terça-feira, 28 de outubro de 2014

Ouvindo: The paper kites (featherstone).

Clique aqui. E vem comigo.

Flutua o vento sobre a terra. Invadindo toda casa e apartamento, pela porta ou janela.
Outro dia o vento jantou comigo. Ele é gentil e foi um bom amigo. Conversamos sobre devaneios e vendavais. Ele sussurava pelas cortinas e persianas enquanto eu falava cortando algumas cebolas. O vento é gente boa. Na hora de ir embora me disse que gostou da comida, mas que a minha companhia foi inspiradora. Eu disse "ah vento, obrigado!". Eu acho que o vi sorrir, um sorriso meio de lado. Ele não precisou pegar o elevador, desceu pela fresta da porta, direto no fosso. O olhei indo embora pela janela. Pulando de árvore em árvore, remexendo as folhas da rua. Até dobrar uma esquina e desaparecer. O céu era roxo azulado amarelo avermelhado branco esverdeado e cheio de núvens cinzas acizentadas. Pensei que o mundo fosse uma gota flutuando no oceano do espaço. E tive sono imaginando isso no céu do meu quarto. Dormi um sono cansado, de tv ligada com os pés calçados e acordei dolorido de uma noite em que não me lembro de ter vivido. Mas sei que dormi porque o céu nascia tranquilo esticando suas labaredas como tentáculos preguiçosos por cima das nuvens do mundo.
O mundo girou - pensei.
E eu fiquei aqui.
Tudo bem, eu acredito: A vida tem um significado mais bonito se fores verdadeiro contigo. A mentira te pega pelas entranhas e te faz virar tudo aquilo que tinhas medo de ser. No pior dos teus pesadelos. No mais profundo dos teus medos. Por isso estou aqui, eu digo. Tentando o meu melhor para ser o que sou. E nem um grama a mais.
No intervalo entre o tudo se transformar em nada e se tornar novamente algo.

Ou talvez entre o click da luz e o começo do sonho do Arcade fire (: 

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Todo eu de mim.

Sou água.
Escorro.
Todo eu de mim vive.
Enquanto morro.

Derreto dias.
Gotejo sonhos.
Mergulho-me e esqueço.

Que me afogo
aos poucos.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O mundo sangra.

Diz o ditado popular que opinião cada um tem a sua.
Mentira.
Opinião cada um bebe da fonte que pode ou quer pra criar a sua.
Uns leem jornais. Outros navegam na deep web em busca de uma espécie de calice sagrado cristão dos internautas. A famosa "notícia que ninguém (ou poucos) conhecem". Tem ainda os que façam a procura ao contrário... Ouvindo a Dona Chica dizer que escutou a Paulinha filha da Gertrudes falar que a Maricléia leu no jornal do bairro dela que o Aécio Neves vai acabar com o bolsa família se ganhar a eleição pra governador de MG de novo... Oi?
A informação é uma das formas mais antigas de poder. Reis, lordes, padres, presidentes, governadores e Papas a utilizaram. Controlaram seu fluxo. Incentivaram a sua propagação ou contração na sociedade ao seu bél prazer. E se você, coxinha zeguedé, acredita que com a internerd a coisa "melhorou", eu te pergunto: melhorou pra quem? Porque como sempre, nesse blog e na vida, depende do ponto de vista de cada um.
Melhorou pro Lula ele lançar a pérola cinematográfica "Lula: o filho do Brasil"? Bom meu nobre leitor(a), eu desconfio fortemente de que ninguém visita esse espaço, ainda assim: melhorou pro barbudo esquerdão mensalista "não sabia de nada...".
O filme "Lula o filho do Brasil" teve o orçamento de 12 milhões de reais para sua produção. Nada tão diferente da realidade brasileira. Enquanto nos EUA, "Piratas do Caribe (No fim do mundo)" um dos filmes mais caros da história torrou 332 milhões de dolares, a média do país tupiniquim é bem menor. "Tropa de Elite 2" custou 14.5 milhões de reais.
E aí você pergunta: e eu com isso?
Se eu te disser que pra conseguir os 12 milhões iniciais mais os 4 milhões que foram posteriormente captados, o filme do Lula teve como principais "investidores" empreiteiras com contratos públicos.
E que isso nunca tinha acontecido no cinema brasileiro.
Sim, outras empreiteiras já "investiram" em filmes nacionais.
Não, nunca com tantas empreiteiras juntas, fazendo uma "vaquinha" pra "investir" no longa.
E vamos dizer que o Lula me pergunte:
"- E daí? Isso não prova nada!"
"Eu" "responderia":
"- E tem algo que se precisa provar aí?"

