quinta-feira, 28 de outubro de 2010

1,2,3...

Esperando o mundo mudar.
Chega de desentendimentos. Todo mundo fala a língua que todo mundo entende. Seria uma chatice, mas talvez funcionasse por 24h.
Chega de machucados. Ninguém mais morre, ninguém mais vai embora. Todos podemos pular do 15º andar dos prédios e caminhar até a cafeteria mais próxima.
Chega de quadros sem cor. Não queremos mais cimento. Mais tijolos laranja "não gosto de ti". Queremos erguer torres em nome da gentileza. Tudo colorido como um Monet esquecido no tempo... Que ninguém jamais viu antes !
Contamos os dias para nos encontrarmos. E quando a hora chega, tudo acontece em camera lenta. Os vinhos as taças como cordas ao chão... Os sorrisos e abraços, ultramente videoclípticos ! E é do caralho ! 
Aperta minha mão com força e diz que o horizonte é bom ! Que ninguém jamais chega lá. Que o lá é a inquietude do ser humano. Do tentar existir além do bom e ruim. E me desculpa se você não entendeu, mas eu preciso dizer.
Um relógio gigante gira no céu. Eu me lembro quando era 6h da manhã de ontem, e agora já se passou quase dois anos ! Eu me lembro do sol nascendo e de pensar:
"A lua morreu.."
E se existe mágica no mundo, o romance ainda não morreu. Tudo bem que ele foi enterrado, mas aposto que o Tarantino faz um roteiro genial que vira o Tarantino´s Mind 2 no youtube com o Selton Mello mandando o Seu Jorge "se fuder".
Eu aposto contigo ! 

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Cat Power o unico amor da minha vida que não me causa arrependimentos !

Ela é divertida:
http://www.youtube.com/watch?v=MVGgGW1ZalY&feature=channel

Ela é lindíssima:
http://www.youtube.com/watch?v=_lJiwKskTlE&feature=related

Ela não se importa:
http://www.youtube.com/watch?v=vktyEV1yrCk&feature=related

Além de ser absolutamente sexy:
http://www.youtube.com/watch?v=dk6qD1Uh4PQ&feature=&p=3375ADEA3FCA4530&index=0&playnext=1





Pipópópórópó !

Sempre ser além de si.
Como quem vive apaixonado,
arrependido por sorrir.

:)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Para mim de Fernando Pessoa...

    Outros terão
    Um lar, quem saiba, amor, paz, um amigo.
    A inteira, negra e fria solidão
    Está comigo.

    A outros talvez
    Há alguma coisa quente, igual, afim
    No mundo real. Não chega nunca a vez
    Para mim.

    "Que importa?"
    Digo, mas só Deus sabe que o não creio.
    Nem um casual mendigo à minha porta
    Sentar-se veio.

    "Quem tem de ser?"
    Não sofre menos quem o reconhece.
    Sofre quem finge desprezar sofrer
    Pois não esquece.

    Isto até quando?
    Só tenho por consolação
    Que os olhos se vão acostumando
    À esta escuridão.



Vampire Weekend e meu ipod.

Assista:
http://www.youtube.com/watch?v=1e0u11rgd9Q

Ou não assista, duvido que alguém vá ler mesmo !

São precisas duas pessoas para se suspirar silenciosamente, grita o pessoal do Death Cab for a Cute. Eu meio que me envergonho de gostar de Death Cab... Não sei porque, mas desconfio que seja o fato de eles parecerem ultra eminhos sem sal. Acho que é isso.




segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Café com leite de cabra e uma corridinha pra acordar.

Tudo bem que nada me agrada. Mentira, facinho me agradar. Eu sou daqueles que se contentam com pouco. Um cachorro solto da coleira, correndo no gramado verde de um parque num domingo sem ponto final já me é suficiente.
Não preciso muito mais. Mentira, preciso de muito mais. Mas não fico infeliz por ainda não te-lo. O muito mais é algo que está lá e dificilmente algum de nós não irá alcança-lo. Sem pressa. Sem desespero. Sem se trair. Ou se perder por entre os corredores do "eu acho que sou assim" !
Prefiro o cheiro de café na cama num sábado de manhã do que o imediatismo da Estátua da Liberdade. Prefiro conhecer o cheiro da grama misturado com chuva numa terça feira a noite de vinho, do que "fazer a costa dos estados unidos de carro".
Prefiro o silêncio do beijo simples. Do que a complexidade do aperto de mão obrigado.

