quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Amargo.

Ao olvidar os dias, cicatrizo a cortina e me acalento.
Ditos próximos e intímos se evaporam agilmente em um momento.
Resta o amargo da lembrança e a triste esperança...
De que dor e pesar que comigo carrego.
Fujam para a névoa do jamais recorrer.
O mais intangivel dos pesos que tenho, é o medo.
Não por incomensurável tamanho.
Mas por as vezes ser um menino desatento,
e noutras um copioso ser truculento.
E lutam por minha atenção os sabores que me permeiam.
Numa valsa mórbida além do tempo.
Como se o viver fosse sempre embora.
Passam os dias,
estações, lágrimas
e as horas.
Só não passa o passar.
O escorrer das areias.
O morrer do viver.
E o nunca mais voltar !

Pois existir é eternamente morrer por se apaixonar.


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