sexta-feira, 19 de março de 2010

Acordes e aplausos.

Uma guitarra dedilhada e começam as palmas.
Cadência correta. Bem ritmado. Um bumbo de bateria espaçado em um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez tempos. O vocal desconexo e as caixas entram. Os sopros vem em crescente. E o volume se forma no teto do mundo.
"... Será, morena ? Sobre estar só, eu sei ! Dos mares por onde andei... Devagar... Dedicou-se mais... O acaso a se esconder.... E agora o amanhã, cadê ?"

Aqui você vai pensar. Tenho outro(s) amanhã(s). Claro, a vida segue. E sempre seguirá.

Não se faz curva no mar, sem se encontrar outro horizonte. Entende ?

Futuro, todo mundo vê. É quase como uma obrigação ao viver. Existir um futuro.
Tá eu sei. Los Hermanos, de novo. Futuro, de novo. Essa merda toda. DE NOVO.

Lembro que um dia eu escrevi "denovo" em uma redação no colégio. E uma menina riu muito de mim. Fiquei com muita raiva.

Voltando, acordes e aplausos.

Dá pra começar um texto pelo fim ? Tipo o filme Amnésia ?
Acho que sim... se o texto começou pelo fim, esse seria o primeiro parágrafo:

Esse seria o primeiro parágrafo. Mas só porque as coisas normais me deixam triste...

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