sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Fenix -1903

Eu sonhei com um mundo torto
sem linhas retas e testas franzidas.
Só com sonhos e vidas.
Com chegadas e nenhuma partida.

Sonhei com um mundo novo
com rosto velho e peito aberto.
Com a boca cheia de revolta
cuspindo forte contra tua cabeça virada.

Sonhei com um mundo bonito
onde o feio era lindo.
Sem chaves em baús antigos
e com portas abertas a meus amigos.

Sonhei com o diferente
cheio de luz, música e gente.
Iluminado e contente.
Brilhando em ouro, diamante e tempo.

Sonhei com dias sem fim
noites de verão sem tristeza ou choro.
Com palavras de veludo onde nos deitamos.
Sem ouvir os gritos dos outros.

Sonhei com um lugar sem ruas
onde carros corriam sobre patas.
Latindo e brincando como vira-latas.
E toda casa, era de cachorro.

Sonhei com cores,
com cheiros e dores.
Vários céus brilhando no ar.
Com o caminho para se pisar.

Sonhei com plantas que falam
e animais que cantam.
Sonhei com beijos perfeitos
e mortos que se levantam.

Sonhei com círculos quadrados
e olhares redondos.
Com o ar da vitória sobre nossos ombros.
Cabelos curtos e cabelos longos.

Sonhei com o fim da guerra, da fome e das tristezas.
Onde distâncias seriam meras delicadezas
que vencemos com o piscar.

Acordei sonhando, meio deitado, meio em pé.
Falando tão alto, quanto o silêncio é.

Sonhei acordado, e dormi de olhos fechados.
Entendi meio tonto, 
que esse mundo é só meu.

Sem rimas ou poesias.


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