sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Da caverna ao tablet holografico :)

As pessoas dão muita atenção para o que as cabeças dizem. E muito pouco para o que o resto do corpo grita. E não se engane dizendo que isso é papo de gente alternativa, que viaja ou imagina coisas demais. Não. Nossos próprios corpos falam. Basta que um interlocutor saiba le-los com propriedade conjuntural. 
Somos criaturas emocionais, que conseguem controlar seus instintos através de uma série de regras e premissas impostas pelos canais sociais de comunicação. Regras que nos impedem de pular de nossos carros como macacos depois de um motoqueiro ter arrancado um de nossos retrovisores. Premissas que não nos deixam matar aqueles que nos fazem algum mal (do mais suave ao mais sórdido), em um momento de explosão. É como se toda a nosso sociedade estivesse em um transe coletivo. Distante (ou quase) dos instintos que a natureza nos deu para chegarmos até aqui. De alguma forma, através desses canais de comunicação, evoluimos campos científicos e técnológicos de uma forma sem precedentes e acabamos nos prendendo ainda mais a essa cela gelada. E ficamos a cada geração mais longe do que fomos originalmente. 
Ainda assim, esse é um processo descontrolado. Não há mais como realmente para-lo. É como se o estado natural do ser humano fosse a alteração. Diferente de muitos outros seres vivos nesse planeta. Talvez único. Somos o extrato dessa eterna necessidade de auto reinvenção.
O caso é que com o evoluir desse processo, nos distânciamos do que antes era nossa prioridade: permanecermos vivos a qualquer custo. 
Nosso atual estado de comunicação, permite que pessoas de todo (ou quase todo) globo compartilhem experiências das mais variadas. Das mais complexas até as mais bizarras. Falamos sobre qualquer coisa e podemos "ouvir" os outros falarem também. Isso a primeira vista é bom, porque se comunicar além de uma necessidade humana é um processo natural. Mas aqui entra a regra de ouro para a humanidade: existe um limite para tudo.
Nossa comunicação começa a extrapolar os limites aceitáveis do convívio social. Obviamente, nossas relações tendem a se daptar a essas novas regras e premissas. E assim evoluir para algo diferente do atual. Talvez Eric Arthur Blair tenha previsto corretamente em seu romance chamado 1984. E o "Big Brother" esteja cada vez mais presente em nossas vidas e relações. Espreitando, esperando, procurando, classificando e finalmente concluindo. 
Eu consigo afirmar, que nenhum ser humano é definitivo. Nosso corpo, nossa psique e o resultado dessa equação está é constante evolução. Em constante alteração. Assim, como tudo é uma fase a ser ultrapassada. Talvez o que vivemos hoje seja só um momento a ser superado. Uma arrebentação social antes da calmaria que nos aguarda. Talvez estejamos a beira de uma nova era, onde as pessoas mintam menos, se machuquem menos e principalmente sejam menos perversas em suas relações externas e internas.
Tomara :)

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Você se perde por entre as suas novas lembranças.

Falei pra alguém que nossa mente cria mecanismos que nos permitem manter a sanidade nesse mundo caótico.

Não queremos que ninguém que amamos/conhecemos/gostamos morra em sofrimento. Ainda assim, não nos importamos com o que acontece com nossos vizinhos.
 

Não desejamos que haja sofrimento o suficiente em nossa vida, a ponto de que transpareçamos esse sofrimento para terceiros, quartos e quintos (principalmente atráves das redes sociais?).
Mas somos impermeáveis ao sofrimento alheio. A lágrima que escorre do olho que não é o nosso. E ao coração que se parta sem que seja alto o suficiente para nos fazer sofrer também.


Não desejamos realmente o mal alheio. Mesmo daqueles que o merecem. Mesmo daqueles que nos fazem mal repetidamente de forma premeditada.
Mas existe uma especie de prazer sórdido em descobrir que alguém que fez algo ruim na nossa perspectiva, se deu mal de alguma maneira. As pessoas negam, mas é agradável descobrir que a vida que te confronta também foi confrontada por ferramentas similares.


Adoramos limitar os outros:
"- O Fulano é assim mesmo..."
"- A Beltrana já faz isso a um tempão..."
"- No lugar do Ciclano eu teria outra atitude, mas não posso falar por ele né? ..."
E nos irritamos com os limites impostos pelos outros para nós.

Somos peritos em esquecer.
Em nos entupir com novas lembranças para substituir as antigas.
Em negar nossos instintos.
Em calar nossos sonhos.
Em retalhar nossa própria liberdade, até que ela se torne algo "franksteiniano". Meio zumbi, meio criança, meio bebado, meio paria. E aí olhamos para nossa realidade cambaleante e reclamamos dela.

"- Porque a minha vida é muito dificil."

"- Falar é facil, dificil é ser eu."
"- Não sei o que fiz para merecer isso."

Acho graça disso tudo.
Tenho pena de quem existe assim.

A vida é curta demais para não sermos felizes o tempo inteiro.

O resto é só um monte de bocas falando sem saber o que querem direito...

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Local natives, vinho e uma janela aberta.

