segunda-feira, 8 de junho de 2015

A vida chama.

A chama da vida está acesa. 
E ela dança contra o vento, assim como dança a vida. Com altos e baixos.
Quando o vento é forte demais, é preciso proteger a chama. E talvez mante-la viva com as próprias mãos. Seu pavio queima vagarosamente, se afundando entre a cera que escorre, e chama e vela se modificam enquanto queimam. Como a vida nos altera. Como o tempo nos torna diferentes. A cera se acumula na base da vela, em sua essência ainda sendo cera. Ainda sendo a vela. Mas diferente do que foi antes.
A chama da vida, assim como qualquer outra chama, pode ter proporções gigantescas ou ser miúda como uma azeitona. Não importa o tamanho da chama. Não é sobre ser grande ou maior que a chama do João e da Maria...

É sobre estar aceso. Sobre bruxulear. Sobre não se apagar.
Tanto a chama gigantesca de um incêndio, como uma pequenina vela iluminam. É só se imaginar em um quarto escuro, sem nenhuma luz além de uma pequenina chama. Essa chama, essa pequenina luz, é como a vida.
E apesar de toda chama se apagar, seu propósito não pode se limitar a ter fim. Assim como a vida. O propósito da chama precisa ser iluminar. Precisa ser aquecer os que tem frio. Precisa, de alguma forma possível, ir além do seu próprio fim e da destruição que ela causa enquanto arde. A chama queimará até o fim, e como a vida, a chama deixará para trás cinzas. Mas também deixará outras chamas. Que arderão e terão seu fim, como a primeira, mas de forma diferente.
A chama da vida nos foi dada. Por chamas que ainda estão acesas ou já se apagaram. Não importa.
Toda chama que acende, deverá ser apagada. É como as coisas são.

Existem aquelas que ardem breves, quase como um relâmpago de verão. E aquelas que queimam através de décadas e mais décadas, insistentes, vivas e iluminadas.
Mas toda chama te dirá a mesma coisa, basta saber ouvir.
Toda chama tem a mesma vida.

Toda vida, arde e chama.

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