quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Pisei num prego e minha alma escorreu pelo furo.

Credo, que título dramático ! Quem eu quero enganar ? Sou bem dramático, as vezes. Mas a vida é cheia de episódios de novela mexicana. Alguém há de concordar.

Eu realmente pisei num prego. Foi bem dolorido, mas vou sobreBiber ! Como o Justin.
Senti um punzinho desses bem silenciosos escorrendo pela palma do meu pé. Pensei que fosse a pressão de um dia tenso de trabalho. E demorei pra perceber, era minha alma. Ela fugia de mim.

Minha alma saiu inteira pela furo do prego enferrujado e me abandonou.

No oco do viver sem alma, tentei chorar e não consegui. Sabe como é foda chorar sem ter uma alma ? Não desejo isso pro meu melhor inimigo.

Parece que as vezes tudo é feito pra dar certo ou errado. E eu me sinto uma marionete com meus tendões atados a uma presilha de madeira. Na mão de algum artista circense. Como se minhas culpas não fossem só minhas. Nem meus acertos...

Meu barco de papel, feito de jornal flutua pelo tempo como em um oceano cristalino. Vejo o fundo e outros barcos. O do meu pai afundou. Mas ainda está lá, como um velho Titanic a ser lembrado. Eu espero o dia em que possa reencontrar esse meu velho amigo e capitão.

Eu não uso coroa, veja bem. Não sou nenhum rei. Realmente não. O Jogo dos Tronos me ensinou que um homem com uma coroa, esquece que coroas são feitas por homens sem coroas. Pensando sobre isso, eu perdi um sábado inteiro.

Um coração sensível se despedaça a cada minuto no planeta. Mentira, isso acontece com uma frequência muito maior. 10 mil corações se despedaçam por minuto no planeta. Talvez mais. Ainda assim, quebrar o coração é algo tão dolorido, que uma das poucas formas que temos de suportar a dor é a de sentirmos como se fosse única. No começo, quando isso acontecia com ela era terrível. Pensar em ouvir o som de seu pequeno coração de porcelana se despedaçando. Com "cricks" e trincos secos. Como se fosse eterno. Como se fosse definitivo. Triste como um funeral. Ela enterrava seu coração pensando:
"Nunca mais serei feliz."

Mas o barco flutuando sobre o oceano do tempo. A levava a outro lugar. E lá ela começava a ouvir bem baixinho o som de seus batimentos. Até que o coração estava pronto para outro. E outro. E outro. E outro. E outro...

Mas algo mudou depois de tanto tempo tendo seu pequeno coração de porcelana sendo quebrado e colado, tantas vezes. Ele ficou menos duro. Menos exagerado. Menos dramático. E o amor deixou de ser tão bom quanto era. Ela percebeu isso da última vez. Quando seu coração voltou a bater. E tudo que ela pode esperar, foi a próxima vez que ele se quebraria...
"Até o amor é amargo, afinal..." pensou ela enchendo seus olhos de lágrimas.

Até o amor é amargo, afinal. Eu repeti sozinho com um cigarro entre os dedos. Eu não estava sozinho de fato. Estava rodeado da companhia de alguns dos melhores amigos que um homem pode ter. E ainda bem que foi assim.
Sou grato pela amizade que me é dada. De fato sou. E a melhor forma de demonstrar minha gratidão é dando minha amizade em troca.

Mas é como se teus amigos fossem um prato e o amor outro. Não vai adiantar misturar ervas e temperos entre os dois... Eles tem gostos separados.

Meu coração segundo o google, deve pesar pelo menos 300 gramas. Não sou um gigante, mas também não sou pequeno. Meu coração também não é dos menores. Enfio todo mundo que gosto lá dentro. É o lugar mais protegido que tenho no meu mundo.

Ouvi ele me dizendo outro dia:
- Um dia eu vou parar de bater e todo mundo que está aqui dentro vai ter que sair Leandro... Sabes disso, não é ?

Não respondi. Porque alguns corações, simplesmente continuam pulsando além da vida. Ele só não sabe disso ainda ; )



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