Quem sabe se a sua vida está prestes a mudar? E quem se importa? Me perguntam os Nativos Locais. É incrível o que vive acontecendo. Em algum lugar da minha cabeça eu penso que sei do que isso se trata.

Something only God knows. Você percebeu, eu não posso ficar.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

About today: the day we walked away.

"- Eu me surpreendo contigo." - ele disse olhando pra ela.
"- Eu faço isso com as pessoas. Acho."
"- A fato de tu não ser uma pessoa, pode ajudar... Tu sabes...!"
"- É. Talvez. Além do que tudo que poderia ter sido é sempre melhor do que é..."
"- Não vai entrar na minha casa proferindo frases de banheiro público."
"- Desculpa. É a vida!"
"- Desculpa também. Mas não vou conseguir..."
"- Sabe, que quando eu comecei a andar por esse planeta, eu tinha a mesma sensação. Pensava constantemente que não ia conseguir. Pensava sobre ir embora de novo. Em tentar outra galáxia... Sabia que existem lugares maravilhosos a menos de 50 anos de viagem daqui?"
"- Se eu fosse pra lá agora, chegaria com 81 anos de idade. Eu viveria mais tempo viajando do que dentro dessa atmosfera"
"- Verdade. Mas não compreendo qual é o receio que vcs tem..."
"- É facil falar. Tu é a vida!"
"- Tu é idiota."
"- Vai te foder!"
"- Vai tu!"
(silêncio)
Ela recomeça:
"- Eu preciso ser mais compreensiva, eu sei."
"- Tu é uma vadia as vezes..."
"- Olha, não vai adiantar nada tu ficar todo crespinho pra cima de mim..."
"- Eu sei."
"- Tu precisas aprender a tratar bem a vida..."
"- EU SEI!"
"- Nada de muito bem vem dessa tua irritação."
"- Chega Vida, de boa. Eu sei...."
"- Ok."
"- Ok. :)"
"- Eu acho esse teu sarcasmo insuportável, sabia?"
"- Entendi. Um ser humano que vive cento e poucos aninhos, olha pra mim, uma entendidade cósmica, inter galática, suprema e semi divina pra dizer que acha meu "sarcasmo" insuportável!?"
"- É isso mesmo, algum problema?"
"- hahahahahahaha..."
"- Me deixa aqui ouvindo isso."
"- Sorte sua eu gostar tanto de ti. Sorte tua eu conhecer tanta gente importante e gostar tanto de ti... Tu me deve isso."
"- Blá blá blá... Você não é de nada. É só de marmelada."
"- Tu precisas de tratamento." 
 

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Se pelo menos eu pudesse te mostrar o caminho, me disse a vida, você veria que não há caminho errado.

As vezes eu penso que a jornada é muito longa. Outro dia, eu pensei nisso. Que a vida é uma jornada longa demais. E só não é mais cansativa porque a gente não se lembra de tudo que viveu. Se todos nós nos lembrassemos de absolutamente tudo que vivemos até hoje, cada hora, cada conversa, cada por do sol, cada dor de cada tipo... Já teriamos muito provavelmente nos entediado de uma forma brutal dessa existência. Eu vejo que as vezes, as pessoas mais velhas passam por isso. Elas ficam entediadas com a existência. Pra mim, é como se a gente soubesse que além dessa vida, existe um universo de infinitas possibilidades alinhadas além da distância física e temporal que conhecemos. É como se nossos espíritos se cansassem de viver aqui. Se lembrassem que a vida é muito além desse corpo cheio de vísceras que usamos para caminhar por esse planeta.

Isso explica porque alguns de nós vão embora. 


E na profundeza da nossa ignorância, a gente se entrelaça ao imediato e chora. Porque nós nunca mais vamos ve-los! Porque nós nunca mais vamos conversar com eles. Porque nós temos certeza de que a vida deles terminou...

Para o cosmos, nós somos crianças brincando com facas em chamas. Já disse a quem está ao meu redor: lá do outro lado, além do véu dessa existência, eles estão todos sentados com suas taças de vinhos em cadeiras com almofadas rindo das nossas mazelas.
Dizendo:

"- Olha só pra eles chorando hahahaha..."
"- Eles acham que isso ali é um problema de verdade!"
"- Não, ele não vai acreditar que isso é assim mesmo... VAI???? AAAAAAAHAHAHAHAHA"

Quando eu penso que a jornada é muito longa. Fico cansado de existir. Mas até hoje, nunca houvesse um dia que esse sentimento não fosse acompanhado de um grito da minha alma dizendo:


"Não existe distância seu cabeçudo da porra! Não existe chateação! A tua mala está sempre vazia enquanto tu não preenchê-la com amor e compaixão. A vida é feita de um sonho que realmente acontece, todo dia. E tudo que podes fazer nesse planeta, é o melhor que puderes em tudo que fizeres. Só assim, tu para de vir pra cá. Só assim tu consegue ficar lá sentado, tomando vinho com eles e discutindo se esses malditos pensadores Russos eram mais tristes ou mais bebâdos... Até que seja a hora de outra coisa acontecer, algo que tu não sabe e eu nem vou te falar. Seu grandessíssimo tanso!"

Ai eu acalmo meus olhos, meu coração e dou outro passo.


Quase sempre com um pé na frente do outro. Quase :)