domingo, 23 de março de 2014

Postergando o destino.

Quem atrasa o próprio relógio, não pode reclamar de não estar no horário certo do compromisso.
É bem simples isso. Ainda assim, gostamos mesmo é de nos ver nos ferrando. Não é possível, mas é verdade.
Vou contar uma piada. A primeira nesse blog (não que isso mude alguma coisa. ok.):


Um homem morava afastado da cidade. E quando a chuva começou, ele pensou que seria só mais uma chuvinha de verão.
Logo percebeu que não. O rio atrás da sua casa transbordou e um vizinho veio a cavalo dizendo que eles deviam ir embora dali.
"- Deus me ajudará!" - alegou o dono da casa cheio de razão.
A chuva aumentou e chegou na casa. Logo na cintura do proprietário. Foi mais ou menos no momento em que a canoa dos bombeiros chegou. Ele terminava de levantar sua mobília quando foi convidado a abandonar a casa e ir para um abrigo.
"- Deus me ajudará!" - disse para o bombeiro, que lhe respondeu com os ombros e foi embora.
Quando a chuva empurrou o dono da casa para o telhado, ele perdeu um pouco da fé. E assim que um helicoptero de uma emissora televisiva passou para lhe oferecer ajuda, ele disse:
"- Deus me ajudará!" - já um pouco sem acreditar em suas próprias palavras.
Por fim, somente com a cabeça para fora da água o homem borbulhou uma resposta para outro barco dos bombeiros, maior que a canoa anterior, assim que a ajuda lhe foi oferecida novamente:
"- Glub glub, Deus... glub... me ajudará... glub glub...".
Ele morreu.
Foi para o céu.

Na presença de Deus, o homem perdeu suas estribeiras:
"- Puta que o pariu Senhor! Sempre fui um crente exemplar. Doava dinheiro pras bostas das igrejas. Não trai minha esposa. Rezava todo dia!!! E é assim que tu me recompensa? Não me ajudando em um momento de necessidade????" - disse indignado.

Responde o todo poderoso:
"- Te mandei um aviso a cavalo, uma canoa, um barco e até um helicoptero... E tu te afogou mesmo assim, idiota!"

Postergamos nossa felicidade, eu digo. Sabe aquele teu sonho encaixotado dentro da cabeça? Possivelmente cheio de paranho e pó? Ele é a tua felicidade. Gostamos de não ser felizes, mas odiamos dizer isso. Nós fugimos em direções contrárias a nossa própria vontade. É complexo e bizarro. Viramos de costas para o destino e depois reclamamos sua ausência. Dizemos que o destino não existe. Mas não lhe damos a chance de acontecer.

Ser feliz não é uma tristeza.


Ser triste não deveria ser uma quase alegria.



 


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