo pipoca e maças do amor. Assistindo os palhaços brincarem, os mágicos desaparecerem com gigantescas quantidades de dinheiro e as mulheres barbadas se candidatarem a presidência da república. Isso tudo enquanto o domador principal rege toda a trupe com seu chicote e uma vasta barba enrolada !
Pra mim não: pra mim nós somos os palhaços... Na verdade palhaço(a) é todo cidadão que vota no PT achando que faz algum tipo de bem pela nação. Nós seriamos mais algo como os malabaristas, tentando cumprir nosso papel no meio da balbúrdia. Enquanto outros matam os leões e mais alguns se equilibram em cordas a mais de 20 metros de altura. Tudo isso para que a gorda e satisfeita platéia de senadores, vereadores, assessores, secretários, ministros, prefeitos, governadores, abutres e condores possam segurar suas grandes barrigas e cuspir pedaços de comida enquanto se esfacelam de tanto rir da nossa cara. Lá no alto, o homem misterioso sentado em uma cadeira de ferro e apalpa a própria barba e prende a língua enquanto ri muito mais silenciosamente. Ele assiste aos seus lacaios nos atirando moedas de cobre e esticando varas de madeira para nos derrubarem. Por vez ou outra, quando tudo fica calmo demais no picadeiro eles liberam um ou dois leões a mais, para que corramos por nossas vidas. Aí subimos em postes de madeira que foram sujos com óleo e tem pregos enferrujados presos por toda sua extensão. Depois de um tempo, quando os leões já estão cansados de nós perseguirem, eles mandam seus soldadinhos de chumbo para mata-los. E então eles dizem:
"- Vocês viram ? Nós ajudamos vocês... Nos amem !"
E a grande maioria do picadeiro sorri e agradece. Mas nós não. Nós reservamos aos nossos sorrisos toda a raiva que conseguimos. Em silêncio e indignação. Mesmo que fantasiados com os trajes que eles nos obrigam. Mesmo que sozinhos no meio das multidões. Quando o dia acaba e somos levados a nossos quartos para que o show continue no dia posterior.
Alí nos confabulamos. Afiamos nossas facas. Rangemos nossos dentes com força e descontrole. E amaldiçoamos tudo que os mantém distantes de nossos punhos... Sabendo que se existe um Deus, sua justiça será infalível.
Do lado de fora do nosso circo, uma fila gigantesca de pessoas preenche toda bilheteria. Um observador atento veria as palavras "Ordem e Progresso" sobre a entrada.

Ordem.
E Progresso.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Sobre o dizer.

Seca a fonte,
passa o dia,
vai ao ar.

Muda o lado,
sobe rápido,
deixa pra lá.

Limpa os olhos,
chora em silêncio,
não para pra pensar.

Corta o dedo,
machuca a alma,
rasga cartas.

Escreve errado,
pensa certo,
deixa aberto...

Vai o verão,
fica o inverno,
é sempre outono !

Nunca é sempre,
jamais presente.
o futuro veio pra ficar.

Sobre o negro,
eu vejo o beijo,
mas não me rendo.

Muda a rua.
Cai a chuva.
Sempre nua.

Me esqueci de falar sobre o dizer.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A pedidos:

http://www.youtube.com/watch?v=wU4MqShsHrQ

Me diz Machado de Assis: "O futuro nunca está errado..."

Pura verdade. Mas é uma verdade daqueles sofistas, que ninguém consegue discordar direito. Precisa de jogo de cintura. Claro, pensa comigo: o futuro é o senhor do presente que ainda não foi. E todo presente que já foi, é em parte também, passado. Ninguém muda o passado, nem que seja o presente passado ! Assim: o futuro nunca está errado, porque basicamente o que já foi... já foi ! Ou o popular: não adianta chorar sobre o leite derramado. Ou: está no inferno ? Abraça o capeta !!! Por aí vai !
E tem gente que tem mania de ter a mesma conversa diversas vezes ? Eu tenho um pouco de agonia disso ! Nada demais, só um pouco de estranhamento ! Sabe aquelas conversas repetidas ? Em que se mudam os sinônimos e os antônimos, mas as intenções permanecem ! E quando a fala começa você já sabe aonde vai parar ! Do tipo a vinheta da Produtora "Nothing can go wrong now Productions". 
Caminho torto. Longo que eu também conheço. Filme do Lula no cinema e Avatar é o melhor filme da última semana (que provavelmente vai durar 2 meses e meio). E o mundo gira rápido pra cacete, uma hora é dia outra hora é noite e daqui a pouco ninguém mais se lembra do Haiti ! Porto Príncipe é o novo cofrinho da ONU que reclama feito um bebe chorão que perdeu o brinquedo:
"- Mas o EUA não quer assinar o tratado de Kyoto ! Não tem nada que a gente possa fazer... Alguém quer um Mac Lanche Feliz ?"
"- Eu aceitaria qualquer coisa para comer... Tanto faz o que !"
"- Então toma um Big Mac..." ;)
chomp, chomp, chomp...
"- Bom ?"
"- Aham, obrigado ! Dá outro pra eu levar pro meu filho e pra minha esposa ?"
"- Sim, são 7 dolares..."
"- Não tenho dinheiro... Você sabe !"
"- Próximo..."

