segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sartre vomitou em mim: o inferno são os outros.

Como se mede o tempo de uma vida ?
Em dias ? Duvido que você saiba quantos dias viveu até aqui, sem calcular... Duvido que estejas contando. Eu vive até esse momento, algo próximo a 9.853 dias. Desconsiderando os anos bisextos, os meses com mais ou menos dias do que 30 e o mês de Agosto desse ano...
Tudo bem, de novo: como se mede o tempo de uma vida ?
Não acho que seja com o tempo. Dias, horas ou nada assim.
Você mede com o teu sucesso ? Não né ? "Meus pais construíram essa empresa e eu sou o sucesso deles..." Por favor ! Medir os anos da tua vida com dinheiro ou sucesso é tão concreto quanto se esforçar para viver eternamente. Uma hora você percebe que não vai conseguir.
Você mede em relacionamentos ? Se lembra do Fulano ou do Ciclano, pensando em quem tu eras quando vocês namoravam... Tudo bem. Isso se aproxima um pouco mais da minha teoria.
Na minha teoria, o tempo de uma vida é medido em momentos. Talvez na relação entre a quantidade de momentos e a profundidade que eles te atingem.
Você pode não lembrar do dia que o Fulano te pediu em namoro. Mas, se você gostar dele de verdade, você ainda vai lembrar da primeira vez que os seus olhos se cruzaram.
Você pode não lembrar o quanto de imposto foi retirado do teu salário em Julho de 1996. Mas se lembra das noites viradas para terminar esse ou aquele serviço.
Você pode não se lembrar exatamente de como foi o teu aniversário de 3 anos de idade. Mas tem um punhado de momentos guardados nas caixas da tua memória sobre teus primos, irmãos, pais e amigos cantando parabéns ou rindo contigo.
Minha teoria surgiu depois de tentar convencer minha mãe de eu estou ficando velho. Ela me respondeu "que todo mundo está...". E não deixa de ser verdade. Só não envelhece quem já morreu. Bom, envelhece, mas de uma outra maneira !
Os vivos envelhecem perante a morte. Os mortos envelhecem perante a vida.
Sem punch lines. Só uma linha de pensamento que não está usando maquiagem. O tempo de uma vida não se mede, não se mensura ou se controla. Você tem o hoje pra decidir o que vai fazer com o que vem daqui pra frente. E a ampulheta já foi virada. Da pra ouvir os grãos gigantes de areia rolando e se chocando. Pode ser, de você se acostumar com isso. E ficar esperando o último grão cair. Pra fechar os olhos e adormecer abraçado com o tempo.
Ou pode ser de não. Pode ser de você correr. De girar o mundo esperando esse momento chegar.
Mas de uma maneira ou de outra. Uma hora você pensa nisso. E de tudo que você não se esqueceu... E entende que segundos, minutos, horas, dias e anos não contam coisa alguma.
Que sorrisos, lágrimas, carinhos e gentilezas são todo tempo que você precisa contar.
Pois viver de mentira é um luxo pelo qual eu não quero conseguir pagar.

: )

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