quinta-feira, 3 de outubro de 2013

The Nacional venceu meu concurso.

E eu fui carregado por um monte de abelhas. E eu nunca me casei, mas Ohio não se lembra de mim.

A vida é engraçada. Como tudo se inverte num carrossel insano cheio de palhaços macabros e de crianças que parecem fantasiadas de personagens inoscentes mas são cheias de histórias e terror. E você aí lendo isso com toda a propriedade do mundo, sabendo exatamente o que vai fazer. Pra onde vai ir. Com quem vai falar. Como vai se comportar. E exatamente a forma como a sua vida vai estar no momento que morrer.
Ninguém se imagina em uma maca no fundo de um hospital sujo. Largado por todos aqueles que amou. Desejando partir, mais do que consegue colocar em palavras. Olhando de forma estática para o chão. Onde um azuleijo quebrado, parece representar toda uma vida de sofrimentos e tristezas incomensuráveis.
Não.

A vida não vai te dar esse prazer. 


Ela prefere assim.
E tudo bem :)

Já disse isso antes e repito sempre: não é sobre acumular tudo o que você quer e ter papéis que mostram que coisas de ferro e concreto pertencem ao nome que você usa agora.


Não é definitivamente.

É sobre outra coisa. Uma coisa mais leve. Mais engraçada. Mais verdadeira. Mais clara a meia luz com sombras. É sobre o cheiro do inverno. Da chuva no domingo preguiçoso. É sobre o sorriso da tua mãe (ou daquela que você considera sua mãe) ao te ver entrar pela porta. É sobre a pele quando as mãos de vocês se tocam. Sobre os finais de semana que vocês passaram nús dando risada do teto e das falhas que a vida nos obriga a viver. É sobre os cheiros que você sente. Sobre aquela trilha sonora que mudou a tua vida. Sobre aquele filme que te jogou os butías dos bolsos no chão. Sobre, quando a gente era pequeno e achava que o mundo era um lugar realmente mágico.

É sobre isso. E muito além. Antes de ser sobre qualquer outra coisa idiota que apodrece, desaparece e perde a importância no momento da tua morte.


As pessoas dizem que daqui não se leva nada. E isso é mentira. No vácuo que é o paraiso, estão todos flutuando suavemente em suas forma etéreas, com suas lembranças e seus amores. Preenchendo o vazio do universo. Alheios a misantropia que preenche nossos corações.

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