sexta-feira, 29 de maio de 2020

Um texto para ler como se fosse a edição de um filme do Guy Ritchie.

Uma sociedade onde o estado de direito diz que uma pessoa deve ser escolhida aleatoriamente dentro do sistema de saúde público e privado, para ser morta. Todo dia. Em cada uma das cidades. De cada um dos países.
Nenhuma pessoa será escolhida nos dias em que as câmeras de segurança registrarem todas as pessoas utilizando chapéus nas via públicas. Qualquer tipo de chapéu.
Se uma só pessoa de qualquer cidade não usar chapéu, alguém é escolhido naquela cidade. O hospital é avisado do número do leito e do nome do paciente. Uma junta de funcionários do governo irá até as dependências da instituição. Munidos de drogas que farão a pessoa adormecer e durante o sono parar completamente. É rápido e irreversível.
A família é avisada com 6 horas de antecedência. É o tempo que tem para se despedirem. O corpo é cremado em todos os casos e uma urna com as cinzas é enviada ao local de residência da pessoa falecida.
Não usar chapéu não é contra a lei. Ninguém é multado por não usar. É uma opção individual.
Troque chapéu por máscara.
E a pessoa escolhida ai na cidade em que você mora, pela sua mãe.