quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Você vai me desculpar por tentar.

Vai. Eu sei que falhei. Deu errado, foi ruim, acabou mal, enfim... Mas deixa isso para lá e vai... Esquece da hora da tristeza. Daquele jantar sem mesa. Dos olhos em pranto. Dessa música sem canto. E do sofrimento tanto. Se rende, eu te peço. Joga fora todo esse imbróglio. Vira a página desse livro ágrafo.
Ou recomeça em um novo parágrafo.

Com outra fonte se preferires. 
Do jeito que achares menos pior. Nem te peço que retornes aos meus braços. Que consigas me beijar de novo nos lábios. Que tenhamos casa, cachorro e preguiça nos domingos. Não precisas disso. Tu sempre fostes a luz do dia, antes do sol. Os acordes das minhas noites em bemol. O diapasão das nossas notas musicais. A linha central do nosso rabisco inicial. O que jogava na cara dos outros casais o desdenho. Aquele não se importar tão bonito de se ver. Dificil de achar. Tão simples em sentir.
Tá tudo bem. Eu entendi. A gente cresce mesmo é sem se ver. Tipo a graça que te invade a alma e te faz rir. Quase que sem querer. Como suor a verter. Como o amor, o mar e o dor. Que não pedem, só vem.
Mas não pense que isso é uma carta a um amor perdido.
Nem a uma amizade atropelada.
Muito menos a um distante sentimento desatinado.


Não.

Eu falo é com a vida.

Com os dias que tem noites mais do que compridas.
Com a nossa existência labiríntica sem saída.
De dores sofridas.
E lágrimas escorridas.

Eu falo é com os amores todos, de uma só vez.
Com o amigos de taças de vinho das 20h as 6h.

Com os sentimentos mais insanos que escondemos por todo tempo.

E digo, me perdoem por tentar. Fiz meu melhor em tudo.
Fiz do meu melhor o meu mundo.
E não sem pesar lhes abandono.

Abrupto, assim, do jeito que vim.
Levando apenas o que traz a alma na chegada ao ventre.

O amor do coração e a paz da mente.

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