quarta-feira, 4 de maio de 2016

Introdução.

Eu fiquei confuso ao escrever sem fuso. O céu azul me corrigiu, há frio. O café é quente. Meus cigarros são pacientes. Tive uma idéia idiota. Ou talvez só queria contextualizar a palavra demente. A vida é rara, diz a NASA. A vida é tão rara, disse Lenine. Eu sofro pra lavar minhas mãos no inverno. E sinto falta do abraço materno. Me confundi desenhando na parede. Achei que era criatividade, mas foi só sede. Enquanto o dia amanhece eu vejo as barras de renders de computadores correndo frenéticas por suas telas. Já já todo esse lado do planeta vai despertar. Imagine só, todos os olhos que se abrem em perfeita sincronia. E eu imagino como Machado de Assis leria o que eu escrevo, tanta diacronia. Tanta raiva nas ruas. Da janela eu vejo a linha do horizonte. Ela tá logo ali. Escondida atrás de um monte de terra. Já vi ela. Ela tá ali. Minha xícara de porcelana branca tem padrões formados pelo que restou do café nela. Um dos desenhos parece um rosto triste. Outro olhos que choram. Eu preciso me auto examinar com rorschach, certeza que haverá algo de errado comigo. Melhor deixar assim. Ainda estou vivo. Pensei nas coisas que perdi e não consigo recuperar. Há tanto tão longe. Talvez o destino tenha me passado a perna. Talvez a vida seja mesmo assim. Talvez o futuro seja só um presente que te faz sentir saudade do passado. Mas se o presente fosse eterno, tu sentirias falta de outra coisa. Talvez essa seja a natureza humana, o que nos moveu pra fora da caverna no primeiro momento. O que te fez olhar pro fogo das árvores com mais coragem do que medo. O que te fez imaginar que serias melhor em outro lugar. Em outro momento. Que era preciso caminhar. Que o caminho nos chamava. Que ficar, não dava mais. Talvez sejamos assim e só por isso estejamos aqui. Me ocorre que seria algo muito legal se cada encarnação fosse vivida em um planeta diferente. Flutuando a partícula que é nossa essência através dos planetas que existem nesse vazio. Fecundando novas células em diferentes atmosferas e rompendo a existência em novas vidas toda vez. Nascendo. Vivendo. Morrendo. E flutuando até nascer novamente. Pode ser. Vai ver existe até um tipo de maré cósmica que guia nossa essência através dos planetas. O sopro de Deus. Aquilo que nos criou. Ou vai ver, aquilo que nos criou foi o puro acaso. Uma deformidade do que eramos pra ser. Vai ver nosso maior defeito é pensar sobre isso. E sejamos só o azar de Darwin nos impulsos genéticos simples e frios de um homem que vê uma bunda bonita swingando em movimentos astrais quando passa pela calçada. Talvez sejamos pouco. Talvez sejamos tudo. Talvez a vida tenha nos dado mais do que possamos entender para que aprendamos.
Eu por exemplo aprendi a cozinhar. Vai ver, o planeta terra é a introdução do que ainda há de vir.
Mundos e mundos de existência.
Sem intervalos.
Só merchandising.

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