Pensando bem, talvez seja mais dificil me agradar do que a outras pessoas.
Eu demando verdade, eu procuro a felicidade. Não tenho intenção alguma de compra-la. Empacota-la. Etiqueta-la e a guardar numa estante dizendo:
" VEJAM TODOS AONDE MEU DESESPERO ME LEVOU ! AGORA SIM SOU FELIZ !"

Pura perda de tempo.
Temperada com muita infelicidade. ;)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Tesouras e sintetizadores

Imerso numa banheira cheia da água. Eu vi meu corpo. Olhos abertos, piscando lentamente a cada dez ou quinze segundos. Bochechas cheias de ar. Braços e pernas esticados, flutuando suavemente. Um breve momento de paz, eu sei. Meu corpo olha para mim e sorri gentilmente. Acho que eu devo estar sorrindo de volta, não sei. Me sinto tonto, sem saber pra onde devo olhar. Um pouco agoniado por achar que estou sonhando. Minha visão fica turva em intervalos que vem e desaparecem. Dificil entender.
Me cabe perguntar, o que sou ?
Que parte do mim precisaria perder para deixar de ser eu ? Ou: o que tenho de essencial ?
Se meu corpo não me pertence, e serve de veículo por este plano. A resposta é o invisível da alma ?
Que alma ?

Um amigo me convence que a existencia da alma é o acreditar. E eu chamo isso de ignorancia, pedindo desculpas. Crer em algo que precisa ser acreditado para existir, é se esforçar para ver uma núvem em formato de coelho. Dragão. Carrinho de madeira. Ex-namorada. Você entendeu.

O mundo escorre diante dos meus olhos. A luz vem de cima e vai caindo, até desaparecer no chão. Aí vem as trevas. A escuridão traz sons estranhos. Grunhidos e gravetos quebrados nas minhas costas.. Tudo fica muito Tinm Burton misturado com Guilhermo del Toro numa criatura estranha e formidável. As pessoas viram mosntrinhos, as ruas viram vielas. A lua vira uma entidade. E eu um grande olho com duas pernas longas e finas. Caminhando a passos lentos, piscando. Adorando as cores invisíveis que não vejo.

O mundo gira tão rapido.
Tudo é tão bonito.
O fundo desfoca na lente que carrego na cabeça.

Eu me considero apaixonado. Um grande apaixonado convícto.

Quando tudo vai mal, eu procuro visitar os quebradores de pedras. Que após martelaram o mesmo ponto por trezentas ou quatrocentas vezes, conseguem partir a rocha exatamente como desejam.
Sabendo que de nada serveria a ultima martelada, sem todas as que vieram antes dela...

Assim eu consigo continuar a martelar minhas pedras ;)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Lamina da liberdade.

Vou deixar crescer meu bigode.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Eu te escrevo e te conto o que eu vi. E me mostro de lá pra você. Guarde um sonho bom, pra mim...

Tem coisa que não desentorta !

Árvore que cresce torta, dificilmente volta pro lugar.
Algumas opiniões.
Idéias também são frequentemente fechadas, é preciso ser muito esperto pra dizer: "realmente vc pensa de um jeito mais legal que o meu".

Li outro dia que usar pontos de exclamação é o mesmo que rir da própria piada. Acho que as vezes é importante que se ria da própria piada ! Pra ter alguém que ri dela... Pra não ficar aquele silêncio constrangedor. Aquele negócio, tipo:

"- Oi ? vc disse alguma coisa ?"
"- Sim, na verdade eu contei uma piada !"
"- Oi ?"
"- Engraçado né ? hahahahaha (perceba o ponto de exclamação na frase anterior)"
"- heern... Pois é né... !?"

E passa o tempo. Que coisa maravilhosa, sobra espaço no eixo. E voa como se fosse vento. Passa rápido pra todo mundo ! E quando tu vê, todos já somos prostitutas para alguém ! Como a luz para os olhos. A palavra pra frase. A vida para morte e por aí vai !

Se isso fosse uma música aqui entraria o "laiá laiá lá" do refrão (exclamação) !

