quarta-feira, 27 de março de 2013

Ao som do mundo, eu me turvo.

Gosto amargo de fardo pesado. Residual de tristeza com chuva de outono. Beija meu rosto. Me diz que já é agosto. Aperta forte um abraço, no meu corpo. E vai.

Eu sei que Sigur Rós não me faz bem. Mas é muito bom pro Karma do planeta. Karmar se escreve com letra maiúscula?


Subimos o rio do comand+z em silêncio.

Escrevemos linhas com fontes de desespero. Passamos noites trancados embaixo das areias do tempo. Ouvindo o som do vento. Comendo lembranças com molho de sentimento.

Desistimos da vida como uma flor se nega a ser regada. Parados. Sem uma palavra. 

Cantamos músicas esquecidas. Que falam sobre amores impossíveis, além dos anos de uma existência. Além da culpa da penitência. Além do clarão que existe depois da morte e antes da vida.




Nós estivemos lá. E vimos isso.


O resto, são só palavras lidas na internet. Ou palavras jogadas ao vento. Tanto faz :)  

sexta-feira, 15 de março de 2013

Rios e estradas. Dos |A cabeça e o coração.|

As vezes eu me pego pensando se o que eu penso é idiota ou não. Mas na maior parte do tempo, sou imune a essa auto avaliação interna. Eu, como praticamente todo mundo (eu acho), faz. Depois se vê fazendo. Eu acho.
As pessoas costumam conversar sobre religião, fé, futuro, amores e outros trecos dogmáticos com um pouco de ressentimento. Pra mim, nós nos ressentimos por termos que escolher entre esse ou aquele Deus (serio?), ou em ter que escolher por essa ou aquela profissão... Enfim. Tenho muitos amigos satisfeitos com suas atividades profissionais, mas que seriam ótimos "qualquer outra coisa". Ou que acham que Buda, Jesus e Ronald MC Donnalds podem muito bem ser a mesma entidade. Quem saberá? Pergunta banheirística.
Porrãn! Aí não dá pra conversar.
Ok, volta:
O mundo é um lugar cheio de teias de aranha. Sim. Tudo é muito velho pra gente. Pensamos do mesmo jeito. Andamos do mesmo jeito. Nos revoltamos do mesmo jeito.

Já vi tudo, esse vai ser mais um daqueles textos sem começo, sem meio e com um fim bem chinelo. Por pura obrigação. 

Pau de arrasto morro a cima.
Eu busquei o silêncio porque achei que era mais tranquilo do que aquele turbilhão de palavras abagunçadas.
Pra todo lado tenho fotos rasgadas.
Meu apartamento é a bagunçôlandia.
E eu não sei, aonde eles estão. Meus gatos e cães. Agora.

Eles foram embora. Em um dia solitário. Agora.


Me desculpem pela verborréia exacerbada.  Não é culpa minha. De fato não é.

Mas infelizmente não tenho mais ninguém para culpar. Ninguém mais, além de nós mesmos. E é isso.





segunda-feira, 11 de março de 2013

Acima da chuva. Volverei!

Caminhamos sem parar.
Mas você percebe, que todo mundo que você conhece, um dia vai morrer ?
Eu continuo cuspindo em estranhos.
Sim, a vida vai depressa.

Aproveite a temporada.

Eu vou acordar amanhã e dar uma olhada no que a maré me trouxe. E viver com isso.

Você deveria fazer o mesmo. Ou algo parecido. Ou não.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Luz amarela.

Não existe o agora, falou Buda baixinho. Quase um sussurro. 
E de leve veio a banda caminhando pela rua. Ao som da caixa da bateria, rufada como um tambor. Seca. No pá pá pá pá pá pá pá pá. O dia nascia. Laranja, azul, amarelo e negro. Aos poucos se ouvia o coral no lálálááá. E o piano de sopro que eu nunca sei o nome e que não vou procurar no google agora cantarolava romântico e simpático.

"- Não se esqueça do caminnhar..." - me disse Pablo Neruda com um sorriso nas duas bocas do seu queixo.
"- Isso é só mais um sonho né ?" - perguntei.
"- Nada é só um sonho. Mas todos estamos dormindo..."
"- Eu te odeio."- falei olhando para baixo, enquanto ouvia o coral se aproximar.
"- Somos um só."
"- Eu sei. Somos todos nós."
"- Isso..." - me disse a boca da direita enquanto a da esquerda sorria.
"- Obrigado por isso Pablo. Não me esqueci do caminhar. Só precisei dar uma paradinha, mas já vou continuar..."

"- Veremos sobre isso." - me disse ele com ar de mestre Yoda, tirando que o Yoda diria "sobre isso, veremos...".

E sai correndo atrás da banda gritando: 
"- Heeeeey, eu também vou !"