terça-feira, 23 de agosto de 2011

A procura de algo que valha a pena ouvir.

Além de a vida parecer tão mais simples nos anos passados, era tão mais fácil ouvir bandas boas. Eu lembro de quando Nirvana foi novidade pros meus ouvidos. Eu sou o filho mais novo de uma grande ninhada. Minha irmã chorava a morte de Kurt Cobain enquanto meu irmão me incentivava a curtir a primeira em sol menor de Tchaikovsky. Eu tinha 12 anos e mal sabia tudo que a vida me reservaria. Mal sabia não... Eu definitivamente não sabia.
Mas isso me guia a próxima página, que me grita:
"- Um dia vais achar que com 29, não sabias o que a vida te reservava igual, seu tanso !".
Possível.
Um dia eu escrevo esse texto de novo. Mas por hora.
Eu tenho ouvido muito violão e voz. Tem muita coisa boa nesse gênero musical. Entre as melhores para mim: The head and the heart, City & Color e Mumford and Sons. Alguém pode me jogar uma pedra e perguntar aonde eu enterrei Bob Dylan, em lugar nenhum... Ele não sai do meu iPod. Mas depois de quase 15 anos ouvindo suas batidas de violão, resolvi que era hora de ouvir outras gaitas e pessoas que cresceram ouvindo as canções do cara. Bom, essa aventura não tem um fim... Eu espero. As boas surpresas são realmente muito boas. As ruins também... MUITO ruins.

Mas ao lado bom das coisas.

A procura de algo que valha a pena ouvir, eu achei essa frase largada na minha cabeça. Era noite e demorei pra conseguir escrever meu texto. As gaitas de fole do universo conspiram contra minha dor. Canções proibidas, de partituras esquecidas. Deixadas de lado para que nunca mais fossem tocadas, eles disseram. Cavaleiros livres dançando ao redor de fogueiras de eterna brasa. Pra mim eles estão na viagem do Roberto Carlos. Aquele da perna de madeira que pouquíssimas pessoas viram. Pra mim, meu violão é um cara disposto a tentar de novo. E é incrível que todo dia eu escute ele gritar para mim: "Vai lá Lê, mostra pra eles...".
As vezes o som vem de cima ou de dentro do meu armário. As vezes vem do lado da caixa da minha guitarra, delicadamente apoiado. As vezes, vem de baixo da minha cama. Mas sempre vem.
Alguém me dizendo que sim, enquanto o universo diz que não. Quem ouvir ? Um objeto inanimado ou toda uma conspiração cheia de fundamentos ? Bom, se você chegou até aqui já sabe minha resposta.

Viver é tocar sempre outra canção. ;)

(Texto escrito ao som de Sleeping Sickness - 4:08 - City & Colour - Bring Me Your Love - Rock)




Sem comentários:

Enviar um comentário