E foda-se essa porra toda. ;)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Video - Eu vi

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

(Augusto dos Anjos - Versos Íntimos)

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Ainda: "tente filmar o que você sente..."

É tá bom, eu gostei da frase. É tipo quando eu descubro uma banda que acho foda: ouço até minhas grandes orelhas sangrarem ! Literalmente (?).

Literalmente.
:)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

As entranhas dos estranhos.

"- Tente filmar o que você sente". Canta Flávia Muniz, vocalista do "Luisa mandou um beijo".

E tudo que fica escondido na vícera humana fede. Ninguém esconde a simpatia, ou a educação. Ninguém finge ser ridículo ou burro o tempo todo propositalmente. O verdadeiro reflexo está na merda !
No que rejeitamos.
Naquilo que escondemos.
Naquilo que disfarçamos.

Afinal não é pra isso que existe a mentira ?
Pra esconder aquilo que nos faz pior.

E sabe pra que existe a verdade ?
Pra mostrar aquilo que somos na realidade...

Sem frases de efeito. 
Só me resta vasculhar as fezes por grãos de realidade. 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Mighty Mouse !

Eu sou o grito. Eu sou o medo. Eu me solto e depois eu me prendo. Como o louco que me habita saltitando pelas ruas de Mim, sem se preocupar com a vida. Mais preocupado com a bifurcação do que com a estrada. Tentando carregar o mundo nas costas, mas achando graça das suas próprias desgraças. Calado mesmo falado, dançando mesmo parado, de terno mesmo que pelado ! E voa uma pedra pra cá. Veio do alto, e eu penso que deveria fazer mais parágrafos. Não, sem novos parágrafos. Eu to cansado de novos parágrafos. Cansado de recomeços e fins. Eu gosto do sol a pino e da lua eterna. Não das manhãs ou dos crepúsculos. Definitivamente eu não gosto dos crepúsculos. "Eu abro aquele vinho que ficou guardado e ponho aquele disco do verão passado...". E continuo a (d)escrever. Porque só escrevendo eu me vejo pleno, mesmo que não estando tranquilo e muito longe de sereno. Da piada eu tiro a risada e das boas companhias eu tiro o sorriso. Guardo tudo numa caixa e enterro junto comigo. Eu, tu e eles. Meu bloco de carnaval sofre um acidente e vai parar em outra dimensão. Num lugar onde o carnaval jamais existiu. Nunca. Lá eles nem pensaram em dançar com mulheres nuas. Com bonecos de papel e tecido. Pulando, suando e sorrindo. Então eles sentaram em pedras na rua da amargura. E esperaram o tempo passar.
E no último parágrafo eles choraram. Porque  ali não havia mais nada, além da saudade.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Bete Balanço balanço meu amor, me avise quando for a hora...

Eu li: "Quando diante de um abismo, a única maneira de se progredir é dando um passo para trás...".
Tão bonito quanto é inútil ! Exatamente como o filme do Lula.
Dois acordes de o "O vento - Los Hermanos" e o Brasil parece um lugar melhor pra se viver.

"Como pode alguém sonhar o que é impossível saber ?
Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer...
Isso eu vi: o vento leva !"

E isso porque ? Diz mais...


    

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Sinopses cotidianas !

Bom 2010 pra ti ! E todas as outras coisas boas que todo mundo deseja ! Mas de verdade. Eu te desejo todas elas, de verdade.

Li uma frase boa durante minhas férias: "Somos o que fomos."

Somos o que foRmos ? Boa variação.
Somos o que forNos ! Ninguém vai achar graça.

Eu não me importo.

Café. Reuniões. Mesas, agenda e o condicionador de ar ligado está ligado. Transito, telefonemas e arquivos de computador. Canetas, anotações e alguém aperta o rec enquanto outra pessoa diz: "gravando !". 

É, eu estou aqui.
E pareço feliz, pra mim ao menos.

Te vejo depois. :)