terça-feira, 5 de maio de 2015

Foi subindo para a núvem que o tudo caiu.

Se for torto, melhor. Gosto é do hexagonal. O redondo na verdade é chato. Somos aqueles a quem vocês disseram não. Aqueles que foram esquecidos por não terem o peso certo. O tamanho esperado. Por não serem bons o suficiente. Somos a borra do que sobrou. Não só o que foi deixado de lado para ser devorado mais tarde. Somos as presas doentes, ruins demais para acompanhar o grupo. Ruins demais para serem predadas por nossos caçadores. Assim vagamos sem rumo. Longe da felicidade de termos guiado nossos destinos para o seu fim. Nossos destinos que ainda ecoam no infinito. Longe. Alto. Nada perto daqui. E quando será nosso momento, você me pergunta? Bom, essa é a escolha que nos é deixada. É o que cabe a cada um de nós saber.
Um dia, nossos quadros estarão pendurados no teu Louvre.
Um dia, nossas terceiras sinfonias tocarão nas tuas caixas de som.

Haverá um dia, em que nossos nomes estarão estampados nos livros das tuas estantes.
Acontecerá de, um dia, a tua prole glorificar nossos nomes. Como pensadores. Autores. Pintores.
E a maldição que carregas será a de nunca se perdoar.
De nunca voltar atrás.

De nunca ter a opção de desfazer isso.


Saiba, nobre leitor, Cmd + Z não funciona contra o Karma.

Eu sei.
E, um dia, também saberás.

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