(Som de bateria pós punchline de talkshow - caixa caixa caixa, bumbo, chimbal - tun tun tun TUN tsssssssss)

Porque eu continuo escrevendo aqui ? Eu mesmo me pergunto em textos sem pé nem cabeça como esse ! Eu realmente não acho que alguém leia, e talvez esse seja o motivo ! Sinceramente.

Por pretensão ou amor próprio, algumas estradas são sem volta. Teimosia é desculpa pra se ter medo de voltar ! Cá pra nós, que falem os teimosos. E rufem os tambores.
Metais dos Móveis Coloniais de Acaju e meu pé direito pula feito pipoca na panela (comercial anos 90 do guaraná antártica).

Lembrar de quem somos, eu já disse antes. É chegada a hora boa de separar os bons livros dos maus. E os bons amigos também...
Fico feliz que alguém pague suas contas, isso não acontece comigo ! Acho que no final, pessoas conseguem exatamente o que querem ! Eu só não consigo me imaginar prostituto de alguém que não amo verdadeiramente.

Eu prefiro me prostituir por aqueles que realmente amo.
Pois essas pessoas sim, me possuem verdadeiramente...





segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Eu vejo ossos afundando.

Sobre tentar e não conseguir
Falar o que nenhum ouvido vai ouvir
E se pensar fosse como sonhar pro existir,
seriamos sonhos do passado que está por vir...
Ver o amor que vai sobreviver
Aprender sobre o voar, ganhar e perder
Jamais desistir ao não conseguir
Pois viver é sofrer ou se entregar
Viver é correr para não ver
Pensar sobre ouvir
Ouvir sobre falar
E adormecer só.

Ninguém adormece junto, mesmo estando junto.
Ninguém morre junto, mesmo estando junto.
Ninguém vê igual ao que o outro vê.

Tudo é palco, luz e nada.
Tudo é lágrima muda que não morre.
Tudo é deserto e solitário.

Pois de mim, o que se vê são só os ossos ao contrário, flutuando na imensa lago do meu mundo imaginário...


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Sobre acordar e dormir.

A vida é o intervalo que lembramos entre longos períodos de sono.

Acordo com meu celular gritando. Se sonhar vou viver mais, dizem os Madeixas no meu iTunes.
Clipes anos 90 me lembram de como a televisão era mística para mim. Vejo Matchbox 20 que é uma bosta mas é legal. Placebo que é ótimo mas o os shows (ao menos para mim) foram uma bosta. E me aparece PANTERA "this love" que sempre foi e sempre será uma bosta.
Eu lembro de pegar fitas VHS com meus amiguinhos de colégio pra assistir clipes em casa. A gente chegava na aula e alguém dizia:
"- Vocês viram o novo clipe do Metallica ? Enter Sandman ?"
"- Já saiu ? Meeeeeu, sério ???"
"- Siiiim ! O primo do amigo do meu vizinho conseguiu gravar (gravar na época era em fita cassete ou VHS). Amanhã eu trago pra quem quiser..."
Eu voltava pra casa e ficava o máximo de tempo possível na frente da televisão da sala, esperando passar... Vendo aquelas vinhetas engraçadas com VJ's que hoje são figurantes em comerciais de bancos e empresas de telefonia. Como o infortúnio é a piada dos Deuses, era só eu ir ao banheiro que o clipe começava... Não preciso dizer que piá que eu era ficava todo agoniado e fazia xixi no banheiro todo menos na privada, com pressa pra voltar e ver o bendito clipe.
No outro dia meu amigo emprestava a fita, que provavelmente alguém viria na minha casa pegar umas 14h30 de walkmachine pra poder copiar e depois entregar pra outro alguém...
Não existia youtube e meus pais tinham UM celular. Sim, os dois tinham UM celular que era do tamanho de uma manga grande e tinha três baterias pra serem trocadas no decorrer do dia. Anotava uns 40 números na agenda e não tinha vibracall.

Outra época.

