segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Você me dá um copo de água?

Mesmo com a boca aberta para o céu em um dia de chuva, minha sede não passou. As gotas enchiam minha língua e transbordava pelo meu queixo, escorrendo. Ensopando minha roupa. Enxaguando minha alma.
Mas a sede não passou.
A sede da vida deveria ser eterna. E talvez seja, não sei ainda.
Pena que tantos de nós tomam refrigerante no lugar da água cristalina que existe por aí.
A chuva, para a linguagem semiótica cinematografica representa a mudança, a alteração do curso. Como uma camiseta que era seca e foi molhada. Que ficou mais escura, que ficou mais pesada.
A sede da vida é a vontade de continuar. A necessidade de ir além daquele morro. De ver por cima daquela nuvem.
De fazer mais.
Um grito silencioso de liberdade. Um tapa no rosto da vida.
E um copo de água, por favor. Só mais um...

Sem comentários:

Enviar um comentário