quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Mighty Mouse !

Eu sou o grito. Eu sou o medo. Eu me solto e depois eu me prendo. Como o louco que me habita saltitando pelas ruas de Mim, sem se preocupar com a vida. Mais preocupado com a bifurcação do que com a estrada. Tentando carregar o mundo nas costas, mas achando graça das suas próprias desgraças. Calado mesmo falado, dançando mesmo parado, de terno mesmo que pelado ! E voa uma pedra pra cá. Veio do alto, e eu penso que deveria fazer mais parágrafos. Não, sem novos parágrafos. Eu to cansado de novos parágrafos. Cansado de recomeços e fins. Eu gosto do sol a pino e da lua eterna. Não das manhãs ou dos crepúsculos. Definitivamente eu não gosto dos crepúsculos. "Eu abro aquele vinho que ficou guardado e ponho aquele disco do verão passado...". E continuo a (d)escrever. Porque só escrevendo eu me vejo pleno, mesmo que não estando tranquilo e muito longe de sereno. Da piada eu tiro a risada e das boas companhias eu tiro o sorriso. Guardo tudo numa caixa e enterro junto comigo. Eu, tu e eles. Meu bloco de carnaval sofre um acidente e vai parar em outra dimensão. Num lugar onde o carnaval jamais existiu. Nunca. Lá eles nem pensaram em dançar com mulheres nuas. Com bonecos de papel e tecido. Pulando, suando e sorrindo. Então eles sentaram em pedras na rua da amargura. E esperaram o tempo passar.
E no último parágrafo eles choraram. Porque  ali não havia mais nada, além da saudade.

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