To ficando velho, será ?
Diz o pai de um amigo meu que velho é quem aceita a velhice, que todo homem e mulher sempre é novo no coração.
Eu não sei muito sobre isso, mas a proximidade com os 30 anos tem mesmo me causado pensamentos alinhados com o futuro (WTF?). Tudo bem que trabalhar no mínimo dez horas por dia ajuda a preencher a cabeça. Mas mesmo assim, quando de banho tomado, deitado, olhando pro teto do meu quarto, eu me confronto.
É tipo uma batalha final ! As vezes eu venço, as vezes eu perco.
A vantagem é que posso tentar no outro dia e a desvantagem é que mesmo que eu não queira eu sou obrigado a tentar no outro dia...

É, até me deu sono.
Mentira nem deu ! ; )


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Pássaros terrestres, ornitorrincos e lagartos mamíferos entre outros animais peculiares.

Ele traga o cigarro demoradamente. O segura entre o dedo indicador e o dedo médio, com o filtro preso bem próximo a mão. E esconde praticamente todo o rosto quando fuma. Cerrando gentilmente os olhos. Os pelos do seu rosto roçam contra a pele por dentro da mão, chiando bem baixo. Como o som de uma lixa.
Solta praticamente toda fumaça pelo nariz enquanto olha para fora da janela. E diz:
"- Amanhã é outro dia, o planeta gira e todo mundo fica feliz de novo. Aquela merda de sempre... Ela vai achar um cara para segura-la com força. Um desses que parece macho, mas que não passa de um franguinho maquiado. Tu sabes como é... Mas fica tranquilo, também vais te sair bem... É só ter paciencia..."
Eu não conseguia falar muito. Mas estiquei minha mão até a garrafa de uisque, torci a rolha entre os dedos e deslizei aquela valvulazinha de plastico transparente até meu copo. A ultima dose tinha entrado tão rapido que o gelo estava praticamente estático... Um terço do meu copo e ele me pergunta de novo:
"- Não vais me servir um desses também ?"
"- Vou, digo, queres ?"
Concordou com a cabeça tragando o cigarro novamente. Eu o observei por mais alguns instantes, tipo uns cinco segundos que fazem qualquer interlocutor ficar estranho. Porque você fala algo e espera que alguém te reenvie uma mensagem, normalmente. As vezes a negação, ou a explosão de raiva não são tão estranhas quanto um interlocutor que se porta fora do padrão de comunicação do contrato social humano.
Ele me observa. Levanto pego um copo, torço a tampa, coloco quatro cubos de gelo, derramo a bebida. Tudo muito Guy Ritchie. Acelerado. Cortes secos e planos curtos. Termina a sequencia no dedo dele girando os gelos. Cinco voltinhas só pra começar a derreter e PIMBA ! Goela abaixo.
Bebemos nossos uisques em silêncio. Dentro do meu apartamento no centro da cidade. Eu sentado no sofá, um pouco desconfortável. Ele na soleira da janela. Pernas cruzadas como de uma mulher. Corpo magro, rosto fino. Cabelo abagunçado. Olhos azuis. E uma cara de quem está adorando aquilo...
" - Eu sempre te imaginei diferente..." - digo.
" - Tunica, cabelos lisos, barba longa e sem bebidas ou cigarros... Certo ?"
" - Teoricamente, nem precisaria te dizer isso... Tu criou essa porra toda ! Não é pra ser onipotente e onipresente e tudo mais ?"
"- Sim e não. O que vcs chamam de infortunio, de azar e destino é pra mim algo bem interessante na verdade... Mas eu acho que o que vc quer ouvir é: sim eu também posso me enganar..."
"- Agora fudeu tudo !" - falo olhando para baixo.
"- Fica tranquilo, eu vou te ajudar..." - diz ele enquanto acende outro cigarro calmamente - "o mundo é um lugar bom, o que atrapalha é forma como vcs enxergam as coisas da vida..."
"- Blá blá blá Freudiano ! Tua próxima pergunta é se eu gosto de Glauber Rocha ? Por favor !"
"- Sempre tão certos de tudo... Sempre tão cheios de si. Eu não errei na violencia, errei na prepotencia de vocês !"
"- Eu sinceramente acho que deverias ter parado nas samanbaias !"
Ele traga novamente o cigarro e solta a fumaça me olhando nos olhos. Não sorri ou move as pálpebras. Só fumaça e o rosto sério dele.
"- É, eu não !"


