quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Aos que nunca mais voltarem, eu digo: te vejo lá.

O gosto do vento. A cor do teu cheiro. Dias confusos que vamos vivendo. Sem voltar para trás, voltamos ainda mais. E eu te ofereço o tempo. Uma taça gelada dele. Cheia de gostos lentos. De um azedo viciante. Dos dias mais irritantes. É contigo agora, eu digo. Passei por mais estradas do que meus pés podem caminhar. Corri alguns trechos. Parei, as vezes. Mas aqui estou, na curva que me leva a outro lugar. Antes daquele lugar. Depois daquele outro. Não sei fazer o caminho contrário. Me perdi e larguei o novelo de lã. O mundo gira tão rápido que pra mim, o tempo todo é amanhã. Mesmo quando durmo e sonho contigo. Acordo e me vejo sozinho. Longe dos olhos. Das bocas. Dos dias. Das roupas. Das fotos antigas.  E de repente, nem me lembro mais quem sou. Vivo rodeado por estranhos que são familiares. Animais que falam. Quadros que me observam. E eu esqueci de tomar meu remédio. Corri pra longe, e longe nem era tão longe assim.

Corri pra longe e no final, fui pra longe de mim.

E o mundo girou demais, agora é dificil ficar parado.

Eu sento aqui na beira da estrada. E imagino, que tu estás do meu lado.

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