segunda-feira, 17 de maio de 2010

Caminhos cruzados.

Li um poema podre.
Era todo rimado e florido.
Com muitas palavras e nenhum sentido.
Dava nojo ao ler.
E raiva
e agonia.
Virei a página e continuava.
Por linha após linha.
Não achei seu fim,
desisti.
Me perdi vendo um desenho.
Imaginei a cor do vento.
O gosto do amor.
O cheiro do beijo.
Romance de domingo ensolarado.
Daquele sentimento bom:
frio abraçado.
Gentileza aconchegante.
Feito foto antiga.
Como carta vinda do distante.
Pra virar página da vida.
E essa rima barata que me persegue.
Como um o orvalho que sempre reaparece, amargo.
Me esqueço do passo.
Rendo o sorriso ao tempo.
E vejo a nova linha no horizonte.
Penso comigo:
"- Feliz por um momento".
Nada além disso tenho.
Quem precisa ?
Quem consegue ?
Cheguei a última linha, antes do ponto.

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