terça-feira, 25 de maio de 2010

Texto 2.

Uma cidade em preto e branco. Fundo desfocado. Chão molhado pelas gotas da chuva, mas céu aberto como um sábado ensolarado de verão. Concreto exposto, como areia colada. Grão a grão por um artesão. E um grafite dizendo: "rima não".
Transito tão parado, mas tão parado que a maioria das pessoas já abandonou os carros. Alguns ainda resistem buzinando tristemente, enquanto outros passam por cima dos seus câpos sorrindo e se abraçando. É tempo de reconciliação, de gente que não se importa em pedir desculpas e de desculpar os erros alheios. Use a estação ao seu favor, alguém me diz. Como ? No inverno, faça como os "invernianos". Eu sou um "inverniano", definitivamente.
Poças e cubos de guitarra. Todo mundo corre pra ver o ensaio da banda. Como um palco onde não existe platéia... Onde a humanidade está no palco.
E esse era pra ser um texto sério, todo cheio de referências e opiniões concretas.
Mas me perdi num solo de piano e tirei uma foto do meu cortex frontal.
Olha só...
Uma cidade em preto e branco ao melhor estilo Doves. Ao melhor estilo, ninguém é daqui e ninguém é de lugar nenhum e nada existe. E tudo é passageiro.

Mudança de ventos e tudo continua igual.
Sem subjetividades prepotentes ou recados escondidos, por sinal esse blog nunca foi sobre isso.
Sem segredinhos suprimidos entre as amizades que duram tanto tempo. Afinal ninguém precisa saber.

Sem mistério. Estou feliz : )

Sem comentários:

Enviar um comentário