"Opinião," cada um "tem" a "sua". "Acho".

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Ele não entendeu a piada.

Ouça: https://www.youtube.com/watch?v=ZqJhd9M7Zdk

Ele caminha o caminho, sozinho. Porque o caminho não se caminha de outra forma. Caminhar é algo solitário. Solitário mesmo quando feito em conjunto. Não, ele não acredita em cooperativismo. Ele acredita em "acreditismo". Acha que a maior parte da sua geração acredita demais em algo. Nem que seja o acreditar na ausência de algo. A crença humana se tornou uma doença.
"- Somos todos escravos de algo". - diz ele com frequência.
Ele escuta a voz dos outros e as palavras que suas bocas fazem durante o movimento de contração e relaxamento das mandíbulas. Ele percebe suas línguas dançando coreografias umidas de saliva dentro dos salões rosas das bochechas, enquanto procura pelo significado além das palavras.
"- É burro quem escuta só com as orelhas". - ele me disse um dia.
A vida que vivemos é um sonho. Quase tudo se resume a dinheiro, poder, amor, prazer, luxo, gordura, doenças e finalmente a morte. E a única parte que eu consigo entender é a que todo mundo odeia: a morte. La muerte. Morrer.
"- Não fale sobre a morte". - ele imita uma velha rabugenta enquanto diz.
"- Credo não tenx assunto meió não??" - ele imita uma pessoa ignorante esquartejando o tópico antes de ele nascer.
Todos nós somos abortados nesse universo. A sociedade é um erro. O sonho americano, um pesadelo. E a vida acaba sendo uma grande e grávida mentira que nunca pare seu feto.
"- Morremos na praia, entende? Nadamos, nadamos e morremos na praia...". - ele exemplificou para um terceiro amigo nosso que o observava com os olhos mais soturnos que já vi. Assustado com as verdades. Irritado com a visão que rompeu seu ciclo Disney fastfood e-comerce da vida two thousand and fourteen do ultimo pagamento salarial que recebeu antes dos descontos mensais.
Ele me dava medo. Essa é a verdade. Parei de procura-lo porque era mais fácil ver a vida de plástico que se vendia nas esquinas do centro da cidade. Era mais simples comer o lanche cheio de gordura, frito em mais gordura e besuntado de gordura para descer mais fácil.
Pensei que um dia, depois de ficarmos velhos e cansados da vida,  quando nos aposentássemos em nossos apartamentos de frente para o mar. Com nossos livros antigos e nossos habitos antigos... Eu talvez encontrasse ele sentado em um banco, lendo algo, fumando algo, olhando algo...
Eu lhe diria:
"- Tu não entendeu! A vida é uma piada!"
E ele, depois de retirar seus óculos lentamente e de inspirar e expirar o ar suavemente me diria:
"- Puta que o pariu..." - sorrindo.

Agora ouça:
https://www.youtube.com/watch?v=ghb6eDopW8I&list=RDrVeMiVU77wo&index=6



quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Ele atendeu o telefone.

Se fosse um curta metade sci-fi, metade comédia romantica idiotíca, metade independente, metade "tallest man on earth", seria algo assim:

Um grupo de poucos amigos, eram 4 mais um fez sucesso pra caralho e foi morar em algum lugar maneiro na europa. Ficaram os 3 meio frustrados na cidade em que nasceram.
O cara que foi morar fora acabou se mostrando meio que um pica das galaxias em técnologia e recebeu um puta emprego em uma puta empresa.
A vida é chata e cheia de rotina.
Um dia, um deles volta pra casa e encontra o amigo famoso na cozinha.
Conversam de como ele entrou ali sem a chave.
O cara é foda e não precisa de chave. Ele da respostas incompletas, do tipo:
"- Eu nunca precisei de chave pra abrir nenhuma fechadura na minha vida... Não vai ser agora que vou precisar..." - sem nenhuma outra explicação.
Ele, aparentemente voltou temporariamente.
Explica pro amigo que precisa reunir todo mundo e precisa ser agora. Eles se juntam e o geniozinho famoso explica que descobriu uma coisa que o fez precisar de férias forçadas. E como não conhece ninguém no mundo que confie mais que nos 3, resolveu contar pra eles, caso algo aconteça com ele.
A jogada é: todo telefone celular no planeta é uma escuta. Isso se baseia principalmente no fato de todo telefone smart que está ligado só precisa de toques na tela touch pra funcionar. Ou seja, eles podem transmitir imagem e audio mesmo sem o toque do proprietário. Desde que alguém se conecte a ele.
Isso não é novidade para uma gigantes corporação de empresas com base política que vem desde o início do ano 2000 espionando a vida de muita gente. Assim produtos são lançados através de pesquisas ilegais. Comportamento, moda, política, música, entretenimento, enfim quase TUDO é baseado nisso que eles chama de "A OPINIÃO".
O amigo famoso descobriu isso enquanto criava um sistema pra ser base pra um programa que evoluisse a comunicação entre as pessoas. Ele revela que é o mentor do whatsapp.
Todo mundo cai cagado.
O cara trouxe um dispositivo instalado em um tablet que permite que a pessoa escute e veja através das cameras de telefones num raio de 100km.

Ele termina dizendo que vai deixar o tablet com eles e que vai sumir por algum tempo e que quando estiver na boa, ele voltará. E se ele não voltar, é porque foi pego ou algo pior.

O desenrolar disso é muito simples:

Os amigos acabam utilizando o dispositivo para o benefício próprio. E se enrolam em "mil e uma enrascadas sociais" (mais sessão da tarde impossível).
Idéias são:
1)descobrir oque todo mundo acha deles.
2)uma releitura do Big Brother.
3)conseguir ganhar rios de dinheiro de formas bizarras.
4)conhecer os segredos de todo mundo.
5)conseguir meninas.
6)finalmente serem populares mudando a opinião dos outros a seu respeito.
7)brigarem entre sim por se auto espionarem.

Depois das alternativas escolhidas, eles precisam acabar mal. Precisam ficar sozinhos, chateados uns com os outros. Algum deles pode querer ficar famoso e manipula a informação pra conseguir isso. Outro rico e outro conseguir comer a(s) menina(s) que ele sempre quis.

Quando tudo estiver cagado, depois de um clipe do tipo "deu tudo errado" com imagens deles mais solitários do que nunca, o gênio volta.

Ele resolve todos os problemas deles. Pega de volta o dispositivo.
E os torna amigos de novo. Ele dá uma lição de moral nos amigos do tipo "cresçam!".

Eles continuam brigados.

Alguns dias depois eles se encontram e o gênio acaba aparecendo também (esse encontro pode ser marcado o casual, não faz diferença) ali ele junta eles de volta. Explica que são amigos, momento "nhé nhé nhé" melosinho, flashback, "chúruru", etc...

Na saida explica que inventou outra parada nesses dias que ficou parado.
Os caras não querem saber, mandam ele calar a boca...
Ele sorrindo diz, tá bom, eu to indo resolver uns assuntos com o pessoal que me forneceu a técnologia necessaria pra esse novo projeto, algo que ele espera que revolucione a humanidade... Ia convidar todo mundo pra ir junto, mas então vai sozinho mesmo...
Na volta procuro vocês, ok?
Todos concordam.
Ele aperta alguns botões em um relógio de pulso mega blaster e se teleporta na frente de todo mundo com um pulso elétrico. Aparentemente saindo da órbita terrestre.

(Fim).

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Ele morreu.

O roteiro do curta (10-12 minutos) precisa começar com fotos de amigos.
Um grupo no melhor/pior estilo Friends da Warner. 3 caras e 3 meninas.
Um pode ser negro e bem sucedido.
Um pode ser branco e galã.
Um pode ser jambo e gay.
Uma das meninas pode ser loira inteligente e bem sucedida.
Uma pode ser morena e curta no sentido ignorante da palavra.

E uma pode ser castanho claro/escura com sérios problemas de grana na vida.

Pronto.


Agora esquece o Friends. Era só um molde. Joga ele fora.


