segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Numa noite dessas.

Foi de dia que pensei em escrever. Mas por algum motivo essas palavras só puderam ser digitadas a noite. Aí eu pergunto:
"- Quem digita, também escreve?"
Pensei em não fazer da minha própria pergunta a pergunta de um personagem. Mas no final (seja lá quando ele for), todos somos personagens de alguma(s) história(s).
Não liga a falta de substancialidade nas palavras até aqui. É que o impalpável me agrada mais do que o físico.

Então lá vai o que eu queria dizer:

Numa noite dessas eu ainda descubro o céu e faço a lua virar sol.
Numa dessas noites que a gente mal percebe que passa, sabe?

Vai ser um final de tarde comum. Cheio de cores no céu.
E a noite vai vir toda silênciosa e cheia de escuridão.
Se derramando sobre nossas vidas. 
Como o próprio passar dos nossos dias.
E quando o sino bater a meia noite.
Antes do dia virar, de um pro outro.

No ponto alto da negro breu.
Eu deslizo meu dedo pelo interruptor gentilmente e
acendo essa luz.

E mesmo só, sem ninguém além de mim,
sozinho e cheio de vazio...
Eu sei que vais ver.
E numa noite dessas, numa dessas igual a tantas outras, o mundo nunca mais vai esperar uma noite comum.

Numa noite dessas.

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