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Doze anos.

cabelos brancos perto da orelha
la luna rosada, vermelha
não mais é noite de lua cheia
passa o tempo, envelheço
sinto que não mais só estou
sinto o cheiro do veneno
passo por cima e vou
sem pedir, vou querer
se sonhar, vou viver em paz
se ao menos uma vez
ao menos uma vez

sofrer a dor
reconquistar
sem pedir
vou querer
se sonhar
vou viver em paz
(Madeixas - Doze anos)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sigur Rós e um pouco de vinho no funeral da vida.

Gostamos de ver o dia nascer.
Nos lembra que somos pequenos.
Nos lembra do fim das coisas.
E durante aquela hora, onde quase tudo é roxo.
Sorrimos sem parar.
Os abraços são mais quentes.
O mundo não parece um lugar tão sórdido durante a noite.
Poucas pessoas vivem o suficiente pra ver além do mar.
Gigantes em seus castelos imponentes.
Acordes cheios em sol maior.
Uma camera presa em uma grua
desliza suavemente sobre um travelling.
E todos que ali estão prendem a respiração por aproximadamente 60".
Não 60 segundos, sim 60".
A orquestra da vida se ilumina e alguém chora em paz.
Não é um choro avacalhado, cheio de soluços e gemidos bizarros.
É um choro limpo, cinematograficamente alinhado.
Daqueles que tu ficas com pena de ver, mesmo achando legal.
A luz no rosto dela é suave, mas deixa uma sombra que grita:
"- Estou aqui"
E o diretor de fotografia toma seu capuccino satisfeito com um sorriso de canto de rosto, fingindo ter certeza de que acertou porque queria.
E não que a sorte o ajudou...
Porque na verdade ela o ajudou.
A sorte ajuda a todos.
Desde o nascimento até a morte.
Quando somos espermatozóides ele diz: "vc entra, vc não"
Quando soltamos nossos corpos ao infinito do nunca mais ela diz: "acorde, vc morreu !"
Perceba que me refiro a ela como ele as vezes.
É porque a morte não tem sexo.
No lugar do genital ela tem pele lisa. Mas ele não gosta que as pessoas saibam disso.
Por tanto agora que vc leu isso, ele deve estar chateado com vc.
Diga:
"- Me desculpa sorte" e sorria, as coisas devem melhorar.
Tudo melhora quando você sorri.
Quase tudo.
Praticamente nada.

Boa sorte.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Meus cabelos brancos.

O passar dos dias leva embora a tinta da vida. Os cabelos ficam brancos, a pele vai ficando seca e enrugada, os olhos vão se fechando gradativamente... Cada vez mais.
Como quem espera algo desconhecido na chuva, meu corpo se mantém de pé contra o tempo. Mas o tempo não molha, ele seca como areia...

De braços abertos vejo meus braços se atrofiarem, minha coluna se arcar para frente como um pedaço de madeira e meus cabelos esbranquiçarem.

Minha voz fica rouca. Minhas mãos menores. Minhas fotos ficam mais velhas. Minha vida mais curta. Meus dias mais distantes.

E é facil perceber, acho que todos conseguem ver: nada disso pertence a ninguém.
Tempo, vida ou cabelos brancos.

Woody Allen disse uma vez que podemos nos preparar o quanto acharmos importante para a vida, mas dependeremos mais da sorte do que achamos. Sempre.

Toda peça tem um fim.
Toda música um acorde final.
Todo dia um por do sol.

Sempre será assim.

É só mais um pensamento que atravessa o rio da vida na minha frente, só pra ir embora logo em seguida. Desaparecendo na curva do ontem.

Como tudo mais é.

Pois é :) !


terça-feira, 5 de outubro de 2010

O super infindável contra Tiririca e o baixo astral.

