terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Me dei conta.

Espero que um dia tu te dê conta de que a vida acaba. Sem que ninguém precise te mostrar isso. Sem olhar para isso de um jeito triste e/ou depressivo. Sem que a morte sorria para alguém ao teu redor.
Espero que tu te dê essa conta sozinho. E que lutes contra as dificuldades de não saber o que há (e se há) algo além das cortinas desse mundo.
Espero que consigas achar um lugar dentro de ti para isso.
Não porque acho que precisas melhorar. Mas porque penso que o mundo pode ser um lugar melhor se enxergarmos além dos nossos extratos bancários. Além das nossas propriedades e dos panos que chamamos de nossas roupas. Um lugar com menos sangue no chão. E mais sorrisos sinceros. Um lugar com menos cheiro de pólvora e mais abraços.
Espero que um dia tu entendas que não importa para qual time tu torce, e qual é a religião que tu acredita (ou aprendeu a acreditar), que o lugar onde tu nasceu não importa e que o que tu acumulou não te faz melhor que ninguém. Espero que entendas que somos todos filhos e irmãos. Somos todos iguais.
Espero que entendas que somos todos um só.
Um reflexo convencido e vaidoso.
Cheios de pensamentos danosos a nós mesmos.
Imersos em ilusões, que na minha opinião, estão nesse momento além da nossa compreensão.

Mas com data para confrontar o real: a nossa morte.

Espero que tu te dê conta de que não estamos aqui para continuar com o nosso modo de vida barato.

Que não temos alma.
Que somos alma.

Podes tirar teus olhos das minhas palavras e dizer "foda-se". Esse direito é reservado a ti.
O que não tens é o direito de impedir o curso natural da vida.

Tic-tac, o relógio corre.
A vida segue.
Mas você morre.

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