quinta-feira, 21 de maio de 2015

Antes fosse só poesia. Antes fosse...

Na vitrine onde as pessoas se vendem como os pedaços de carne de um açougue, eu imaginei que nada deveria ser assim.
A confusão é a força que bagunça as tolices humanas e uma trança que não tem nem começo e muito menos final. Mas perceba, cara alma pura, sem a confusão não haveria trança.
Enquanto o relógio corre sempre para a frente, o tempo todo corre para trás. Finito como ele só.
A vitória te viciou em um tipo perturbado de prazer mortal.
E agora tu vive em busca de qualquer tipo de vitória. Que seja.
Isso te faz a pessoa mais frustada do planeta terra. Não de verdade, mas em uma expressão hiperbólica, sim.

Mesmo assim, ainda aprenderás a perder.
Haverá beleza na derrota? Tu me perguntas com os olhos.
Haverá beleza na vida, me disse meu pai um dia, haverá beleza para onde olhares a procurando.
O relativismo me segura pelas bolas e sacode na beira do precipício. Preciso fugir dele com medo, quase sempre que o vejo. Não tenho medo do futuro, te revelo. Que ele seja como for. Desde que eu possa lembrar do que aprendi e sorrir. Isso é muito importante.
Tenho medo do relativo.
Do E
=m.c².
Das fotos das crianças mortas.
Das pessoas de almas tortas.
Dos dias de frio sem fim.
Dos anos que se soldam a rotina.

Das portas fechadas na vida.
Do medo de ser feliz.
Do que aquele livro diz.
De quadro negro sem giz.

De ganhar o tudo que sempre quis.
E ver que o mundo continua vazio.
Que o sentido para tudo é realmente a busca.
Que o final é logo ali.

De agulhas enferrujadas.
De flores envenenadas.
De velas perfumadas.
De janelas sempre fechadas.
Em casas cheias de móveis.
Vazias de um lar.
Que nunca foi.
Mas que sempre quis ser,

que sempre esperou ter e
que sempre tentou ver.
Mas não deu.
E encontrou

o fim
apertado.
Nas 

últimas
pala
vras
desse
tex
to 
sem 
fim.

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