sexta-feira, 15 de abril de 2011

O que não é cultura.

Tentei ver um show de axé na televisão. Nem sei ao certo porque. Acho que pra me confrontar... Tentei ver algo cultural naquilo. Qualquer coisa que indicasse um resquício de DNA da cultura regional de algum lugar.
Bom, tinha duas loiras com corpos esculturais semi nuas rebolando no palco. Isso remete ao que ? Uma zona no Rio de Janeiro, talvez ? Havia um banda com guitarras, contra baixo, bateria, metais de sopro e percussão. Isso remete ao que ? Conjunto músical de rock ? Muito pouco... Um grupo de repente ? Praticamente nada ! A percussão é algo do som que o continente africano nos mandou ? Pode ser... Mas no ritmo que eles surravam aqueles tambores e atabaques pareciam mais estar num terreiro de macumba. Macumba é cultura religiosa. Fico com a macumba então (banda - percussão forçada - macumba - cultura regional). Havia um mulher vestida com trajes colados no corpo. Grande decote expondo todo silicone que ela comprou e enfio embaixo do músculo peitoral. Cabelo alisado quimicamente, o original fazia jus a sua etnia e era enrolado. E ela cantava:
"- Eu quero mais é beijar na boca. Ser feliz daqui pra frente. Já me livrei daquela vida tão vulgar. Me vacinei de tudo que podia me pegar. Tchururu."
Sim, é "tchururu" mesmo.
Bom, vamo lá: silicone - estados unidos ? Cabelo liso - europa ? Quero mais é beijar na boca, hummm ? Tudo bem, todo mundo quer beijar alguém. Ser feliz. Se sentir bem quisto. Inserido em um contexto futuro. Com planos e alguém que te acompanhe. Isso é inerente a praticamente todo ser humano, salvo alguns raríssimos casos. Ok, (beijar na boca - ser feliz - humanidade - expressão da cultura individual) é isso ?
O ritmo da música, era uma levada meio, machiche - pagode - eletronico - show pirotécnico - pop comercial...
A maior parte do público dançava uma espécie de coreografia. Que por sinal também tem um toque sensual bem evidente. Envolve rebolar, passar a mão pelo corpo enquanto as pernas se movem...

Não consegui ver mais do que 3 minutos do show. A música não havia acabado quando eu troquei o canal.

Realmente tentei encontrar algo de bom. Algo que fosse além do rebola bola que eu quero te comer. Não achei.
Achei foi uma nação de pessoas engolindo um produto multi milionário extremamente bem administrado e produzido. Fiquei com vontade de fazer parte do grupo que tem esse lucro.
Bom, pelo menos, no final consegui pensar algo positivo sobre o axé.

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