terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Se vem, vai longe. Suficientemente longe.


Não consegui ouvir o novo disco do Skank. Será que pra mim eles sempre vão ser a banda dona do "hit" Garota Nacional. Devo estar ficando velho... Devo não, estou ficando. A ironia é dupla, eu sei. Primeiro que Garota Nacional nem é a música mais famosa do Skank. Segundo que eu digo isso ouvindo "Assim sem fim" do último discos dos caras.
É, eu não consegui ouvir tudo, primeiro comecei a ouvir várias faixas, indo e vindo. Atrás de algum sino que tocasse na minha cabeça. Pouco ouvi além de teclados em chamas, gotas de Beattles, Televisions e Birds e a cruel voz de Samuel Rosa. Doeu. Verdade, doeu, mas não tanto quanto a poesia entubada que as letras tem. Uma espécie de viagem urbana por um bairro sujo e pouco interessante. Que ensaia a cada esquina ter toda a beleza de uma das maravilhas do mundo, mas nunca alcança o tom.
Depois parei em "Assim sem fim" e fiquei aportado na chuva. Sozinho e com uma garrafa de rum. Cantando pra que Netuno não me deixasse morrer. O Sol nasceu, a música acabou e eu sobrevivi. Não sei ao certo se Netuno teve algo a ver com isso, ou foi pura sorte ! Pensei que deixaria esse mundo sobre o carro em chamas dirigido por Samuca e os três semi-beatles ! 
Ufa, não foi dessa vez !

E meu iTunes me cospe Los Hermanos na cara ! Como uma garrafa boa  de vinho aberta ! "Plúpt" faz a rolha e me brota o sorriso aos lábios.

"Mas porra, Looooos Hermaaaaaanos ?" - vc dirá !
"Vá catar coquinhos no asfalto por favor !" - te responderei !

"É, pode ser que a maré não vire.
Pode ser do vento vir contra o cais..."

Um brinde a quem não vive a vida achando que a vitória já foi vencida.
Um brinde a quem tem medo da esquina, 
e a dobra com humilde cautela e respeito.
Um brinde a quem não julga pelo cheiro da merda. Ou pelo gosto do suor.

E a cada dia que passa eu fico mais certo de que a graça do jogo é também perder.

Também, perder.

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