terça-feira, 16 de agosto de 2011

O relógio da destruição.

Poesias não vão curar
o que nossos corações fizeram.

Sorrisos alheios vão ser vazios.
E gelados como a neve.

Os abraços até nos acalentarão,
mas por pouco tempo.

O beijo é seco e desconcertado.
O carícia é muito rápida, ou muito lenta. Errada.

Nossa pele sente a falta das unhas.
Nosso calor da saliva.

Não vimos tudo na vida.
Mas o que vimos não será esquecido.

Dias e mais dias, em pilhas.
Como antigas cartas e velhos livros.

O inverno severo chega ao fim.
E o verão novamente é amargo.

Sentado nessa pedra, na beira da estrada.
Eu me esqueço de tudo que já esqueci.

Esperando que o futuro
não se esqueça de mim.


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