Se você conhece alguém que votou no Tiririca, tente matar essa pessoa.
O Brasil é um lugar mais burro depois de domingo. O palhaço Tiririca, por profissão, faz o que pouquíssimos políticos fizeram com o nosso país: ele faz rir com o ato político e não dele. Estivemos acostumados até hoje em ignorar roubas e falcatruas conhecidas. Fizemos e fazemos através das décadas a popular vista grossa, fingindo não ver/ouvir/falar a respeito dos absurdos tomados como decisão em nossas casas políticas. Chegamos ao extremo de aceitar que parte da população, parte essa cada vez maior, argumente:
"- Não falo sobre política !"
Como se houvesse alguém acima das decisões tomadas por quem ajuda a comandar essa caravela chamada Brasil.
Aceitamos interpretar um impeachment, brincando de que decidimos algo. Aceitamos tocar nossa constituição com todo amor que um cliente toca uma prostituta. Aceitamos sambar sobre o túmulo dos poucos que tentaram fazer algo pelo povo enquanto passava a banda...
Aceitamos a morte "acidental" dos mais poucos ainda que foram além de tentar. Daqueles que remaram contra a correnteza até o topo do rio, apenas para poder ver um mundo melhor antes de desaparecerem por entre os comerciais sensacionalistas da oposição. Ou de sumirem dentro de enormes geladeiras cheias de escandalos descobertos em suas vidas privadas.
Fomos até a linha do absurdo, da vergonha internacional. Vislumbramos os escandalos como crianças que assistem desfiles de final de ano. Cheias de esperança e alegria de que algo mudaria.

Mas uma década depois de eu completar 18 anos. Esse país continua provando que os parametros para ser uma vergonha são sempre expansíveis.

Eu sei que já tivemos cantores na política, bem como apresentadores de televisão entre outras profissões que superdimencionam o próprio valor...Já tivemos condenados como legisladores. Conheçemos bandidos que bancaram campanhas com o dinheiro de sangue e cocaina. Entre outros tantos absurdos.

Um palhaço como Deputado Federal na maior cidade do Brasil, na SEXTA do planeta, é só a cereja do bolo. A única diferença é que ele se elege brincando não de fazer política, ele se elege brincando DA PRÓPRIA política.
Quando nosso Deputado Federal eleito diz: "pior não fica..." ele admite que nada mudará, ele assume que não desfará amarras antigas ou os nós de bandidismos anteriores. Não, o "pior não ficará" conservará tudo de ruim que já existe, visando é claro o benefício do palhaço Tiririca.
E quem poderá reclamar ? Somos a nação que literalmente elegeu um palhaço como legislador. Somos a nação que aprovou Lula com quase 80%, caso ele pudesse ser candidato novamente.

Somos o país dos miseráveis famintos cheios de injustiça. Mas ainda assim com esperança e sorrisos nos rostos. Somo a terra em que plantando tudo dará. Lugar paradisíaco esse Brasil, cheio de mulheres lindas, caipirinhas e samba. A terra da pedofilia, dos assassinos livres, dos bandidos que governam e dos palhaços deputados federais.

Um povo não pode reclamar do que concorda.
Hoje eu não me sinto brasileiro, porque eu não concordo com o que a maioria concordou. Nem que fosse como protesto eu não concordaria.
Hoje eu tenho vergonha de ter nascido aqui.

E enquanto os analfabetos famintos, que trocam votos por pães ou entradas de circo para que palhaços vençam eleições. Continuarem votando dentro do Brasil que também é meu... É com vergonha que ficarei.




sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Não sei de cór.

Sei que não sei
Saber é sempre tão arrogante
Somos mais do que isso
Mas jamais seremos
O que somos em nossos corações
Pois ser é sentir mesmo sem ver
Ser é existir sem tocar
Sem ser assim, nada serei.

Sei quando sinto medo.
Quando sou dor.
Quando não sei dos amores e das cores.

Tudo que quero é nada saber de cór.

Que amanheça a lua e anoiteça o dia.
Que chovam folhas de árvores e voem os cães.
Que os poemas falem e os amores nunca se acabem.
Que sejam eternas as amizades gentis como música para nossos ouvidos.
E vivam para sempre, aqueles que um dia já foram vivos.

Eu vejo você.


Sonhei com Sauron me dizendo isso.
"- Eu vejo você !" - com aquela voz rouca demoniaca que praticamente todo filme holywoodiano tem ultimamente.

Meu iTunes grita Madeixas - Pilares:
"é pelos cantos e recantos deste mundo. é só você chamar que eu corro num segundo. se for urbano, campo ou praia, não me esqueço. eu me proponho a tudo isso, eu confesso..."

Acho que não tem muito mais que eu possa dizer.
É tem sim...


(Crédito a arte: Nestor Jr. - http://atelieestiloarte.blogspot.com/)