A história vai ser o seguinte:

Um dos caras convence os amigos a postar no facebook mensagens referentes a morte dele. O motivo pode ser:
a) o término de um namoro.
b) uma amiga que se declarou para ele.
c) a necessidade de fugir da sociedade por qq motivo (emprego, dívidas, crime que ele acha que cometeu mas que será inocentado no final, um cara chato que o procura por qq motivo, etc...)
d) férias forçadas
e) algo escondido que será revelado no final.

Os amigos topam por efeito dominó. O primeiro a topar carrega os outros com um argumento do tipo "eu faria isso por todos vocês aqui, a gente é amigo ou não é?!". Todos topam.

O cara morre no facebook. Animação gráfica de likes me fotos póstumas e msgs de luto.
Eles enterram ele fisicamente. Caixão vazio.
O cara morreu de algum motivo que não permitiu a presença do corpo (acidente de avião, naufrágio de barco, ebola, etc...)
Planos revelando a tensão nos rostos dos amigos se olhando, pela mentira contada.
A ignorante chora de verdade e faz diversas referências dizendo que está triste porque ele morreu de fato.


Um dia um conhecido dos amigos, um cara chato, vê o "falecido" na rua.
Posta uma fota.
A mentira é desmascarada.

Um monte de gente (milhares de pessoas por compartilhamento) xingam ele no perfil, dizendo que vão mata-lo e coisas assim.
O amigos também acabam discutindo com um ultimo take da morena burra dizendo algo do tipo:
"- EU ACHEI QUE TINHAS MORRIDO CARAAAAA!" ou algo assim.

A vida dele acaba.
Cenas dele sozinho, desistindo da internet. Tomando café em um dia cinza. Triste. Solitário.
Fumando cigarros e vendo as fotos dos amigos (algumas do começo).

Uma sequencia de cortes de ele trancado dentro do seu apartamento, enclausurado, dizendo que nunca mais vai sair. Nem mais pelas janelas ele olha. Fim.


Eis que então: troca trilha/silêncio pra trilha positiva
Quando alguém toca o interfone do seu apartamento. Ele acorda embaixo de uma pilha de almofadas na sala. Se levanta. Atende. Alguém diz:

"- FULANO?"
"- QUEM É!???? EU MORRI PORRAAA! ME DEIXA MORRER EM PAZ!"
E desliga.

Começa a ouvir um coro:

"- FULAAAAANOOOOOOO!"
"- FULLLAAAAAAANOOOOOO!"
"- FULLLLLLAAAAAAANOOOOOO!"

E quando ele olha pela janela do segundo ou terceiro andar (não pode ser muito alto), todos seus amigos do facebook estão lá. Com os 5 melhores amigos que um ser humano capitalista comercial MTV HBO pode ter. Sorrindo, com placas e coisas legais.


No final, alguém com pena dele (provavelmente o "pseudo amigo chato" que o viu na rua quando ele estava morto) fez um grupo/evento dizendo que "Todo mundo erra"/alguma coisa assim. E convenceu a maioria das pessoas que o julgaram por "morrer" falsamente na internet a estar na casa do cara no dia X na hora Y.

E o mundo é um lugar bom de novo.


Nos créditos tudo acaba bem. Festa. Bebida. Gente bonita.
O protagonista que "morreu" vai a um show de televisão Danilo Gentili/Jimmy Fallon (que é a mesma merda, e é divertido) divulgar seu livro: "O imortal digital".
Vira celebridade instantânea.
Entrevista no TV Fama. Fantástico. Web shows. Etc...

Noticia no jornal. Istoé digital. Etc...

Corte nonsense para todo o grupo "friends" em uma praia ridiculamente paradisíaca onde o autor da "brincadeira" e do livro (imortal digital) pagou passagem, hospedagem e todo resto para todos amigos. Alguém faz alguma referência do tipo:

"- Ok Fulano, estás desculpado tu trouxe a gente pra cá, obrigado. Ta animal!"
Todos deitados lado a lado, alguns de oculos escuros. Super relax.
Quando o Fulano vê uma mulher linda passando e dando o maior mole pra ele que se senta dizendo:
"-  GALERA! JÁ SEI! EU TIVE UMA IDÉIA GENIAL"
E todos os amigos ficam assustadíssimos negando a nova "ótima" idéia dele. Sobe a trilha.

