terça-feira, 18 de março de 2014

Ao nosso amor, o eterno dá?

Silêncioso como um mar calmo. Cheio do leve movimento das ondas. De um dia suave e azul. De céu aberto como o sorriso dela. Onde o vento gentil encontra o calor do sol e os dois se entrelaçam por toda uma estação. O verão das nossas vidas, eu digo. 
Ouvindo Los Hermanos eles cantarolam debochados que sair de casa é se aventurar. Mas nada se compara ao caminhar dela. Ele sabe. Ela quase tamborila pelo mundo, com seus pés pequenos e seus ombros que dançam enquanto caminha. Eu quis te conhecer, e fico feliz de ter quisto. Porque a vida pode ser realmente surpreendente. É preciso insistir. Como uma existência que briga com a morte sabendo jamais vencer. E ainda assim, sem nunca desistir. Para eternamente perder.
A beleza disso tudo não está na eternidade, me diz minha cachola de Pandora. Não. A beleza disso tudo está na capacidade célere de que tudo acontece. Da forma como vivemos sem saber se há um destino ou mais de um. 

"- Não é possível conhecer o final da história sem vive-la", grita o grilo "Disneyniano" da minha consciência. 
Se fosse, só tomariamos as decisões mais acertadas. Sem danos. Arrependimentos. E saudades.

Mas aqui, é facil pra eu ver, saudade é pra quem tem.
E não pra todo mundo.

Saudade é um presente que só quem sente conhece. Uma dor bonita. Quase um prazer proibido.

Que grita muda dentro do peito. E que só certos corações conseguem ouvir.
Como um relampago silêncioso no horizonte.
Iluminando o caminho por um segundo, antes de tudo ser escuro de novo. Antes de ficar impossível de ver o que nenhum de nós podia enxergar. E como se fosse claro então, caminhamos.

Sem sabermos, ignorantes que somos. Que a cada passo dado nos aproximamos do profundo abismo que servirá de destino para nossos pés.



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