(Fim).

A letra que vem depois do Z.

Se João me fala sobre o erro de Paulo, aprendo mais sobre João do que sobre Paulo.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Destino mudo, porque destino igual e falante é uma sacola furada.

No vapor do sonho, ele morreu.
Foi porque quis também, ninguém obrigou.
E tudo bem.
O destino é mesmo um merda.
Tipo daqueles merdas brincalhões que todo mundo odeia mas ninguém consegue assassinar.

E eu desconfio que só não conseguimos matar porque ele é mudo.
Se o destino se quer pudesse falar, ele seria definido por uma locução de um trailer da seção da tarde:


"Nesse verão, esse garoto conheceu seu detino.
E juntos eles vão aprontar mil e uma estripulias entre seus amigos!"


Algo assim. Talvez.
 

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Ligue: 0800-DEUS

Deus me ligou.
Não metaforicamente. Deus realmente me ligou no meu telefone celular.
Atendi um número escrito "Desconhecido?". Achei estranho ter a interrogação. Era o único "sinal". Foi algo como:

"- Alô?"
"- Leandro?"
"- Sim, quem é?"
"- Deus!"
"- (silencio)"
"- Sou Deus!" - ele repetiu calmamente.
"- Qual é o sentido da vida?"
"- Não adianta, o mais perto que vais chegar disso é a dica que dei no Guia do mochileiro das Galáxias: 42!"
"- Eu li. Mas 42 não me diz nada!"
"- É, nisso eu não posso te ajudar... Mas to ligando por um outro motivo..."
O interrompi:
"- Tu já tinhas ligado pra alguém na história da humanidade?"
"- Sim..." - ele respondeu um pouco ressabiado.
"- Pra quem?"
"- Eu mandei uma carta pra Cristovão Colombo... Falando da América... Já era hora de eles sairem do continente que vocês chamam de Europa."
"- Mas muito antes dele, outros navegadores já estiveram lá... Ele não descobriu porra nenhuma!"
"- Mas eu não disse que ele descobriu a América. Por sinal, porque vocês chamam essa faixa de terra de "A-M-É-R-I-C-A"? Ou "E-U-R-O-P-A"!? Acho isso muito infantil. A propósito, vocês são beeem infantis! Enfim garoto, ele colonizou a "américa", pq eu mandei uma carta pra ele...."
"- Pra quem mais?"
"- Não quero responder."
"- Por favoooor... Mais dois e não te peço mais nada!"
"- Pro resto da tua vida?"
"- Não, até o final do ano só..."
"- Ok... Me deixa pensar um pouco..."
Um silêncio um pouco constrangedor se formou. Nada além do tempo que você levou pra ler essas frases... Então ele disse:
"- Mandei um sonho pro Thomas Edison, ele acordou e fez o que eu pedi. Mas ele não descobriu a eletrecidade e nem a inventou. Quem a inventou FUI EU! E o primeiro de vocês a usa-la foi Tales de Mileto, 700 dos seus anos antes de eu mandar aquele pedaço meu que vocês assassinaram aí em uma cruz.... Insolentes!"
Eu não soube o que dizer, fiquei quieto. E ele continuou:
"- Eu sussurei algumas palavras no ouvido do rapaz que se chamava Siddhartha Gautama e ele ficou doidão. Alguns anos depois vocês chamariam ele de Buda. Tenho uma história interessante sobre isso, eu achei que vocês iriam chamar a eletrecidade de buda. Já que buda significa "iluminado". No sonho que eu mandei pro garoto Thomas inclusive, ele era um indiano navegando em uma jangada pelo Ganges... Mas essa parte não deu certo. Eu não ligo" - ele riu.
Permaneci em silêncio.
"- Porra Deus, mas se tu mandou um recado pra esses caras, o que estás fazendo me ligando???"
A risada dele foi gutural.
"- HAHAHAHA" - e continuou - "Eu pensei que poderias me perguntar isso. Um dia vais entender, te garanto."
"- Esse papo com conceitos filosoficos inalcancáveis é um grande saco!" - disse cheio de coragem.
"- Me processa Leandro!"
"- hahahaha"
"- HAHAHAHAHAHA, tchál !"

tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

Fim da ligação.

Ok (: